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Queimadas no Pantanal ameaçam espécies endêmicas e alertam para crise ambiental

Espécie de cobra d'água típica do bioma está ameaçada, indica estudo

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Os incêndios no Pantanal, intensificados desde 2020, não apenas devastam o bioma, mas também colocam em risco espécies únicas da fauna local. Um estudo recente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) revela que o aumento da frequência e intensidade das queimadas afeta gravemente répteis e anfíbios, como a cobra-d’água Helicops boitata, uma espécie exclusiva do Pantanal.

Essa serpente foi encontrada apenas em áreas queimadas durante expedições emergenciais realizadas entre 2020 e 2023.

O levantamento, divulgado na revista Biodiversidade Brasileira, apontou que o fogo impacta desproporcionalmente espécies aquáticas e fossoriais, contrariando a crença de que seus hábitos as tornariam menos vulneráveis. “A maior descoberta foi constatar a alta mortalidade entre répteis semiaquáticos, como a H. boitata, que depende das áreas alagadas do bioma para sobreviver”, explica Lara Gomes Côrtes, do ICMBio.

Os pesquisadores realizaram seis expedições cobrindo tanto períodos de seca quanto de cheia. Foram utilizadas abordagens como buscas em áreas queimadas e monitoramento em locais preservados. A coleta ocorreu em locais de fácil acesso, como a Transpantaneira e o Parque Estadual Encontro das Águas, mas um desafio significativo foi a falta de dados históricos sobre as populações de répteis e anfíbios antes e depois dos incêndios.

Além das consequências diretas para a fauna, o estudo alerta que as mudanças climáticas intensificam o cenário. O Pantanal enfrenta previsões de maior aridez e temperaturas mais elevadas, o que deve agravar ainda mais os incêndios. Embora o fogo seja natural no bioma, sua ocorrência fora de época, especialmente entre julho e setembro, está associada a práticas humanas, como a limpeza de pastagens.

Para especialistas, o monitoramento contínuo das espécies e a revisão do uso do fogo no manejo agropecuário são medidas urgentes.

“Rever práticas tradicionais como o uso do fogo na pecuária é essencial, especialmente diante das alterações climáticas que tornam o bioma mais vulnerável”, avalia Leonardo Moreira, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal.

Em resposta às crises, organizações ambientais e pesquisadores pressionam o governo federal por políticas de preservação específicas para o Pantanal. Embora planos estejam em estudo, é crucial que ações efetivas sejam implementadas antes que a degradação atinja níveis irreversíveis.

O Pantanal, além de ser um dos biomas mais ricos em biodiversidade, é também um dos mais ameaçados pelo impacto das atividades humanas e pela ausência de gestão ambiental eficiente.

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Campo Grande

Prefeitura doa seis terrenos para ampliação de complexo penitenciário da Agepen

Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas Piraputanga, Osasco e Atibaia

06/03/2025 18h00

Divulgação/ Agepen

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A Câmara dos vereadores de Campo Grande aprovou nesta quinta-feira (6), o  Projeto de Lei 11.671/25, que autoriza a doação de seis terrenos públicos à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para regularização do complexo penitenciário atual.  Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas: Piraputanga, Osasco e Atibaia.  

A doação dos imóveis servirá para “regularizar o patrimonio" da Agepen, para que a pasta receba os recursos federais que possibilitem ampliar o complexo penitenciário, o que já está  previsto em ofício.

Os terrenos são adjacentes ao atual complexo, e estão localizados no Jardim Noroeste. As doações serão concretizadas após publicação oficial no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). 

No início deste mês o Governo do Estado oficializou a regulamentação dos uniformes da Polícia Penal de Mato Grosso do Sul por meio de decreto oficial. A medida visava a produção da vestimenta, da Agepen reservou um investimento de R$ 2,7 milhões destinados a uniformes e R$ 335,1 mil a distintivos.

A regulamentação estabelece diretrizes para a padronização das vestimentas, distintivos, insígnias e condecorações dos policiais penais, garantindo maior identidade institucional e segurança aos servidores.

Além da identificação visual, o uso do uniforme tem como principais objetivos:

  • proteção dos servidores, funcionando como Equipamento de Proteção Individual (EPI);
  • fortalecimento da identidade institucional da Polícia Penal;
  • facilidade no reconhecimento dos agentes durante o exercício da função;
  • ergonomia e conforto, adaptando-se às condições climáticas e à natureza do trabalho;
  • funcionalidade e utilidade, de acordo com a atividade exercida.

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VEJA VÍDEO

Motoristas que disputaram racha que terminou em morte vão à júri popular em abril

Durante disputa de racha na Avenida Júlio de Castilho, homem bateu carro em poste e passageira morreu, em 2022; Veja vídeo

06/03/2025 17h44

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu Foto: Naiara Camargo / Arquivo

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William Goes Abbade, 39 anos, e Olliver Richerd Ferreira Siebra, 22 anos, que disputaram um racha que causou a morte de uma jovem de 25 anos, irão a júri popular no dia 3 de abril, a partir da 8h, segundo decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O caso aconteceu no dia 16 de abril de 2022, na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande.

De acordo com a sentença de pronúncia, William irá responder por homicídio doloso, tentativa de homicídio, dirigir embriagado e por participar de racha.

Ele dirigia um Ford KA, ocupado por sete pessoas, incluindo ele, onde estava Roberta da Costa Coelho, que morreu após o carro bater contra um poste de energia.

O outro motorista envolvido na disputa automobilística, Olliver, dirigia um Gol e irá responder por participar de racha, omissão de socorro às vítimas e dirigir sem carteira nacional de habilitação (CNH).

O juiz considerou que a materialidade e autoria do crime ficaram comprovadas por meio de laudos periciais e depoimentos de testemunhas durante a fase de instrução do processo.

A sentença de pronúncia saiu em 2023, quando o juiz definiu que os acusados iriam a júri popular. Desde então, houve a interposição de diversos recursos, todos negados.

Olliver aguarda o julgamento em liberdade, enquanto William cumpre prisão domiciliar. O juiz determinou que ele seja escoltado no dia do julgamento.

 

Racha

O acidente ocorreu na madrugada do dia 16 de abril, em trecho da avenida Júlio de Castilho, região do Jardim Panamá.

William Goes Abbade era motorista do Ford Ka que bateu em um poste de energia elétrica.

O carro dele era ocupado por sete pessoas, incluindo ele. Uma das passageiras, Roberta da Costa Coelho, 25, morreu na batida.

Segundo a denúncia, Roberta estava com o namorado em uma tabacaria e, quando decidiram se retirar do local, encontraram um amigo e William bebendo do lado de fora.

Eles passaram a conversar e o motorista ofereceu carona até a casa da jovem, que aceitou. Os quatro entraram no Ford Ka, onde já havia outras três pessoas.

Mesmo tendo bebido, William assumiu a direção e, durante o trajeto, um veículo Gol emparelhou com o Ka e começou a acelerar, iniciando uma disputa de corrida em alta velocidade na avenida.

Além da alta velocidade, os motoristas também furaram sinal vermelhos e o Ford Ka acabou por colidir em um poste de energia elétrica.

Roberta morreu na hora e os demais ocupantes do carro foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para hospitais da cidade.

O carro estaria trafegando a uma velocidade superior a 100 km por hora na via que permite 50 km por hora.

A polícia identificou a placa do carro que concorria com o Ford e o motorista foi identificado e preso dias depois.

Por serem crimes graves, o motorista do Ford Ka teve a prisão decretada, sendo a mesma substituída por prisão domiciliar posteriormente.

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