Cidades

Entrevista

"Queremos voltar à prática
médica, colocar a mão e perceber
o paciente em sua totalidade"

Luiz Darcy Gonçalves Siqueira é médico e vice-presidente regional da Associação Médica Homeopática Brasileira

Cristina Medeiros

04/09/2016 - 04h00
Continue lendo...

Até o dia 6 de setembro, Campo Grande sedia o 33º Congresso Brasileiro de Homeopatia,  com a participação de profissionais nacionais e internacionais que tratarão desde a homeopatia até na ginecologia no SUS e nas urgências/emergências. Nesta entrevista, o vice-presidente regional da Associação Médica Homeopática Brasileira fala sobre o evento e esclarece alguns temas ligados a essa especialidade médica, baseada na lei dos semelhantes.

CORREIO PERGUNTA 
Em primeiro lugar, gostaria que o senhor definisse para o leitor o que é a homeopatia.
LUIZ DARCY –
Homeopatia é uma especialidade médica, como qualquer outra, uma terapêutica baseada na lei dos semelhantes. Ou seja, “hómoios”, vem do grego e significa semelhante, e  “páthos”, que significa sofrimento. A homeopatia busca identificar o sofrimento do paciente, aquilo que é mais característico no sofrimento dele, com uma substância que foi previamente experimentada num homem são ou captada pelos sintomas por meio da intoxicação acidental ou não.  Isso é criado no que a gente chama de uma matéria médica homeopática. Essa matéria médica contém cada substância com os sintomas que ela produziu nessa experimentação. E quando encontramos um casamento desses sintomas com o sofrimento do paciente, este é o remédio. E como isso funciona? O remédio, por ele não ter nenhum princípio ativo químico que atua a nível celular ou molecular, como os remédios químicos convencionais, é um estímulo, é uma informação, na realidade, para colocar em funcionamento um sistema natural de autocura que nós já temos. Então, o criador da homeopatia, Samuel Hanhemann, lá no século 16, queria alguma coisa que tivesse na natureza e que produzisse essa informação. Ou seja, que se devolvesse ao paciente o estado de saúde original e que está obstaculizado pelas doenças. É isso o que o estímulo faz, faz com que o paciente dê conta de suas doenças. 

O senhor preside o 33º Congresso Brasileiro de Homeopatia, que ocorre em Campo Grande até o dia 6 de setembro. Em linhas gerais, o que será discutido entre os médicos nesse evento?
A programação foi elaborada pela comissão organizadora do congresso e esse grupo estudou  e pensou em resgatar, dentro da própria homeopatia, o que a gente chamou de tema principal do congresso, a prática médica, ou seja, colocar a mão no paciente, voltar às origens do exame no paciente, examinar e perceber o paciente na sua totalidade. Hoje, estamos muito em função dos resultados, diagnósticos, exames, exames de imagem e tal e colocamos pouco a mão no paciente, examinamos pouco ele. Dentro da homeopatia, queremos resgatar isso também para os mais novos colegas, no sentido de dar importância para a entrevista, a anamnese, para conhecer o paciente. Todas as palestras, mesas-redondas e conferências foram pensadas em cima dests tema central. Também trabalharemos a questão do ensino da homeopatia, as escolas de formação, a homeopatia da saúde pública, como está a contribuição da homeopatia, hoje, dentro do Sistema Único de Saúde, a questão da homeopatia nas especialidades – grande parte dos homeopatas são pediatras ou clínicos, mas também tem otorrinos, oftalmos, ginecologistas. E junto desse nosso congresso, teremos o 1º Congresso de Atualização de Veterinária Homeopática e a Odontologia fará também o seu 13º Congresso Brasileiro de Odontologia Homeopática. 

Qual a diferença entre a alopatia e a homeopatia?
Basicamente é o enfoque. Na alopatia, a gente está mais preocupado com a doença. Trabalham-se os exames no paciente a fim de fazer um diagnóstico, dar um rótulo para alguma doença. E quando a gente faz o diagnóstico, já existe um protocolo de tratamento para aquela doença. Na homeopatia, também fazemos isso, é importante saber o diagnóstico do que se está tratando. Mas aí vamos para um outro caminho, que é entender porque a pessoa está com aquela doença, o que levou aquilo a acontecer, porque nada no organismo ocorre do nada, por acaso. 

Assim como ocorre na alopatia, houve, nos últimos anos, alguma descoberta significativa na homeopatia que tenha de certa forma revolucionado algum tratamento?
Não, porque os medicamentos – e isso é algo muito interessante – são os mesmos de 220 anos atrás. Existem experimentações de novos medicamentos, mas para tratar sempre as mesmas coisas. Não há medicamento novo para uma doença nova, isso não. O que tem acontecido hoje a gente chama de contribuição dos homeopatas contemporâneos, é que, utilizando a homeopatia clássica do Samuel Hanhemann e dos autores antigos, há novas abordagens de acessar o paciente, de filtrar, de a gente conseguir, por meio de alguns métodos, encontrar o medicamento do paciente de uma forma mais fácil.

Antigamente, pais e mães ministravam remédios caseiros para os filhos. Chá de sabugueiro, alho, por exemplo, eram sempre opções para a gripe. Hoje é mais comum dar remédios. Por que acha que esses costumes foram perdidos?
Primeiro, pelo próprio desenvolvimento da medicina e dos medicamentos. Antigamente, as pessoas não tinham muito acesso aos remédios mesmo porque a indústria não era o que é hoje. E a indústria é uma empresa e quer vender seu produto, faz marketing, e ele está tão forte na mídia que as pessoas acabam acreditando que aquela é a fórmula correta de fazer as coisas. E o que foi acontecendo com as pessoas? O imediatismo que vem vindo com a nossa transformação cultural. As pessoas querem ficar doentes de manhã e ficarem boas à tarde.

Qual prejuízo em longo prazo de ministrar muitos remédios químicos desde cedo?
Toda droga química, além do seu efeito terapêutico desejado, no seu bojo, tem resultados adversos e colaterais, que vão depender da sensibilidade de cada paciente. E, em longo prazo, vai acontecer o que chamamos de doença medicamentosa crônica. Ou seja, os pacientes que tomam remédio por um período muito prolongado não podem retirar esses medicamentos com o risco de ter o efeito rebote muito grave. Ou seja, se a pessoa toma um remédio, por exemplo, um hipertensivo, anticonvulsivo e outros remédios de uso muito crônico, como antidepressivos, se ela interromper subitamente, pode ter agravamento muito sério de sua doença. Por isso, temos que tomar o maior cuidado com pacientes que fazem tratamento crônico, de a gente nunca retirar bruscamente o medicamento. Os colegas especialistas sabem disso.

E o contrário, quais riscos de ministrar ervas e produtos caseiros sem orientação?
Quando falamos de ervas e produtos caseiros, estamos falando de fitoterapia e isso não é homeopatia. A fitoterapia é igual à alopatia, só que de efeito mais brando, porém não é menos tóxica. A vantagem do fitoterápico é que o princípio ativo está junto do que a gente chama de substâncias coadjuvantes, que já tratam os efeitos colaterais. Quando a gente purifica uma substância para ter um remédio químico, ele é puro, ele não tem essas substâncias que ajudariam nos efeitos adversos. Por isso, quanto mais potente uma droga mais efeitos adversos ela tem. E por isso as plantas, a fitoterapia, têm menos efeitos adversos, mas não deixam de tê-los. Quem faz fitoterapia tem que ter conhecimento, porque não é toda planta que pode ferver, que pode fazer infusão, etc.

Algumas pessoas associam a homeopatia ao efeito placebo. Por quê?
Para conseguirmos extrair do paciente os sintomas mais característicos dele, que combinem com uma substância, muitos acham que a consulta é como a de um psicólogo, como a de um terapeuta. Em nossa consulta, se valorizam muito os sintomas mentais, além dos gerais e dos físicos. E muitas pessoas, de fato, melhoram apenas com a consulta, isso acontece.  Mas isso é por um período curto e sabemos quando é o efeito da consulta e quando é o efeito do remédio. Porque esse efeito “rapport” da consulta dura no máximo 15 dias. Porque as pessoas, no dia a dia, na maioria dos casos, não contam com profissionais que as ouvem. Há muitos clínicos alopatas que escutam seus pacientes, que têm toda esta atenção e um tempo maior com o paciente, mas na maioria das vezes as pessoas não têm tempo de falar de si. Falam do que estão sentindo e já recebem um tratamento. Então, quando a pessoa tem tempo de falar de si, contar seu sofrimento, isso só já mobiliza um monte de coisas da pessoa que já traz um certo alívio. Não vai curá-la da doença, mas dá um certo alívio. E se não continuar o tratamento, volta.  Porque como não se consegue identificar um princípio ativo, uma coisa material, uma cor, acham que se está dando água para o paciente. E este efeito placebo cai por terra quando se trata animais, quando se trata crianças pequenininhas e pacientes em coma. Não tem efeito placebo. E outra coisa interessante, também nos estudos que a gente acompanha da medicina convencional, 30% dos medicamentos alopáticos são placebo, têm efeito placebo. 

Podemos afirmar que o tratamento homeopático é eficaz, promove o reequilíbrio do organismo, não oferece efeitos colaterais como os das drogas químicas e tem custo muito menor. Mesmo assim sua expansão não ocorre. Por que?
Principalmente porque a medicina hegemônica é alopática. Para a homeopatia entrar na academia, dentro da universidade, não é uma coisa fácil, porque são paradigmas diferentes. Para se fazer uma pesquisa na área da homeopatia é muito difícil conseguir esta pesquisa financiada particularmente, você precisa da academia. A grande parte das pesquisas da alopatia são financiadas pela indústria farmacêutica e nós não temos esta indústria para financiar esta pesquisa da homeopatia, precisaríamos entrar dentro da academia.  E dentro da própria academia existem muitas resistências. Mas já existe homeopatia em várias universidades. 

Em qual estágio se encontra o serviço homeopático no serviço publico brasileiro?
Existe uma política nacional chamada PNPIC, ou seja, Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde, já de bastante tempo, onde estão contempladas estas práticas da homeopatia, da acupuntura, a fitoterapia, o termalismo.  Já era para ter sido implementada há muito tempo “full time” mas existe uma portaria que ia regulamentar esta política. Mas esta portaria não conseguiu ser alavancada porque a própria Associação Médica Brasileira barrou por conta de que na especialidade de acupuntura muitas outras profissões queriam fazer acupuntura e deixaria de ser um ato médico. Está meio travado tudo isso.  Mas existe a politica em todas as prefeituras. O SUS é descentralizado e o gestor é quem decide como vai fazer ou não.  Aqui em Campo Grande, por exemplo, funciona a especialidade de homeopatia no CEM - Centro de Especialidades Médicas do SUS, onde estão os especialistas. Existe a atenção básica, que é a atenção primária nas Unidades Básicas de Saúde, postos de saúde e existe a atenção secundária, que é neste centro de especialidades com vários especialistas, inclusive a homeopatia. Temos homeopatas atendendo de manhã, à tarde e à noite. São cerca de 8 homeopatas e olhe o paradoxo: existe uma agenda ociosa, mesmo com tanta demanda, porque os pacientes, por conta do sistema de regulação do SUS, são encaminhados da Unidade Básica de Saúde para o CEM, para o especialista e muitos colegas não encaminham o paciente para a homeopatia, o paciente tem que ir lá pedir, dizer que quer uma consulta homeopática. Existe uma certa resistência em torno disso por desinformação mesmo. Acho que precisa ter mais palestras informativas para os colegas entenderem como funciona a homeopatia. Os próprios colegas criam este muro para os pacientes chegarem  até o CEM. 

Quais são as barreiras a serem vencidas pela homeopatia hoje?
Na realidade, a homeopatia, à medida em que os pacientes vão tomando conhecimento desta questão, do porquê estão adoecendo e buscar uma nova explicação para isso, não achar que estão doentes por acaso, porque mudou o tempo, porque é uma doença que acontece, estão se apropriando de si e buscando novas formas de se cuidar. A questão toda é até na própria formação dos novos homeopatas. Hoje é uma grande preocupação nossa e um debate que levamos a este congresso. A homeopatia é a segunda  das 52 especialidades médicas que existem na Associação Médica Brasileira, nós somos a segunda mais antiga de idade. A média dos homeopatas está em 55 anos, temos poucos jovens na homeopatia. E por que isso? Não é uma questão apenas da homeopatia, porque a grande maioria dos jovens que entra na faculdade de medicina não tem mais aquela vocação, busca algo que dê retorno financeiro.

direito à vida DELAS

Com 38 feminicídios em MS, Capital se junta ao 'Levante Mulheres Vivas'

Mobilização está marcada para às 09h (pelo horário de Mato Grosso do Sul), na esquina da rua 14 de julho com a Avenida Afonso Pena

06/12/2025 14h00

Ato executado em todas as regiões do Brasil amanhã (07), MS programa duas concentrações pelo direito à vida das mulheres e pela responsabilização das plataformas digitais

Ato executado em todas as regiões do Brasil amanhã (07), MS programa duas concentrações pelo direito à vida das mulheres e pela responsabilização das plataformas digitais Marcelo Victor/Correio do Estado/Arquivo

Continue Lendo...

Enquanto o Estado já acumula 38 vítimas de feminicídio neste 2025, longe ainda cerca de 25 dias para o fim do ano, neste domingo (07) acontece em todo o País o "Levante Mulheres Vivas", com Campo Grande aderindo à manifestação através de uma mobilização marcada para às 09h (pelo horário de Mato Grosso do Sul), na esquina da rua 14 de julho com a Avenida Afonso Pena. 

Ato executado em todas as regiões do Brasil amanhã (07), Mato Grosso do Sul programa duas concentrações pelo direito à vida das mulheres e pela responsabilização das plataformas digitais, com Paranaíba, distante 408 quilômetros de Campo Grande, também indo às ruas com encontro marcado para 08h na Feira da Praça da República no município.

É importante ressaltar que esse ato é aberto, sendo necessária adesão não apenas dos movimentos e entidades que atuam em prol da defesa das mulheres, mas também de toda a sociedade civil em geral, já que a reivindicação principal é que os feminicídios e violências contra os corpos delas cheguem ao fim. 

Movimento nacional com participação feminina de diversas cidades espalhadas pelo Brasil afora, a articulação do Levante Mulheres Vivas é descrita como "coletiva, horizontal e suprapartidária", ou seja, está acima da bandeira de qualquer partido e precisa do apoio da população em geral.

Do Núcleo Campo Grande, cabe ressaltar, fazem parte coletivos feministas campo-grandenses e também de Aquidauana: 

  • Sempre Vivas,
  • Marcha Mundial de Mulheres,
  • Mulheres da Frente Brasil MS,
  • Levante Feminista MS
  • Aqui Mulher, 
  • Coletivo Elas Podem, 
  • Movimento de Mulheres Olga Benário,
  • Ong Valquírias, 
  • Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (Cdca Oab)

Levante Mulheres Vivas

No Brasil ouve-se uma notícia de um novo caso de feminicídio quase que diariamente, que aliados a outros casos de ameaças e agressões deixam clara a fragilidade dessa rede de proteção que já existe na "letra fria da lei". 

Porém, mesmo com os feminicídios tratando-se de um crime absurdo, as 38 mortes de mulheres registradas em 2025 no Mato Grosso do Sul, como outros casos espalhados pelo Brasil, mostram o "abismo" entre o que prevê a lei e as garantias que esses corpos possuem na prática. 

Além disso, o Levante coloca nessa esteira de reivindicações as devidas responsabilizações para as plataformas digitais, já que à medida que as redes crescem aumentam também os casos de misoginia, ameaças e assédio, violências essas que se transformam e ganham uma nova cara através das telas. 

Desde o vazamento de imagens íntimas, até humilhações públicas, "deepfakes" e campanhas de difamação que desembocam, muitas das vezes, em agressões físicas e feminicídios, cita a organização do movimento em nota. 

Ainda conforme o movimento, a "Pauta Nacional - Levante Mulheres Vivas" consiste em um documento coletivo que tem como um dos pontos centrais Eixo VII, que trata da Regulação das Plataformas Digitais, Discursos de Ódio e Violência Online, reivindicando para as redes: 

  1. Legislação específica própria, para responsabilizar plataformas digitais por conteúdos de ódio, misoginia e incitação à violência contra mulheres. 
     
  2. Remoção rápida (em até 24 horas) de conteúdos violentos, misóginos, persecutórios, de 'deepfake' e de vazamento de imagens íntimas.
     
  3. Transparência algorítmica, com auditoria independente sobre como as plataformas amplificam conteúdos de ódio, violência e assédio.
     
  4. Moderação humana especializada, com equipes treinadas em gênero, direitos humanos e enfrentamento à misoginia digital.
     
  5. Canais públicos integrados de denúncia, articulando Ministério Público, Defensoria, Delegacias da Mulher e plataformas digitais.
     
  6. Proteção especial para mulheres em maior exposição, como vítimas de violência política,  comunicadoras, jornalistas, artistas, defensoras de direitos humanos e lideranças comunitárias.
     
  7. Campanhas permanentes de educação digital sobre prevenção à misoginia, combate à desinformação e uso responsável das redes.

Além de deixar claro que, sem a devida responsabilização das plataformas digitais, a violência contra mulheres seguirá se multiplicando de forma impune, a pauta nacional do Levante Mulheres Vivas também destaca a urgência de fortalecer toda a rede de proteção às mulheres, relacionando medidas como: 

  1. Delegacias da Mulher 24 horas, com atendimento especializado e instalação das Casas da Mulher Brasileira em capitais e municípios com mais de 100 mil habitantes.
     
  2. Ampliação de casas-abrigo, acolhimento imediato para mulheres e filhos em risco, centros de referência com equipe completa e atendimento jurídico gratuito e contínuo.
     
  3. Resposta rápida no sistema de justiça, com instauração célere de inquéritos, emissão imediata de medidas protetivas, prioridade processual e investigação de omissões institucionais.
     
  4. Autonomia econômica emergencial para mulheres que precisam deixar suas casas para fugir da violência, com benefícios temporários, inclusão prioritária em programas sociais e apoio para reinserção no trabalho.
     
  5. Proteção integral de filhas e filhos de mulheres em situação de violência, com prioridade em vagas de creche e escola, atendimento psicológico e afastamento seguro do agressor. 
     
  6. Paridade feminina obrigatória em cargos de decisão no poder público, Judiciário, Ministério Público, Defensoria e Delegacias da Mulher.
     
  7. Cumprimento integral da lei orçamentária, com execução plena e transparente dos recursos já previstos para políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres e penalidades para quem descumprir essas obrigações.

Para mais informações, basta seguir e ficar atento às publicações do perfil Levante Mulheres Vivas no Instagram (CLICANDO AQUI).

Cronologia feminicídios em MS 

primeiro feminicídio de 2025 aparece como sendo sendo a morte de Karina Corin, de 29 anos, nos primeiros dias de fevereiro, baleada na cabeça pelo ex-companheiro, Renan Dantas Valenzuela, de 31 anos. 

Já o segundo feminicídio deste ano em MS foi a morte de Vanessa Ricarte, esfaqueada aos 42 anos, por Caio Nascimento, criminoso com passagens por roubo, tentativa de suicídio, ameaça, além de outros casos de violência doméstica contra a mãe, irmã e outras namoradas.

No terceiro caso de 2025, a vítima foi Juliana Domingues, de 28 anos, assassinada com golpes de foice pelo marido, na noite do dia 18 de fevereiro, na comunidade indígena Nhu Porã, em Dourados, município localizado a 226 quilômetros de Campo Grande.

Quatro dias depois, no dia 22 de fevereiro, Mirieli dos Santos, de 26 anos, foi a quarta vítima do ano, morta a tiros pelo ex-namorado, Fausto Junior, no município de Água Clara - localizado a 193 km de Campo Grande.

No dia seguinte, Emiliana Mendes, de 65 anos, foi morta no município de Juti, localizado a 310 km de distância de Campo Grande. A vítima foi brutalmente atacada pelo suspeito, que, após esganá-la, arrastou seu corpo até uma residência e colocou em cima de um colchão, a fim de simular uma eventual morte natural. 

O sexto caso de feminicídio registrado em 2025 foi o de Giseli Cristina Oliskowiski, morta aos 40 anos, encontrada carbonizada em um poço no bairro Aero Rancho, em Campo Grande. O crime aconteceu no dia 1º de março;

O sétimo aconteceu em Nioaque e trata-se do feminicídio de Alessandra da Silva Arruda, em 29 de março, morta aos 30 anos por Venilson Albuquerque Marques, preso em flagrante horas depois convertida posteriormente para preventiva.

Já o oitavo feminicídio foi o de Ivone Barbosa da Costa Nantes, morta a golpes de faca na região da nuca pelas mãos do então namorado no assentamento da zona rural de Sidrolândia batizado de Nazareth, em 17 de abril. 

nono caso foi registrado com o achado do corpo de Thácia Paula Ramos de Souza, de 39 anos, encontrado na tarde do dia 14 de maio, no Rio Aporé, em Cassilândia-MS, segundo divulgado pela Polícia Civil. De acordo com as informações, o crime aconteceu no dia 11 de maio. 

Já o décimo caso, foi o de Simone da Silva, de 35 anos, na noite do dia 14 de maio, morta a tiros na frente dos próprios filhos por William Megaioli da Silva, de 22 anos, que se entregou à polícia ainda com a arma em mãos. 

No 11º feminicídio de Mato Grosso do Sul, a vítima foi Olizandra Vera Cano, de 26 anos, que foi assassinada com golpes de faca no pescoço pelo marido de 32 anos, no dia 23 de maio. O autor acabou preso em flagrante, na cidade de Coronel Sapucaia, a 395 quilômetros de Campo Grande.

O 12º caso aconteceu no dia 25 de maio, no Hospital Regional de Nova Andradina, e vitimou Graciane de Sousa Silva, que foi vítima de diversas agressões durante quatro dias seguidos, na cidade de Angélica, distante aproximadamente 275 quilômetros de Campo Grande.

Seguindo a sequência, Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e a filha Sophie Eugênia Borges, de apenas 10 meses, foram as 13ª e 14ª  vítimas de femicídio, em Mato Grosso do Sul. As duas foram mortas e queimadas no dia 26 de maio, no bairro São Conrado, em Campo Grande. O autor do crime, João Augusto Borges, de 21 anos, que era marido de Vanessa e pai de Sophie confessou o duplo homicídio, e afirmou que o cometeu pois Vanessa queria se separar e ele não queria pagar pensão para a filha.

Já a 15ª morte por feminicídio em Mato Grosso do Sul neste ano, foi a de Eliane Guanes, de 59 anos, que foi queimada viva pelo capataz Lourenço Xavier, de 54 anos. De acordo com as informações, ele jogou gasolina no corpo de Eliane e ateou fogo na mulher, em fazenda na região da Nhecolândia, no Pantanal de Corumbá, onde os dois trabalhavam. O crime aconteceu na noite do dia 6 de junho.

Doralice da Silva, de 42 anos, foi a 16ª vítima de 2025, morta a facadas no dia 20 de junho, após uma discussão com o companheiro Edemar Santos Souza, de 31 anos, principal suspeito. O crime ocorreu na Rua dos Pereiras, na Vila Juquita, em Maracaju, a cerca de 159 quilômetros de Campo Grande.

A 17ª vítima foi  Rose Antônia de Paula, foi encontrada morta e praticamente decapitada, em uma casa em Costa Rica no dia 28 de junho. Rose era moradora de Bonito e pretendia retornar para a cidade no dia do crime. Entretanto, vizinhas estranharam o fato de ela não ter aparecido para tomar café em uma lanchonete que costumava frequentar. Pouco tempo depois, ela foi encontrada morta.

No dia 4 de julho, a 18ª vítima foi Michely Rios Midon Orue, de 48 anos, morta a facadas pelo próprio filho, de 21 anos, que era esquizofrênico. O crime aconteceu no município de Glória de Dourados, distante aproximadamente 260 quilômetros de Campo Grande. A vítima foi morta com pelo menos cinco facadas, sendo o golpe fatal desferido na região da jugular.

O 19° caso aconteceu no dia 25 de julho, com a morte de Juliete Vieira, de 35 anos, que foi esfaqueada pelo irmão, Edivaldo Vieira, de 41 anos. O crime aconteceu na cidade de Naviraí, distante aproximadamente 359 quilômetros de Campo Grande. 

Na sequência da estatística dos feminicídios registrados desde o início, a 20.ª vítima foi a professora Cinira de Brito, morta por Anderson Aparecido de Olanda, de 41 anos, que esfaqueou a companheira com dois golpes na perna, três no abdômen e depois tirou a própria vida. 

Já a 21ª vítima de feminicídio em 2025 foi Salvadora Pereira, de 22 anos, assassinada com tiro no rosto pelo então companheiro, José Cliverson Soares, 32 anos, na frente de cerca de cinco crianças com idades entre dois e oito anos. 

Depois, o 22° caso de feminicídio foi a morte de Dahiana Ferreira Bobadilla, morta aos 24 anos por Dilson Ramón Fretes Galeano, de 41 anos, que fugiu após enterrar o corpo em cova rasa às margens do Rio Apa, em Bela Vista. 

Já a 23ª vítima de feminicídio em 2025 no Mato Grosso do Sul foi Letícia Araújo, de 25 anos, atropelada de propósito pelo marido, Vitor Ananias, 25, como registrado pelas câmeras de segurança da região. 

Após ser mantida em cárcere privado pelo então marido, Érica Regina Mota, de 46 anos, foi a 24ª vítima de feminicídio em 2025 no Mato Grosso do Sul, morta a facadas por Vagner Aurélio, de 59 anos, preso em flagrante poucas horas depois. 

O 25° feminicídio registrado foi o de Dayane Garcia, de 27 anos, que morreu na Santa Casa de Campo Grande depois de passar 77 dias internada, após ser ferida a tiros pelo ex-marido Eberson da Silva, de 31 anos, ainda em 18 de junho. 

O 26° caso foi o de Iracema Rosa da Silva, morta aos 75 anos em Dois Irmão do Buriti, por defender a filha do genro que cometia violência doméstica.

Caso confirmado, o 27° feminicídio será o de Gisele da Silva Saochine, morta aos 40 anos pelo marido no quintal de casa. Em seguida, ele a arrastou para o quarto e a incendiou. Depois, foi para o carro que estava na garagem, e colocou fogo em si mesmo, morrendo carbonizado.

28° foi o de Ana Taniely Gonzaga de Lima, de 25 anos, morta em Bela Vista, pelo ex que não aceitava o fim do namoro. Inconformado com o fim da relação, ele passou a insistir em uma reconciliação, até que encontrou a vítima e a agrediu com golpes de faca e também com um pedaço de madeira, causando ferimentos graves que resultaram em sua morte.

A 29ª vítima foi  Erivelte Barbosa Lima de Souza, de 48 anos, que foi esfaqueada pelo marido Adenilton José da Silva Santos, de 30 anos, em Paranaíba. Adenilton José da Silva Santos foi preso em flagrante e levado à delegacia do município. Durante o interrogatório, ele confessou o crime e contou que não conseguia lembrar o que o levou à prática, já que estava embriagado.

A 30ª vítima foi Andreia Ferreira, de 40 anos, assassinada a tiros pelo marido Carlos Alberto da Silva. Irritado após discussão do casal, Carlos usou a arma que tinha em casa para disparar contra a mulher. O homem ficou foragido, mas foi preso uma semana após o ocorrido no dia 12 de outubro.

Solene Aparecida Ferreira Corrêa, de 46 anos, foi a 31ª vítima de feminicídio. Ela foi encontrada morta no chão de sua casa, com marcas de violência e sinais de enforcamento. O caso aconteceu em Três Lagoas e a suspeita pela morte era sua companheira, identificada como Laura Rosa Gonçalves, que foi presa em flagrante.

Luana Cristina Ferreira Alves, de 32 anos, foi a 32ª vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul. Ela foi morta a facadas no Jardim Colúmbia, em Campo Grande, na noite do dia 28 de outubro.

O 33° caso foi de Aline Silva no dia 04 de novembro, morta a facadas na frente da mãe e da filha, após se recusar a ter um relacionamento amoroso com o homem.

Já o 34° caso foi o da mulher de 43 anos, morta a facadas em Aparecida do Taboado, identificada depois como Mara Aparecida do Nascimento Gonçalves

Por fim, As vítimas do 35° e 36° feminicídios de 2025 tratam-se de um caso da mesma família, em que Rosimeire Vieira de Oliveira, de 37 anos e sua mãe, Irailde Vieira Flores de Oliveira, de 83 anos, foram mortas à facadas durante a madrugada, pelo ex-namorado de Rosimeire. 

Morta enforcada pelo companheiro na noite de segunda-feira (17 de novembro), Gabrielle Oliveira dos Santos, de 25 anos, é a 37ª vítima de feminicídio do ano, crime que ocorreu na chácara onde o casal morava, em Sonora, município localizado no extremo norte de Mato Grosso do Sul.

Faltando quase um mês para o Natal, em 24 de novembro Mato Grosso do Sul chegou ao 38° registro de feminicídio de 2025, último caso até então, quando a ex-guarda municipal Alliene Nunes Barbosa, de 50 anos, foi morta em Dourados esfaqueada pelo ex-marido, Cristian Alexandre Cebeza Henrique.

 

Assine o Correio do Estado

Memorando de Entendimento

MS será palco de 'teste agropecuário' com a Google

Agronegócio sul-mato-grossense tende a ser beneficiado com este acordo, sendo palco de testes para modelos que visem elevar os níveis de produtividade, além de apoiar decisões do produtor 

06/12/2025 13h30

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática. 

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática.  Reprodução//Secom-GovMS/Saul Schramm

Continue Lendo...

Através de um acordo de cooperação técnica assinado recentemente, Mato Grosso do Sul está prestes a se tornar palco de um "teste agropecuário" com o Google. 

O Memorando de Entendimento (MoU) assinado com a Google Brasil, conforme o Governo de MS em nota, prevê "cooperação em tecnologia, inteligência artificial e infraestrutura em nuvem, envolvendo áreas essenciais da administração pública". 

Distante aproximadamente uns 980 quilômetros da Capital, o governador de Mato Grosso do Sul viajou com sua equipe de secretários de Estado - Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica) e Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) -  até o "coração" da popular Faria Lima, para reunião com executivos da empresa na sede da Google. 

Durante assinatura, Riedel relembrou o foco do Executivo sul-mato-grossense na transformação digital, que ele diz ser fundamental para a "efetividade da gestão estratégica sair do papel e ser executada", alcançando finalmente a população. 

Entre todos os focos a serem abordados, o agronegócio sul-mato-grossense tende a ser beneficiado com este acordo, sendo palco de testes para modelos que visem elevar os níveis de produtividade, além de apoiar as decisões do produtor. 

A inteligência artificial no campo, segundo o Governo do Estado, pode otimizar toda a cadeia produtiva, aprimorando por exemplo, entre outros pontos, até mesmo a previsão climática. 

Em complemento Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, apontou os índices de crescimento econômico e social sul-mato-grossense, que só tendem a melhorar com as ações de modernização e otimização de políticas públicas que passarão a contar com maior amparo tecnológico. 

"Mato Grosso do Sul já é uma potência no agronegócio e a tecnologia pode ser uma aliada para o crescimento do Estado. Queremos apoiar o Governo do Estado a levar o impacto positivo da tecnologia para a população", disse o executivo em nota. 

Demais áreas

Além do campo, as tecnologias do Google também devem ser aplicadas nas mais diversas áreas, possibilitando um melhor desempenho para alunos e até aumentando a eficiência administrativa das unidades escolares da Rede Estadual de Ensino (REE). 

As chamadas soluções de nuvem (para armazenamento de dados e sistemas online) e machine learning (aprendizado de máquina) permitiram um avanço na organização de dados, por parte da gestão pública, além de trazer mais transparência e economia dos recursos.

Toda essa nova base de dados permitirá, ainda, no futuro, que novas aplicações da Inteligência Artificial sejam integradas aos serviços essenciais à população, beneficiando áreas como saúde, segurança e finanças, como bem cita o Governo do Estado. 

Na visão do Executivo de MS, esse novo acordo é tido como um passo decisivo rumo a uma administração mais moderna, inteligente e conectada às necessidades da população. 
**(Com assessoria)

 

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).