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'Rambos' do Ibama ainda não foram a campo

'Rambos' do Ibama ainda não foram a campo

ESTADÃO CONTEÚDO

27/08/2019 - 13h35
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Em meio à alta do desmate e das queimadas na Amazônia, o Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) - tropa de elite do órgão para o combate ao crime organizado na área ambiental - não foi a campo este ano. Isso se soma à queda geral nas autuações do Ibama na Amazônia. Até 23 de agosto, foram 1.639 multas por crimes contra a flora na região - recuo de 42% ante o mesmo período de 2018 e menor taxa desde 2010.

Sobre a falta de atuação do grupo de elite do Ibama, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse no programa Roda Viva, da TV Cultura, que "não há orientação para flexibilizar o cumprimento da lei ou a fiscalização". Afirmou ainda que iria apurar o porquê de o governo não ter enviado os fiscais para ação na floresta. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o GEF - que hoje tem 13 agentes - foi acionado para ir a campo nos próximos dias. Procurado, o ministério não comentou a redução de multas até as 20 horas desta segunda-feira, 26. 

Em operações planejadas de modo sigiloso por meses, os fiscais do GEF, apelidados de "Rambos' do Ibama, atuam de modo cirúrgico, com o objetivo de cessar imediatamente o dano ambiental em curso. Após fazerem a investigação e terem todas as informações sobre um crime em curso, preparam a operação na área, que é muito rápida. Chegam de helicóptero, neutralizam acampamento, tiram armas de quem está trabalhando no local, avaliam os equipamentos e, na impossibilidade de carregá-los, têm autorização legal para destruí-los.

"Esse tipo de ação faz muita diferença nos casos em que há grande perigo envolvido. Se não for feita com equipe muito treinada para situações de conflito, não vai conseguir resolver e pode colocar os ficais em risco", diz Suely Araujo, ex-chefe do Ibama (de 2016 a início deste ano). Em janeiro, ela antecipou seu pedido de exoneração após Salles levantar suspeita sobre o valor de um contrato de locação de viaturas assinado por ela.

A possibilidade de destruição de equipamentos está prevista no Decreto 6.514, de 2008, que estabelece que produtos (como madeira) e instrumentos usados em infração podem ser destruídos ou inutilizados em duas situações: quando "a medida for necessária para evitar o seu uso e aproveitamento indevidos nas situações em que o transporte e a guarda forem inviáveis em face das circunstâncias" ou nos casos em que eles "possam expor o meio ambiente a riscos significativos ou comprometer a segurança da população e dos agentes públicos envolvidos na fiscalização"

Essa tática, porém, vinha sendo criticada pelo presidente Jair Bolsonaro desde 2018. Na campanha, ele prometeu que o Ibama não poderia mais destruir equipamentos e, em abril, desautorizou ação contra madeireiros em Rondônia. Em vídeo, disse que havia vetado a queima de caminhões e tratores usados para extração ilegal na Floresta Nacional do Jamari e disse que Salles teria aberto processo administrativo para apurar os responsáveis. Após poucos dias, Salles visitou madeireiros e foi aplaudido.

Ao Estado, fontes dizem que essa destruição às vezes é essencial para impedir que o crime continue. Além de serem áreas sensíveis, unidades de conservação (UCs) e terras indígenas (TIs) são escolhidas preferencialmente pelo GEF por serem protegidas da União. O fato de as atividades ocorrerem lá dentro já configura crime.

Abortada

O Estado também apurou que estavam previstas para o 1.º semestre ao menos cinco operações desse tipo em UCs e TIs. Uma delas foi antecipada no site do Ibama alguns dias antes de ocorrer - o que contraria o objetivo da ação. Conforme o jornal apurou, a ação era planejada pelo ministério e acabou abortada depois disso. "São informações sigilosas, de operações que contam com o efeito surpresa", disse um técnico do Ibama.

Frentes ilegais

Entre 2014 e o ano passado, o Grupo Especializado de Fiscalização do Ibama desativou mais de 200 frentes ilegais de exploração madeireira e mineral (ouro, diamante e cassiterita) em unidades de conservação (UCs) e terras indígenas (TIs) nos Estados que concentram as maiores taxas de desmate da Amazônia (Mato Grosso, Pará, Amazonas, Rondônia e Maranhão), conforme o Estado apurou com pelo menos quatro técnicos do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente, responsável pelo órgão. 

Criado no fim de 2013, o grupo começou a atuar no ano seguinte, trazendo novo padrão de inteligência e precisão às operações para combater grandes atividades ilegais - como invasão, grilagem, desmate, extração de madeira e garimpo -, principalmente dentro de UCs e TIs. A equipe recebeu treinamento de táticas e técnicas policiais especiais e foi uma dos principais responsáveis, nos últimos anos, por desmantelar esse tipo de atividade. As informações são do jornal O Estado de S Paulo.

TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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