Cidades

REGIMENTO

Reunião em Brasília selará pontos de lei que bane celulares de escolas

Regulamentação do governo do Estado sobre a legislação deve ser publicada até amanhã, após reunião do secretário de Educação com membros do governo federal

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A regulamentação da lei que proíbe o uso de celulares nas escolas de Mato Grosso do Sul e de todo o Brasil deverá ser publicada até amanhã. A medida será finalizada após reunião em Brasília (DF), com a presença do titular da Secretaria de Estado de Educação (SED), em que serão apontados os caminhos escolhidos pelo Conselho Nacional de Educação.

De acordo com o secretário de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul, Hélio Daher, a regulamentação que valerá para as escolas da Rede Estadual de Ensino (REE) já está pronta, porém, como foi marcada essa reunião para apresentar os pontos construídos pelo governo federal e o Conselho Nacional de Educação, a SED optou por atrasar a publicação de como será cumprida a legislação no Estado.

“Na semana passada, o ministro [da Educação] Camilo [Santana] chamou os secretários de Educação para conversar e falar como eles vão regulamentar, porque o Conselho Nacional de Educação vai fazer uma regulamentação para orientar os estados, então, a gente segurou a publicação por conta dessa reunião. Amanhã [hoje] estou indo à Brasília para entender como é que eles pensam, para não correr risco de a nossa resolução de alguma forma não bater com aquilo que eles vão regulamentar”, explicou Daher ao Correio do Estado.

Ainda conforme o secretário, por haver necessidade de uma regulamentação mais ampla, foi preferível atrasar em alguns dias a publicação desse documento, já que a previsão da SED era de que até o fim de janeiro o texto pudesse estar no ar.

A ideia era ter publicado na sexta-feira, uma vez que ontem teve início a formação dos professores da REE, momento em que eles deveriam ser orientados sobre cada ponto da nova lei e de como cumpri-la.

“A lei é bem genérica, bem simplória no texto, então, ela carece de muita regulamentação. Mas a nossa regulamentação está pronta e deve ser publicada até quarta-feira”, declarou o secretário.

No mês passado, Daher já havia antecipado ao Correio do Estado alguns pontos da regulamentação de Mato Grosso do Sul sobre a lei que proíbe que alunos utilizem celulares dentro das salas de aulas.

Um desses pontos, segundo o secretário, é o que define que os celulares devem ser guardados nas mochilas dos estudantes, que não poderão mexer no aparelho durante as aulas e nem durante o intervalo, podendo manuseá-los apenas fora da escola.

CONSELHO ESTADUAL

Além do governo do Estado, o Conselho Estadual de Educação também publicará um parecer informativo para orientar as escolas públicas e privadas sobre o modo de cumprir a legislação.

De acordo com a presidente do conselho, Celi Correa Neres, o texto deverá trazer algumas orientações para que as instituições municipais e particulares que não tiveram uma regulamentação própria possam ser guiados.

“Na quinta-feira, vamos discutir um parecer informativo para as escolas, mas o Estado e alguns municípios já estão preparando uma regulamentação própria. O que queremos orientar é que as escolas terão de fazer um trabalho de conscientização sobre o uso de telas pelo alunos, para usar essa proibição para fins pedagógicos”, avalia Celi.

LEGISLAÇÃO

Formulada em 2015, a lei é de autoria do deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS) e define como sala de aula todos os espaços escolares nos quais são desenvolvidas atividades pedagógicas sob a orientação de profissionais de educação.

Apesar da proibição, a lei traz exceções nos casos em que os alunos necessitam da tecnologia para o desenvolvimento, a inclusão e a evolução pedagógica.

“Será permitido o uso de aparelhos eletrônicos portáteis por estudantes da Educação Básica, dentro ou fora da sala de aula, quando se destine a garantir a acessibilidade, a inclusão e os direitos fundamentais, bem como para atender às condições de saúde dos estudantes”, diz trecho da lei.

Em contrapartida, caberá às instituições de ensino elaborarem estratégias para tratar o que o texto do projeto classificou como “sofrimento psíquico e da saúde mental dos estudantes” e oferecer treinamentos.

CAMPO GRANDE

Segundo a Prefeitura de Campo Grande, na Rede Municipal de Ensino (Reme) a Secretaria Municipal de Educação (Semed) aguarda a regulamentação feita pelo Conselho Nacional de Educação para orientar seus professores sobre o cumprimento da lei.

“A Semed aguarda a publicação da resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE), que fornecerá diretrizes para a implementação da medida em âmbito local. Após essa etapa, a regulamentação será conduzida pelos Conselhos Estadual (CEE) e Municipal de Educação (CME), assegurando que a transição ocorra de maneira estruturada e alinhada às necessidades das escolas e da comunidade escolar”, disse em nota.

SAIBA

Os alunos que não cumprirem a legislação poderão ter seus celulares apreendidos, sofrer advertências ou até ser suspensos.

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CUIDADO

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Agência emitiu alerta sobre compra e consumo desses medicamentos

21/12/2025 22h00

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas Divulgação

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Popularizadas por influenciadores e celebridades, as chamadas canetas emagrecedoras, como Mounjaro e Ozempic, vêm sendo cada vez mais buscadas por pessoas que desejam emagrecer de forma rápida, muitas vezes sem orientação médica e sem nenhum critério.

Diante da procura desenfreada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre a compra e consumo desses medicamentos. Segundo a Anvisa, a venda e o uso de canetas emagrecedoras falsas representam um sério risco à saúde e é considerado um crime hediondo no país.

A farmacêutica Natally Rosa esclarece que o uso de versões manipuladas ou de origem desconhecida é uma prática perigosa.

"Uma pessoa que ela se submete, que ela é exposta ao uso de um medicamento fora dessas regulamentações, os riscos dela, com certeza, estão exacerbados. Desde a ausência de uma resposta ideal, como as contaminantes."

A farmacêutica destaca o que observar na embalagem e no produto para conferir sua autenticidade:

"Temos alguns sinais. A própria embalagem já chama a atenção, já que as bulas são de fácil acesso na internet. Então, qual é a apresentação física dessa embalagem? De que forma que ela se apresenta? Como está o rótulo? O rótulo está no idioma do Brasil? Do nosso idioma aqui? Não deve estar em outras línguas, por exemplo. Existe lote e validade de fácil acesso? Você consegue identificar? A leitura, a descrição do medicamento, o princípio ativo, ela precisa estar bem legível. Todas as informações precisam estar bem claras."

Ela também chama a atenção para valores: preços muito abaixo do praticado no mercado são sinal de alerta grave. O medicamento só é vendido com apresentação e retenção da receita médica.

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BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

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