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estiagem extrema

Rio Paraguai repete o segundo menor nível da história

Medição feita diariamente pela Marinha mostra que nesta quarta-feira (9) o rio chegu a 60 centímetros abaixo de zero. Se recuar mais dois, será o mais baixo registrado em 124 anos

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Depois de ficar estacionado em 59 centímetros abaixo de zero durante quatro dias, o nível do Rio Paraguai na régua de Ladário repetiu nesta quarta-feira (9) seu segundo menor nível da história, chegando a 60 centímetros abaixo de zero. Porém, a tendência é de que continue recuando e chegue ao menor nível já registrado.

A medição, feita diariamente pela Marinha, começou em 1900, há 124 anos, e algo parecido havia ocorrido nos dias 16 e 17 de outubro de 2021, quando o rio também atingiu 60 centímetros abaixo de zero. Depois daqueles dias, em decorrência de chuvas no final de setembro e começo de outubro, começou a subir. 

Pior do que o nível desta quarta-feira ocorreu somente 1964, quando chegou a 61 centímetros abaixo de zero. Agora, porém, deve continuar recuando pelas próximas semanas e superar aquele recorde negativo. 

O nível está recuando em quase um centímetro por dia e a tendência é de que ainda nesta semana supere a marca histórica de 1964. Naquele período, o Pantanal enfrentou estiagem parecida com a que está ocorrendo nesta década, com anos seguidos de pouca chuva, segundo o pesquisador Carlos Padovani, da Embrapa Pantanal.

Dados publicados pela Marinha, que desde 1900 faz diariamente a medição em Ladário e em outros locais do Rio Paraguai

E, apesar da escassez de chuvas em setembro e na primeira semana de outubro, o pesquisador Carlos Padovani, que fez doutorado na USP sobre os ciclos de cheia no Pantanal, não se arrisca a fazer um prognóstico sobre o nível mínimo que o rio pode alcançar neste ano. 

De acordo com o pesquisador, que acompanha o comportamento do Rio Paraguai há quase três décadas, não é possível fazer uma projeção simplesmente porque nunca ocorreu seca parecida na bacia pantaneira. 

E, para fazer projeções minimamente embasadas, é necessário que se tenha parâmetros e dados estatísticos do passado, o que não existe. Porém, explica Padovani, nível só começa a subir semanas depois que ocorrem chuvas significativas, principalmente na região sul de Mato Grosso. E isso não ocorreu até agora. 

Desde outubro do ano passado as chuvas estão em torno de 40% abaixo da média em toda a bacia pantaneira. Por conta disso, o nível máximo do principal rio da bacia pantaneira chegou a apenas 1,47 neste ano, caracterizando-se em uma das menores cheias desde que começaram as medições.

Em 2023, para efeito de comparação, a altura máxima chegou a 4,24 metros na régua de Ladário, que serve como referência para medição das cheias e estiagens no Pantanal. 

Quando o nível passa dos 4 metros em Ladário o rio começa a sair do leito e a inundar parte da planície. A maior cheia que se tem registro ocorreu em abril de 1988, quando o rio chegou a 6,64 em Ladário. 

TRANSPORTE

O baixo nível do rio, além de evidenciar a crise climática pela qual o hemisfério está passando, traz prejuízos ao transporte pela hidrovia, principalmente de minérios extraídos em Corumbá e destinados à exportação. 

O transporte está praticamente todo suspenso desde julho e para que seja retomado, é necessário que o nível ultrapasse a marca de um metro em Ladário, o que é 1,6 metro acima daquilo que está nesta quarta-feira. Caso ocorram chuvas dentro da média, isso deve ocorrer somente em meados de janeiro do próximo ano, assim como ocorreu no final de 2021 e começo de 2022. 

Por conta da falta de água, o transporte de minérios e grãos caiu em quase 52%% neste ano, conforme dados da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq). 

Entre janeiro e julho do ano passado foram despachados 5,4 milhões de toneladas dos portos de Ladário, Corumbá e Porto Murtinho. Neste ano, foram apenas 2,6 milhões de toneladas. 

 

Cidades

Turistas são resgatados após ficarem perdidos na mata em Bonito

Quatro homens decidiram iniciar o ano descendo o rio Formoso a nado, mas acabaram se perdendo em meio à mata

02/01/2025 18h34

Arquivo Correio do Estado

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No dia 1º de janeiro, para comemorar o início do ano, quatro turistas decidiram descer o rio Formoso a nado no início da tarde. Contudo, acabaram se perdendo em meio à mata em Bonito.

Segundo informações da assessoria do Corpo de Bombeiros repassadas ao Correio do Estado, desde o acionamento, o resgate durou cerca de três horas.

Os turistas relataram que estavam nadando próximo às margens do rio, saindo de uma propriedade rural, quando a mata ficou fechada. Nesse ponto, entraram em contato com plantas conhecidas como arranha-gato e capim-navalha.

Ainda que a vegetação causasse desconforto, o grupo só decidiu parar ao avistar uma cachoeira e optou por não seguir em frente. Como não retornaram, e as horas foram passando, os familiares acionaram o Corpo de Bombeiros.

A equipe realizou o trajeto durante a noite e, após percorrer alguns quilômetros, começou a ouvir gritos de socorro das vítimas. Conforme os bombeiros, o grupo revezava os gritos em intervalos regulares para facilitar a localização.

Dessa forma, os bombeiros conseguiram localizar os quatro homens, que estavam bem. O resgate emocionou um deles, que chorou muito e, segundo relatos, sofreu uma crise nervosa.

Mesmo na escuridão e em uma região de mata fechada, a equipe conseguiu realizar o resgate com sucesso. Eles desceram o rio utilizando técnicas de segurança e cuidado, garantindo que todos saíssem da área até uma estrada vicinal. Os turistas foram encaminhados ao hospital local e liberados após receberem atendimento.

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Cidades

Corumbá inicia mutirão de limpeza mudando visual para o Carnaval

Além de preparar a cidade para receber turistas, preocupação é também com a incidência de casos de dengue, zika vírus e Chikungunya

02/01/2025 17h45

Mutirão de limpeza já se iniciou no primeiro dia útil em Corumbá

Mutirão de limpeza já se iniciou no primeiro dia útil em Corumbá Foto: Divulgação

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O primeiro dia de trabalho do prefeito corumbaense Gabriel Oliveira foi pelas ruas da cidade, tomada pelo lixo e mato reflexos do abandono da gestão anterior. A preocupação não é apenas com a incidência de casos de dengue, zika vírus e Chikungunya, mas em preparar a cidade para receber os milhares de turistas em março, quando ocorrerá o carnaval.

Logo pela manhã, Gabriel lançou as ações da campanha "Feliz Cidade, Cidade Limpa, Povo Feliz", na rua Pedro de Medeiros, bairro Popular Velha. Conversou com moradores e se reuniu com seu secretariado e técnicos, oportunidade em que pediu o empenho de todos. "Será uma campanha de longo prazo e vamos envolver as escolas e empresas", disse.

Novo visual

O foco central é a prevenção às doenças em um período de muita chuva, porém o aspecto de abandono da cidade preocupa o novo gestor. "É uma limpeza do ambiente que a gente vê na cidade, que, infelizmente, está tomada pela sujeira. Acredito que até o carnaval vamos fazer uma boa conscientização e conseguir transformar o visual da cidade", comentou.

Logo cedo, trabalhadores e máquinas "invadiram" o bairro Popular Velha com serviços de em roçada, pintura de meio-fio, coleta de lixo, varrição e controle de endemias nas ruas, terrenos baldios, prédios públicos e residências. A entrada da cidade, pelas BRs 262 e 359, também receberão atenção especial.

O deputado Paulo Duarte acompanhou o início do mutirão e afirmou que a cidade vive um novo momento. "De fato, Corumbá vai viver novos tempos. Tenho certeza que o doutor Gabriel será, junto com a Bia (vice-prefeita), o grande condutor dessa mudança. Estarei sempre aqui para apoiar toda e qualquer ação da prefeitura", destacou.

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