Cidades

INFRAESTRUTURA

Rota Bioceânica começa, mas UFN3 e BR-163 seguem como promessas do PAC

Exatamente 1 ano após anúncio, fábrica só terá definição em 2025 e contrato com a CCR para a rodovia aguarda aval do TCU

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Um ano depois de evento realizado em Campo Grande para anunciar as obras em Mato Grosso do Sul do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, revelou nesta sexta-feira o início das obras do complexo aduaneiro e do trecho de 13 km de rodovia para interligar a BR-267 à ponte sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho, projeto da Rota Bioceânica.

Por outro lado, dois investimentos importantes para o Estado seguem como promessa. É o caso da retomada e da conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3) e da repactuação da BR-163 em Mato Grosso do Sul com a concessionária CCR MSVia. Obras que também foram anunciadas durante o evento ocorrido em 21/9/2023, na Capital.

Nesta sexta-feira, em encontro na sede da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), em Campo Grande, a ministra do Planejamento e Orçamento afirmou que fez questão de vir a MS para fazer o anúncio das obras, orçadas em R$ 472 milhões.

“Eu fiz questão de vir hoje [sexta-feira] aqui na Fiems, porque é pé quente. Exatamente hoje começou a obra da alça dos 13 km. É importante lembrar que é uma alça, ela é suspensa tanto no início quanto no fim da ponte, então ela tem uma complexidade. A ordem de serviço a gente deu em dezembro [do ano passado], e a previsão era de que as obras começassem em março. Mas o importante é que hoje iniciou”, afirmou Simone durante a coletiva.

A previsão é de que os trabalhos se estendam por dois anos. Os R$ 472 milhões estão sendo bancados integralmente pelo governo federal, enquanto a obra da ponte, que deve custar pouco mais de R$ 500 milhões, está sendo custeada com recursos da hidrelétrica de Itaipu Binacional.

Essa etapa fazia parte do pacote de obras do Novo PAC previsto para Mato Grosso do Sul, conforme anúncio feito com a presença dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Marcio França (Micro e Pequenas Empresas), além de Simone. Ao todo, a promessa do Novo PAC é destinar R$ 44,7 bilhões em investimentos.

Simone Tebet anunciou o início das obras em Porto MurtinhoSimone Tebet anunciou o início das obras em Porto Murtinho

UFN3

No caso da novela que virou a conclusão da UFN3, reportagem do Correio do Estado no início deste mês mostrou que a situação de indefinição continuará até 2025. Isso porque somente o Plano Estratégico 2025-2029 da Petrobras deverá trazer as diretrizes para a retomada da fábrica.

A due diligence (processo de auditoria) realizada pela estatal para definir os investimentos, além do cronograma e dos detalhes sobre a retomada da construção da indústria em Três Lagoas, não tem previsão para ser entregue à Petrobras.

Conforme informado ao Correio do Estado, o investimento para o término da fábrica estaria orçado entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões). A construção da UFN3 foi paralisada em 2014, quando cerca de 80% das obras estavam finalizadas.

Inicialmente, o plano era de que as obras fossem finalizadas até 2026, antes do fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Contudo, considerando que o período de construção deverá levar entre 12 e 18 meses, o prazo já começa a ficar apertado.

BR-163

No caso da BR-163, o problema não passa necessariamente pelo governo federal, uma vez que a repactuação do contrato foi encaminhada pela União para o Tribunal de Contas da União (TCU) há quase um ano e segue na Corte de Contas, sem nenhuma definição.

A expectativa dos governos federal e estadual era de que a retomada das obras ocorressem em janeiro, mas meses depois a estimativa passou para abril e agosto. Agora, a nova previsão é de que o documento seja aprovado somente a partir de outubro, o que deve fazer com que os investimentos sejam feitos apenas a partir de 2025.

O novo contrato de concessão da BR-163 prevê um investimento de R$ 12 bilhões ao longo de 35 anos, que devem garantir que mais 190 km da rodovia sejam duplicados nos próximos anos.

O trecho entre Nova Alvorada do Sul e Bandeirantes, passando por Campo Grande, deve estar incluído nessa duplicação do novo contrato. 

Atualmente, a rodovia tem 150 km de duplicação, valor necessário para que a CCR MSVia começasse a cobrar o pedágio.
Além disso, a rodovia deve ganhar mais 170 km de terceira faixa nos trechos de aclive, o que vai facilitar as ultrapassagens e agilizar o fluxo de veículos.

SÓ 1% EM EXECUÇÃO

Dos R$ 44,7 bilhões previstos para Mato Grosso do Sul por meio do Novo PAC, atualmente só estão em andamento, pelo menos, sete obras ligadas ao programa do governo federal, segundo levantamento do governo do Estado em julho, a pedido do Correio do Estado

Os projetos totalizam o montante de R$ 313,8 milhões, valor que não chega nem a 1% do total que foi prometido ao Estado por meio do programa da União. As obras em andamento, de acordo com o levantamento repassado pelo governo estadual, são referentes às áreas de cultura, saúde e infraestrutura.

Estão em construção ou finalização as obras de quatro Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs) nos municípios de Campo Grande, Amambai, Naviraí e Dourados. Além disso, também estão andamento 
a construção de uma maternidade e de uma policlínica.

Saiba

No pacote do Novo PAC ligado à infraestrutura viária, MS ainda deverá receber a construção da BR-419, entre Rio Verde de Mato Grosso e Aquidauana; a adequação e a eliminação de pontos críticos da travessia urbana de Dourados, na BR-463; e a restauração da BR-267. Todas elas sob a responsabilidade da Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Mato Grosso do Sul.

(Colaborou Leo Ribeiro, Neri Kaspary e Súzan Benites)

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Colapso na saúde

Deputado protocola ação pedindo intervenção urgente do Estado na saúde de Campo Grande

O parlamentar classifica a situação do SUS da Capital como grave e à beira de um colapso

19/12/2025 18h15

Saúde de Campo Grande é alvo de ações e acumula discussões por estar

Saúde de Campo Grande é alvo de ações e acumula discussões por estar "à beira de um colapso" FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O deputado estadual Pedrossian Neto entrou com uma ação no Ministério Público de Mato Grosso do Sul pedindo que o Governo do Estado adote medidas e providências na saúde de Campo Grande. 

O parlamentar classifica o quadro como “grave, estrutural e persistente”, além de “risco concreto de desassistência à população”. 

No documento encaminhado ao procurador-geral de Justiça, Romão Ávila, o deputado afirma que a crise na saúde da Capital não apresenta mais episódio pontuais de descaso, mas, sim, falhas recorrentes de organização, financiamento e governança, afetando diretamente na segurança dos pacientes, capacidade de resposta da rede de urgência e emergência, além do funcionamento regular do Sistema Único de Saúde. 

Um dos pontos centrais do pedido é a situação da Santa Casa de Campo Grande, o maior em atendimento do SUS no Estado e referência em urgência, emergência e alta complexidade. 

O documento mostra alertas e registros públicos que apontam superlotação extrema, atendimento de pacientes em corredores e macas, ocupação acima da capacidade e risco iminente de um colapso assistencial, repercutindo em toda a rede estadual. 

Além disso, o hospital sofre com desabastecimento de insumos e medicamentos na área de urgência e atenção básica, segundo já foi alertado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-MS), além de falhas estruturais na rede de odontologia, como comunicado pelo Conselho Regional de Odontologia (CRO-MS), o que já levou à paralisação de atendimentos e prejuízo à assistência. 

Pedrossian ainda destacou a fragilidade da governança da saúde municipal, evidenciada pela reprovação do Relatório Anual de Gestão da Saúde de 2024 pelo Conselho Municipal de Saúde, aliado à ausência de secretário municipal de Saúde, deixando a pasta sob condução de um comitê gestor, que não condiz com o princípio de direção única do SUS. 

Para o deputado, a intervenção estadual não se trata de uma medida política, mas de “providência excepcional prevista na Constituição, necessária para assegurar a continuidade de um serviço público essencial, evitar um colapso sistêmico e proteger o direito à saúde da população”. 

PLANO DE AÇÃO

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul determinou na última quinta-feira (18) que o Estado de Mato Grosso do Sul e o Município de Campo Grande têm 90 dias para apresentarem um Plano de Ação que se mostre eficaz à plena retomada do atendimento integral no Hospital Santa Casa. 

A decisão foi dada após o MPMS entrar com uma Ação Civil com o objetivo de impedir o agravamento da crise assistencial enfrentada pela Santa Casa de Campo Grande. 

O hospital, maior do Estado que atende o Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta problemas constantes de superlotação extrema, falta de insumos, dívidas acumuladas com médicos e fornecedores, comprometendo a continuidade dos serviços prestados. 

Na ação, o MPMS descreve o cenário como um “colapso institucional”, com setores essenciais funcionando muito acima da capacidade, superlotação do pronto-socorro agravada por uma reforma iniciada sem planejamento financeiro e sem conclusão após mais de dois anos de obras. 

Segundo o órgão, a unidade funciona em condições precárias há anos, com pacientes aguardando atendimento em ambiente inadequado, como os corredores, além do desabastecimento de medicamentos e insumos, falta de materiais cirúrgicos, dívidas com médicos e prestadores e o risco real de paralisação de atendimentos de alta complexibilidade. 

Diante desse quadro, o Estado e o Município, com a participação da Santa Casa, têm 90 dias para apresentarem um plano emergencial concreto voltado para a regularização integral dos atendimentos, regularização dos estoques, reorganização do fluxo do Pronto-Socorro, além de garantir um cronograma físico-financeiro para a retomada plena dos serviços. 

Em caso de descumprimento, deve ser aplicada multa no valor de R$ 12 milhões mensais, valor correspondente ao déficit apontado pelo hospital. O valor deve ser pago de forma dividida igualmente entre o Estado e o Município, mediante o sequestro de R$ 6 milhões das contas de cada um. 

A decisão da 76ª Promotoria de Justiça enfatiza que a situação ultrapassou o limite da gestão interna do hospital e ameaça diretamente o direito fundamental à saúde. 

“A ação civil pública destaca que o que está em risco não é apenas a administração de um hospital, mas a vida de milhares de pacientes que dependem diariamente da Santa Casa. A crise instalada ultrapassa qualquer margem de tolerância administrativa, e o MPMS atua para impedir que a situação se transforme em tragédia assistencial, garantindo respostas imediatas e soluções estruturais para que o SUS continue a prestar atendimento em saúde com segurança e respeito ao cidadão”, ressaltou o Ministério Público. 
 

Cidades

Projeto de lei quer converter multas de trânsito em doação de sangue e medula

Infrator que optar pela doação não pagará multa, mas outras sanções podem ser mantidas, como pontos na CNH

19/12/2025 18h00

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula Foto: Arquivo

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Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propõe converter multas aplicadas no trânsito, relativas a infrações de natureza leve, em doação voluntária de sangue ou medula óssea. Como a Casa está em recesso, a matéria tramitará no ano que vem.

Conforme a proposta, de autoria do deputado estadual Junior Mochi, a conversão do pagamento das multas em doação de sangue ou medula teria caráter alternativo e facultativo, não constituindo direito subjetivo do infrator, e deverá ser expressamente requerida pelo interessado, nos termos de posterior regulamentação.

Ainda conforme o projeto, a conversão da multa em doação somente será admitida quando:

  • a infração for de natureza leve, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro;
  • não houver reincidência da mesma infração no período de 12 meses;
  • a multa não decorrer de infração que tenha colocado em risco a segurança viária, a vida ou a integridade física de terceiros;
  • a doação seja realizada em hemocentros públicos ou privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou em instituições oficialmente reconhecidas;
  • haja aptidão médica do doador, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Cada doação de sangue corresponderá a conversão de uma multa de trânsito, assim como a inscrição no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso o doador seja compatível com alguma pessoa precisando de transplante e faça a doação efetiva da medula óssea, poderá ser convertida até duas multas de trânsito.

A comprovação da doação ou da inscrição no Redome será realizada mediante apresentação de documento oficial emitido pela instituição responsável, observado o prazo e os procedimentos definidos em regulamento

O projeto veda a compensação parcial da multa, bem como a conversão de penalidades acessórias, como suspensão ou cassação do direito de dirigir.

A conversão será apenas relacionada ao pagamento da multa, mas não exime o infrator das demais obrigações legais decorrentes da infração de trânsito, inclusive quanto ao registro de pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), quando aplicável.

O Poder Executivo poderá celebrar convênios e parcerias com municípios, hemocentros e instituições de saúde, com vistas à operacionalização da lei, caso seja aprovada e sancionada.

Objetivos

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que o objetivo é conciliar o caráter educativo das sanções
administrativas de trânsito com políticas públicas de incentivo à doação voluntária de sangue e de medula óssea, "práticas essenciais à manutenção da vida e à efetividade do Sistema Único de Saúde".

"A proposta não elimina a penalidade, mas a ressignifica, convertendo-a em uma ação de relevante interesse social, capaz de estimular a solidariedade, a cidadania e a responsabilidade coletiva. Trata-se de medida alinhada aos princípios da dignidade da pessoa humana, da função social das sanções administrativas e da eficiência das políticas públicas, diz a justificativa.

Em caso de aprovação e sanção, a adesão pelos municípios será facultativa, preservando o pacto federativo.

"Ressalte-se que a iniciativa respeita a autonomia municipal e o Código de Trânsito Brasileiro, limitando-se às infrações leves e excluindo aquelas que representem risco à segurança viária. A adesão pelos Municípios é facultativa, preservando-se o pacto federativo", conclui o texto.

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