Cidades

DESCASO

Santa Casa deixou de fazer 160 cirurgias neste ano

Hospital recebeu R$ 1,1 milhão por mês pelos procedimentos

Continue lendo...

A Santa Casa de Campo Grande deveria ter feito 20 cirurgias ortopédicas por mês desde abril deste ano – um total de 160 até novembro –, conforme previa o contrato entre o hospital e a Prefeitura de Campo Grande. Entretanto, apesar de receber pelo serviço, o centro médico não realizou nenhum desses procedimentos.

Parte das cirurgias esquecidas – 120 até setembro – foram até pagas pelo município. O titular da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), José Mauro de Castro Filho, informou que, na semana passada, a Santa Casa se comprometeu a realizar as cirurgias até o fim do ano, com pena de ter de devolver o valor já empregado.

“Nós estamos cobrando aquilo que já foi pago e ainda não foi feito. Foi encaminhada uma lista de 120 nomes para o hospital. Parece que existe um arranjo interno para que possam ser feitas essas cirurgias. São 20 cirurgias mensais que deveriam ser feitas pela instituição, e que não foram entregues”, disse o secretário.

O valor leva em conta apenas os procedimentos que foram pagos pelo município (120), mas não foram realizados. A prefeitura reconhece que ainda há dividendos a serem regularizados com o hospital, referentes aos meses de outubro e novembro.

De acordo com Castro Filho, a Santa Casa teria alegado problemas internos para a não realização dessas cirurgias. “Problemas em relação à equipe médica. Que os médicos não queriam fazer essas cirurgias, mas aí é um problema administrativo”.

O gestor municipal afirma que, na terça-feira (26), a prefeitura entregou a lista dos pacientes que aguardam por cirurgia eletiva ortopédica e agora aguarda o início das cirurgias. Segundo ele, caso esses procedimentos não sejam feitos até o fim de 2019, o hospital poderá ter de devolver o valor recebido por não cumprimento do que já foi pactuado.

“São muitas cirurgias, mas eles se comprometeram a fazer até o fim do ano. Para que a gente possa ter ali um laboratório regulado e para dar transparência a esses pacientes”, declarou o secretário.

Por mês, o hospital recebe cerca de R$ 1,1 milhão de incentivo para realizar 200 cirurgias eletivas pactuadas desde abril (160 de pequena e média complexidade, 20 de alta e outras 20 oncológicas), após a abertura da Unidade do Trauma. De acordo com a Sesau, o valor de produtividade, referente à contratualização, não foi pago relativo aos meses de outubro e novembro. Entretanto, além dessa quantia, a prefeitura ainda efetua o pagamento do incentivo para que essas cirurgias sejam realizadas – é este valor que foi aplicado sem que houvesse retorno.

CONTRATO

Atualmente a Santa Casa recebe R$ 294.822.132,44 por ano para prestar atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O último contrato havia sido assinado em julho e tinha validade até o dia 31 de outubro, porém, foi prorrogado até o fim deste mês para que fossem finalizadas as negociações do novo texto.

A Prefeitura de Campo Grande queria que o hospital, com o mesmo valor da contratualização vigente, entregasse uma quantidade maior de cirurgias eletivas eequilibrasse a quantidade de procedimentos feitos pela urgência e emergência com os que têm data marcada. 

Hoje o centro médico chega a fazer até 80% dos procedimentos relacionados a urgência e emergência e apenas 20% das cirurgias eletivas. A Sesau quer que esse porcentual chegue a 50%. “Para que, no futuro, a gente consiga inverter esses números e chegar a 80% eletivas e 20% emergenciais”, informou o superintendente de relações institucionais da Sesau, Antônio Lastória.

Em reunião na semana passada, entre a diretoria do hospital, administração da Capital, governo do Estado e Ministério Público de Mato Grosso do Sul, o centro médico não concordou com os pedidos da administração municipal e a resolução do impasse foi adiada para fevereiro de 2020. Com isso, o contrato de R$ 294,8 milhões ao ano deve ser novamente prorrogado.

De acordo com a Sesau, cerca de 4 mil pessoas em Campo Grande aguardam por uma cirurgia eletiva. Segundo o coordenador do Núcleo de Atenção à Saúde, às Pessoas com Deficiência e aos Idosos (Naspi) da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, Hiram Santana, atualmente existem cerca de 200 a 300 ações ajuizadas pedindo a realização de cirurgias ortopédicas na Capital.

“São principalmente relacionadas ao quadril, ao joelho, aos ombros, à coluna e ao tornozelo. A fila parece que não anda e ainda aumenta. Isso é uma situação que precisa ser resolvida”, declarou o defensor em evento que apresentou dados de atendimentos da instituição, na quarta-feira (27).

“Aqui em Campo Grande, essas cirurgias são realizadas a passo de tartaruga e mais e mais pessoas acabam precisando dela. Então, é uma fila que não acaba. E mais, só aumenta com o passar dos anos”, avaliou Santana.

INCOERÊNCIA

Relatório elaborado pela Comissão Temporária Especial criada pela Câmara Municipal de Campo Grande aponta que, entre outubro de 2017 até junho deste ano, houve aumento de R$ 2 milhões na folha de pagamento dos funcionários. O custo mensal passou de R$ 13 milhões para R$ 15 milhões, isso enquanto o hospital afirmava enxugar os cargos para economizar.

O documento entregue ao prefeito Marcos Trad mostrou que o hospital recebeu aproximadamente R$ 680 milhões do SUS, entre 2017 e 2019, para procedimentos de média e alta complexidade. Por conta do montante de recursos e da falta de clareza e transparência na utilização deles, a comissão pede ainda que o novo contrato entre a Santa Casa e a prefeitura seja mais rígido.

Ainda conforme o relatório, que levou em consideração dados disponibilizados pelo hospital e pelo poder público, há também incoerências quanto aos valores das dívidas, que hoje estariam em R$ 180 milhões. Desde 2013, a Santa Casa da Capital está mergulhada em dívidas com agentes financeiros em decorrência de empréstimos, cujos valores só aumentam. 

FALÊNCIA

Comissão especial da Câmara Municipal de Campo Grande analisou as contas da Santa Casa e concluiu que é “questão de tempo” para que algum credor peça a falência do maior hospital de Mato Grosso do Sul. O relator da comissão, vereador Wellington de Oliveira (PSDB), apontou deficit de, pelo menos, R$ 291 milhões.

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

Continue Lendo...

Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

Continue Lendo...

O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).