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FIM

Santa Casa encerra paralisação e vai pagar 13º em dezembro e janeiro

50% do décimo terceiro será pago nesta quarta-feira (24) e 50% em 10 de janeiro

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Hospital Santa Casa encerrou a paralisação e vai pagar o 13º salário dos funcionários.

O décimo terceiro será pago em duas parcelas: 50% nesta quarta-feira (24) e 50% em 10 de janeiro. As lideranças do hospital vão receber o pagamento integral em parcela única no dia 10 de janeiro.

O benefício está atrasado desde 20 de dezembro e deveria ter sido pago em duas parcelas (até 30 de novembro e até 20 de dezembro) ou em parcela única (até 20 de dezembro).

Os funcionários aceitaram a proposta, encerraram a paralisação na noite desta terça-feira (23) e trabalham normalmente a partir desta quarta-feira (24).

A segunda parcela, prevista para 10 de janeiro, será paga com recursos da contratualização ofertada pelo Governo de Mato Grosso do Sul.

Anteriormente, o 13º seria pago em três parcelas: em janeiro, fevereiro e março. Mas, os funcionários recusaram a proposta e iniciaram as paralisações e protestos.

Veja a nota emitida pela Santa Casa:

PARALISAÇÃO

Funcionários paralisaram atividades, por dois dias, 22 e 23 de dezembro, no Hospital Santa Casa de Campo Grande.

A paralisação afetou 30% dos atendimentos no maior hospital de Mato Grosso do Sul. Ao todo, 1.200 funcionários CLT de enfermagem, limpeza e copa cruzaram os braços e ficaram sem trabalhar.

A paralisação ocorreu por falta de pagamento do 13º salário. Até então, a proposta seria de que o 13º seria pago em três parcelas: em janeiro, fevereiro e março. Mas, os funcionários recusaram a proposta e iniciaram as paralisações e protestos.

Os serviços afetados foram atendimentos (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro e UTI), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros e corredores), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Kristie Lopes é técnica em enfermagem, trabalha na Santa Casa de Campo Grande há seis anos, no setor de transplante renal e neurocirurgia e estava com um nariz de palhaço na manifestação.

"A gente está aqui todos os dias, seja feriados, Natal ou Ano Novo, sempre estamos disponíveis para poder cuidar com carinho e atenção. A gente está se sentindo desrespeitada mesmo, porque o 13º não é um favor que eles estão fazendo, é um direito nosso, é um direito do trabalhador", disse.

Rafaela Luz, técnica em enfermagem que há 4 anos trabalha no setor de ortopedia da Santa Casa, também frisa essa busca apenas por direitos, que esses trabalhadores e trabalhadoras sequer deveriam estar ali manifestando. 

"A gente está aqui correndo atrás de algo que é garantido por lei, está respaldado, mas eu acho que os próprios gestores, os governantes passam por cima disso. É o que a gente se sente... Palhaço. Língua de frente, humilhados. Hoje, pela primeira vez, os médicos desceram para acompanhar a gente. Mas a maioria das vezes é o pessoal da higienização, é a enfermagem, é os técnicos e o pessoal da copa que está aqui com a gente", contou.

CRISE FINANCEIRA

A Santa Casa está em crise financeira há anos. Conforme noticiado pelo Correio do Estado, a Santa Casa gasta por mês R$ 1 milhão a mais do que recebe.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre governo federal, Prefeitura de Campo Grande e governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Porém, o hospital alega que o valor não seria suficiente para suportar a demanda atual da unidade de saúde, além de não sofrer reajuste desde 2023.

Sem a solução com o poder público, a instituição foi à Justiça pedir que, caso a renovação fosse feita, o repasse mensal precisaria ser corrigido para R$ 45,9 milhões (R$ 550,8 milhões por ano), além da recomposição retroativa referente aos últimos dois anos sem aumento.

Segundo documento que o Correio do Estado obteve com exclusividade, o hospital tinha um teto de R$ 46.907.889,12 para ser gasto em 2024 com internações de alta complexidade – serviços e procedimentos que exigem alta tecnologia, alto custo e infraestrutura especializada.

Porém, a entidade ultrapassou em cerca de R$ 2,5 milhões deste montante, o que resultou em um gasto operacional de R$ 49.484.607,38.

No balanço mês a mês, apenas em setembro a Santa Casa conseguiu operar as internações de alta complexidade dentro do teto, com R$ 3.825.922,38, menos de R$ 100 mil abaixo do limite mensal (R$ 3.908.990,76).

Por outro lado, outubro, segundo as informações do hospital, foi o pior mês, com gasto que chegou a R$ 4,6 milhões. Na média mensal, a instituição operou R$ 214,7 mil a mais do que o estipulado pelo teto.

De acordo com relatório anual divulgado pelo hospital em março deste ano, 2024 fechou com prejuízo de R$ 98,3 milhões, bem distinto do apresentado em 2023, quando fechou com superavit de R$ 27,5 milhões.

Ao longo dos anos, o deficit acumulado da Santa Casa soma R$ 514,8 milhões. Outro fator que ajuda a explicar a conta fechando no vermelho são os constantes empréstimos que a instituição faz.

No mesmo relatório é possível constatar que o hospital ainda teria que pagar R$ 256.916.856,00 por causa de empréstimos e financiamentos, desses R$ 16.141.304,00 em circulantes (12 meses, considerado curto prazo no mundo financeiro) e R$ 240.775.552,00 em não circulantes (longo prazo).

Em relação ao repasse financeiro, 56% (R$ 18,3 milhões) é de responsabilidade do Governo Federal. Os outros 44% são oriundos do Estado (R$ 9 milhões) e do Município (R$ 5,2 milhões).

SONORA (MS)

Duas pessoas morrem e 38 ficam feridas em tombamento de ônibus na BR-163

Ônibus saiu de Cuiabá (MT) com destino a Cascavel (PR), mas perdeu o controle da direção, saiu da pista e tombou em Sonora (MS)

24/12/2025 09h35

Ônibus tombou com 40 pessoas em plena véspera de Natal

Ônibus tombou com 40 pessoas em plena véspera de Natal Foto: Sidney Assis

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BR-163 foi palco de um gravíssimo acidente, em plena véspera de Natal, em Mato Grosso do Sul.

Duas pessoas morreram e 38 ficaram feridas em acidente envolvendo um ônibus de viagem, na manhã desta quarta-feira (24), no KM-816 da BR-163, em Sonora, município localizado a 362 quilômetros de Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem, o ônibus saiu de Cuiabá (MT) com destino a Cascavel (PR), mas, em Sonora (MS), perdeu o controle da direção, saiu da pista, tombou e foi parar às margens da rodovia, em uma plantação de cana de açúcar.

Ainda não se sabe as causas do acidente, mas a suspeita é de que o motorista dormiu ao volante.

No ônibus, havia 40 pessoas, sendo 2 motoristas e 38 passageiros. Os feridos foram encaminhados ao pronto-socorro do Hospital Regional Álvaro Fontoura, de Coxim (MS), a 110 quilômetros do acidente. O resgate foi feito pela Motiva Pantanal, concessionária que administra a rodovia.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), não há interdição na rodovia e o fluxo de veículos segue normalmente.

PRF, Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS), emergencistas da Motiva Pantanal, Polícia Civil, Polícia Científica e funerária estiveram no local para isolar a área, socorrer as vítimas, recolher os vestígios do acidente, realizar a perícia e retirar o corpo, respectivamente.

Segundo a PRF, 121 pessoas morreram vítimas de acidentes, entre janeiro e novembro de 2025, em rodovias federais de MS. Veja os números detalhados:

Ônibus tombou com 40 pessoas em plena véspera de NatalDados: PRF

ACIDENTES FATAIS

Acidente de trânsito é uma das principais causas de morte em todo o mundo.

Acidente de carro, moto, bicicleta ou atropelamento, em ruas, avenidas ou rodovias, são tragédias que acontecem toda semana em Mato Grosso do Sul.

As principais causas são excesso de velocidade, falha em ceder a passagem, dirigir sob efeito de álcool, distrações, sonolência e condições climáticas adversas, como chuva forte.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) traz algumas orientações ao condutor no trânsito. Confira:

  • Não dirija caso consuma bebida alcoólica
  • Não dirija cansado ou com sono
  • Use cinto de segurança
  • Respeite a sinalização
  • Respeite o limite de velocidade da via
  • Porte documentos oficiais com fotos, os quais devem estar quitados
  • Realize revisão do carro: pneus, limpadores de para-brisa, freios, nível de óleo, bateria, lâmpadas, lanterna e extintor

saúde

Médicos acusam Santa Casa de Campo Grande de pressionar greve

Médicos celetistas também não receberam o 13º salário, mas ainda não ameaçaram parar as atividades

24/12/2025 09h00

Com nariz de palhaço, funcionários da Santa Casa protestaram em greve contra atraso do 13º salário

Com nariz de palhaço, funcionários da Santa Casa protestaram em greve contra atraso do 13º salário Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A Santa Casa de Campo Grande está sendo acusada de pressionar greve dos médicos celetistas, que também não receberam o 13º salário por causa da crise financeira alegada pela entidade, a mesma situação em que vivem os profissionais de enfermagem, limpeza e copa, que estão com, pelo menos, 30% dos funcionários parados desde segunda-feira.

Em nota enviada à imprensa, o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS) afirmou tratar com estranheza e preocupação a atitude da Santa Casa acerca da atual situação da classe. Isso porque a própria instituição sugeriu, por meio de dois ofícios, para os médicos celetistas entrarem em greve.

Ainda no comunicado, o Sinmed-MS disse que os ofícios do hospital chegaram após o sindicato convocar uma assembleia com a categoria, na noite de segunda-feira, para debater sobre uma proposta feita pela instituição de como seria feito o pagamento do 13º salário. 

Na oferta, constava o parcelamento do benefício com início em janeiro de 2026, sem a inclusão de juros ou correções pelos atrasos.

“A estranheza é total. Estávamos indo para uma assembleia e a Santa Casa já estava definindo que entraríamos em greve, enviando documentos orientando até o número de profissionais que deveriam trabalhar. A decisão de greve é nossa, não deles. É um absurdo que faz qualquer profissional se sentir humilhado e desprestigiado”, declara o presidente do Sinmed-MS, Marcelo Santana, que acusa a entidade filantrópica de lockout, que é quando o empregador sugere greve dos empregados para gerar uma pressão, neste caso, a pressão seria exercida contra o poder público.

Firmes na posição de não parar com as atividades, os médicos celetistas decidiram por não acatar a sugestão da Santa Casa. Em contrapartida, o sindicato decidiu entrar com pedido de liminar determinando o pagamento imediato do benefício, além de pedir responsabilização de gestores e audiência de conciliação entre as partes.

“Nunca vimos esse tipo de atitude na história da Santa Casa. O problema da falta de pagamentos e do 13º salário é de responsabilidade exclusiva deles como empregadores. Eles nos chamaram apenas um dia antes do vencimento do prazo para dizer que não pagariam, demonstrando total falta de gestão e de respeito com os médicos celetistas”, esclarece o presidente sindical.

Ainda ao Correio do Estado, Marcelo Santana confirma que médicos de áreas como Urologia, Ortopedia e Cirurgia Pediátrica já formalizaram a rescisão com a Santa Casa, em que, segundo o presidente sindical, a prática da medicina tornou-se uma “missão impossível”.

PROCESSOS

Tanto o Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul (Siems) quanto o Sinmed-MS entraram com ações na Justiça contra a Santa Casa, pedindo o pagamento imediato do 13º salário.

No processo da Siems foi deferido pelo juiz Leonardo Ely, da 6ª Vara do Trabalho de Campo Grande, do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT-24). Na decisão, o magistrado pede que a instituição pague o benefício dos enfermeiros, sob pena de multa de R$ 1 mil por dia de atraso.

“A reclamada deverá se manifestar especificamente em relação ao pedido liminar da concessão da tutela de urgência requerida, até as 23h59min do dia 24/12/2025 [quarta-feira], sem prejuízo da oportunidade para oferecer defesa, que lhe será facultada posteriormente”, afirma o juiz em sua decisão.

O diretor de Negócios e Relações Institucionais da Santa Casa, João Carlos Marchezan, afirma ao Correio do Estado que é improvável que o hospital consiga cumprir a decisão judicial neste momento. “Muito difícil agora”, explica.

GREVE

Até o momento, os serviços afetados pela paralisação dos funcionários são: consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva (UTI), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros e corredores), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha.

Na sexta-feira, a instituição já havia informado que não tinha precisão de quando seria pago o benefício aos servidores. Segundo afirma o hospital, o atraso ocorreria porque o governo do Estado não iria realizar o repasse integral da 13ª parcela, avaliado em R$ 14 milhões, que geralmente é passado este mês.

Segundo a entidade, para este ano, o valor seria transferido em três parcelas, com cada uma sendo depositada em janeiro, fevereiro e março de 2026.

Esse repasse extra não está previsto em contrato, mas faz parte de um acordo do Executivo estadual com todos os hospitais filantrópicos do Estado, por meio da Federação das Santas Casas, Hospitais e Instituições Filantrópicas e Beneficentes de Mato Grosso do Sul (Fehbesul).

Ambos Executivos, tanto municipal quanto estadual, no entanto, afirmaram que estão em dia com suas obrigações previstas em contrato. 

Além dos esforços municipais e estaduais, a bancada federal também está agindo na tentativa de trazer recursos para a Santa Casa. O senador Nelsinho Trad (PSD) anunciou que entrou em contato com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para pedir apoio do governo federal.

De acordo com João Carlos Marchezan, há uma negociação entre a Santa Casa e o governo do Estado para que o pagamento desta 13ª parcela seja feito integralmente no dia 10 de janeiro, e não mais nos três primeiros meses de 2026. 

Porém, reafirma que o plano a para pagar os funcionários seria contrair um novo empréstimo milionário com o banco, mas isso ainda não foi aprovado por nenhuma instituição financeira.

Saiba

Na sexta-feira, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Mato Grosso do Sul (CRM-MS) emitiu uma nota declarando preocupação diante do colapso financeiro da Santa Casa de Campo Grande. Porém, disse que não é responsabilidade do conselho intervir na situação da entidade filantrópica.

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