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"São Pedro explica" timidez da dengue em Campo Grande neste ano

Após quatro meses de chuvas abaixo da média, Capital teve apenas 16 casos confirmados, o que é o menor número em pelo menos uma década

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Historicamente Mato Grosso do Sul e Campo Grande aparecem nos primeiros lugares nos respectivos rankings de incidência da dengue. Neste ano, porém, quando o país enfrenta a pior epidemia da história, a situação por aqui é a melhor em pelo menos dez anos. Esta momentânea tranquilidade coincide com a escassez de chuvas desde outubro do ano passado. 

Conforme o meteorologista Natalio Abrahão Filho, janeiro de 2024 foi o menos chuvoso dos últimos 26 anos, com apenas 92,6 milímetros. A média histórica para janeiro é de 229 milímetros. A última vez que choveu menos que isso no primeiro mês do ano, segundo ele, foi em 1998, com 72,7 milímetros. 

Por coincidência ou não, janeiro deste ano também foi o mês com o menor número de casos confirmados de dengue em Campo Grande desde 2015. Dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) mostram que foram apenas 16 confirmações, apesar de terem sido notificados 879 casos.

Estatísticas da Sesau relativos aos últimos dez anos mostram que a última vez em que o número foi tão baixo foi em 2017, quando foram confirmados 63 casos. No pior janeiro desde 2015 a cidade confirmou 2.580 casos. 

Em janeiro do ano passado, quando a Capital registrou 342 milímetros de chuva, foram confirmados 254 casos. Nos meses seguintes, porém, a quantidade explodiu e em março foram 3,3 mil confirmações. 

E em fevereiro, a tendência é a mesma. Até agora, conforme o Inmet, foram apenas 46 milímetros na Capital. A média histórica é da ordem de 180 milímetros. E, até agora, conforme o boletim da Sesau relativo aos 14 primeiros dias do mês, nenhum caso de dengue foi confirmado. 

Neste período, foram apenas 63 notificações, mas os dados ainda carecem de atualização. No ano passado, ao longo do mês inteiro, a Sesau notificou 1.889 casos suspeitos e confirmou 1.249 deles.  O ano terminou com seis mortes em decorrência da doença na Capital, e 42 no Estado inteiro.

As poucas chuvas de janeiro não foram caso isolado somente aos primeiros dias do ano. Desde outubro a cidade registra volumes bem abaixo da média histórica. Além disso, normalmente são irregulares e de baixo volume, atingindo somente algumas regiões da Capital. Isso impede o acúmulo de água, que é condição adequada para o surgimento de criadouros do mosquito transmissor da doença. 

E assim como Campo Grande, o restante do Estado também normalmente faz parte dos epicentros das epidemias, tanto que foi o único que teve todos os municípios incluídos no programa de vacinação de crianças com a vacina Qdenga. 

O fato de a cidade de Dourados ter sido escolhida como única no mundo para a imunização em massa, com 150 mil doses, é outra evidência que aponta para a gravidade do problema no Estado em anos anteriores. 

E, assim como na Capital, no interior as chuvas também estão bem abaixo da média. Em janeiro, conforme o Cemtec, 41 das 48 cidades monitoradas tiveram chuva abaixo da média. No mês anterior, 39 receberam chuvas aquém do esperado. Situação parecida ocorreu em outubro e novembro, com   29 e 35 municípios aparecem com chuva abaixo do esperado, respectivamente, de acordo com dados do Cemtec. 

Dados alarmantes

Enquanto isso, boa parte do Brasil enfrenta a pior situação desde que a dengue voltou a assustar, no início dos anos 80 do século passado. Já são 113 mortos confirmadas nas sete primeiras semanas de 2024. 

Além disso, existem 438 óbitos em investigação, de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira (19) pelo Ministério da Saúde.

Até o último dia 17, o país havia registrado 653.656 casos prováveis, alta de 294% em comparação com o mesmo período do 2023, ano em que o país bateu recorde de mortes pela doença.

O atual patamar nunca foi atingido tão rapidamente, segundo dados do ministério. A pasta projeta que o país pode atingir os 4,2 milhões de casos até o fim do ano.
 

FAMÍLIA TENTOU IMPEDIR

Casal com deficiência consegue autorização judicial para namorar

Pais da jovem de 24 anos, que tem deficiência psicomotora, entraram na justiça para impedi-la de namorar um rapaz deficiente visual

20/09/2024 18h00

Família de jovem entrou com ação para impedir namoro com rapaz deficiente visual

Família de jovem entrou com ação para impedir namoro com rapaz deficiente visual Foto: divulgação

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Um casal de jovens, sendo um rapaz de 22 anos com deficiência visual, e uma mulher de 24 anos com deficiência neuropsicomotora, conseguiram autorização judicial para namorar, após os pais da menina moverem ação para impedir o relacionamento.

De acordo com a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, o conflito começou quando a jovem saiu da aula e foi até a casa do namorado, quando deveria ter ido para a casa dos pais.

Pai e mãe registraram boletim de ocorrência, alegando que a filha teria sido impedida de voltar para casa, e também moveram ação judicial questionando e pedindo a interrupção do namoro.

Quando os pais tentaram levá-la de volta para casa, ela expressou o desejo de ficar com o namorado. Mesmo assim, a família se recusou a recebê-la de volta caso o rapaz estivesse presente.

A filha, por sua vez, demonstrou receio de ser forçada a permanecer na casa dos pais e não conseguir voltar para o namorado, o que gerou um conflito que levou ao processo judicial.

Em decisão liminar, foi determinado que a jovem deveria obrigatoriamente retornar para a casa da família.

Decisão questionada

O rapaz, então, procurou a Defensoria Pública, após a‌ namorada ser retirada a força de sua residência.

Conforme a defensora pública da comarca, Janaína de Araújo Sant’Ana, responsável pela defesa do rapaz, disse que o caso se destaca por sublinhar a importância do respeito à autonomia das pessoas com deficiência.

“Não é um atendimento frequente em nosso cotidiano, por isso, demanda uma escuta com maior atenção, respeito e compreensão ao assistido e às peculiaridades do caso”, explicou.

A Defensoria apresentou uma contestação, destacando que a jovem havia ido à casa do namorado por vontade própria e que os pais dele a trataram com respeito, inclusive levando-a ao médico e cuidando de suas necessidades de saúde.

Diante disso, a Defensoria Pública solicitou uma reconvenção para regularizar o direito de convivência do casal, argumentando que o caso feria o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que garante a autonomia e capacidade legal de pessoas com deficiência em condições de igualdade com os demais.

Em um laudo psicossocial, a jovem alegou que os pais não aceitavam o relacionamento devido à deficiência visual do namorado.

“Assim, após ouvir o assistido e analisar o caso concreto, (dois jovens, que se conheceram na escola, ele com 22 anos pessoa com deficiência visual, ela com 24 anos pessoa com atraso neuropsicomotor, alteração mecânica e de aprendizado que não a impede de manifestar sua vontade), foi possível perceber que os direitos do assistido e de sua namorada estavam sendo violados, e propor a medida judicial adequada”, disse a defensora Janaína Sant’Ana.

A Justiça reconheceu os direitos do casal e concedeu uma liminar permitindo que o casal se encontrasse nos fins de semana, com horários determinados.

No julgamento do mérito, uma sentença final ampliou o tempo de convivência e reconheceu o direito ao relacionamento entre os dois.

“A sentença é recente, mas antes, já tinha sido concedida a liminar, e os pais da moça, apesar de discordarem, estão cumprindo a liminar”, concluiu defensora Janaína.

* Com assessoria

Projeto de Lei

Governo Federal prepara medida para banir celulares nas escolas

Segundo o MEC, as medidas serão anunciadas em outubro. Em MS, o Projeto de Lei nº 3.280 proíbe o uso de celulares, pagers, rádios e outros dispositivos eletrônicos que produzem ruídos ou sons dentro das salas de aula, exceto para estudos.

20/09/2024 17h32

Governo federal prepara projeto de lei de banimento de aparelhos celulares nas escolas

Governo federal prepara projeto de lei de banimento de aparelhos celulares nas escolas Arquivo/ Correio do Estado

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Após a divulgação de um relatório das Nações Unidas alertando sobre os riscos do uso excessivo de telas na infância e na adolescência, o governo federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), está finalizando um projeto de lei com o objetivo de banir o uso de aparelhos celulares nas escolas públicas e privadas de todo o país. A medida visa promover um ambiente de aprendizado mais saudável e menos distraído.

De acordo com a pasta, os estudos visam oferecer segurança jurídica para estados e municípios que já vinham discutindo a proibição de eletrônicos em escolas públicas. Ainda de acordo com MEC, as medidas serão anunciadas em outubro deste ano. 

Em entrevista à Folha de São Paulo, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que o projeto de lei que visa proibir o uso de celulares nas escolas está em fase de construção.

"Nós estamos trabalhando na elaboração de um projeto de lei porque, na nossa avaliação, uma 'recomendação' seria muito frágil", afirmou Santana. 

Durante a conversa com a Folha de São Paulo, o ministro apresentou um relatório que defende restrições ou até proibições de aparelhos celulares nas escolas, devido à dificuldade de aprendizado e também às questões de saúde mental na adolescência.

"Os estudos mostram que o banimento tem impacto positivo não apenas na atenção em sala de aula e no desempenho dos estudantes, mas também na saúde mental dos professores", argumenta Camilo. 

Em Mato Grosso do Sul, o Projeto de Lei nº 3.280 proíbe o uso de celulares, pagers, rádios e outros dispositivos eletrônicos que produzem ruídos ou sons dentro das salas de aula, exceto para fins pedagógicos. A medida visa criar um ambiente de aprendizado mais concentrado e produtivo para os alunos, evitando distrações causadas pelo uso inadequado de tecnologia no ambiente escolar.

Em contato com a SED (Secretaria de Estado de Educação), foi informado que, caso a medida de proibição de celulares seja implementada em todo o país, é improvável que altere as práticas já adotadas nas escolas do estado. Atualmente, o projeto de lei é incorporado ao regimento interno das instituições públicas e privadas de Mato Grosso do Sul, e, em caso de descumprimento, os pais ou responsáveis podem receber notificações, podendo até resultar em suspensão do aluno em caso de reincidência.

De acordo com o MEC, a data de divulgação do projeto de lei ainda não foi definida, pois o caso está em fase de preparação final.

Outros estados 

Enquanto o MEC finaliza o projeto de lei em nível federal, em São Paulo, o projeto que visa proibir o uso de aparelhos celulares dentro das escolas do estado está avançando na Assembleia Legislativa. 

Nas escolas do Rio de Janeiro, o uso de aparelhos celulares é proibido por decreto municipal.

 

*Informações da Folha de São Paulo 

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