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LUGAR NENHUM

Secretário diz que indenizações para novo acesso às Moreninhas estão saindo

Imóveis foram desapropriados em janeiro do ano passado e Agesul alega que espera a conclusão das indenizações para iniciar segunda etapa

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Pouco mais de um ano e meio depois do decreto que desapropriou 52 imóveis na região do bairro Itamaracá para construção de um novo acesso da região central de Campo Grande às Moreninhas, finalmente começou o pagamento das indenizações. 

A informação é secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra) Ednei Marcelo Miglioli. Segundo ele, alguns valores estão sendo revisados pela própria administração municipal e por conta disso vão seguir pendentes. 

E, ao afirmar que recebeu do Governo do Estado a garantia de que a licitação para a execução da segunda etapa está prestes a ser divulgada, fez questão de afirmar que a demora para o início dos trabalhos desta segunda etapa não tem qualquer relação com as dificuldades para fechar os acordos para a indenização das propriedades que estão sendo desapropriadas. 

A primeira parte da obra do novo acesso às Moreninhas, que está consumindo R$ 41,3 milhões, está na fase final. Porém, sem a segunda etapa, a nova avenida está ligando as Moreninhas a “lugar nenhum”, já que o asfalto acaba no meio de uma pastagem. 

Conforme a previsão inicial, feita em janeiro de 2023, época em que foi publicado o decreto de desapropriação, seriam necessários R$ 10.491.792,41 para indenizar os proprietários dos 52 imóveis ao longo da rua Salomão Abdala, na região do bairro Itamaracá. 

Boa parte dos proprietário aceitou amigavelmente o valor estipulado pelo poder público e passou a escritura para o município, sendo tudo registrado em cartório. E, como o negócio foi amigável, a prefeitura se comprometeu a pagar a indenização. 

NA JUSTIÇA

Porém, pelo fato de o dinheiro não ter sido depositado, no último dia 24 o proprietário de três destes imóveis entrou com ação na Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande exigindo o pagamento de R$ 3.543.400,76. 

Seu advogado, José Guilherme Rosa, alega que, além de ser idoso, seu cliente está com “câncer em estágio terminal” e por isso precisa ter prioridade no pagamento. E, justamente por ser idoso e não ter interesse nas normalmente demoradas disputas judiciais é que ele já havia concordado com o valor da indenização, embora entendesse que seus três lotes, que juntos somam quase 15 mil metros quadrados, valessem bem mais que isso. 

Segundo o secretário Marcelo Miglioli, o pagamento não foi realizado porque o valor está sendo revisto. “A gente precisa ser muito cuidadoso com o dinheiro público. As pessoas precisam entender isso. Depois da nova avenida, os imóveis daquela região vão ser muito valorizados, mas as indenizações precisam ser feitas pelos valores atuais, não sobre aquilo que terão no futuro”, pondera Miglioli. 

Tanto a primeira quanto segunda etapa e as indenizações estão integralmente sendo bancadas pelo governo estadual, que deve destinar em torno de R$ 84 milhões para a construção deste nova via estruturante para desafogar o tráfego em avenidas como Guri Marques, Costa e Silva, Guaicurus e outras. 

Conforme o projeto, a nova avenida dará sequência à Avenida Rita Vieira, que atualmente acaba na Guaicurus. Ela seguirá pelo traçado onde hoje está a Rua Abdala Salomão, vai cortar uma região ainda desabitada e encontrar a Avenida Alto da Serra, nas Moreninhas. 

R$ 32 MILHÕES

A Agesul chegou a abrir licitação para a segunda etapa, estimada em R$ 32 milhões, em janeiro do ano passado, mesmo período em que a prefeitura desapropriou os imóveis. O certame, porém, não evoluiu e no último dia 23 a assessoria da Agesul informou que o projeto foi dividido em duas etapas e que a continuidade das obras ainda depende da conclusão de licitações. 

Depois da repercussão por conta de reportagens do Correio do Estado mostrando que a obra de R$ 41,3 milhões liga as Moreninhas a “lugar nenhum”, os secretários de obras da prefeitura e do Governo do Estado, Hélio Peluffo, chegaram a se encontrar para discutir o andamento dos trabalhos. 

No encontro, segundo Miglioli, o secretário estadual garantiu que o aviso de licitação sairia nos próximos dias e que até a conclusão dos trabalhos da primeira fase as obras da segunda etapa teriam início. 

Marcelo Miglioli nega que a demora para iniciar a segunda etapa seja de responsabilidade da administrção municipal. A Agesul, por sua vez, enviou nota ao Correio do Estado dizendo que “aguarda desapropriação pela prefeitura para que o Governo siga em frente com o projeto”. 

 

 

CASO MARCEL COLOMBO

Jamilzinho disse que Playboy da Mansão parecia "drogado e possuído"

No segundo dia do Júri popular, Jamil Name Filho detalhou como ocorreu a briga com Marcel Hernandes Colombo e o pedido de desculpas

17/09/2024 17h17

Preso em Mossoró (RN), Jamil Name Filho prestou depoimento remoto

Preso em Mossoró (RN), Jamil Name Filho prestou depoimento remoto Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Durante o segundo dia de julgamento, nesta terça-feira (17), em depoimento, Jamil Name Filho disse que Marcel Hernandes Colombo, conhecido como “Playboy da Mansão”, aparentava ter usado entorpecentes  pela forma que agia na Valley Pub, onde ocorreu o desentendimento entre as partes.

Ele traçou a versão dele do ocorrido. Segundo Jamilzinho, no dia 5 de dezembro de 2012, estava separado da esposa. Deixou o apartamento em que residia e foi até a casa dos pais para explicar a situação.

“Aí, doutor, 36 anos, por fora de tudo, a gente quer retomar a vida, se divertir, ir à casa dos amigos, frequentar lugares que nunca havia frequentado, e comecei a sair com amigos”, disse Jamilzinho.

Preso em Mossoró (RN), Jamil Name Filho prestou depoimento remotoCrédito: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Desentendimento (março de 2013)

Com a ideia de “aproveitar a vida” em uma noite em que a Valley Pub estava lotada, uma amiga conseguiu arrumar duas mesinhas para o grupo de amigos que estava com Jamilzinho em frente aos camarotes.

No local, o grupo consumiu energético, cerveja e whisky. Entre 2h e 2h30 da manhã, ele se recordou de ter visto o Playboy da Mansão adentrar com um amigo no camarote que estava vazio.

“Eu não sabia quem era Marcel Colombo. Nada. E aí, doutor, de repente ele começou a mexer com o balde de gelo e jogar nas meninas”, disse Jamilzinho e completou:

“As meninas riam, eu notei que parecia que ele conhecia elas. Inclusive, até ofereci a ele se gostaria de alguma coisa. Ele falou ‘não, não’, só que ele fazia uns gestos que pareciam que ele estava drogado, que estava possuído.”

O relato prosseguiu em que o Playboy da Mansão mexendo com o balde de gelo molhou Jamil Name Filho, pela primeira vez que apontou. Na terceira o tempo fechou.

Jamil afirmou que xingou Marcel, que revidou com um soco no nariz dele.

“Só que o nariz é altamente vascularizado e eu estava com uma camiseta branca, começou a sair sangue. Nisso os seguranças da Valey entraram e tiraram ele e o outro rapaz que acompanhava ele”. 
 

Do lado de fora

Após retirarem Marcel, quando saiu da casa noturna, um segurança aplicou um mata-leão em Jamilzinho, que só foi solto graças à intervenção de um amigo, que explicou que se tratava de "um empresário e uma pessoa de bem".


“Nisso quando levanto me restabeleço tem uns dez seguranças da Valey. Além de eu estar lá, não estar fazendo nada. Tô na minha, quieto, entendeu? Levo um murro de um cara que já morreu não tá aqui, aí eu peguei e xinguei muito esse segurança”. 
 

Enquanto xingava o segurança, segundo Jamilzinho, ninguém do estabelecimento interviu. Posteriormente, acertou a conta, passou na casa de um amigo para trocar a camiseta, colocou uma bolsa de gelo no nariz e retornou para a casa.

Fase do Café Mostarda

Ao descrever a cidade como “fervendo” e com o intuito de aproveitar a noite em Campo Grande, com “carro novo e roupa nova”, Jamil Filho disse que estava girando com a BMW zero quilômetros, “solto na praça”, quando foi convidado para ir até o Café Mostarda.

O pedido de desculpas ocorreu em torno de 60 a 70 dias depois do episódio na Valley Pub.

“Eu estava sentado, ele chegou e falou: ‘Jamil, sou o Marcel e queria ver contigo sobre aquele problema na Valey, eu não estava muito bem não sabia que era você’”, disse Jamilzinho.
 

Neste ínterim, Name Filho relatou que sabia do histórico de Marcel. O juiz explicou ao júri que o Playboy da Mansão havia sido preso por descaminho – ele trazia mercadorias do Paraguai para revender.

“Eu não vou falar dele porque ele não [tá aqui] para se defender. Ele veio e não estendeu a mão hora nenhuma, entendeu? Ele só veio e falou que queria resolver e que não sabia que era eu, que ele estava alterado”.

E por fim, Jamil Filho garantiu que a conversa teria sido encerrada com ele que teria dito: “Isso se encerra aqui” - com cada um seguindo seu caminho.

Negou ter mandado matar

Embora tenha sido questionado pesquisas no celular de Marcelo Rios, que trabalhava para a família Name, e nas investigações apontaram que realizou várias pesquisas sobre Marcelo Colombo, o réu Jamil Name negou que tenha tido conhecimento.

Reforçou que não iria monitorar o celular do funcionário e isso deveria ser questionado a Marcelo Rios."Eu não posso ser responsabilizado por nada que seja feito nem pelo Marcelo Rios, nem por qualquer outra pessoa que atrua-se a mim", frisou Name.

Ao ser questionado se não causava estranhamento que Marcelo Rios, que trabalhava com ele, tenha pesquisado sobre alguém com quem ele tenha tido um desentendimento, Jamilzinho foi categórico em responder:

"Doutor, quem vai achar é o júri. O senhor Marcelo Colombo eu deixei claro como aconteceu e o desfecho. E até encontrei ele em outro lugar, em uma fila de uma boate; nos cumprimentamos de longe. Essas perguntas têm que ser feitas ao senhor Marcelo Rios. Agora, o motivo, o porquê, quantas pesquisas ele já fez, eu não sei. Como vou monitorar?"

Mesmo deixando claro que era estranho que um funcionário próximo pesquisasse sobre um desafeto, justificou dizendo que isso fazia parte da profissão do réu Marcelo Rios. O juiz foi enfático ao questionar se ele havia mandado executar Marcel Colombo, e a resposta foi negativa.

"Doutor eu não tenho nem participação, nem mandante, nem vontade nada. A única coisa que tenho cem porcento vou falar olhando nos seus olhos. Não tenho nada, absolutamente, em relação a esse homicídio".

Jamilzinho ficou sabendo da execução do Playboy da Mansão durante uma internação hospitalar. 
 

1º dia de Júri

Ainda durante a audiência, o Juiz questionou acerca do bilhete que circulou na penitenciária com ordens expressas para a execução de Marcel Colombo (O Playboy da Mansão). 

A questão do bilhete chegou a ser a colocada em xeque pela defesa dos réus. A primeira testemunha de acusação ouvida, o delegado Tiago Macedo dos Santos, chegou a chorar ao falar do bilhete que arquitetava um suposto plano em que a família Name tramava sua morte e a de outros integrantes da força-tarefa da Omertà.

2º Dia de Júri

Eliane Banites Batalho dos Santos prestou depoimento no começo do segundo dia de julgamento e, em pelo menos cinco oportunidades, afirmou que só fez determinadas delações em maio de 2019 porque os policiais ameaçavam arrancar sua cabeça, a de Marcelo Rios e até a dos filhos, então com 5 e 7 anos, que ficaram com ela no Garras durante cinco dias.

A tarde, durante depoimento de Marcelo Rios, Terezinha Brandão, que acompanhava o júri no plenário, levantou e proferiu acusações contra o ex-guarda, acusando-o de ter matado o filho dela, que não tem relação com o caso em julgamento. Ela foi presa por perturbação da ordem.

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Pantanal

Famasul cria programa para recuperar 500 fazendas afetadas pelo fogo

O programa criado pelo Sistema Famasul, denominado "SuperAção Pantanal", tem como objetivo buscar alternativas que possam ajudar os pantaneiros a reduzir os prejuízos causados pelos incêndios florestais

17/09/2024 16h45

Propriedades Rurais no Pantanal foram atingidas pelo fogo

Propriedades Rurais no Pantanal foram atingidas pelo fogo Divulgação/ Correio do Estado

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Aproximadamente 500 propriedades rurais, localizadas na região do Pantanal sul-mato-grossense, foram identificadas depois de serem afetadas pelos incêndios florestais que devastaram milhares de hectares do bioma pantaneiro. 

Na tentativa de buscar alternativas que possam ajudar os pantaneiros a reduzir os prejuízos causados pelos incêndios florestais, o Sistema Famasul, através do Senar/MS, criou a  “SuperAção Pantanal”, que é um programa de recuperação aos produtores rurais que tiveram suas fazendas afetadas pelos incêndios. 

“Nossa intenção é orientar os produtores em relação às ações e atividades em suas propriedades rurais, a curto, médio e longo prazo, para minimizar o impacto dos incêndios e da produção. Isso reflete na nossa economia pela importância que o Pantanal tem para o desenvolvimento econômico do Estado”, afirmou o presidente do Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Marcelo Bertoni.


500 propriedades rurais atingidas pelo fogo 

Durante as análises feitas pelo Sistema Famasul, até o dia 10 de agosto, foram atingidas 500 propriedades rurais no Pantanal sul-mato-grossense. 

Aproximadamente 20 técnicos de campo serão enviados às propriedades atingidas pelo fogo, propondo soluções de recuperação das áreas comprometidas. Os profissionais atuarão durante 60 dias. Um deles, já chegou ao local. É o técnico Daniel Comiran Dallasta em Aquidauana, que encontrou cercas e pastos destruídos.

Na prática desta força-tarefa inédita no bioma, a Famasul será responsável pelo mapeamento e diagnóstico das propriedades, enquanto o Senar/MS fornecerá recomendações práticas de curto prazo aos produtores.

Nós vamos levar todas as ações que o Senar/MS oferece sobre combate a incêndios, brigadas, e o programa Viva Pantanal. Além de oferecer assistência técnica presencial”, afirmou Bertoni.


Financiamento aprovado 

A SuperAção é uma das iniciativas do Sistema Famasul para ajudar os produtores rurais pantaneiros. Na semana passada, atendendo à solicitação da Famasul, o Condel (Conselho Deliberativo do Desenvolvimento do Centro-Oeste) e a Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste) aprovaram uma linha de crédito com condições diferenciadas para produtores rurais do Pantanal, que tiveram suas propriedades impactadas por incêndios florestais. A medida visa proporcionar acesso ao crédito do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) para a recuperação econômica e ambiental de suas áreas.

Outra preocupação é com a dificuldade de pantaneiros para acesso aos centros educacionais. A equipe técnica do Sistema Famasul esteve na região pantaneira conversando com moradores e avaliando a necessidade de criar um polo educacional.

“Após o relatório, ficou evidente que uma unidade de educação precisa ser construída no Pantanal, para garantir que a qualificação profissional chegue aos moradores que, muitas vezes, são impedidos de estudar por causa da distância. Há regiões em que é preciso viajar muitas horas até a cidade mais próxima e nós precisamos ter um olhar atento para isso. O Senar/MS tem cursos de Formação Profissional Rural e Promoção Social que muito pode contribuir para essas pessoas e para o próprio bioma, como é o caso do curso de brigadista e de prevenção e combate ao fogo. Agora, o próximo passo é buscar um local adequado para essa construção”, afirma Bertoni.
 

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