Cidades

Editorial

Sem escrúpulos

Sem escrúpulos

Redação

29/06/2010 - 06h32
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Política é igual nuvem, muda o tempo todo. Apoio não se rejeita. É comum ouvir esses jargões, entre outros, como sendo algo natural no mundo político. E, com as coligações sendo fechadas, está cada vez mais explícito que os aliados de hoje são os adversários de amanhã, e vice-versa. Convicções ideológicas ou fidelidade a determinadas pessoas são o último critério para definir quem apoia quem. E, embora isto faça parte da realidade, não significa que deva ser aceita ou que esteja correta. Na vida em sociedade existe uma infinidade de situações que se tornaram “naturais, ou comuns” e que nem por isso podem ser toleradas passivamente. 

    Palavra de políticos vale cada vez menos, disto não restam dúvidas. Lutar pela vitória de alguém que dias antes te chamou de “animal de pelo curto” nem mesmo gera constrangimento. Candidato anunciando rompimento  com algum cacique do seu grupo e dois dias depois vê-lo abraçado e vibrando sobre um palanque ao lado do “ex-desafeto” não causa qualquer espanto tanto para aquele que "bateu" quanto para quem foi atingido.

                É mais do que natural e até necessário que as pessoas tenham direito de mudar de opinião ou de rumo na vida, pois somente Deus é absoluto e imutável. Porém, mudanças bruscas demais ou muito constantes necessariamente despertam desconfiança, pois, no mínimo, revelam falta de personalidade própria. E, tão preocupantes quanto as mudanças efetivas são as ameaças. Estas, normalmente, são utilizadas como moeda de troca, algo frequente nas últimas semanas, às vésperas da definição de alianças. As negociações, inclusive com ofertas explícitas de ajuda financeira, que antes eram realizadas entre quatro paredes, passaram a ser feitas à luz do dia, diante de quem quisesse ver e ouvir. Ou seja, foram transformadas em “algo normal”.

    E, se os políticos não se preocupam mais em contradizer hoje aquilo que falaram ontem, quando tornam-se aliados daqueles que atacaram sua honra pessoal em campanhas passadas, quando colocam a leilão seu apoio (tempo no horário gratuito) e quando arrematam publicamente os partidos postos à venda é sinal de que a situação chegou ao fundo do poço, pois se agem assim às claras, sem qualquer tipo de escrúpulo, é simplesmente inimaginável aquilo que deve estar acontecendo entre quatro paredes.

    Encontrar algum partido ou político que escape a estas “normalidades” está sendo praticamente impossível. Porém, quando os “representantes” de uma sociedade chegam a este ponto é porque a massa pensa e age de forma semelhante. Honestidade e retidão de caráter literalmente viraram exceção. Por isso, apesar de, em tese, a eleição de outubro ser a oportunidade de os eleitores renovarem e moralizarem o quadro político, as probabilidades são mínimas, pois, ao que tudo indica, faltarão opções. Vencerão aqueles que tiverem mai$ poder de convencimento e maior quantidade de argumento$.

Cidades

Idoso e criança morrem em acidente entre dois veículos em Campo Grande

Carros bateram de frente próximo ao Autódromo Internacional; Vítimas eram da mesma família

21/12/2025 13h33

Acidente aconteceu na BR-262, em Campo Grande

Acidente aconteceu na BR-262, em Campo Grande Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Um idoso de 80 anos e uma criança, de 11, morreram em acidente envolvendo dois carros, na tarde deste domingo (21), na BR-262, próximo ao Autódromo Internacional de Campo Grande. 

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, as vítimas eram da mesma família e seguiam em um Honda Fit, conduzido por uma mulher, que era filha do homem e avó da menina que faleceram.

Informações preliminares do Corpo de Bombeiros era de que a vítima havia dormido ao volante, mas testemunhas disseram que ela tentou realizar uma ultrapassagem indevida e acabou batendo de frente um HB20, que seguia no sentido contrário.

Com o impacto da colisão, o Fit saiu da pista e parou às margens da rodovia, em uma área de vegetação.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros foram acionados para prestar os atendimentos às vítimas.

O pai da condutora e a criança, que estavam de passageiros, morreram no local, enquanto ela foi socorrida com fratura na perna e encaminhada a Santa Casa de Campo Grande, consciente e orientada.

No outro veículo estava apenas o motorista, que também estava consciente e recusou atendimento.

Durante o trabalho de socorro e perícia, o trânsito no local ficou parcialmente interditado.

O caso deverá ser investigado pela Polícia Civil.

 Acidente aconteceu na BR-262, em Campo GrandeHB20 foi atingido por outro veículo que tentava ultrapassagem (Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado)

Operação Rodovida

Na última terça-feira (16), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou a Operação Rodovida, com intensificação da fiscalização e prevenção de acidentes nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul no período das férias escolares, Natal, Ano Novo e o Carnaval.

A Operação Rodovida é a maior operação de segurança viária do Brasil. No período da operação, instituições responsáveis pela fiscalização em vias urbanas e rurais se unem para reduzir a letalidade e o índice no trânsito.

As metas estão previstas no Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), que segue o índice previsto pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é reduzir em pelo menos metade, até 2030, o número de mortes no trânsito brasileiro.

Apuração

MP investiga danos ambientais e turvamento de água em Bonito

Investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça após fiscalização do Imasul

21/12/2025 11h45

Município é conhecido por áreas verdes e pelo ecoturismo

Município é conhecido por áreas verdes e pelo ecoturismo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades ambientais em uma área rural no município de Bonito, interior do Estado. A investigação foi aberta pela 2ª Promotoria de Justiça após fiscalização do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) constatar uma série de problemas ambientais no local, sobretudo o turvamento dos rios da região, conhecida pelo ecoturismo.

De acordo com o laudo técnico do Imasul, as Áreas de Preservação Permanente (APPs) ao longo de cursos d'água não possuem cercamento, o que permite o acesso de gado. Também foram identificados trechos sem vegetação arbórea, passagens de animais e veículos diretamente dentro dos córregos, situação que provoca o turvamento da água,  além do armazenamento inadequado de tanques de combustíveis próximo à sede da propriedade, sem a devida licença ambiental. Apesar das irregularidades, não foi constatada contaminação do solo.

A fiscalização resultou em auto de infração e em determinações claras para a regularização da área. Entre as medidas exigidas estão o cercamento integral das APPs para impedir a entrada de animais, a recuperação das áreas degradadas com recomposição da vegetação nativa por meio de um Projeto de Recuperação de Área Degradada ou Alterada (Prada), a adequação das travessias para que gado e veículos não cruzem mais os cursos d'água, e a impermeabilização, com sistema de contenção, da área destinada ao armazenamento e abastecimento de combustíveis. Também foi solicitada a comprovação da existência de plano de manejo e conservação do solo e da água.

Além disso, o proprietário deverá apresentar relatório técnico conclusivo sobre o corte de árvores nativas isoladas, vinculado à autorização ambiental correspondente, bem como enviar registros fotográficos das adequações realizadas. Os prazos estabelecidos variam entre 30 e 60 dias, conforme cada exigência.

Para ampliar o controle e a transparência do procedimento, o Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caoma) encaminhou o caso ao Núcleo de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (Nugeo), fatores que originaram o inquérito. 

A Promotoria de Justiça publicou edital, notificou o responsável pela área para apresentar defesa no prazo de dez dias e solicitou ao cartório de registro de imóveis a matrícula atualizada da propriedade. 

Do ponto de vista jurídico, o Ministério Público destacou que, além das responsabilidades administrativa e civil, as condutas apuradas podem, em tese, caracterizar crime ambiental, a depender da análise detalhada dos documentos e das circunstâncias verificadas ao longo do inquérito. Paralelamente, o MPMS abriu a possibilidade de solução consensual por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), priorizando a recuperação ambiental e a regularização da área. Caso não haja acordo ou cumprimento das exigências, o órgão poderá ajuizar ação civil pública ou promover o arquivamento, conforme o resultado das diligências.

Saiba*

Medidas como cercamento das APPs, travessias adequadas e recomposição da vegetação nativa são consideradas simples e eficazes para evitar erosão, assoreamento e turvamento das águas. Da mesma forma, o armazenamento correto de combustíveis, com piso impermeabilizado e sistema de contenção, é essencial para prevenir vazamentos e possíveis danos ambientais.

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