Cidades

MUDANÇAS

Serviço de táxi do aeroporto vira "feira livre" de transporte urbano

Após perderem espaço no local, taxistas são "despejados" para um ponto da Duque de Caxias

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Desde domingo (1º), passageiros que desembarcam no Aeroporto Internacional de Campo Grande têm de lidar com o excesso de ofertas de prestação de serviços de transporte. Por conta disso, o local transformou-se numa “feira livre”.
A empresa Rodar Serviços de Táxi e Transportes Personalizados ganhou licitação e passou a disputar com os taxistas e motoristas de aplicativos. Logo que o cliente desembarca, é “atacado” por chuva de ofertas para escolher a maneira como pretende sair do aeroporto. “Assim já acontece em outras cidades. Eu venho de Cuiabá (MT) e lá é assim também. Quando descemos do avião, vêm duas ou três pessoas nos oferecer transporte”, disse a aposentada Vilma Blanco, 62 anos, que preferiu pedir um carro pelo aplicativo em seu celular.

Outra passageira, Jucleide Blanco, 58, que é irmã de Vilma, declarou que, das três modalidades de transporte, ela ainda prefere o tradicional táxi. Mas os táxis que perderam a concorrência foram “despejados” para um ponto na Avenida Duque de Caxias. “Muito mais seguro e o valor está mais acessível que antes, principalmente de madrugada”, explicou, ao declarar que foi buscar o esposo às 2h do domingo (1º) e foi até o ponto de táxi.

SERVIÇOS

Para solicitar o transporte, o passageiro deve buscar o balcão da empresa, fazer um cadastro e informar o endereço de destino. Depois disso, um veículo estará à espera na saída do aeroporto. Os passageiros continuam a contar ainda com duas linhas de ônibus, que ligam o terminal ao centro da cidade, além dos serviços de transporte por aplicativo. 
Táxis terão uma vaga fixa no terminal e demais operações serão realocadas, também nas imediações do desembarque. 
A empresa licitada tem, aproximadamente, 120 motoristas cadastrados em seu aplicativo interno, os quais estão disponíveis para a demanda. 

De acordo com o dono da Rodar, Flávio Moraes, 40, a empresa está dando prioridade para motoristas que tenham automóveis com até cinco anos de uso. “Mas, na nossa frota, temos carros de seis a oito anos, porém, 99% têm menos de cinco anos”, declarou.

O valor da corrida já é informado para o passageiro no momento em que ele chega ao guichê da Rodar. São três atendentes que ficam na calçada de embarque e desembarque, com computadores, e que são responsáveis pelo credenciamento do passageiro. “Essa foi a única obrigatoriedade da Agetran [agência de trânsito], de que fizéssemos o registro do passageiro”, afirmou.

 Por se tratar de aplicativo interno da empresa, os motoristas cadastrados na Rodar não possuem vínculo empregatício e podem fazer viagens por meio dos demais aplicativos também. 

LICITAÇÃO

A chegada da nova modalidade é resultado de um processo de licitação que escolheu a empresa para oferecer transporte de passageiros nas modalidades de táxi ou transporte privado individual para o aeroporto.  

O processo foi divulgado em maio e a abertura da disputa pelos interessados ocorreu em junho, em modalidade eletrônica, realizada pelo Banco do Brasil.  

Outra obrigatoriedade da Infraero é de que os valores repassados pela empresa licitada sejam o mesmo que era recebido dos taxistas, R$ 6.700,00. Os serviços da Rodar serão oferecidos por cinco anos, após o fim do contrato, nova licitação será aberta. Antes de a empresa ganhar licitação para nova modalidade de serviço de transporte individual de passageiros, os 44 taxistas cadastrados na Infraero tinham direito a estacionamento dentro do aeroporto. Agora, a empresa Rodar usa o espaço que cabe 40 carros estacionados.

RECLAMAÇÃO

Taxistas estão reclamando que não foram informados como queriam ter sido sobre a nova modalidade de transporte. “Alguém tinha interesse de nos tirar de lá [aeroporto] e a própria Infraero fez uma proposta inegociável, eles queriam repasse de R$ 20 mil nosso”, afirmou Juscelino Rodrigues. Ele continuou dizendo que outras duas propostas foram apresentadas pela Infraero, as quais também não foram aceitas pelos taxistas. 

DECISÃO

Justiça volta atrás em decisão e libera joias apreendidas de famoso designer

O juiz entende que se o Fisco promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as mercadorias como providência investigativa

23/12/2025 19h34

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian

Ícone global da joalheria, Ara Vartanian Site oficial/reprodução

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O juiz Claudio Müller Pareja, da 2ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, reconsiderou sua decisão e deferiu liminar para determinar que o fisco estadual libere as joias apreendidas do renomado joalheiro e economista Ara Vartanian, independentemente de recolhimento de tributo, multa ou prestação de garantia.

De acordo com os autos, o juiz entendeu, na decisão anterior, que a retenção das mercadorias teria natureza acautelatória (garantia) e investigativa, pois havia a suspeita de irregularidade documental e a possibilidade de providências administrativas e penais. Naquele momento, os fatos não se apresentaram como meio coercitivo de cobrança tributária.

Porém, o Fisco quantificou a base de cálculo, apurou o suposto tributo devido e aplicou a multa a empresa Avartanian Comércio Ltda., com indicação de valores expressivos, inclusive com menção à precificação das mercadorias. Houve,portanto, a constituição do crédito tributário, em linha com o lançamento de ofício.

Diante deste cenário, a situação se altera, pois se a administração promoveu a apuração do valor tributável e a constituição do crédito, não há justificativa de reter as joias como providência “investigativa” por tempo indeterminado. 

"A partir disso, a manutenção da apreensão passa a produzir efeito prático típico de sanção política, pois condiciona, na realidade, a liberação do bem à satisfação de exigência fiscal", diz o juiz Claudio Müller Pareja no documento.

O magistrado dá continuidade e afirma ser inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos, de acordo com as diretrizes do Supremo Tribunal Federal (STF). "A Administração dispõe de meios próprios para a cobrança do crédito constituído, sem necessidade de constrição material destinada a compelir o contribuinte".

Ainda de acordo com a decisão, a manutenção da apreensão só se justificaria caso houvesse ato da autoridade policial indicando a necessidade da medida para a apuração do suposto crime. Contudo, não há informação nos autos acerca desse ato.

A decisão limita-se a reconhecer, em juízo de probabilidade, que a manutenção da retenção, após a quantificação do tributo e da multa, revela-se incompatível com a vedação sumulada pelo STF, devendo a discussão sobre o crédito seguir pelas vias ordinárias de impugnação e cobrança.

Apreensão de joias

O fisco sul-mato-grossense flagrou, em 1º de outubro deste ano, a empresa de Ara Vartanian enviando joias com valor subfaturado para Cuiabá (MT). Na nota fiscal do carregamento, constavam 126 peças de joias avaliadas em R$ 1,9 milhão, mas, após contagem física realizada por auditores tributários da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul, verificou-se que o carregamento, na verdade, continha 248 peças de joias de alto padrão, avaliadas em R$ 22,6 milhões.

Para piorar, a empresa em Cuiabá que seria o destino das joias, a Fernando S. Perez Lerez Ltda., não possuía em seus registros qualquer vínculo com o comércio de joias ou de metais preciosos. A atividade principal da empresa é o comércio de móveis e, a secundária, a representação comercial.

Diante da constatação dos auditores tributários de Mato Grosso do Sul, a nota fiscal foi considerada inidônea. A Avartanian tentou, 12 horas após a apreensão, utilizar uma nova nota fiscal, desta vez com a discriminação correta dos produtos, mas já era tarde demais.

Habeas Corpus negado

Em novembro, o superintendente de Administração Tributária da Sefaz-MS, Bruno Gouveia Bastos, enviou notícia-crime à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações Falimentares e Fazendários (DEDFAZ), da Polícia Civil, para a abertura de inquérito criminal pela prática de crime tributário.

No caso do designer de joias Ara Vartanian, seu advogado Augusto de Arruda Botelho pede que a investigação sequer seja aberta pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Ele ancora seu pedido na Súmula Vinculante nº 24, que estabelece que crimes contra a ordem tributária somente se consumam com a constituição definitiva do crédito tributário, o que, segundo ele, não seria o caso da notícia-crime.

Por isso, no pedido de habeas corpus, Botelho alega que seu cliente foi submetido a constrangimento ilegal. O juiz Robson Celeste Candeloro, do Núcleo de Garantias da comarca de Campo Grande, indeferiu o pedido, na última quinta-feira (18), pois "revela-se precipitado impetrar habeas corpus contra mero ofício da Secretaria de Fazenda do Estado de Mato Grosso do Sul, o qual apresentou notitia criminis que sequer foi acolhida pela autoridade policial, além de exagerado elevar tal documento, sem nenhum poder coercitivo estatal".

Cidades

Universidades federais sofrem corte de R$ 488 milhões no Orçamento 2026

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições

23/12/2025 19h00

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Cidade Universitária, em Campo Grande

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A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) divulgou um comunicado nesta terça-feira, 23, informando que o orçamento das universidades e institutos federais para 2026 sofreu um corte de R$ 488 milhões, o que representa uma redução de 7,05% nos recursos discricionários (não obrigatórios) das instituições.

Em nota, a Andifes manifestou "profunda preocupação" e afirmou que o corte promovido pelo Congresso no Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo Executivo agrava o quadro "já crítico" das instituições. O orçamento discricionário é utilizado para pagamento de contas de água, luz, limpeza, entre outras, como o pagamento de bolsas de assistência estudantil.

O Estadão questionou o Ministério da Educação (MEC) sobre quais serão as medidas para recompor o corte feito pelo Congresso, mas ainda não obteve resposta.

Conforme a Andifes, os cortes "incidiram de forma desigual entre as universidades e atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior"

A instituição afirma que uma das áreas mais afetadas será a assistência estudantil, fundamental para garantir que estudantes de baixa renda consigam permanecer na universidade. Apenas nesta ação, diz a Andifes, R$ 100 milhões foram cortados, o que representa uma redução de 7,3% no orçamento da área.

"Os cortes aprovados agravam um quadro já crítico. Caso não haja recomposição, o orçamento das Universidades Federais em 2026 ficará nominalmente inferior ao orçamento executado em 2025, desconsiderando os impactos inflacionários e os reajustes obrigatórios de contratos, especialmente aqueles relacionados à mão de obra", diz o comunicado.

A instituição diz ainda que cortes na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e no Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CNPq) fragilizam o desenvolvimento científico do País.

"Estamos, portanto, em um cenário de comprometimento do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas Universidades Federais, de ameaça à sustentabilidade administrativa dessas instituições e à permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica", afirma a Andifes.

A instituição diz ainda que está articulando com o Congresso e o Governo Federal para recompor o orçamento.

A luta das universidades federais por mais orçamento é antiga. Após enfrentarem um relação turbulenta com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, as instituições retomaram o diálogo com o governo federal após o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar disso, também tiveram de enfrentar restrições orçamentárias. Em maio, as universidades anunciaram uma série de medidas de economia, como cortes nos gastos de combustível até a interrupção da compra de equipamentos de informática e passagens aéreas. A medida ocorreu devido a diminuições orçamentárias aprovadas pelo Congresso e sancionadas por Lula. Na época, uma mudança na forma como eram feitos os repasses também estrangulou a verba para universidades. Após reclamações, o governo federal anunciou a recomposição do orçamento.

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