Após operação das polícias Civil e Militar no Carandiru, realizada nesta terça-feira (6), resta a dúvida sobre o que pode acontecer com as famílias que moram ilegalmente no local. Ao Correio do Estado, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) informou que foi realizado o cadastro de 23 famílias, mas que nenhuma aceitou acolhimento ainda.
A ação policial de ontem (6), no Residencial Atena, conhecido como Carandiru, foi realizada na área invadida que é disputada na justiça.
Ao todo 321 servidores estiveram envolvidos na Operação "Abre-te Sésamo", entre militares do 9º BPM, Companhia de Canil do Batalhão de Choque, Grupamento Aéreo, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Perícia Técnica e Assistência Social.
A operação conjunta objetivou o cumprimento de 46 mandados de busca e apreensão na parte do condomínio que é ocupada desde 1994.
O local é conhecido popularmente por ser uma favela dentro de um condomínio e abriga famílias sem condições financeiras de morar em outro local, mas também é moradia de criminosos envolvidos no tráfico de drogas e em outros atos ilegais.
Após a operação de ontem (6), tornou-se iminente a possibilidade de despejo de todas as famílias, sendo importante que a SAS esteja à disposição para atendê-las da melhor forma possível.
Sobre isso, a prefeita Adriane Lopes afirmou, em coletiva de imprensa desta quarta-feira (7), que a secretaria está à disposição para ajudar.
Segundo a SAS, cabe à Assistência Social do município apenas garantir que as famílias não tenham seus direitos violados.
“Durante a ação policial houve prisões e posterior a isso nossas equipes (CRAS Nossa Senhora Aparecida, CREAS Norte, UAIFA 1 e SEAS-Serviço Especializado em Abordagem Social) estiveram no local. As proteções sociais básica e especial, atenderam as famílias por meio de orientações e encaminhamentos, acionaram a AMHASF e listaram as famílias presentes a fim de verificar regularidade no CADÚnico, acesso a benefícios socioassistenciais, cadastro na habitação, entre outros”, esclareceu a pasta em nota à imprensa.
A SAS afirma, ainda, que, como medida emergencial, foi oferecido acolhimento institucional às famílias que desejassem se retirar, porém não houve aceite até a data de hoje (7).
“No tocante a Assistência Social, as equipes permanecerão acompanhando as famílias no intuito de garantir proteção e cuidado, bem como mediar e ofertar o acesso a demais políticas públicas e órgãos de garantia de direitos. Reiteramos que até o momento nenhuma família aceitou acolhimento em uma de nossas unidades, que continuam à disposição de quem, por ventura, desejem sair do residencial. Frisamos ainda que, até o momento, 23 famílias foram inscritas no Cadastro Único pelas equipes do Cras que atende a região. A Assistência Social reforça que todo o aparato e serviços do Cras Nossa Senhora Aparecida estão à disposição dos moradores”, finalizou a SAS.
Despejo
De acordo com o Corpo de Bombeiros, foi realizado um auto de interdição, aguardando parecer da Defesa Civil e SEMADUR, para que só então as famílias sejam despejadas.
Até o momento, todas as famílias permanecem no local, mas sem acesso à energia elétrica, que foi cortada.
Operação Policial
Segundo a delegada Priscilla Anuda Quarti, titular da 3ª DP e coordenadora da operação, foi averiguado que além dos furtos e roubos, o local era abrigo de crimes mais pesados como tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo e palco de homicídios.




