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Sobrecarga em Conselho Tutelar da Capital prejudica atendimento a crianças

A região sul de Campo Grande é a que mais recebe ocorrências de violações, chegando a atender 300 casos em um só dia

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A falta de Conselhos Tutelares para cumprir a demanda de atendimento aos direitos das crianças e adolescentes em Campo Grande vem causando sobrecarga há anos na gestão dos casos, os quais são encaminhados principalmente para o 1º Conselho Tutelar da Região Sul. Esse conselho atende 15 bairros que englobam a Região Anhanduizinho, uma das mais perigosas e populosas da cidade.

Em entrevista ao Correio do Estado, a conselheira Raquel Lázaro informou que, nos últimos quatro anos (de 2020 a 2023), o 1º Conselho Tutelar da Região Sul realizou atendimentos que abrangem uma área de cerca de 300 mil habitantes.

“Com a demanda que tivemos nos últimos anos, era humanamente impossível atender com o quantitativo de profissionais que tínhamos, se você levar em consideração que em um dia recebemos 300 notificações escolares, dependendo do período do ano, essa quantidade é multiplicada durante a semana”, disse a conselheira.

Diariamente, o Conselho Tutelar da região sul recebe cerca de 15 a 20 denúncias fora do período considerado “alta temporada”, que seria durante o período letivo, porém, a estimativa, segundo Raquel, varia semanalmente na unidade.

“Há dias em que no conselho não sobra cadeira para as famílias e o pessoal fica esperando lá fora por atendimento, que pode ser de duas formas, ou porque o conselheiro notificou a presença dos responsáveis ou por demanda espontânea”, declarou.

Ainda segundo a conselheira, a esperança é de que com a chegada dos novos colegas a pressão da demanda da região diminua.

Procurado pela reportagem, o presidente da Associação dos Conselheiros, Adriano Vargas, que já atuou no Conselho Tutelar da região sul, esclareceu os possíveis motivos de esse conselho ser tão sobrecarregado em comparação com os outros quatro em funcionamento em Campo Grande.

“Esse conselho do Aero Rancho está localizado em uma região de maior vulnerabilidade, densidade populacional e onde há muitos condomínios, loteamentos e áreas de invasão. Essas estruturas demandam mais atendimento do conselho, porque vai ter mais crianças precisando de posto de saúde, escola, creche. Além, também, de casos de maior gravidade, como violências físicas e sexuais”, disse. 

De acordo com Adriano, um levantamento acerca dos atendimentos do Conselho Tutelar realizados nos últimos quatro anos mostra que, das 60 mil ocorrências registradas em Campo Grande, cerca de 30 mil foram atendidas na região sul.

NOVOS CONSELHOS

Com apenas cinco conselhos, número abaixo da demanda que Campo Grande tem, por conta do número de habitantes, a prefeitura desde o ano passado procura por imóveis que possam ser utilizados como locais para a criação de três novos Conselhos Tutelares.

Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), os três locais onde os novos conselhos serão criados já foram decididos pela prefeitura e neste momento passam por adequações em sua estrutura, para que possam ser utilizados pelos 15 novos conselheiros que foram empossados para o quadriênio 2024-2027. 

“Quanto ao processo de aluguel e de estruturação dos novos prédios dos Conselhos Tutelares, informamos que o 6º Conselho – Imbirussu está em processo de locação e será no Bairro Sírio Libanês. O 7º Conselho – Prosa é um prédio próprio da prefeitura, na região do Novos Estados, e a reforma já está em andamento”, declarou a SAS, em nota.

“Já o 8º Conselho, da região do Anhanduizinho/Bandeira, terá sua sede na região do Dom Antônio Barbosa, em prédio próprio da prefeitura, e será entregue no fim do mês de fevereiro”, completou o texto.
O 6º Conselho, cujo prédio está sendo avaliado por engenheiros, para posteriormente passar por adaptações, atenderá os bairros Núcleo Industrial, Popular, Nova Campo Grande, Panamá e Santo Amaro. A sua entrega está prevista para o fim de abril.

O 7º Conselho vai atender as regiões dos bairros Noroeste, Estrela Dalva, Veraneio, Margarida e Novos Estados. Esse conselho deve ser entregue à população no fim de março.
Já o 8º Conselho, da região do Anhanduizinho/Bandeira, atenderá os bairros Universitário, Rita Vieira, Dr. Albuquerque, Tiradentes, Lageado, Los Angeles, Centro Oeste, Aero Rancho, Alves Pereira, Centenário e Moreninhas.

De acordo com a SAS, o 8º Conselho será o primeiro a ser entregue, visto que a reforma está adiantada, estando em processo de finalização da pintura no momento. 

Os novos prédios serão entregues com toda a estrutura e os equipamentos necessários para a atuação dos novos conselheiros, que tomaram posse em janeiro e foram lotados nos conselhos já existentes até que os novos prédios sejam entregues.

CASO

Recentemente, um caso grave de agressão contra criança, que foi parar na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), ocorreu na região do Anhanduizinho.

No dia 23 de janeiro, a polícia iniciou uma investigação de um caso no qual uma mãe e um padrasto teriam espancado uma criança de dois anos, que passou por exames que constataram sua morte cerebral. 

O casal morava com uma criança de dois e outra de quatro anos no Bairro Los Angeles e, por conta do consumo de drogas, começou a viver na rua, chegando a invadir uma casa no Jardim Colibri, onde, segundo a polícia, as agressões ocorriam.

SAIBA

Segundo estabelecido pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), um município deve ter um Conselho Tutelar a cada cem mil habitantes. Campo Grande, até o momento, tem apenas cinco, para uma população de mais de 898 mil habitantes, de acordo com o Censo IBGE de 2022.

Cidades

Portaria autoriza IBGE a contratar 39 mil temporários para Censo Agro e de população nas ruas

A seleção e ingresso dos trabalhadores temporários ocorrerá através de processo seletivo simplificado

18/12/2025 19h00

Agentes do IBGE em MS

Agentes do IBGE em MS FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

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O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) E O Ministério do Planejamento e Orçamento informaram a autorização de contratação temporária de 39.108 trabalhadores para atuarem no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na realização do Censo Agropecuário e do Censo da População em Situação de Rua. A Portaria Conjunta MGI/MPO Nº 90 liberando as admissões foi publicada na quarta-feira, 17.

"As contratações têm como objetivo viabilizar a operacionalização dos levantamentos censitários, que envolvem desde o planejamento técnico até a coleta, supervisão e processamento das informações em todo o território nacional. Os contratos serão firmados nos termos da Lei nº 8.745, de 1993", informou o MGI, em nota à imprensa.

A seleção e ingresso dos trabalhadores temporários ocorrerá através de processo seletivo simplificado, observando as políticas de reserva de vagas previstas em lei e assegurando que "todas as etapas do certame estejam alinhadas à efetividade das ações afirmativas".

A portaria determina que o IBGE defina a remuneração das vagas, "respeitando os critérios legais relacionados à relevância e à complexidade das funções".

O edital de abertura das inscrições para o processo seletivo simplificado será publicado em até seis meses, "contados a partir da publicação do ato normativo".

O IBGE ainda aguarda a aprovação do orçamento de R$ 700 milhões necessários aos preparativos do já atrasado Censo Agropecuário em 2026, para que possa ir à coleta de campo em 2027.

O cronograma inicial previa os preparativos em 2025 e coleta em campo em 2026, mas foi adiado por falta das verbas demandadas no orçamento da União. O levantamento censitário prevê a coleta de informações de cerca de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o País.

No novo cronograma, caso os recursos previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual sejam garantidos, o IBGE dará início em outubro de 2026 ao cadastro de estabelecimentos para coleta de dados online, que começaria a ser feita em janeiro de 2027. Em abril de 2027 teria início a coleta presencial.

 

Prognóstico

Verão começa neste domingo e será marcado por calor acima da média em MS

Prognóstico aponta que podem ocorrer ondas de calor no Estado, enquanto as chuvas serão irregulares e podem ficar abaixo da média para a estação

18/12/2025 18h44

Calor deverá ficar acima da média durante o verão em Mato Grosso do Sul

Calor deverá ficar acima da média durante o verão em Mato Grosso do Sul Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começa às 11h03 (horário de MS) deste sábado (21) e será marcado por chuvas irregulares e temperaturas elevadas em Mato Grosso do Sul. É o que aponta prognóstico divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec).

A estação, que vai até o dia 20 de março de 2026, é climatologicamente caracterizada pelos dias mais longos e noites mais curtas, calor, maior disponibilidade de umidade na atmosfera e aumento significativa de pancadas de chuvas.

O primeiro dia do verão é o dia mais longo do ano e a noite mais curta.

Calor acima da média

De acordo com o prognóstico, a tendência climática para este verão em Mato Grosso do Sul indica temperaturas acima da média histórica, ou seja, a previsão aponta para um trimestre com condições mais quentes que o normal no Estado.

"Essa condição favorece a ocorrência de períodos mais quentes, sobretudo em dias com menor nebulosidade e ausência de precipitação", diz o documento.

Quanto as temperaturas, a média da estação varia entre 24°C a 26°C. A previsão para o trimestre janeiro-fevereiro-março de 2026 indica que as temperaturas ficarão ligeiramente acima da média histórica, com máximas acima de 30°C.

Segundo o Climatempo, o verão deverá ter maior influência da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) e a estação terá períodos de veranico, quando várias áreas do País terão dias mais quentes do que o normal, com menos chuva do que o normal para o período.

O Sul do Brasil e as áreas de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai devem enfrentar períodos de calor intenso, que eventualmente poderão ser considerados como onda de calor, segundo o Climatempo.

Dessa forma, a previsão aponta para um trimestre com condições mais quentes que o normal em Mato Grosso do Sul.

Chuvas irregulares

A média de chuva que é esperada para o verão, conforme os dados históricos baseados em períodos de 30 anos pelo Cemtec, indicam que as precipitações variam entre 400 a 600 mm. 

Para o verão 2025/2026, a tendência climática indica uma previsão  de irregularidade na distribuição das chuvas ao longo do trimestre.

"Os volumes de precipitação tendem a oscilar em torno da média histórica, podendo apresentar totais ligeiramente acima ou abaixo da média histórica", diz o Cemtec.

Uma característica marcante do verão é a ocorrência de rápidas e frequentes mudanças nas condições do tempo. São comuns as chuvas de curta duração e forte intensidade, conhecidas como chuvas de verão.

Segundo o Cemtec, dependendo do ambiente atmosférico atuante, esses eventos podem evoluir para tempestades intensas, acompanhadas de descargas elétricas, rajadas de vento e, ocasionalmente, granizo.

Em razão da intensidade pluviométrica concentrada em curtos intervalos de tempo, essas chuvas podem ocasionar impactos como alagamentos, enxurradas e elevação rápida do nível de córregos e rios, situações típicas do período de verão.

A maior frequência dessas tempestades ocorre, geralmente, no período da tarde, em decorrência do aquecimento diurno mais acentuado e dos mecanismos de modulação diurna da atmosfera.

Além disso, o verão é o período do ano de maior incidência de raios.

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