Telhado de um hotel do bairro Centro América, em Corumbá teve parte do telhado arrancado com os forte ventos da madrugada desta sexta-feira (19). O problema é que as telhas que "voaram" danificaram cinco casas vizinhas, localizadas na Barão de Melgaço.
De acordo com o Diário Online, uma viga de madeira e parte da calha do último andar do hotel, onde está havendo uma obra de ampliação, ainda ficaram pendurados, com risco de cair sobre as casas.
A residência mais atingida foi a do morador Manoel da Silva, de 75 anos, que estava dormindo com a esposa em um quarto e seus dois filhos em outro.
“Eu levantei e disse: 'vamos sair daqui porque vai tudo desabar', aí começou aquele barulhão e caiu tudo em cima da casa”, disse Manoel.
As telhas dos dois quartos, da cozinha e do corredor ficaram danificadas. Várias telhas do tipo Eternit, vindas do hotel e do próprio teto da casa, ficaram espalhadas no chão da residência. Mas não foi apenas danos com telhas, pois, por causa da destruição do teto, os colchões ficaram molhados com a chuva, materiais de cozinha e tudo o que estava sobre as mesas ficou danificado. Manoel calcula prejuízo mínimo de 5 mil reais, fora a sujeira que ficou na casa. “Eu trabalho, sou assalariado, é muito duro”, disse chorando ao Diário Corumbaense.
Um fio energizado que caiu junto com as telhas que voaram do hotel quase atingiu João Carlos de Souza. O morador reside na quarta casa atingida pelo destelhamento e afirmou que tudo aconteceu por volta das 05h30 da manhã, quando o vento estava muito forte e a telha da construção voou cerca de 50 metros.
A reportagem entrou em contato por telefone com a proprietária do hotel, Dulce Silvério de Souza. Ela se encontra em Campo Grande. “Nós somos pessoas extremamente idôneas, somos uma empresa de pessoas honestas. Isso foi uma coisa da natureza e que todos nós estamos sujeitos a isso. A gente vai tomar todas as providências, eu até já contatei uma empresa de materiais de construção, já estou com um pedreiro aí para tomar todas as providências e colocar as telhas”, afirmou Dulce.
Procurado pelo Diário Corumbaense, um dos inspetores do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Mato Grosso do Sul (CREA) em Corumbá, o engenheiro civil Joelson Pereira Dib Filho, afirmou que existe fiscalização periódica do Conselho em todas as construções, ampliações e reformas da cidade.
“O que pode se questionar é que o que causou isso foi a força do vento. Há estudos no cálculo que você simula o esforço do vento. Se a obra tinha o projeto na Prefeitura e o alvará, ela tinha engenheiro ou arquiteto, obrigatoriamente. A perícia agora quem vai determinar é o proprietário, que vai solicitar, ou quem recebeu o dano é que vai solicitar uma perícia. Aí deve contratar um profissional para ir lá, mas o primeiro passo é saber se tinha o alvará de construção”, informou Joelson.
De acordo com a Fundação de Desenvolvimento Urbano e Patrimônio Histórico (FUPHAN), há dois processos pendentes em nome de Dulce Silvério de Souza, sendo um de remembramento e outro de regularização de obra. Os dois processos deram entrada em 06 de agosto de 2014 e encontram-se pendentes por falta de documentação.


