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TJMS "intima" milhares de proprietários de terras a regularizarem títulos

Provimento assinado em 15 de julho define o procedimento a ser realizado pelos cartórios para a ratificação dos registros imobiliários decorrentes de alienações e concessões imóveis

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O Provimento nº 309, de 15 de julho de 2024, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), implementou a ratificação
dos registros imobiliários decorrentes de alienações e concessões em terras públicas situadas na faixa de fronteira de Mato Grosso do Sul, conforme a Lei Federal nº 13. 178/2015.

O texto define o procedimento a ser adotado pelos cartórios para a realização da ratificação dos registros imobiliários decorrentes de alienações e concessões imóveis de dentro da faixa de segurança nacional, estipulada em até 150 quilômetros da fronteira.

Estes correspondem a um terço das terras do Estado, o que indica que proprietários de mais de 32 mil imóveis podem perder as terras para a União caso não façam a ratificação.

“Se a cadeia dominial for interrompida a ratificação não poderá executada, e neste caso, o imóvel se torna passível de retomada pelo governo. Porém, não se tem ao certo qual o procedimento será adotado neste caso”, comentou o Gerente de Regularização Fundiária e Cartografia da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Jadir Bocato.

Na última terça-feira (16), o deputado estadual e coordenador da Frente Parlamentar de Regularização Fundiária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), Renato Câmara (MDB), se reuniu em audiência com o presidente do TJMS, Des. Sérgio Fernandes Martins, para discutir o Provimento.

Dentre os temas, foi abordado como seria feita a regulamentação do Provimento, e como deverá ser o procedimento por parte dos proprietários.

“O proprietário ou procurador do imóvel deverá apresentar a confirmação de que a matrícula do imóvel tem origem em um título expedido pelo Estado ou pela União em algum momento. Fazer a cadeia sucessória, declarando que esse imóvel foi adquirido pelo governo do Estado em algum momento”, antecipou Renato.

O deputado acrescenta que, embora exista o contexto da incerteza, o Provimento 309 avança e vem, justamente, contemplar as intervenções que fez junto ao Tribunal de Justiça de MS e, sobretudo, atender o que está previsto na Lei Federal, tendo o único objetivo de regulamentar e uniformizar os procedimentos para se fazer a ratificação.

“Como ficará a situação em relação àqueles que não conseguirem apresentar a cadeia sucessória até a origem do título expedido pelo Estado, nós ainda não sabemos. A incógnita é se este imóvel voltará para o Estado ou para a União. Por isso, estamos empenhados, antecipadamente, em buscar respostas e soluções para auxiliar os proprietários a manterem suas posses e o momento de discutir estas questões é agora, por isso, mantivemos esta importantíssima audiência com o presidente do TJMS, Sérgio Martins”, afirma o presidente da Frente Parlamentar de Regularização Fundiária.

O Provimento Nº 309, com data de 15 de julho de 2024 foi assinado pelo Corregedor-Geral de Justiça de Mato Grosso do Sul, Desembargador Fernando Mauro Moreira Marinho, e já está em vigor com a publicação feita no Diário Oficial.

Confira alguns pontos importantes do provimento:

Procedimento de Ratificação:

A ratificação dos registros imobiliários será realizada por meio de averbação na matrícula do imóvel, após exame e qualificação positiva do registro atual (não do título originário).

Documentos Necessários:

O requerente deve apresentar certidões negativas de feitos ajuizados, comprovação de que o registro atende aos critérios temporais e de localização, e estudo técnico da cadeia dominial do imóvel.

Para imóveis maiores que 15 módulos fiscais, mas menores que 2.500 hectares, é necessário a certificação do georreferenciamento e a atualização da inscrição no Sistema Nacional de Cadastro Rural.

Critérios de exclusão:

Não serão ratificados registros com questionamentos ou reivindicações na esfera administrativa ou judicial, ou ações de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária.

Emolumentos

Os emolumentos devidos pela averbação devem corresponder ao valor declarado do imóvel conforme a última declaração do Imposto Territorial Rural (ITR).

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Cidades

Adolescente comete latrocínio e capota carro da vítima em MS

Vítima foi encontrada carbonizada após incêndio causado pelo jovem

20/12/2025 10h30

Divulgação/PCMS

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Um adolescente de 17 anos foi apreendido em flagrante pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por intermédio da Delegacia de Rio Verde e com apoio da Polícia Militar, na madrugada da última sexta-feira (19). O jovem foi responsável por cometer  ato infracional análogo ao crime de roubo seguido de morte (latrocínio). 

Por volta das 4h30, os policiais foram acionados para atender a uma ocorrência de incêndio em uma casa no bairro Jardim José Antônio. Dentro do imóvel, foi encontrado um corpo carbonizado. A identificação da vítima será confirmada por exames periciais.

LATROCÍNIO

Conforme apurado durante a investigação, o adolescente teria agredido a vítima com o objetivo de subtrair bens. Ele levou dinheiro, um aparelho celular e um carro.

O automóvel foi localizado capotado na BR-163. O adolescente foi socorrido e encaminhado ao hospital municipal.

Na casa do jovem, foram apreendidos dinheiro e o aparelho celular pertencentes à vítima.

Após deixar a unidade de saúde, o adolescente foi apreendido e encaminhado à delegacia, onde foram adotadas todas as providências legais, com comunicação ao Juízo da Infância e Juventude e ao Ministério Público, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

As investigações prosseguem para o completo esclarecimento dos fatos e para verificar eventual participação de outras pessoas.

APAGAR DAS LUZES

MPMS suspeita de corrupção milionária na iluminação pública

Após passar por várias cidades de MS, grupo de elite contra a corrupção fecha o ano com operação na prefeitura da Capital

20/12/2025 08h00

Operação Apagar das Luzes foi realizada na Capital e na cidade de Balneário Piçarras, em Santa Catarina, com cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão

Operação Apagar das Luzes foi realizada na Capital e na cidade de Balneário Piçarras, em Santa Catarina, com cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão Marcelo Victor

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O Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) bateu à porta do 13º município este ano, desta vez em Campo Grande, que foi alvo de investigação por suposto superfaturamento milionário em contratos de iluminação pública que foram firmados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep).

Em nota, o MPMS afirmou que os contratos apontados com indícios de corrupção foram firmados no ano passado e ainda estão em vigência.

“As investigações indicam a ocorrência de reiteradas fraudes nos processos licitatórios, tendo sido identificado superfaturamento superior a R$ 62 milhões”, diz a nota do MPMS.

Porém, ao Correio do Estado, o titular da Sisep, Marcelo Miglioli, diz que o promotor de Justiça responsável pelo caso o informou que estão em investigação os contratos que foram firmados em 2018, na antiga licitação, e encerram-se em 2023, quando houve um novo leilão.

Ainda segundo ele, a operação de sexta-feira gira em torno de duas empresas principais: as construtoras B&C e JLC, ambas com sede em Campo Grande.

“O que foi passado para mim é que a investigação foi em cima da B&C e da JLC. Foi o que foi passado para mim pela promotoria e eram as duas que constavam nas licitações lá de trás, de 2018”, explica o secretário que administra a Pasta desde novembro de 2023, quando substituiu o engenheiro civil Domingos Sahib Neto.

Segundo o site de transparência da prefeitura, a iluminação pública de Campo Grande é dividida em sete contratos independentes para cada uma das regiões da cidade: Anhanduizinho (Lote 1); Bandeira (Lote 2); Centro (Lote 3); Imbirussu (Lote 4); Lagoa (Lote 5); Prosa (Lote 6); e Segredo (Lote 7).

A construtora B&C é responsável pelos lotes 4, 5 e 7, que somados estão avaliados em R$ 14.885.371,67. Já a empresa JLC administra a iluminação dos lotes 1, 2 e 3, que resultam em R$ 17.837.068,21. 

Avaliada em R$ 4.300.411,70, o lote 6 ficou sob responsabilidade da M.R Construtora, outra que Miglioli afirma que pode ser investigada por estar envolvida nos contratos, mas destaca que os dois principais alvos são a B&C e JLC por causa da licitação de 2018, quando apenas as duas geriam as manutenções de iluminação pública na Capital. 

Ainda no site da transparência municipal, é possível observar que durante este um ano de vigência dos atuais contratos, todos eles passaram por reajuste que superam a casa dos 100%, ou seja, mais do que dobraram. À reportagem, Miglioli contesta que esse aumento pode ser considerado “abusivo”.

“Tudo que a gente fez na nossa gestão é perfeitamente explicável. Essa é uma conta importante de se fazer, porque esses contratos são com renovação anual, mas é um contrato originário de uma licitação só. Eu não faço uma licitação anual, então, os valores vão sendo cumulativos”, diz o secretário.

Além das empresas, dois servidores públicos também foram alvo do Gecoc, mas não tiveram seus nomes divulgados. De acordo com o titular da Sisep, um dos envolvidos já está aposentado, mas ainda estava ativo quando os novos contratos foram firmados no ano passado, enquanto o outro ainda segue em atividade na secretaria.

Em coletiva realizada após o cumprimento dos mandados, Miglioli disse que, como ainda não há comprovação de que tenha havido superfaturamento, os contratos serão mantidos normalmente, visto que também não existe base legal para a suspensão dos contratos.

O mesmo vale para o servidor da ativa, segundo o titular da Pasta. Por enquanto, nem mesmo perderá seu cargo de confiança, a não ser que haja uma determinação judicial. “Não posso ser irresponsável e fazer juízo de valor. Estamos falando aqui de vidas, de pessoas humanas”, afirmou o secretário.

Operação Apagar das Luzes foi realizada na Capital e na cidade de Balneário Piçarras, em Santa Catarina, com cumprimento de 14 mandados de busca e apreensãoMinistério Público de MS recolheu malotes com documentos de empresas alvo da operação durante a manhã de sexta-feira na Capital - Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado

MANDADOS

A Operação Apagar das Luzes foi realizada na Capital e na cidade de Balneário Piçarras, em Santa Catarina, com cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão, a maioria no município sul-mato-grossense.

Somente neste ano, são 11 operações deflagradas pelo MPMS contra 13 municípios do Estado. O órgão já identificou corrupção em contratos de publicidade, engenharia, pavimentação asfáltica, informática, tecnologia, saúde, educação e obras, todas em cidades do interior, com exceção da ação de sexta-feira.

IMPOSTO DA LUZ

Uma matéria do Correio do Estado já demonstrou que Campo Grande é uma das capitais que mais arrecada com a Contribuição de Custeio da Iluminação Pública (Cosip) no País. Em 2022, por exemplo, a capital de Mato Grosso do Sul arrecadou mais com a taxa que vem embutida na conta de luz das casas e das empresas que a prefeitura de Curitiba (PR).

No ano avaliado pela Frente Nacional de Prefeitos, foram auferidos R$ 143.941.441,09 com a contribuição, a 10ª maior arrecadação bruta desta modalidade no Brasil. No mesmo ano, a prefeitura da capital paranaense, que tem o dobro do tamanho, arrecadou R$ 132.224.683,35 com a mesma contribuição para o custeio da iluminação pública.

A comparação não fica apenas entre a capital de Mato Grosso do Sul e a do Paraná. Na Região Centro-Oeste, Campo Grande é a campeã em receita com a Cosip, embora tenha 539.299 habitantes a menos que Goiânia (GO) – que tem 1,4 milhão de habitantes, conforme o mesmo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A capital de Goiás arrecadou R$ 103.115.825,40 com a contribuição em 2022.

Na previsão de receita da Prefeitura para 2025, divulgada em dezembro de 2024, o Município diz ter a expectativa de arrecadar R$ 104 milhões por meio do Cosip.

O montante recolhido a título de Cosip deve ser repassado ao tesouro municipal pela empresa distribuidora. Essa quantia é vinculada à prestação do serviço de iluminação pública e não pode ser utilizada para outros fins.

*SAIBA

A Construtora JLC venceu há dois meses a disputa para fazer a iluminação natalina da Capital neste ano, com orçamento de R$ 1,7 milhão. A empresa é responsável por fornecer, instalar e desinstalar a decoração natalina, em contrato firmado no dia 17 de novembro e que expira no dia 15 de fevereiro.

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