Cidades

Rumo a Roraima

Tropas de MS vão reforçar segurança na fronteira com Guiana e Venezuela

Blindados e militares de batalhões de MS foram enviados em meio ao aumento das tensões na disputa pela região de Essequibo

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Blindados de Mato Grosso do Sul estão a caminho do estado de Roraima e vão ajudar a reforçar a fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana. 

O Correio do Estado apurou que pelo menos 40 militares vão integrar o contingente de 150 homens que dará reforço à 1ª Brigada de Infantaria de Selva e, principalmente, vai compor o recém-criado 18º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Boa Vista (RR). 

Ao todo, 28 blindados das unidades militares dos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul reforçarão a fronteira brasileira com a Venezuela e a Guiana. De Mato Grosso do Sul, os blindados saíram das duas unidades que têm atuação específica em cavalaria: a 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, de Dourados, e sua unidade complementar, o 20º Regimento de Cavalaria Blindado, de Campo Grande. 

Por causa da elevação da tensão na fronteira entre Venezuela e Guiana depois que o presidente venezuelano, com o apoio da oposição, passou a intensificar a reivindicação pela região de Essequibo, oeste da Guiana, o Exército Brasileiro decidiu aumentar sua prsença na região. 

Dos 28 blindados que estão a caminho do norte de Roraima, 6 são do modelo Guarani, 6 são do modelo Cascavel e 16 são do modelo Guaicuru. O Guarani e o Guaicuru, nome de tribos indígenas existentes em território sul-mato-grossense, são os modelos mais modernos do Exército. O Cascavel é um blindado das décadas de 1970 e 1980, ainda a serviço do Exército Brasileiro. 

De Mato Grosso do Sul foram enviados os modelos Guaicuru e Guarani. Este último, inclusive, foi lançado justamente na 4ª Brigada de Infantaria Motorizada de Dourados, em 2015. 

A viatura blindada Guarani, de transporte de pessoal, é anfíbia, tem capacidade para transportar até 11 militares e tem proteção antiminas, sob as rodas, couraça e assentos individuais, e proteção balística composta de blindagem contra tiros de 7,62 mm e estilhaços de granadas de artilharia de 155 mm. A viatura tem peso bruto de 14,7 toneladas, motor blindado com potência de 383 cavalos e atinge uma velocidade máxima de até 100 km/h.

Já o Guaicuru, viatura blindada multitarefa leve sobre rodas (VBMT-LSR) 4X4 LMV-BR, foi batizado com este nome em homenagem à tribo do sudoeste de Mato Grosso do Sul que auxiliou o Brasil a derrotar o Paraguai na guerra contra o país vizinho, há pouco mais de um século e meio. 

“Ressalta-se que a evolução do atual Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, orgânico daquela Brigada, para um Regimento de Cavalaria Mecanizado é uma ação estratégica pré-planejada que já constava no Planejamento Estratégico do Exército (PEEx). Esse processo resultará em um aumento do número de militares na área, além de viaturas blindadas, as quais serão deslocadas do Sul e do Centro- Oeste do País para Roraima. Tais meios, como as 16 Viaturas Blindadas Multitarefa 4x4 – Guaicuru, serão deslocados para comporem a recém-criada Unidade Militar, ao longo do mês de dezembro, com uma previsão de cerca de 20 dias para chegarem à Boa Vista”.

Os veículos, chamados de viaturas blindadas multitarefa leves sobre rodas, ficam nesses estados por causa das características dos combates. Em regiões de selva, como o Amazonas, o equipamento usado pelos combatentes é mais individual, mas Roraima não é um estado onde predomina a vegetação de selva: é uma savana que os locais chamam de “lavradio” e que se parece muito mais com a vegetação do Sul do País do que com a floresta tropical.

O conflito

Nicolás Maduro, que governa a Venezuela há praticamente uma década, teme não ser reeleito em 2024. Ele enfrenta o descontentamento de uma parte significativa da população. Dessa forma, o plebiscito (no qual 10,5 milhões de eleitores, de um total de 20,7 milhões, disseram sim) e a ideia de anexar uma parte do território da Guiana mobilizaria o povo, acenderia sentimentos patrióticos – tal qual aconteceu na Argentina – e tiraria da frente os problemas do país, que só não está pior por que o governo dos Estados Unidos suspendeu temporariamente as sanções ao petróleo, ao gás e ao ouro venezuelanos.

A medida foi anunciada pelo Departamento do Tesouro americano, após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia e em resposta ao acordo alcançado pelo governo de Nicolás Maduro com a oposição, que estabeleceria garantias eleitorais tendo em vista as eleições presidenciais de 2024. No entanto, pode ser uma das primeiras garantias a cair e as consequências econômicas e diplomáticas não serão poucas, caso Maduro insista no despautério de invadir um país vizinho, desestabilizando a geopolítica da região.

Apenas por causa das ameaças, o governo da Guiana já busca estreitar sua cooperação na área de segurança com os Estados Unidos. E esse é outro temor dos militares brasileiros: que americanos instalem uma base militar na região. 

“Isso poderia causar um desequilíbrio na segurança do continente. Seria uma força externa aqui, na nossa fronteira”, explica um desses militares. E, em um hipotético ataque venezuelano, não há dúvidas de que os Estados Unidos socorreriam o aliado na América do Sul.

Além da ExxonMobil, que descobriu petróleo em águas que estão na disputa, muitas outras empresas norte-americanas estão atuando na região que, até 2028, poderá chegar a produzir 1,2 milhão de barris por dia. Com essa produção, o país se tornaria um dos 20 principais produtores de petróleo do mundo.

Essequibo, que a Venezuela reivindica, representa dois terços do território da Guiana, uma área de quase 160 mil quilômetros quadrados que é razão de uma disputa histórica entre os dois países há séculos. A região é rica em recursos naturais e fez com que o país se tornasse atualmente o que mais cresce na região.

Hoje, a Guiana, um país com 800 mil habitantes, tem as maiores reservas de petróleo per capita. Já a Venezuela tem as maiores reservas absolutas, embora sua capacidade de produção, por causa do colapso da estatal PDVSA, tenha diminuído de 3,4 milhões de barris por dia para 700 mil barris por dia.

TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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