Cidades

Inteligência Artificial

UFMS ignora alunos e utiliza IA em artes

Nas redes sociais, a instituição apresenta capivara com três olhos e alunos inexistentes

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A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) tem enfrentado críticas crescentes por utilizar Inteligência Artificial (IA) na criação de conteúdo para suas redes sociais. De alunos fictícios ao mascote Capi com olhos duplicados, a prática tem gerado descontentamento entre os estudantes.

Apesar de haver 11.790 alunos matriculados na modalidade presencial no campus da Cidade Universitária, em Campo Grande, a UFMS optou por criar alunos fictícios por meio de IA para suas publicações. O primeiro vídeo gerado com essa tecnologia foi recentemente divulgado, embora a ferramenta já tenha sido utilizada em postagens de arte estática anteriormente.

Veja algumas das críticas deixadas por alunos na publicação:

Revolta

Apesar de a atitude gerar revolta em alunos de diferentes cursos, os de Artes Visuais são especialmente afetados. A aluna Isadora Figueiredo afirma que a grande maioria se sente incomodada com o uso imoral da Inteligência Artificial. 

"O curso de artes visuais foi um dos poucos que recebeu nota 5 nessa última avaliação e, ainda assim, parece que não é o suficiente para que a UFMS sequer pense em comunicar com os discentes do curso para sugerir propostas, visto que não houve diálogo algum antes da produção desses anúncios com IA. Sei também que muitos de meus colegas tem interesse na área de Design e, sabendo que não há esse curso na UFMS, essa poderia ser uma oportunidade interessante para os alunos experimentarem essa área, mesmo sem receber nada financeiramente".

Para a estudante Rebeca Ferelli, é compreensível que a universidade queira explorar as novas tecnologias, mas a forma como esta sendo feito é um problema.

"Uma universidade que oferece a proposta de ensinar técnicas para um trabalho e, então, utiliza de outras técnicas para se propagar é irônico, como se mostrasse na cara dos estudantes que eles estão sendo ensinados mas, no fim, serão trocados pela IA. [...] Usar IA para propaganda da universidade, principalmente do vestibular, não é nada além de um teste para ver se estaria tudo bem começar a usar esse meio chulo (mal feito e pouco cativante) ao invés do trabalho dos próprios alunos. Mostra que o interesse é a propaganda, não o desenvolvimento dos estudantes."

De acordo com o aluno Luiz Miguel, durante a avaliação MEC, a universidade arrumou o bloco de Artes e colocou um novo bebedor de água à disposição dos alunos, mas assim que o período de avaliação acabou foi retirado. 

"Atitudes como essa e vídeos gerados por ferramentas de Inteligência Artificial deixam a gente ainda mais invisíveis. Se a universidade que deveria alavancar, nos impulsionar e nos fazer acreditar que existe mercado de trabalho pra nossa área, não faz isso… Faz o contrário, utiliza de IA para fazer as artes… Eles vendem e tentam ensinar pra gente coisas que nem eles mesmos acreditam."

A dicente Maya Severino acredita que, se houvesse interesse da universidade, seria possível criar um projeto colaborativo entre o curso de Artes Visuais e a instituição.

"O curso de Artes já teve um projeto junto com o curso de Jornalismo, pro jornal deles, o Projétil. Então com certeza se a universidade falasse com o curso, a gente poderia ter feito uma parceria para a divulgação do vestibular ao invés de apelarem para o uso da IA, o que já está sendo feito a tempos por eles e sendo duramente criticado. Então mais uma vez eles deixam bem claro que não estão dispostos a se comunicarem com os cursos que existem dentro da universidade".

Resposta

As redes sociais da UFMS são gerenciadas pela Agência de Comunicação Social e Científica (Agecom). A agência também é responsável pela TV UFMS, Rádio Educativa, site institucional e assessoria de imprensa.

Entramos em contato com a assessoria da instituição, mas até o momento da publicação desta reportagem, não houve um posicionamento oficial.

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Educação

Enade: inscritos devem responder questionários até 23h59 de hoje

Exame teórico será aplicado neste domingo

23/11/2024 20h00

Estudante com prova do Enade

Estudante com prova do Enade Foto: UFT/Divulgação

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Os estudantes que farão o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2024 das Licenciaturas neste domingo (24) devem responder ao Questionário do Estudante até as 23h59 (horário de Brasília) deste sábado (23).

A prova teórica será aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para 283.550 inscritos.

O questionário do Estudante coleta informações que permitam caracterizar o perfil dos estudantes e o contexto de sua formação acadêmica, consideradas pelo Inep como relevantes para a compreensão dos resultados teóricos e práticos dos estudantes no Enade e para subsidiar os processos de avaliação dos cursos de graduação.

O preenchimento completo do Questionário do Estudante é um dos itens que caracteriza a efetiva participação do estudante no exame.

Anualmente, a inscrição no Enade é obrigatória para todos os estudantes de cursos de licenciatura habilitados à avaliação teórica ou à avaliação prática, vinculados às áreas avaliadas, conforme o edital.

A partir desta edição, o exame passa a ter dois tipos de avaliação: a teórica, tradicionalmente realizada, e a nova prova prática dos estudantes de graduações direcionadas à docência.

Cada uma das avaliações terá um cronograma específico.

Áreas de conhecimento avaliadas

O exame das licenciaturas será aplicado em cursos de 17 áreas de conhecimento diferentes. A edição de 2024 avaliará licenciaturas das áreas de artes visuais; ciências biológicas; ciências sociais; computação; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras (inglês); letras (português); letras (português e espanhol); letras (português e inglês); matemática; música; pedagogia e química.

O exame terá foco na avaliação dos cursos que formam professores para a educação básica. O Inep informa que o objetivo é aprimorar as avaliações e a formação de docentes no Brasil.

Aplicação da prova
Para saber o local de aplicação da prova, bem como obter informação sobre atendimento especializado e tratamento pelo nome social, quando for o caso, o participante deve acessar o Cartão de Confirmação de Inscrição, disponível no Sistema Enade, com CPF . O acesso ao documento só é liberado após o preenchimento do Questionário do Estudante.

Neste domingo, os portões de acesso aos locais de provas serão abertos às 12h (horário de Brasília) e fechados às 13h. O início da aplicação será às 13h30, com encerramento às 18h para os participantes regulares. Os estudantes que solicitaram tempo adicional e tiveram o pedido aprovado pelo Inep terão mais uma hora para finalizar a prova.

Orientações para o Enade 2024

Neste domingo, o participante deverá comparecer ao local das provas com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, Cartão de Confirmação de Inscrição e documento de identidade original com foto válido.

Antes da participação na prova, é importante que o inscrito guarde, no envelope porta-objetos, o telefone celular e quaisquer outros aparelhos eletrônicos desligados, além de óculos escuros e artigos de chapelaria (boné, chapéu, gorro ou similares), e material de papelaria (caneta de material não transparente, lápis, réguas e borracha, entre outros).

Também não é permitido ficar com celulares e quaisquer outros aparelhos eletrônicos descritos no edital ou fone de ouvido.

O envelope porta-objetos deve ser mantido, durante todo o período de prova, debaixo da carteira, lacrado e identificado.

Enade

Realizado anualmente pelo Inep, o Enade é um dos componentes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

O exame avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos previstos nas diretrizes curriculares, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para formação geral e profissional, bem como o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial.

Decisão

Caixa demite ex-vice-presidente por assédio sexual e moral

Decisão foi publicada no Diário Oficial da União

23/11/2024 18h00

Agência bancária da Caixa Econômica Federal

Agência bancária da Caixa Econômica Federal Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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Por determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), a Caixa Econômica Federal demitiu, por justa causa, o ex-vice-presidente Antônio Carlos Ferreira de Sousa. Funcionário de carreira do banco, ele estava afastado do cargo desde julho de 2022, quando sugiram denúncias de assédio sexual e moral durante a presidência de Pedro Guimarães, que comandou o banco entre 2019 e 2022.

A CGU publicou na sexta-feira (22) a portaria do desligamento no Diário Oficial da União. Durante a gestão de Guimarães, Sousa foi vice-presidente de Estratégia de Pessoas e de Logística e Operações.

Além da demissão, o ex-vice-presidente está impedido de ocupar cargos comissionados ou funções de confiança no Poder Executivo Federal por 8 anos. Desde a divulgação das denúncias, Sousa estava afastado do cargo, mas continuava a trabalhar na Caixa.

Na época da divulgação das acusações de assédio moral e sexual por Pedro Guimarães, que pediu demissão em junho de 2022, a Caixa criou um canal interno de denúncias. Com base nos relatos recebidos no Contato Seguro da Caixa, o banco investigou os casos e constatou várias ocorrências de assédio por parte de Sousa.

Em nota, a Caixa afirma que não tolera nenhum tipo de assédio por parte de dirigentes ou empregados. O banco também informou ter começado a investigar os casos por meio da corregedoria interna e que o processo seguiu as regras de administração pública.

“Com a finalização das investigações feitas dentro dos ritos da governança, o banco enviou o relatório conclusivo à Controladoria-Geral da União (CGU) em outubro de 2023. O ex-dirigente já estava afastado do cargo desde julho de 2022. Com a ciência da decisão da CGU, a Caixa iniciará as providências devidas para o cumprimento”, informou a assessoria de imprensa do banco.

Histórico
Em junho de 2022, surgiram denúncias em série de casos de assédio sexual e moral durante a gestão de Pedro Guimarães na Caixa. Imediatamente após a divulgação dos relatos, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho passaram a investigar os casos. Além do então presidente, vice-presidentes e diretores foram acusados.

Guimarães pediu demissão no dia seguinte à publicação das denúncias, e outros vice-presidentes do banco renunciaram em seguida.

Desdobramentos

Em março de 2023, Guimarães virou réu por denúncias de assédio sexual e moral feitas por funcionárias da Caixa. A ação tramita sob sigilo, e a defesa do executivo nega as acusações.

Em uma outra ação, movida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a Caixa foi condenada a pagar R$ 3,5 milhões de indenização por um evento no interior de São Paulo em que Guimarães obrigou funcionários a fazer flexões em estilo militar.

Acordos

Em abril do ano passado, a Caixa fechou um acordo com o Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal para pagar uma indenização de R$ 10 milhões para encerrar a denúncia das funcionárias. Em janeiro deste ano, o banco assinou um termo de ajuste de conduta (TAC), que concedeu vantagens em processos internos de seleção a funcionários que sofreram perseguição na gestão de Guimarães.

O banco foi condenado em outros processos em São Paulo, no Amazonas e no Distrito Federal. Somadas as condenações e os TAC, o banco até agora desembolsou cerca de R$ 14 milhões em indenizações, que poderiam ser mais altas se não houvesse acordo. Sem eles, a instituição financeira teria de pagar multa de até R$ 300 milhões. No ano passado, a Caixa informou que cobraria de Pedro Guimarães, na Justiça, o dinheiro das indenizações.

Em março deste ano, a Comissão de Ética da Presidência da República aplicou uma “censura ética” a Guimarães. Aplicada a autoridades que deixaram o cargo, a penalidade prevê apenas advertência. A ação contra Guimarães na Justiça Federal ainda está na fase de audiências.

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