Cidades

REGULARIZAÇÃO

União começa a "comprar" terras para indígenas em Sidrolândia

Sonia Guajajara vem a MS hoje para ser reunir com caciques e lideranças indígenas para discutir negociar demarcação de área indígena

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A titular do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), ministra Sonia Guajajara, volta a Mato Grosso do Sul hoje para visitar a Terra Indígena (TI) Buriti, em Sidrolândia, que já foi palco de disputa fundiária entre indígenas e fazendeiros em 2013.

O objetivo da visita à TI Buriti, de acordo com o MPI, é de se reunir com lideranças da etnia terena para fazer avançar o processo de demarcação da terra, que está paralisado. O Correio do Estado já havia antecipado que o MPI mirava na resolução deste conflito.

A ministra e o secretário-executivo do MPI, Luiz Eloy Terena, ouvirão as demandas de lideranças locais e discutirão estratégias para destravar esse processo.

Assim como informado em reportagem do Correio do Estado, o Ministério dos Povos Indígenas planejou o início das tratativas no Fórum Territórios Ancestrais, que ocorreu em Aquidauana, para que haja um novo acordo indenizatório que possa pôr fim ao conflito entre indígenas e fazendeiros, entre eles, o ex-deputado Ricardo Bacha. 

Segundo o MPI, a Terra Indígena Buriti tem 17,2 mil hectares e, em 2010, o Ministério da Justiça declarou e delimitou a área como de ocupação tradicional indígena, com a publicação de portaria declaratória reconhecendo a tradicionalidade da área. Porém, à época, fazendeiros se recusaram a sair do território e conseguiram travar a conclusão do processo na Justiça. 

A permanência gerou um conflito pela área, que começou no dia 15 de maio de 2013, quando uma retomada de terra realizada por indígenas terena ocupou quatro fazendas, incluindo uma propriedade do pecuarista e ex-deputado estadual Ricardo Bacha.

Após semanas de tensão na região de Sidrolândia, em ação de reintegração de posse feita pela Polícia Federal, o indígena Oziel Gabriel Terena foi morto durante a operação em confronto entre os indígenas e a polícia.

Conforme informado pelo MPI, a área de 17,2 mil hectares também inclui uma reserva, demarcada em 1928 pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e homologada pelo governo federal em 1991, na qual os terena foram alocados ao longo do século 20.

Após a morte de Oziel, o governo federal passou a dialogar com representantes de fazendeiros, indígenas, governo estadual, Ministério Público e Poder Judiciário em busca de solução para o conflito, mas as negociações não avançaram.

Uma tentativa de acordo indenizatório chegou a ser proposta em janeiro de 2014, quando o Ministério da Justiça apresentou, em audiência de conciliação realizada em Brasília (DF), os valores das indenizações das 30 propriedades, que, de acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), totalizavam na época R$ 78,5 milhões, por benfeitorias e terra nua.

Durante a reunião, os fazendeiros questionaram a metodologia utilizada pelos órgãos oficiais do governo responsáveis pela avaliação, dando fim à tentativa de acordo entre as partes.

ABERTO AO DIÁLOGO

Dez anos depois da tentativa de conciliação, segundo o advogado Newley Amarilla, que defende judicialmente parte dos fazendeiros de Sidrolândia e é especialista em casos envolvendo conflito de interesses em terras indígenas, os fazendeiros que têm propriedades na TI Buriti se propuseram a voltar à mesa de discussão. 

"Existe essa possibilidade de acordo, já que foi solicitada audiência ao ministro [do Supremo Tribunal Federal] Flávio Dino para que esse assunto seja tratado entre as partes interessadas. A nosso ver, em curto e médio prazos, não há outra possibilidade de solução que não seja a indenização dos proprietários rurais pelo valor das terras e das benfeitorias", afirmou o advogado em reportagem do Correio do Estado. 

"O Estado brasileiro titulou regularmente essas terras, de modo que, agora, pretendendo destiná-las aos indígenas, deve indenizar cabalmente seus proprietários", completou.

O desfecho inédito do acordo indenizatório da TI Ñande Ru Marangatu, localizada em Antônio João, que ocorreu em setembro, pode ter sido primordial para o interesse de renegociar o pagamento por benfeitorias e terra nua na TI em Sidrolândia.

"Não há dúvida de que o modelo de acordo implementado pelo STF referente à TI denominada Ñande Ru Marangatu pode e deve ser estendido a todas as terras indígenas em situação assemelhada. Há que se destacar que a indenização de terras regularmente tituladas a particulares, depois declaradas como indígenas, tem base constitucional", explicou o advogado.

Há duas semanas, os últimos fazendeiros que tinham propriedades na TI Ñande Ru Marangatu deixaram o local, saída que ocorreu após a União finalizar o pagamento indenizatório de R$ 27,8 milhões aos produtores rurais que viviam na terra situada na fronteira com o Paraguai.
Na próxima semana, evento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai oficializar a titularidade da propriedade dos indígenas.

Saiba

Além da ministra Sonia Guajajara e do secretário-executivo Eloy Terena, a titular da Secretaria de Estado de Cidadania (SEC), Viviane Luiza, estará presente na visita à Aldeia Córrego do Melo, na Terra Indígena Buriti, em Sidrolândia.

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Campo Grande

Prefeitura doa seis terrenos para ampliação de complexo penitenciário da Agepen

Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas Piraputanga, Osasco e Atibaia

06/03/2025 18h00

Divulgação/ Agepen

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A Câmara dos vereadores de Campo Grande aprovou nesta quinta-feira (6), o  Projeto de Lei 11.671/25, que autoriza a doação de seis terrenos públicos à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para regularização do complexo penitenciário atual.  Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas: Piraputanga, Osasco e Atibaia.  

A doação dos imóveis servirá para “regularizar o patrimonio" da Agepen, para que a pasta receba os recursos federais que possibilitem ampliar o complexo penitenciário, o que já está  previsto em ofício.

Os terrenos são adjacentes ao atual complexo, e estão localizados no Jardim Noroeste. As doações serão concretizadas após publicação oficial no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). 

No início deste mês o Governo do Estado oficializou a regulamentação dos uniformes da Polícia Penal de Mato Grosso do Sul por meio de decreto oficial. A medida visava a produção da vestimenta, da Agepen reservou um investimento de R$ 2,7 milhões destinados a uniformes e R$ 335,1 mil a distintivos.

A regulamentação estabelece diretrizes para a padronização das vestimentas, distintivos, insígnias e condecorações dos policiais penais, garantindo maior identidade institucional e segurança aos servidores.

Além da identificação visual, o uso do uniforme tem como principais objetivos:

  • proteção dos servidores, funcionando como Equipamento de Proteção Individual (EPI);
  • fortalecimento da identidade institucional da Polícia Penal;
  • facilidade no reconhecimento dos agentes durante o exercício da função;
  • ergonomia e conforto, adaptando-se às condições climáticas e à natureza do trabalho;
  • funcionalidade e utilidade, de acordo com a atividade exercida.

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VEJA VÍDEO

Motoristas que disputaram racha que terminou em morte vão à júri popular em abril

Durante disputa de racha na Avenida Júlio de Castilho, homem bateu carro em poste e passageira morreu, em 2022; Veja vídeo

06/03/2025 17h44

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu Foto: Naiara Camargo / Arquivo

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William Goes Abbade, 39 anos, e Olliver Richerd Ferreira Siebra, 22 anos, que disputaram um racha que causou a morte de uma jovem de 25 anos, irão a júri popular no dia 3 de abril, a partir da 8h, segundo decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O caso aconteceu no dia 16 de abril de 2022, na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande.

De acordo com a sentença de pronúncia, William irá responder por homicídio doloso, tentativa de homicídio, dirigir embriagado e por participar de racha.

Ele dirigia um Ford KA, ocupado por sete pessoas, incluindo ele, onde estava Roberta da Costa Coelho, que morreu após o carro bater contra um poste de energia.

O outro motorista envolvido na disputa automobilística, Olliver, dirigia um Gol e irá responder por participar de racha, omissão de socorro às vítimas e dirigir sem carteira nacional de habilitação (CNH).

O juiz considerou que a materialidade e autoria do crime ficaram comprovadas por meio de laudos periciais e depoimentos de testemunhas durante a fase de instrução do processo.

A sentença de pronúncia saiu em 2023, quando o juiz definiu que os acusados iriam a júri popular. Desde então, houve a interposição de diversos recursos, todos negados.

Olliver aguarda o julgamento em liberdade, enquanto William cumpre prisão domiciliar. O juiz determinou que ele seja escoltado no dia do julgamento.

 

Racha

O acidente ocorreu na madrugada do dia 16 de abril, em trecho da avenida Júlio de Castilho, região do Jardim Panamá.

William Goes Abbade era motorista do Ford Ka que bateu em um poste de energia elétrica.

O carro dele era ocupado por sete pessoas, incluindo ele. Uma das passageiras, Roberta da Costa Coelho, 25, morreu na batida.

Segundo a denúncia, Roberta estava com o namorado em uma tabacaria e, quando decidiram se retirar do local, encontraram um amigo e William bebendo do lado de fora.

Eles passaram a conversar e o motorista ofereceu carona até a casa da jovem, que aceitou. Os quatro entraram no Ford Ka, onde já havia outras três pessoas.

Mesmo tendo bebido, William assumiu a direção e, durante o trajeto, um veículo Gol emparelhou com o Ka e começou a acelerar, iniciando uma disputa de corrida em alta velocidade na avenida.

Além da alta velocidade, os motoristas também furaram sinal vermelhos e o Ford Ka acabou por colidir em um poste de energia elétrica.

Roberta morreu na hora e os demais ocupantes do carro foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para hospitais da cidade.

O carro estaria trafegando a uma velocidade superior a 100 km por hora na via que permite 50 km por hora.

A polícia identificou a placa do carro que concorria com o Ford e o motorista foi identificado e preso dias depois.

Por serem crimes graves, o motorista do Ford Ka teve a prisão decretada, sendo a mesma substituída por prisão domiciliar posteriormente.

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