Cidades

ANTÔNIO JOÃO

União planeja pacotão para tornar terra indígena modelo no País

Secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena, informou que outras Pastas estão sendo procuradas para saber quais projetos podem ser destinados para comunidade de MS

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O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) prepara para a próxima semana a entrega oficial da Terra Indígena (TI) Ñande Ru Marangatu, em Antônio João, para os indígenas guarani-kaiowá daquela comunidade. No evento, que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 
a Pasta quer entregar um pacote de políticas públicas que possa fazer dessa terra indígena um modelo para todo o País.

De acordo com o secretário-executivo do MPI, Eloy Terena, após a Pasta garantir a liberação dos recursos com o governo federal para o pagamento da indenização aos fazendeiros, o que ocorreu na semana passada, o ministério quer garantir outros projetos para serem implantados na terra indígena.

“A ideia é o presidente [Lula] ir entregar a terra, tem um aspecto simbólico, porque os fazendeiros já saíram. E agora estamos trabalhando para entregar um pacote de políticas públicas, para não ser só a entrega da terra, que já é uma coisa muito importante”, afirmou.

“Estamos trabalhando com outros ministérios temáticos, para ver o que cada um tem pronto para ser anunciado lá para a comunidade indígena. Então, semana que vem vamos trabalhar nisso”, complementou o secretário-executivo.

Segundo Eloy Terena, algumas ações a serem apresentadas serão do próprio MPI, como a implementação de um plano de gestão territorial da terra indígena e de um projeto de quintais produtivos, porém, também há a intenção de outras medidas a serem implantadas, a fim de ajudar os moradores da comunidade a ter mais estrutura no local.

“Estamos vendo também na área da saúde se conseguimos anunciar acesso à água potável. Estamos provocando o Ministério das Cidades para ver se eles têm alguma coisa para ser anunciado do Minha Casa, Minha Vida para a área indígena”, adicionou.

“Enfim, nosso trabalho está sendo esse. Já garantimos a terra e agora estamos tentando garantir outras entregas para além da terra. Seria um pacote de políticas públicas para a comunidade indígena”, contou o secretário-executivo ao Correio do Estado.

INDENIZAÇÃO

Território que protagonizou décadas de conflito entre indígenas e fazendeiros, a TI Ñande Ru Marangatu teve um desfecho inédito em setembro, quando o governo federal decidiu indenizar os proprietários rurais da região.

Em audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF), a União e representante dos fazendeiros chegaram a um acordo financeiro no valor de R$ 146 milhões por 9.317 hectares.

Conforme estabelecido entre as partes no STF, sob a mediação do ministro Gilmar Mendes, do total de R$ 146 milhões, R$ 102 milhões serão pagos pela União aos proprietários rurais pela terra nua, por meio de precatórios.

Ainda, o governo do Estado vai arcar com R$ 16 milhões como contrapartida, valor que deve ser repassado em janeiro de 2025, enquanto outros R$ 27,8 milhões são referentes às benfeitorias feitas nas terras.

Esse último repasse foi concluído na semana passada. Por conta disso, os produtores rurais já deixaram a terra, que agora é efetivamente de posse dos indígenas guarani-kaiowá. Com a medida, a TI Ñande Ru Marangatu tem o seu processo demarcatório finalizado depois de uma paralização que durou quase 20 anos.

A última etapa da demarcação estava paralisada desde 2005, quando a terra foi homologada pelo presidente Lula, mas foi judicializada e recebeu uma liminar favorável do então ministro do STF Nelson Jobim. Essa liminar pendurou por 19 anos no Supremo, impedindo a conclusão do processo de demarcação.

O acordo de agora foi considerado histórico, porque até o momento o governo federal nunca havia indenizado os fazendeiros por benfeitorias feitas nas terras, o que dificultava qualquer acordo entre as partes, levando muitos proprietários a judicializar as demarcações de terras.

Como a solução foi homologada pelo STF, a partir de agora ela pode ser utilizada em outras áreas demarcadas no País e que também enfrentam dificuldades na entrega aos povos indígenas.

MORTE

A conciliação no STF foi marcada após a morte do indígena Neri Guarani Kaiowá, 23 anos, no dia 18/9, em conflito entre indígenas e a Polícia Militar.

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SALÁRIO MUNICIPAL

Prefeitura de Dourados fatura R$ 27,2 mi com leilão da folha

Além de ser responsável pelo processamento de pagamento dos servidores municipais, o Bradesco também irá oferecer crédito consignado aos funcionários públicos do município

18/11/2024 10h15

Prefeitura de Dourados vende folha salarial dos servidores por R$ 27,2 milhões

Prefeitura de Dourados vende folha salarial dos servidores por R$ 27,2 milhões Foto: Divulgação

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Pelo segundo quinquênio seguido, o Banco Bradesco será o responsável pelo processamento do pagamento dos agentes públicos ativos e inativos de Dourados e da concessão de créditos consignados aos servidores municipais, após vencer a licitação pelo valor de R$ 27,2 milhões.

Acordo publicado na página 208 do Diário Oficial do Estado (DOE-MS) desta segunda-feira (18) também cita que não há exclusividade na concessão do crédito consignado, ao contrário do pagamento aos servidores. 

A licitação foi aberta há quase quatro semanas, no dia 24 de outubro, do qual tinha como objetivo a “contratação de instituição financeira pública ou privada, regularmente em atividade, conforme legislação específica, para prestação de serviços” citadas acima.

Hoje, dos 243.367 douradenses, 9,8 mil são funcionários públicos (concursados, comissionados e contratados) e serão contemplados com os serviços oferecidos pelo banco novamente. Em 2019, o Bradesco já havia vencido a mesma licitação, mas por um valor menor: R$ 22,7 milhões. Ou seja, aos servidores não é novidade a contratação dos serviços do banco.

Segunda a Secretaria Municipal da Fazenda (Semfaz), no mês passado (outubro) - o último pagamento até o momento - o valor líquido da folha salarial dos agentes municipais da cidade foi de R$ 36 milhões, sendo o valor bruto próximo aos R$ 63,5 milhões (salários, tributos e encargos). 

Bradesco em MS

Além de Dourados, o banco é responsável pela folha salarial de servidores públicos em outros municípios sul-mato-grossenses. Ao todo, 28 departamentos municipais contam com o serviço do Bradesco, incluindo a Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul, com contrato de R$ 3 milhões (até outubro de 2026; o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, com contrato de R$ 15,02 milhões (até janeiro de 2026); e a Prefeitura Municipal de Campo Grande, com contrato de R$ 100,2 milhões (o maior entre as instituções de MS e renovado no primeiro semestre deste ano).

À nível nacional, o banco também processa pagamentos de servidores do Governo do Rio de Janeiro, com contrato de R$ 1,6 bilhão (até final de 2027); da Prefeitura de Belo Horizonte (MG), com contrato de R$ 236,85 milhões (até dezembro de 2026); do Governo do Amazonas, com contrato de R$ 346 milhões; além da Prefeitura de Fortaleza (CE), com contrato de R$ 290 milhões, e Governo do Ceará, com contrato de R$ 463 milhões.

Campo Grande & Bradesco

Em março deste ano, foi anunciado que o Bradesco vai continuar com a gestão da folha de pagamento dos servidores de Campo Grande por mais cinco anos após vencer a concorrência de outros dois bancos: Santander e Caixa Econômica Federal. A instituição bancária arrematou o pregão presencial organizado pela Prefeitura da Capital com um lance de R$ 100.200.000,00.

Mas nem todo o valor arrecadado vai para os cofres do município. O contrato firmado com a empresa de consultoria Instituto Brasileiro de Tecnologia, Empreendedorismo e Gestão (BR TEC), prevê que 13% do ágio será dos consultores. 

O ágio é todo o valor contratual que exceder os R$ 1,1 milhão por mês em um período de cinco anos (60 meses): R$ 66 milhões.

Pelas informações do pregão realizado na terça-feira, a BR TEC ficará com aproximadamente R$ 5,74 milhões do total pago pelo Bradesco pela folha de pagamento. 

Dos R$ 4,2 milhões em empréstimos mensais concedidos aos servidores públicos, o Bradesco responde por R$ 2,25 milhões.

Apesar de o contrato com o banco ser por apenas 60 meses, os empréstimos consignados podem ser concedidos por até 120 meses, conforme estipula decreto municipal de 2021. 

Folha salarial do Estado

Em dezembro do ano passado, o Governo estadual renovou, por mais cinco anos, o contrato para que o Banco do Brasil administre a folha dos 86,2 mil servidores estaduais, que é da ordem R$ 463 milhões. 

O banco aceitou pagar R$ 224 milhões (era R$ 165 milhões no antigo acordo, assinado em 2018). Deste montante 55% foram pago à vista pela instituição (R$ 123,2 milhões) ao Estado e o restante pago por meio de parcelas. Ou seja, a administração estadual está recebendo o equivalente a R$ 43,25 mensais por servidor. 

Caso a administração municipal consiga resultado parecido, o faturamento chegará à casa dos R$ 98 milhões, já que são 37,7 mil servidores.

*Colaborou Eduardo Miranda e Neri Kaspary

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TRÁFICO DE DROGAS

Polícia Civil apreende 550 kg de cocaína em Nova Andradina

Droga estava escondida no interior de uma câmara fria carregada com frango congelado

18/11/2024 10h05

Droga estava escondida no interior de uma câmara fria carrega com frango congelado

Droga estava escondida no interior de uma câmara fria carrega com frango congelado Foto: Divulgação

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Após uma denúncia anônima, policiais da Seção de Investigações Gerais (SIG), junto do Núcleo Regional de Inteligência (NRI), apreenderam 550 kg de cocaína no município de Nova Andradina, em Mato Grosso do Sul

Escondidas em meio a seis toneladas de frango congelado em uma câmara fria, a droga foi encontrada no interior de uma carreta. A operação, desencadeada a partir de uma denúncia anônima, resultou na prisão em flagrante do motorista de 46 anos, durante o último feriado, na quinta-feira (15)

Durante a apreensão, o próprio condutor do veículo chegou a afirmar que a carreta estaria cheia de “coisa errada” e liberou o veículo para ser fechado pelos policiais. 

Após a inspeção do veículo, o motorista foi conduzido até a Delegacia de Polícia e autuado em flagrante delito pelo crime de tráfico de drogas. Já os entorpecentes, conforme divulgado pela equipe policial, foram incinerados na manhã seguinte. 

Apreensão recorde

Mato Grosso do Sul registrou um aumento significativo nas apreensões de cocaína nos últimos meses de 2024. Somente em outubro, cerca de 2,5 toneladas da droga foram apreendidas pelas autoridades estaduais. Durante o ano todo, foram 14 mil toneladas.

 Esse número, embora expressivo, ainda está abaixo do recorde histórico de apreensões registrado em 2023, quando foram contabilizadas 18 mil toneladas da substância.  

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