Cidades

SEGURANÇA

Volume de roubos cai e ladrões migram para o tráfico de drogas no Estado

Pena menor para traficantes do que para assaltantes seria um dos motivos para a mudança de perfil dos bandidos no Estado

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Em Mato Grosso do Sul, o volume de registros de roubos teve uma queda neste ano. 
A avaliação das forças de segurança é de que isso é um reflexo de uma migração dos criminosos para o tráfico de drogas.

Segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), 
de janeiro até o dia 29 de agosto, foram registrados 2.136 roubos em Mato Grosso do Sul, enquanto no mesmo período do ano passado 3.027 ocorrências de roubo foram emitidas – uma baixa de casos que chega a 29%.

Ao Correio do Estado, o titular da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), Fábio Brandalise, entende que, em função da pena mais severa para o crime de roubo, os casos vêm diminuindo no Estado.

“Os crimes de roubo, especialmente quando bem comprovada a majorante e a qualificadora, resultam em uma pena severa, com provas que têm sido bem produzidas pela Polícia Judiciária e bem aproveitadas pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público [de MS]. Então, o indivíduo acaba ficando preso por um bom tempo”, relatou.

Em detrimento a isso, um crime que vem aumentando em MS é o tráfico de drogas, cuja punição, conforme Brandalise, vem sendo aplicada com um menor período de privação – isso se comparado aos crimes patrimoniais.

“Sobre a migração de um crime para outro, temos percebido que muitos indivíduos têm migrado para o tráfico de drogas, pois verificam que a punição [desse crime] – ou seja, a pena privativa de liberdade e o regime que tange a esse tipo de cumprimento – é menor do que a de crimes patrimoniais, especialmente o roubo”, avaliou Brandalise.

Segundo dados da Sejusp, até o dia 29 de agosto foram apreendidos em Mato Grosso do Sul 10,1 toneladas de cocaína. Em 2022, o número de apreensões foi de 16 toneladas, enquanto no ano passado houve um aumento de 12%, resultando em 18 toneladas apreendidas em 2023.

Em relação às ocorrências que envolvem o tráfico de drogas, também houve um aumento no número de registros (4%). Em 2023, de janeiro a agosto, 2.685 ocorrências foram registradas. Já neste ano os dados da Sejusp informam que ocorreram 2.790 registros desse tipo de crime no Estado até o dia 29 de agosto.

Desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020, os números de roubos no Estado estão em queda, com uma média anual de 5 mil ocorrências entre 2020 e 2023.

Além do fator pandêmico, os números que estão abaixo dessa média podem ser entendidos pela melhoria no investimento de infraestrutura e inteligência nas delegacias, analisou Brandalise.

“A redução dos índices dos crimes de atribuição da Derf se deve à presença de policiais motivados e com alto índice vocacional, todos comprometidos em ajudar a sociedade, aliada ao contínuo e necessário investimento e aparelhamento da unidade, sempre em integração com outras unidades da Polícia Civil, da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana”, declarou o delegado.

A queda sistemática dos índices de crimes contra o patrimônio, de acordo com a Derf, também se deve em parte à reestruturação e ao aparelhamento da delegacia especializada.

Esse processo está ocorrendo paulatinamente, uma vez que a Polícia Civil vem tendo acesso a um suprimento de fundos que permite a melhoria da estrutura de suas delegacias. 

Como exemplo, recentemente ocorreu uma substituição de armamento e um aumento nos investimentos relacionados à inteligência na corporação policial, informou Brandalise.

“Conseguimos monitorar diariamente os registros de delitos na Capital utilizando a análise criminal como estratégia na repressão aos delitos, sempre demonstrando ao Poder Judiciário a necessidade de manterem presos aqueles indivíduos perigosos e contumazes na prática de roubos e furtos”, disse Brandalise.

CRIME PATRIMONIAL

Entre as ocorrências caracterizadas pela apropriação indevida em relação aos bens materiais, o estelionato – diferentemente do roubo – segue apresentando altos números.

Os crimes de fraude tiveram um salto de casos em Mato Grosso do Sul a partir de 2020, com o envio mais frequente de dados confidenciais por meio dos meios digitais, dos bancos eletrônicos, dos sites de compras on-line e também das redes sociais de envio de mensagens, como o WhatsApp.

Essa mudança de comportamento do uso digital – e que se tornou mais comum depois da pandemia – ocasionou o crescimento de crimes de estelionato. Em 2023, em oito meses, 9.057 ocorrências foram registradas, enquanto neste ano o número de fraudes relatadas se mantém bem próximo, com 8.922 casos.
Outro índice criminal que dobrou foi o latrocínio (roubo seguido de morte).

No ano passado, em Mato Grosso do Sul, ocorreram apenas cinco casos, porém, este ano já soma ao menos 11 ocorrências de vítimas mortas após terem sido roubadas.

“Sobre os crimes de latrocínio, temos os menores índices do Brasil. Então, um latrocínio praticado no Estado já altera o porcentual significativamente. Apesar do acréscimo no porcentual desse tipo de crime, a Polícia Civil atua para a elucidação e a punição dos indivíduos envolvidos nessa prática criminosa”, frisou o titular da Derf.

Saiba

A pena para roubo cresceu em 2023, saindo de 4 a 10 anos para 6 a 10 anos (se houver lesão grave, de 16 a 24 anos). Já o tráfico tem pena de 5 a 15 anos.

Interior

MP investiga desvio de R$1.9 milhão de Fundo Especial em cidade do MS

Os valores foram transferidos em dezembro de 2023, em desacordo com as finalidades legais estabelecidas para o fundo. 

10/04/2025 17h52

MP investiga desvio de R$1.9 milhão de Fundo Especial em cidade do MS

MP investiga desvio de R$1.9 milhão de Fundo Especial em cidade do MS Divulgação

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul instaurou uma investigação para apurar um possível desvio de R$1,9 milhão, oriundo do Fundo Especial da Procuradoria-Geral do Município de Corumbá. 

Segundo denúncia encaminhada ao MPMS pela própria Procuradoria Municipal, os valores foram transferidos em dezembro de 2023, em desacordo com as finalidades legais estabelecidas para o fundo. 

A quantia investigada estava classificada na documentação oficial como “transferência financeira concedida na modalidade de repasse concedido”, conforme publicado no Diário Oficial de Corumbá.

No entanto, o montante não teria passado pela aprovação exigida pela Comissão Gestora do Fundo, como requerido pelas normas internas da administração municipal.

Segundo o MPMS, o fundo possui as próprias regras e não faz parte do orçamento público. Assim, não pode ser utilizado por outras secretarias ou departamentos da prefeitura.

O processo é conduzido pelo promotor de Justiça Luciano Bordignon Conte e tramita sob sigilo na 5ª Promotoria de Justiça. 

Dentre os pontos investigados, destaca-se a ausência de justificativa técnica para a transação financeira. 

Entre as medidas determinadas para a apuração, estão a publicação da instauração do inquérito no Diário Oficial do Ministério Público e a notificação de todos os membros da Comissão de Controle de Rateio das Receitas do Fundo para esclarecimentos formais. 

Crime

Segundo o artigo 315 do Código Penal brasileiro, é crime o emprego irregular de verbas ou rendas públicas. A pena prevista é de detenção de um a três meses, ou multa. 

O emprego irregular dessas verbas, além de ir contra o Código Penal, fere a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Improbidade Administrativa. 
 

Agressão

Garras prende suspeito de esfaquear a namorada no bairro Tiradentes

Wellington Paes Lino, de 24 anos estava foragido desde domingo (6) e foi localizado no bairro Moreninhas, em Campo Grande. 

10/04/2025 16h17

Wellington Paes Lino, de 24 anos estava foragido desde domingo (6) e foi localizado no bairro Moreninhas, em Campo Grande. 

Wellington Paes Lino, de 24 anos estava foragido desde domingo (6) e foi localizado no bairro Moreninhas, em Campo Grande.  Divulgação/Polícia Civil

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Foi preso na tarde desta quarta-feira (9), o suspeito de agredir a namorada e causar graves lesões na barriga e nas suas partes genitais. Wellington Paes Lino, de 24 anos estava foragido desde domingo (6) e foi localizado no bairro Moreninhas, em Campo Grande. 

Segundo relatos, as duas filhas da vítima estavam no imóvel no momento do incidente, juntamente com o genro e dois netos. A mulher estava no quarto com o suspeito, até então, namorado, e saiu gritando por socorro e sangrando muito. Foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Tiradentes, onde foi constatado lesões na região abdominal e genital, sendo transferida para a Santa Casa, onde permanece internada.

O caso foi registrado na 1ª DEAM como lesão corporal no âmbito de violência doméstica, onde a delegada plantonista pediu a prisão preventiva do autor por feminicídio tentado, decisão deferida pelo juiz. 

Nos últimos dois dias, a Polícia Civil tem divulgado cartazes de foragido com o rosto do homem em suas redes sociais e pela imprensa, o que possibilitou que os policiais do GARRAS (Delegacia Especializada de Repreensão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) o localizassem na casa da mãe, no bairro Moreninhas e realizassem a prisão. 

Ao ser abordado, Wellington afirmou estar ciente do motivo da prisão e não apresentou remorso ou arrependimento. Ele foi encaminhado à Delegacia Especializadas de Atendimento à Mulher, onde permanecerá à disposição da Justiça. 

O delegado responsável pela prisão, Roberto Guimarães, detalhou o momento da prisão e o comportamento do homem. 

“Ele foi bem frio, só falou ‘eu sei porque vocês estão me prendendo’ e confirmou que teve uma briga com a mulher dele, mas não quis dar nenhum detalhe. Pelo histórico, pela conduta dele, ainda mais quando trata-se de um crime violente, quando há essa gravidade e periculosidade, o Garras é acionado”, explicou. 

Seis boletins de ocorrência

Segundo o delegado de Wellington, Jean Carlos Lopes Campos, existem seis boletins de ocorrência contra seu cliente, mas não especificou se todos são relacionados à mesma vítima. Acrescentou, também, que Wellington optou pelo direito de permanecer em silêncio. 

A família da vítima relatou que o casal mantinha um relacionamento de três anos, entre discussões, términos e reconciliações. Inclusive, tinham retomado o relacionamento a dois meses. Wellington já possui antecedentes criminais e, em 2020, foi absolvido de acusações de homicídio qualificado e quatro tentativas de homicídio relacionadas à morte de Odilon Rodrigues da Silva. 

A vítima relatou ainda que, mesmo internada, ela continuou recebendo ameaças do suspeito através de mensagens pelo celular. Entre as diversas mensagens, alguns exemplos são ameaças como “você vai conhecer meu lado ruim”, “você vai ver, vou matar você ‘guria’”. 

O suspeito acumula na ficha criminal passagens por homicídio, tentativa de homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. 
 

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