Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

Eu só quero transparência, tá ok?

Eu só quero transparência, tá ok?

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“Eu só quero transparência, tá ok?”
Presidente Jair Bolsonaro sobre a briga que arrumou com o PSL, seu próprio partido

Jogada tenta encarecer e inviabilizar energia solar
A serviço das distribuidoras de energia, a “agência reguladora” Aneel vai golpear quem investiu em geração de energia solar. Em “consulta pública”, a Aneel finge submeter a “debate” o que já está decidido: taxar consumidores que acreditaram na seriedade das suas decisões e investiram em sistemas de geração solar. Já são 120.000 instalados no País.

O golpe objetiva criar um faturamento extra para as poderosas distribuidoras, encarecendo e desestimulando o uso de energia solar.

Mão grande
Com a mudança vergonhosa, o consumidor passará a pagar pelo uso da rede da distribuidora e até pelos encargos cobrados na conta de luz.

São uns artistas...
A alegação cínica é que, hoje, a distribuidora devolve “praticamente sem custos” a energia que o consumidor gera a mais durante o dia.

O inverso não vale
O argumento falacioso esconde que a distribuidora também recebe “praticamente sem custo” a energia gerada pelo consumidor.

Socorro, polícia
Nos últimos 7 anos, a geração solar distribuída gerou mais de 40.000 empregos. Bom motivo para a Polícia Federal ficar de olho na armação.

Bolsonaro será o maior ‘cabo eleitoral’ no Rio
Levantamento do instituto Paraná Pesquisa realizado entre os dias 11 e 15 deste mês, na cidade do Rio de Janeiro, mostra que o presidente Jair Bolsonaro e o governador Wilson Witzel, do PSC, serão eleitores importantes na disputa municipal. Segundo a pesquisa, 49,9% dos cariocas aprovam o governo Bolsonaro e 45,4% o desaprovam, com impressionantes 37,1% que o avaliam bom e ótimo. Witzel é aprovado por 47,8% e reprovado por outros 47,3%, em um rigoroso empate.

Fundamental
Para o diretor do Paraná Pesquisa, Murilo Hidalgo, a participação do presidente e do governador será “fundamental” na eleição.

Esquerda fragmentada
Se PT, PSOL e etc se unissem, representariam uma força eleitoral importante, mas a esquerda está fragmentada, observa Hidalgo.

Dados da pesquisa
O Paraná Pesquisa entrevistou 1.002 eleitores no município do Rio de Janeiro para a pesquisa que tem margem de erro de 3%.

CPI contra exploração
Os deputados Fabio Mitidieri (PSD-SE), Fabio Reis (MDB-SE) e Fabio Henrique (PDT-SE) protocolaram nesta quarta (16) o requerimento de criação da CPI dos Preços das Passagens Aéreas.

Suspeitos de sempre
Lula era o mais citado no relatório final da CPI do BNDES, à frente do dono da JBS/Friboi Joesley Batista e do ex-ministro Guido Mantega. Os três seriam indiciados, mas o PT se aliou ao centrão e CPI virou pizza.

Maioria é que manda
Se o líder do PSL, Delegado Waldir (GO), não representa a maioria do partido, a substituição é fácil: basta metade mais um da bancada assinar um papel indicando o substituto. Mas aí está a dificuldade.

Jogo arriscado
O presidente Jair Bolsonaro parece desdenhar do risco que corre ao promover a divisão do próprio partido. Presidentes que desdenharam dos apoiadores, na História recente, acabaram sofrendo impeachment.

Vida pessoal de JK
Está em gestação uma completa biografia do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Terá três volumes. O autor, Lucas Figueiredo, escritor e jornalista, dá tratos à obra em um chalé da Suíça, onde reside. A cereja do bolo é a vida pessoal do político. Sairá pela Companhia das Letras.

Lobby interno
O desempenho foi tão fraco desde a criação em 2007, que servidores públicos vão “relançar” sua própria frente parlamentar. A ideia é pressionar para manter regalias, salários altos e a infame estabilidade.

Pagando dívidas
A concessão de crédito para renegociação de dívidas cresceu 32,9% entre janeiro e agosto, em relação a 2018, segundo o Banco Central. Consequência óbvia da queda nos juros.

Puxadinho é para isso mesmo
Após apresentação de relatório favorável à PEC que prevê prisão após condenação em 2ª instância, o Psol pediu vista e interrompeu a sessão. Se fosse um pedido do PT ficaria muito na cara.

Pensando bem...
...essas agências reguladoras precisam passar por uma regulagem urgentemente.

PODER SEM PUDOR

O fogo da juventude
Eliseu Resende era senador septuagenário quando lembrou da candidatura ao governo de Minas, em 1982, contra Tancredo Neves. Inexperiente, cometeu um erro ao criticar a idade do adversário: “Não podemos entregar o Estado a quem, numa idade provecta, não pode sustentar o peso da administração.” Tancredo não passou recibo. Foi à TV elogiar o rival e acabar com ele: “Konrad Adenauer deixou o governo da Alemanha aos 80 anos, após reconstruir o país. Já o jovem Nero...”

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Com André Brito e Tiago Vasconcelos

www.diariodopoder.com.br

Cláudio Humberto

"Ora, se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros"

Ministro Carlos Fávaro (Agricultura) sugere que o Carrefour não venda carnes no Brasil

24/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Oposição não vê chance de arquivamento da anistia

Tirando alguns gatos pingados do PT, poucos na Câmara acreditam que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), dê ouvidos aos apelos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para arquivar o projeto anistia os presos pelo 8 de janeiro de 2023. O pedido é visto como oportunista e sem chance real de prosperar. “A base do governo Lula quer fazer terrorismo porque sabe que o projeto tem voto pela aprovação”, declarou à coluna Evair de Melo (PP-ES). “Na hora que entrar na casa, com certeza terá aprovação”. 

Sem credibilidade

Evair garante que o indiciamento de Jair Bolsonaro não muda o humor na Casa. Vê o processo “cheio de vícios constitucionais e de origem”.

Homem de palavra

Lira é conhecido como “cumpridor de acordos” e o projeto da anistia está na mesa de apoio a Hugo Motta (Rep-PB) como sucessor do alagoano.

É prioridade

Deputados alinhados a Bolsonaro têm o projeto da anistia no topo das prioridades e deixaram isso bem claro a Lira ao fechar com Hugo Motta.

Chance nula

A oposição duvida que Lira vá se indispor com a base bolsonarista e abrir mão da vitória por W.O apenas para atender ao pedido do PT.

Proibição de bets e não de loterias ainda intriga

Nem mesmo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), das “empresas operadoras de jogos e loterias legais”, comenta a proibição da turma do Bolsa Família apostar nas “bets” e não nas loterias da Caixa, que passou o rodo em R$23,4 bilhões em 2023 e sequer sabe quanto disso vem dos bolsos dos beneficiários do programa. Procurada, a ANJL não respondeu a questionamentos. Caso da Caixa, que nem possui estudo dando números aos bilhões do Bolsa Família em suas loterias.

Ninguém fala

O governo Lula também não explica se tem planos para proibir que beneficiários do programa federal apostem nas loterias da Caixa.

Caixa preta

Nem o Banco Central, autor do estudo que apontou bilhões dos bolsistas apostados num mês nas bets, tem estudo semelhante sobre loterias.

Mínimo incongruente

Especialistas na regulamentação de jogos apontam incongruências na decisão do STF e do governo Lula de proibir beneficiários de apostarem.

Malddad e o Fundeb

Findada mais uma semana, nada de Fernando Haddad (Fazenda) aparecer com o corte de gastos. A coluna soube que o ministro “Malddad” ainda não fechou a tesourada que vai dar no Fundeb.

Me engana que eu gosto

Entre os tais “37 acordos fechados pelo governo Lula” com a enorme comitiva chinesa que viajou a Brasília, 24 são “memorandos de entendimento”, sem detalhes, nem valores, meras cartas de intenção.

Número atualizado

O pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acumulou 1,56 milhão de assinaturas na plataforma Change.org até a última sexta-feira (22).

Manobra

Ministério de Minas e Energia deve ajudar o governo Lula a fechar 2024 sem estourar a meta da inflação. O MME pediu distribuição do bônus de R$1,3 bilhão da Itaipu, isso deve reduzir o preço da tarifa em dezembro.

Ignorante irresponsável

Para Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é irresponsável, coisa de quem ignora o mercado, o boicote do Carrefour da França à carne produzida no Mercosul.

Corte só teórico

O plano corte de gastos públicos prometido pelo governo Lula foi adiado novamente pelo ministro Fernando “Malddad”. Ficou para a próxima terça-feira (26), mas ninguém acredita. Nem no Ministério da Fazenda.

Internet devagar

Assinado o “memorando de entendimento” (que não é contrato) entre os governos da China e do Brasil, esta semana, a suposta rival de Elon Musk talvez ofereça acesso à internet daqui a dois anos em diante.

História muito recente

Há nove anos, o então PMDB (atual MDB) desembarcava em massa do governo Dilma, após o pedido de impeachment contra a presidente petista ser aceito pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Pergunta no precedente

Se decretarem a prisão do ex-presidente, ele pode antes se esconder no sindicato do ABC?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Pistolão no PT

O então ministro do Planejamento, Guilherme Dias, surpreendia assessores pela paciência e simplicidade no relacionamento com o cidadão comum. Certa vez recebeu carta desaforada de um servidor, simpatizante do PT, e não só a respondeu, surpreendendo o missivista, como resolveu o problema relatado. Em outra carta, dessa vez amável, o servidor federal agradeceu as providências e avisou: “Vou pedir ao Lula para manter o senhor no ministério.” Assim o ministro ganhou o seu primeiro “pistolão” no PT. 
 

ARTIGOS

Valorizar o agro é valorizar o Brasil

23/11/2024 07h45

Arquivo

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Não é de hoje que venho criticando a falta de reconhecimento do agro do Brasil como protagonista na mitigação de desafios globais, como a mudança climática, a transição energética e a segurança alimentar.

O recente imbróglio envolvendo a Danone e os produtores de soja brasileiros nos alerta sobre quão frágil 
e equivocada está a imagem do agronegócio brasileiro fora da sua bolha. E motivos para esse protagonismo não faltam.

Recentemente, li uma entrevista do ex-ministro Roberto Rodrigues, a quem tenho uma admiração imensa, que exprime exatamente o que penso. Nele me inspirei e selecionei alguns dados para analisar neste texto.

Não é uma questão de narrativa, é fato. Desde os anos 1990 até hoje, a área cultivada com grãos no Brasil aumentou 111%, enquanto a produção cresceu expressivamente (445%).

Nesse processo, poupamos cerca de 115 milhões de hectares e conseguimos produzir duas safras por ano – em algumas regiões até três. Cultivamos em uma área de 62 milhões de hectares que, considerando as duas safras, equivale a aproximadamente 80 milhões de hectares.

Na área florestal, preservamos 6,5 milhões de hectares de mata nativa, fora outros 10 milhões 
de hectares de florestas plantadas, em grande parte destinadas a atividades como produção de lenha, papel e celulose.

Na contabilidade para o ranking de descarbonização, não leva-se em conta as nossas captações de CO2, só contabilizam as nossas emissões. Não somos vilões, somos um exemplo de sustentabilidade e preservação ambiental para o mundo. Sei que temos ainda como melhorar, pois o aquecimento global e as mudanças climáticas são uma realidade, e estamos trabalhando para isso.

Outro aspecto relevante e que comprova o que estou argumentando é a matriz energética brasileira, que é 48% renovável, em comparação aos 15% do mundo. Isso significa que a nossa participação de energia renovável é três vezes maior que a média global.

Embora essa informação seja amplamente conhecida, poucos sabem que aproximadamente 25% da matriz energética brasileira vem diretamente da agricultura. Ou seja, a contribuição da agricultura para a matriz energética do País é porcentualmente maior do que toda a participação das fontes renováveis no mundo.

O combustível fóssil, principalmente diesel e gasolina, são os grandes vilões nessa busca por descarbonização, porém, mesmo assim, a produção de petróleo continua aumentando no mundo. 

E quem acha que os carros elétricos são a solução para esse problema está engando, pois temos que levar em consideração qual energia está sendo utilizada para recarregar as baterias. São de fontes renováveis ou não? Se a resposta for não, o problema não foi resolvido. Sem contar os problemas que evolvem o descarte dessas baterias, que é motivo para outro artigo.

Outro mito que tem que ser derrubado é a confusão em relação ao desmatamento. O desmatamento ilegal deve ser combatido urgentemente. Ele só atrapalha e é crime. Embora seja difícil ter dimensão exata desse problema, é evidente que práticas como desmatamento ilegal, incêndios criminosos, invasão de terras e mineração irregular precisam ser interrompidas imediatamente.

Mas o que não dá para aceitar é que, principalmente no âmbito internacional, essas práticas são associadas ao produtor rural. É um equívoco, uma distorção da realidade, mas de tanto falar acaba se tornando verdade dentro de alguns nichos que não conhecem de fato o trabalho do agro brasileiro. Muitos consumidores globais têm dificuldade até em localizar o País ou entender a complexidade da Amazônia.

Não dá para misturar o desmatamento ilegal com o legal. Vamos ser honestos, não existe nada no Brasil que não foi feito em terra desmatada. 

Se fôssemos punir o desmatamento legal também, todas as cidades brasileiras teriam que ser erradicadas, as terras produtivas com diversas culturas também. Por esse motivo, a implementação do Código Florestal, a mais rigorosa legislação ambiental existente no mundo, foi essencial para combater o desmatamento ilegal e fortalecer a imagem sustentável do agro brasileiro no mercado externo, mas ainda está em passos lentos.

Um esforço conjunto dos governos federal e estadual é necessário para validar o Cadastro Ambiental Rural e coibir práticas ilegais, enfatizando que os estados de SP e MT estão mais avançados nesse quesito. Cabe ao governo federal intensificar a fiscalização, fazer valer de vez o Código Florestal em todas as regiões e promover a regularização fundiária em vários assentamentos de famílias que continuam sobrevivendo de forma irregular, abrindo espaço para oportunistas agirem.

Em 2000, o agro brasileiro exportou US$ 20 bilhões. Em 2023, esse valor saltou para US$ 166 bilhões. Já neste ano devemos superar essa marca. Ao fazer isso, naturalmente ocupamos espaços que antes pertenciam a outros mercados, o que desagrada concorrentes que ficaram de fora.

Eles, por sua vez, tentam barrar nosso avanço com desinformação e diversas ações, como legislações contra o desmatamento aprovadas na Europa – uma clara medida defensiva. Portanto, precisamos intensificar nossos esforços para eliminar qualquer obstáculo que possa gerar desconfiança sobre a nossa agricultura e afetar a confiança dos compradores.

O Brasil está bem-posicionado com tecnologia e terra disponíveis para aumentar a produção de alimentos em 30% nos próximos 10 anos. A lição de casa da porteira para dentro estamos fazendo muito bem.

Dela para fora, vejo muita gente empenhada, mas falta um pouco de visão estratégica, principalmente na parte de comunicação e diplomacia. Os acordos comerciais com grandes consumidores precisam ser melhor amarrados.

O governo federal tem que se mostrar de fato parceiro do agro, que é fundamental para o País, se aproximar dos agricultores e investir em uma campanha de comunicação estratégica para valorizar o setor.

Passou da hora de descermos do palanque, esquecermos a politização partidária e acabarmos de vez com essa polarização que só vem fazendo estragos no agro e nos mais diversos setores da economia e da vida.

Isso não constrói. E pelo bem da soberania nacional, quem tem que ceder é o mais forte – e o mais forte é o governo. Afinal, valorizar o agro, em sua essência, é valorizar o Brasil.

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