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COLUNA PERFIL

A fase adulta de Sthefany Brito

A atriz ressalta maturidade da densa Donatella de "Amor Sem Igual"

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As feições doces e o jeito suave de Sthefany Brito direcionaram boa parte de seus papéis na tevê. Não à toa, a atriz estava acostumada a ser escalada para tipos mais tranquilos e ingênuos. No entanto, a oportunidade para “Amor Sem Igual”, exibida pela Record, fez com que a atriz encarasse seu primeiro papel mais intenso. Na trama de Cristianne Fridman, ela vive Donatella, uma garota de programa. “É meu papel mais adulto da carreira, uma mulher que passa por situações fortes e pesadas. Apesar de ela ser uma mocinha, ela vai se descobrindo mulher ao longo da história. Ou seja, vai ganhando uma força com o autodescobrimento. É um tema bastante ousado e um figurino mais sensual, mas sem precisar ser vulgar”, defende.

Na trama, Donatella é neta de Geovani, papel de Paulo Figueiredo. Os dois vivem em uma casa de idosos. Porém, a jovem leva uma vida dupla, fazendo programas para pagar a mensalidade da faculdade de Enfermagem. “A prostituição não foi uma escolha, mas uma necessidade. Uma forma rápida que ela encontrou para se bancar, e uma forma honesta. Afinal, é o corpo dela e ela tem o direito de escolher o que fazer. É uma realidade de muitas meninas, mas uma realidade velada”, explica. Donatella também acaba se envolvendo com o vilão Tobias, papel de Thiago Rodrigos. A jovem acaba embarcando em uma relação abusiva com o empresário. “Os clientes acham que estão pagando e que têm algum tipo de direito ou controle. Tem situações muito cruéis. Ela acaba se envolvendo com o Tobias e ele acha que é o dono dela. São muitas relações abusivas nesse meio, algumas acabam se apaixonando e acham que os clientes irão assumi-las”, ressalta. 

Com uma abordagem suave do universo da prostituição, Sthefany não chegou a conversar com nenhuma garota de programa. A atriz buscou compreender os sentimentos e as situações pelas quais a personagem passaria. “Quis entender esse lugar que essas meninas são colocadas na sociedade. Me aprofundei no sentimento e nessa vida dupla. É bem triste pensar que existam mulheres nessa situação, não consigo imaginar. É algo puxado”, avalia Sthefany, que participa de sua terceira novela na Record. “Fiz duas bíblicas seguidas. Tinha dois metros de cabelo, estava sempre colocando mega (risos). Estou feliz com o trabalho em ‘Amor Sem Igual’. É uma personagem com conteúdo bacana”, completa.

Aos 32 anos, Sthefany valoriza o atual momento de sua carreira. A atriz começou na tevê em “Chiquititas” e, de lá para cá, cresceu diante das câmeras. Após uma série de trabalhos na Globo, Sthefany começa a construir uma história profissional na Record. “Comecei muito nova e tenho muita sorte de ter me encontrando profissionalmente tão pequena. Amo o que faço e estou muito feliz na Record. É uma emissora em que me sinto muito acolhida”, valoriza. Apesar dos longos anos na tevê, Sthefany confessa que passou a lidar melhor com a exposição e as críticas recentemente. “Já me incomodou muito. Hoje, não. De uns anos para cá, eu entendo que faz parte. Recebemos muitos elogias, mas também muitas críticas e julgamentos de pessoas que acham que sabem da situação, mas não sabem de nada realmente. Atualmente, eu estou sabendo me preservar”, aponta.

Enrolada

Em “Amor Sem Igual”, é comum ver Sthefany Brito desafiando a Lei da Gravidade. Donatella, personagem da atriz, faz apresentações de tecido acrobático no fictício Mademoiselle Olympia Night Club. Sthefany já havia praticado tecido na infância. Porém, ao retornar para a novela, a atriz precisou reaprender a atividade e viu que tudo estava muito diferente. “Quando criança, eu tinha 40 kg. Subia e descia o tecido como se não tivesse peso (risos). Não tinha medo de nada, então eu me jogava. Hoje mais velha, as coisas são diferentes. Mas é uma delícia de fazer, ter esse reencontro com o tecido foi muito legal e você precisa ter muita força no braço e abdômen. Eu saía de lá com dores onde eu nem imaginava que poderia doer”, explica. 

Com a rotina intensa dos estúdios, Sthefany tem feito das aulas de tecido sua principal atividade física. A atriz, inclusive, começou a ver algumas mudanças em seu corpo. “Sinto uma maior diferença no meu abdômen e nos braços. Acho que peguei rápido a subida, mas é muito técnico, você tem de entender e aprender os movimentos para fazer os números finais. É mais perder o medo, saber que você está ali segura, que não vai cair e se jogar mesmo, sem parar para pensar”, afirma.

Instantâneas

# Em outubro do ano passado, Sthefany se separou do empresário Igor Raschkovscky. “Estou bem e trabalhando bastante. O Igor é uma das pessoas que mais admiro no mundo”, elogia.

# Por conta das gravações de “Chiquititas”, do SBT, a atriz chegou a morar por um tempo na Argentina. 

# Em “O Rico e Lázaro”, Sthefany contracenou ao lado do irmão Kayky Brito.

# A atriz tem uma experiência como apresentadora da extinta “TV Globinho”.

OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

Correio B+

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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