Correio B

ARTES VISUAIS

A Ferro e Fogo

Exposição com 113 obras no Centro Cultural José Octávio Guizzo encerra o projeto Arte nas Estações em Campo Grande; os trabalhos pertencem ao colecionador Fabio Szwarcwald e a curadoria é de Ulisses Carrilho, com visitação de amanhã até 19/2

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Idealizado pelo colecionador carioca Fabio Szwarcwald, o projeto Arte nas Estações encerra a sua passagem pelo Centro Cultural José Octávio Guizzo (Rua 26 de Agosto, nº 453, Centro) com a exposição coletiva “A Ferro e Fogo”.

São 113 obras de arte naïf sob a curadoria de Ulisses Carrilho, que se inspirou na canção de mesmo nome de Zezé Di Camargo & Luciano. A mostra tem abertura amanhã, às 19h, e fica em cartaz até 19 de fevereiro. A entrada é franca.

O grupo de dança indígena Hána’iti Kipâe participa do lançamento de amanhã com uma performance. O Arte nas Estações foi viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio master da Energisa.

“Chegamos à última exposição em Campo Grande, exibindo um total de 262 obras de 27 artistas que retratam uma imensa gama de temáticas. A pluralidade da produção pictórica apresentada é capaz de afetar todo tipo de espectador. Com isso, o Arte nas Estações impulsiona a formação de novos públicos”, celebra Fabio.

“Outro ponto a ser destacado são as tecnologias de relação e participação desenvolvidas ao longo do projeto, fomentando a construção de novos saberes e reafirmando a expressão das identidades regionais por onde passa o Arte nas Estações. Tem sido emocionante ver as comunidades locais integrarem as suas práticas e seus interesses ao corpo das exposições”, diz o colecionador e gestor cultural.

Do ambiente imersivo, sai o azul e entra o amarelo. Nas paredes, entre imagens do cotidiano no campo ou na cidade, há cenas que retratam o embarque de escravos em navios negreiros, o combate e a morte de Zumbi dos Palmares, o enterro de Chico Mendes, denúncias de queimadas e desmatamento e o exército nas ruas durante a ditadura militar.

“A música ‘A Ferro e Fogo’, um fenômeno da cultura de massa, narra as mazelas que assolam a vida de um indivíduo. Da vida dura, no campo social, à vontade de ter o ser amado, na esfera pessoal”, observa o curador Ulisses Carrilho.

A expressão também dá título à outra obra com proximidade histórica à dupla sertaneja, ressalta o curador.

Lançado em 1996, o livro homônimo de Warren Dean conta a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira.

“No enredo, somos lembrados de que um dos primeiros atos dos portugueses, ao chegarem ao Brasil em 1500, foi abater uma árvore para construir a cruz da primeira missa. Esse gesto, considerado premonitório, teria feito, segundo o autor, a primeira vítima da ocupação europeia da Mata Atlântica, que cobria boa parte do território brasileiro”, conta Ulisses.

“A Ferro e Fogo” chega em um momento em que Mato Grosso do Sul vive os efeitos das grandes queimadas.

“Acho que a exposição, que carrega o fogo no título, vem nos relembrar um pouco da urgência das ecologias como uma pauta política que fica radicalmente mais evidente. [É também sobre] as cenas de queimadas, essa natureza com tintas mais escuras que os artistas nos trazem, retratando a morte dos animais, dos biomas e dos ecossistemas e os assassinatos dos ativistas”, analisa.

Na história do Brasil, a qual conta com lutas nada ingênuas, se inscrevem inúmeras revoluções e revoltas e diversos conflitos. A imagem de um país pacífico, de população cordial, se desfaz a cada dia nas telas de celulares ou nas páginas de jornais.

Marcada pela violência colonial, pelo extrativismo e pelo projeto de manutenção da desigualdade, essa história – caso fosse narrada de maneira pacífica – ignoraria a força de uma população que ousou batalhar por sua importância e pelo seu poder.

Nos cinco séculos que se seguiram, cada novo ciclo econômico de desenvolvimento do País significou mais um passo na destruição de uma floresta de 1 milhão de quilômetros quadrados – hoje reduzida a vestígios.

“Tal fato preocupa não apenas os milhões de brasileiras 
e brasileiros, mas toda a comunidade internacional que reconhece o protagonismo que esta terra tem para a preservação dos biomas e das condições de vida mundo afora”, pontua o curador.

“Na exposição, a qual reúne 113 obras, podemos ver juntos como as paisagens, as geografias e as representações de natureza são marcadas não apenas pela riqueza natural, mas também pela ação do humano, tornando cada vez mais complexas as ideias de natureza e cultura. Nesse sentido, percebemos um país marcado pela força de seus cenários ricos em flora e fauna, mas também pelo esforço de trabalhadoras e trabalhadores em construir um país mais justo em oportunidades”, afirma Ulisses.

“As obras de arte produzidas por artistas autodidatas que não tiveram acesso ao ensino formal em arte, muito embora tenham sido produzidas no passado, buscam dar densidade ao intenso agora”, salienta.

A equipe do educativo do projeto Arte nas Estações desenvolveu uma programação especial para as férias. Durante o próximo mês inteiro, de terça-feira a sábado, sempre das 14h às 17h, serão oferecidas oficinas com atividades lúdicas e sensoriais direcionadas a crianças a partir de 5 anos (acompanhadas pelos seus respectivos responsáveis), além de jovens e adultos.

Para conferir a programação completa, integralmente gratuita e que já está disponível no site oficial do projeto, basta acessar artenasestacoes.com.br.

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Campo Grande

Parada Natalina chega à Rua 14 de julho nesta terça-feira

Confira a programação da atração para os próximos dias

17/12/2024 13h30

Divulgação

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Parada Natalina, uma das principais atrações do Natal campo-grandense, retorna à Rua 14 de Julho às 18h30 da noite desta terça-feira, trazendo alegria ao público. Um dos destaques da apresentação é a Família Rena, que cativa crianças por onde passa.

A atração volta ao local na próxima quinta-feira (19), e nos dias 21 e 23 de dezembro, também às 18h30.

Para os próximos dias, a programação das paradas natalinas continua na Cidade do Natal, nos altos da Avenida Afonso Pena, levando ainda mais magia às noites de fim de ano.

Cidade do Natal

Nesta terça-feira (17), a Cidade do Natal oferece uma programação especial com a apresentação do Coral Canto em Campo, às 19h, que promete emocionar o público com canções natalinas. O local, que já se consolidou como ponto de encontro para famílias, segue com uma agenda repleta de atrações musicais e gastronômicas até o fim do mês.

Além das apresentações culturais, os visitantes da Cidade do Natal podem desfrutar de uma ampla diversidade gastronômica na praça de alimentação, com opções para todos os gostos e preços acessíveis, a partir de R$ 6. Entre as delícias oferecidas, destacam-se cupim soleado com mandioca, comida japonesa, opções veganas e diversos lanches.

City Tour de Natal

O City Tour de Natal segue com saídas da Cidade do Natal às 18h, 19h e 20h, oferecendo uma experiência completa para quem deseja conhecer mais da decoração natalina pela cidade. O tour acontece até o dia 30 de dezembro, exceto em dias específicos.

A Cidade do Natal funciona diariamente das 17h30 às 22h30, até o  dia 31 de dezembro. Confira a programação cultural para a semana no local:

Programação cultural

16/12 – Segunda-feira

  • Coral das Hosanas – 19h30

17/12 – Terça-feira

  • Coral Canto em Campo – 19h

18/12 – Quarta-feira

  • Edenis Music Inspiration - Otávio Neto – 19h30

19/12 – Quinta-feira

  • Coral e Orquestra Adoração (IEADMS) Maestro Paulo Silva – 19h

20/12 – Sexta-feira

  • Haywana – 19h30

21/12 – Sábado

  • Dany Cristinne – 19h30

22/12 – Domingo

  • Voz Mece – 19h30

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MEMÓRIA

Beto Figueiredo presente

Confira, a seguir, o depoimento de quem conheceu e conviveu com o professor e diretor teatral, nascido em Três Lagoas em 21 de fevereiro de 1956

17/12/2024 10h00

O historiador, professor e encenador teatral Roberto Figueiredo no traço do ilustrador Eder Flávio

O historiador, professor e encenador teatral Roberto Figueiredo no traço do ilustrador Eder Flávio

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Nos conhecemos logo que eu cheguei em Campo Grande (vindo de Ladário). Lá se vão quase 40 anos. Pensar nessa trajetória de amizade traz vários assuntos. Festas, teatro, convivência diuturna, depois a universidade.

Cheguei a ser professor substituto do Roberto. Trabalhamos juntos na formação da primeira Secretaria de Cultura de Mato Grosso do Sul. Fizemos parte do movimento do teatro amador de MS e o levamos para representação em festivais nacionais. Trabalhamos juntos no Núcleo de Teatro da Fundação de Cultura.

Tivemos juntos uma trajetória incrível de amizade. Fomos de uma época em que não se usava capacete para andar de motocicleta, e a gente fazia uso disso e saíamos de moto. O Roberto foi um grande incentivador para eu também ter moto, e sempre foi essa figura assim, muito, muito, muito acolhedora. Sempre foi um amigo para todas as horas. Deixa saudade.

Ele ficou na UCDB por 38 anos, e o encontrei várias vezes na universidade. Mais recentemente, quando eu estava à frente da FM UCDB, ele foi a primeira pessoa que chamei para compor aquele trabalho de jornalismo. Sempre muito disposto e sempre com uma única bandeira: a arte e a formação cultural de MS. Ele tinha esse papel. Foi um professor essencialmente salesiano, essencialmente Dom Bosco.

Acolhia e sorria para todos os jovens. Olhava para o jovem sempre com esse olhar: “Você pode, você vai, eu tô aqui”. Era um incentivador, e era lindo de ver aquilo. O Roberto olhava a produção artística (dos alunos), que poderia ser a mais sem nexo, e sempre falava que estava lindo, defendia a estética daquela produção. É inestimável o valor de um professor como esse.

No teatro, fomos da mesma diretoria da Federação do Teatro Amador de Mato Grosso do Sul. Fizemos parte da mesma formação do contexto político do governo do Estado na época na cultura de MS, tanto na Secretaria de Cultura quanto na Fundação de Cultura do então recém-formado estado de Mato Grosso do Sul. 

Muito imbuídos de leituras, de ansiedades, desejos, sonhos, uma das montagens mais emblemáticas foi “O Meu Guri” (1996), que era baseada na obra de Chico Buarque de Hollanda, na qual o Roberto traz esse debate do excluído, do favelado, para a cena. E ele coloca o nascimento daquela criança no palco. Achei aquilo um trabalho muito marcante na época.

E foi com o Roberto que eu fiz a minha primeira cena de nu artístico. Sempre tive muita resistência a me expressar dessa forma, e foi com ele na direção, com a preparação de ator do nosso também saudoso Jair Damasceno, que eu participei dessa cena.

Fiz a cena do garoto que nasce na favela e é cuidado e idolatrado por aquela mãe naquele enredo. Para mim sempre foi muito marcante, primeiro pela ousadia, segundo por ser tão representativo já naquela época. (Sérgio Carvalho, jornalista)

DEVO TUDO

Meu professor, meu chefe de setor, historiador, meu amigo, meu irmão. Convivi por vinte três anos com o professor Beto. O conheci no fim de 2001, quando fiz a inscrição para fazer a oficina teatral do grupo de teatro Senta que o Leão É Manso, da UCDB (criado em 1983 por Figueiredo).

Ao fim da oficina, fui selecionado para participar efetivamente do grupo. Ao longo de duas décadas estive ao lado do Betinho e aprendi muito com ele. Aliás, em relação ao meu fazer artístico, devo tudo a ele, tudo.

Tinha um coração enorme, sempre disposto a ajudar e a acolher a todos, carinhoso, atencioso e empenhado. Sempre motivado, sempre inovando, ele não parava nunca, muitas e muitas vezes meu telefone tocava no meio da madrugada e era ele compartilhando uma ideia que havia tido. 

Na UCDB, ele ia muito além do dever, muito além das obrigações contratuais, ele pensava a universidade, ele respirava a universidade, ele vivia a universidade, e a universidade tinha mais vida com ele. Das instalações no bosque, no gramado, nos corredores, sempre tinha algo do Beto, pinturas, poemas, esculturas, música, dança, coral e teatro, cada corredor da UCDB tem marcas de Roberto Figueiredo.

Mas ele foi muito além dos muros da UCDB. O jovem Beto, um menino ainda, em Três Lagoas, sua cidade natal, já se engajava nos movimentos culturais, já rabiscava seus primeiros textos e explorava o teatro como forma de expressão enquanto aluno do curso de História da UFMS. 

Foi em Três Lagoas que escreveu seu primeiro texto teatral, “William e Olavo”, que ficou guardado por mais de quarenta anos em um baú na casa de sua mãe, e que eu tive o prazer de atuar junto ao meu querido amigo Pedro Martins. Com direção dele (Roberto Figueiredo), depois de quarenta anos, montamos a peça, sucesso de plateia e de crítica. Desde a década de 1970, Beto militou a favor da cultura sul-mato-grossense.

De maneira ativa e sempre na linha de frente, participou de todos os movimentos de fomento à cultura e ao teatro em Mato Grosso do Sul, esteve envolvido nos debates que levaram à criação do Fundo de Investimentos Culturais (FIC), do Fundo Municipal de Investimentos Culturais (Fmic) e do Fomteatro (política de fomento ao teatro de Campo Grande). 

Além da causa teatral, Roberto Figueiredo atuava na proteção e na memória do patrimônio material e imaterial de Mato Grosso do Sul e de Campo Grande. Desde 2022, fazia parte do Conselho de Proteção ao Patrimônio Histórico da Capital. Beto transitou em todas as esferas culturais, nas escolas de samba, na dança, na música, no cinema, no artesanato, nas artes plásticas, se entregou por completo à cultura de MS, não tem como falar de identidade artístico-cultural sem falar de Roberto Figueiredo.

Beto foi seminarista, professor, ator, diretor, apaixonado pela vida e pela liberdade, ainda jovem teve a influência do pensamento de Leonardo Boff (teólogo, filósofo e escritor brasileiro) e da Teologia da Libertação, pauta defendida por ele durante toda a vida. Beto tinha o espírito salesiano.

Apaixonado por Dom Bosco, espelhava-se nele e em São Francisco de Assis. A frase de Dom Bosco que mais o motivava era: “Uma casa salesiana sem arte é como um corpo sem alma”. 

E ele levou de maneira imperativa essa expressão, expandindo sua interpretação para: “Uma cidade sem arte é como um corpo sem alma”. O legado é incontestável, deixou sua marca na história de CG e de MS. Evoé, Roberto Figueiredo Evoé. (Marcelo Piccolli, ator e codiretor do grupo Senta que o Leão É Manso)

INCOMPARÁVEL

A educação e a cultura de MS ficam menores sem a efetiva contribuição do professor, do historiador e do artista Roberto Figueiredo. Antenado com as questões sociopolíticas de seu tempo, Beto, por seu conhecimento e visão, sabia o que era importante no plano coletivo, e nesse aspecto estava sempre disposto a lutar por melhorias.

O teatro foi a grande paixão de sua vida. Nessa área, criou o grupo mais longevo do Estado. Pela quantidade de montagens de peças teatrais, de envolvimento de pessoas na arte teatral, de textos que escreveu e do sem-número de apresentações feitas pelo Senta que o Leão É Manso, ele deixa um incomparável legado na dramaturgia sul-mato-grossense.

Nos conhecemos no movimento teatral da década de oitenta. Ele era de Três Lagoas, veio para Campo Grande e logo começou a trabalhar na UCDB, onde criou o grupo Senta que o Leão É Manso, para o qual se dedicou integralmente. E, em paralelo a isso, o Beto foi um dos primeiros historiadores a lutar pela defesa do patrimônio histórico material e imaterial, também lutou pela criação do Conselho Estadual de Cultura, do qual participou por muitos anos, e acompanhou de perto as lutas pela valorização do teatro, por meio da Federação Sul-Mato-Grossense de Teatro Amador.

Nessas caminhadas, sempre nos encontramos empenhando nossa consciência e nossa energia nos temas aí tratados. Tudo valeu muito a pena! (Américo Calheiros, encenador teatral e ex-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Campo Grande e da Fundação de Cultura de MS)

PENSADOR PRÁTICO

Roberto Figueiredo foi um dos novos pensadores que Três Lagoas produziu na década de 1970 e exportou para Campo Grande, em um tempo em que Mato Grosso do Sul ganhava vida própria. Por meio da arte e da cultura, nossa geração fazia história com a música, o teatro, as artes visuais, o cinema e a literatura. Foi no meio desse movimento todo que eu o conheci, e foi amor à primeira vista. Sempre nos acompanhamos, de perto ou de longe, e nossa parceria mais recente está no documentário “Onde Você Estava?”.

Ele sempre chamou minha atenção por ter um espírito altamente criativo e ao mesmo tempo ser organizado e prático. Esses elementos resultaram no sucesso de sua carreira profissional e construíram um legado para a nossa cultura que ainda está vivo. (Lenilde Ramos, escritora e música)

ETERNIZADO

Era um sujeito leve, educado, sorridente e também era bom de briga quando se tratava de defender a cultura. Atravessou a vida levando firmemente a bandeira da cultura sul-mato-grossense. Criou o primeiro e mais longevo grupo de teatro universitário do Estado, dedicando-se a ele incansavelmente, e foi esse grupo que montou clássicos universais, trazendo para o público daqui obras como “A Lição” e “A Cantora Careca”, de Eugène Ionesco (1909–1994), “O Burguês Fidalgo”, de Moliére, “A Megera Domada”, de Shakespeare, entre outras.

Em “A Cantora Careca”, especialmente, me diverti muito. Ele conseguiu captar o humor ácido do texto, e eu me senti feliz em ver esse autor aqui em CG. Então, havia uma ousadia do Beto em montar os clássicos e também um propósito definido de ampliar o conhecimento do público local para as grandes obras universais. Isso não é pouca coisa. Em “A Lição”, fui absorvida pela atmosfera enigmática e igualmente me senti envolvida e feliz de assistir aqui em Campo Grande, no Teatro Aracy Balabanian.

O conheci logo que voltei (do Rio de Janeiro) para Campo Grande (em 1993). Tinha acabado de fechar uma pós em Artes Cênicas e o Beto me recebeu com os braços abertos, e isso impactou positivamente na minha impressão sobre os artistas daqui. Depois disso, vivi muitos momentos diferentes e intensos com ele: festivais, mostras de teatro, debates, encontros do movimento cultural, entrevistas, jantares muito agradáveis na casa dele, pois gostava de reunir grupos.

O Beto era uma potência da cultura e uma ponte entre gerações. Ele conviveu muito com a profª. Maria da Glória Sá Rosa, a reverenciava e de algum modo é fruto também das ações dela. É uma grande perda. Sua presença fará falta em vários ambientes. Está eternizado na memória do teatro e das artes sul-mato-grossenses. Evoé! (Andréa Freire, atriz e produtora)

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