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"Água Viva" completa 40 anos exibição

A trama clássica era ambientada no verão carioca

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O sucesso de “Dancin' Days”, em 1978, tornou Gilberto Braga um autor requisitado dentro da Globo. Depois de diversas tramas no horário das seis, o novelista mostrou todo seu poder de fogo em seu primeiro folhetim na antiga faixa das 20h e logo foi escalado pela emissora para mais um título em seu horário mais nobre. Com a “era da discoteca” já em plena decadência, Gilberto resolveu ir na contramão do estilo noturno e exagerado da trama anterior. Cheio de frescor, ele se aproveitou do sol, mar, costumes e amores típicos do verão para conceber o sucesso “Água Viva”, que completa 40 anos de exibição neste mês. “O bom de ter a praia como cenário principal é que não é preciso muito esforço para o trabalho ficar bonito e cheio de tipos interessantes. A Globo teve de se adaptar a um roteiro com muitas cenas externas. Estava muito receoso se o público também embarcaria comigo nessa viagem e o resultado foi além da expectativa. É uma das minhas tramas mais famosas”, analisa o autor que, inicialmente, pensou em nomear a produção com o título de “Vento Norte”.

Inspirada no famoso musical da Broadway “Annie”, a trama central de “Água Viva” gira em torno da órfã Maria Helena, personagem vivida por Isabella Garcia aos 12 anos de idade. A única amiga da jovem é a batalhadora Suely, que trabalha como funcionária da Estrada de Ferro Central do Brasil, vivida por Ângela Leal. A partir de uma investigação própria, Suely descobre que o pai biológico da pequena é o “bon vivant” Nelson, de Reginaldo Faria. Amante do mar, vivendo de renda e irmão do famoso cirurgião plástico Miguel Fragonard, de Raul Cortez, tudo o que Nelson não quer neste momento de sua vida é descobrir-se pai de alguém. Ele se recusa a assumir a paternidade, mas, aos poucos, acaba encantado pelo jeito sincero e carinhoso de Maria Helena. É a filha, inclusive, quem lhe dá apoio no momento mais complicado de sua vida. Por conta de negócios misteriosos com um falso amigo, ele acaba perdendo sua fortuna. “Nelson sempre foi um cara desligado e relaxado. Ele estava feliz com a vida que levava. No momento em que perde tudo e descobre a filha, ele aprende a lidar com o quão surpreendente pode ser a vida. É uma questão de perdas e ganhos”, acredita Reginaldo Faria.

Mesmo falido, Nelson acaba se aproximando da ambiciosa Lígia, papel de Betty Faria. Separada e com dois filhos pequenos para criar, o que a personagem mais precisa no momento é de alguém que lhe dê suporte financeiro e sustente sua postura elitista. Paralelamente, Lígia também conhece o rico e excêntrico Miguel e, sem saber que ele é irmão de Nelson, alimenta ainda mais a disputa fraterna que termina com o misterioso assassinato de Miguel. Maior estrela global da época, Betty topou integrar o elenco de “Água Viva” para correr atrás do prejuízo de ter recusado o posto de protagonista de “Dancin' Days”. “Era o momento da Sonia (Braga). Algumas personagens que recusei acabaram sendo importantes na carreira de várias colegas de profissão. Lígia foi um papel importante demais na minha carreira e me fez ver de perto o talento de Gilberto na criação de fortes personagens femininas”, relembra a atriz. Só em “Água Viva”, o autor ainda criou tipos como a decidida estudante Janete, de Lucélia Santos, a maléfica Lourdes, organizadora das festas da alta sociedade carioca vivida por Beatriz Segall, e a divertida “socialite” Stella, que representava a modernidade liberal do verão carioca, um marco na carreira de Tônia Carreiro. “Pedi um elenco incrível e a Globo atendeu. Foram muitos os destaques ao longo dos capítulos”, valoriza Gilberto Braga.

Com direção dividida entre Roberto Talma e Paulo Ubiratan, “Água Viva” ganhou um reforço de peso após o capítulo 60 com a entrada de Manoel Carlos como colaborador da trama. “Antes disso, todo mundo escrevia novela sozinho. Foi aí que surgiu a figura do colaborador, que se tornou imprescindível”, explica Manoel, que acabou entrando no time das 20h após a boa parceria com Braga. Com diversas cenas captadas nas praias da Zona Sul carioca, uma história inusitada acabou marcando para sempre a vida de atrizes como Glória Pires, Maria Zilda e Maria Padilha. Em uma externa nas famosas areias de Ipanema, as atrizes iriam simular uma cena de topless, mas utilizariam adesivos nos seios. Banhistas mais conservadores observavam a cena e ficaram furiosos com a possibilidade de as atrizes ficarem com os seios à mostra. Por isso, iniciaram uma confusão para expulsar a equipe da novela da praia. “A gente não sabia se ria ou se chorava. Começaram a jogar latas e areia e a gravação teve de ser cancelada”, conta Padilha. Dias depois, a sequência foi captada com calma na vazia Praia de São Conrado.

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B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Médicos alertam sobre riscos da exposição solar e sobre a importância da proteção solar eficaz

21/12/2025 19h00

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira! Foto: Divulgação

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Infelizmente … aquele bronze dourado e saudável não existe! Esse, que é o desejo de muitas pessoas, pode representar um real perigo para a saúde da pele. “Classificamos os tipos de pele de I a VI, de acordo com a capacidade de resposta à radiação ultravioleta (UV), sendo chamado fototipo I aquele que sempre se queima e nunca se bronzeia, até o VI, pele negra, totalmente pigmentada, com grande resistência à radiação UV. A pigmentação constitutiva - cor natural da pele - é definida geneticamente. A cor facultativa - bronzeado - é induzida pela exposição solar e é reversível quando cessa a exposição”, explica a dermatologista Dra. Ana Paula Fucci, Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O chamado "bronzeado dourado" é observado nas peles mais claras e para ocorrer, ocasiona danos no DNA das células.  “As  consequências serão vistas anos mais tarde, em forma de fotoenvelhecimento, manchas ou lesões cutâneas malignas.O ideal é respeitar seu tipo de pele e sua sensibilidade ao sol. Nunca queimar a ponto de “descascar”. Importante: evite se expor ao sol entre 10 e 16h”, detalha a dermatologista. 

Dra. Ana Paula alerta ainda sobre os riscos de bronzeamento artificial, através das câmaras de bronzeamento: “esse é ainda mais prejudicial para a pele do que a exposição ao sol. A radiação é entregue de forma concentrada e direta, sem nenhum tipo de filtro ou proteção”.  

A médica ressalta que filtro solar não é uma permissão para a exposição ao sol. “Ele é um grande aliado, desde que sejam seguidas as orientações de horário, evitar exposição exagerada e usar complementos como bonés, óculos etc”, reforça Dra. Ana Paula Fucci.  

- Proteção solar eficaz 

A rotina de proteção solar é muito importante em qualquer época do ano, sobretudo agora no verão.  “Não deixe para aplicar o filtro quando chegar na praia ou piscina, por exemplo. O ideal é aplicá-lo cerca de 20 minutos antes de se expor ao sol, para dar tempo de ser absorvido e começar a agir. Também devemos reaplicar o filtro solar a cada 2 horas ou após se molhar ou suar muito”, destaca Dr. Franklin Veríssimo, Especialista e pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pelo Hospital Albert Einstein-SP. 

Dr. Franklin destaca três aspectos importantes para uma proteção solar eficaz:

1- “Use filtro com FPS 30 ou maior;  e para as crianças ou pessoas que possuem pele mais sensível, FPS de no mínimo 50;

2- Use proteção adicional ao filtro solar, como chapéus, viseiras, óculos escuros. Recomendo evitar a exposição solar entre 10 e 16h;

3.  Use roupas leves, claras e chapéu e óculos de proteção UV, principalmente se for praticar caminhadas e atividades físicas ao ar livre.  Quem costuma ficar muito tempo no sol tem que redobrar os cuidados e investir em roupas com proteção ultravioleta”, conclui o médico.  

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