Correio B

MÚSICA

Alcione volta à Capital para celebrar seus 50 anos de carreira

Show "Tijolo por Tijolo" ocorre no sábado, no Buffet Ondara Palace, acompanhada da Banda do Sol

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“Nem me diga. Foi uma emoção tão forte, nem sei como consegui me segurar ao assistir àqueles artistas maravilhosos contando, e cantando, a minha história. E que cantoras! Que atores! Acho que por muito tempo ainda vou me sentir impactada por essa emoção, uma das mais intensas que vivi até hoje”, derrama-se Alcione ao comentar “Marrom, o Musical”.

O espetáculo de Miguel Falabella e Jô Santana – “uma produção exuberante, bem cuidada, lapidada” – reúne em cena um elenco de 23 intérpretes para, como diz a homenageada, contar e cantar a história da jovem que mal tinha completado 20 anos de idade, em 1968, quando deixou São Luís do Maranhão para se tornar uma das vozes mais reverenciadas do Brasil.

Na estreia do musical, em São Paulo, no dia 9 de setembro, Alcione marcou presença, pegando todos de surpresa ao entoar, no meio da plateia do Teatro Sérgio Cardoso, “Não Deixe o Samba Morrer” (1975), de Edson Conceição e Aloísio Silva, um dos clássicos do seu repertório – e da MPB.

EMOÇÃO

Assim, desde sempre, é a Marrom. Emoção de ponta a ponta em tudo que põe a mão e a voz. E é com brilho na voz que ela concedeu esta entrevista ao Correio do Estado, por ocasião do seu próximo show em Campo Grande, no sábado, no Buffet Ondara Palace.

A casa vai abrir as portas a partir das 20h para receber os fãs e, no palco, Alcione, acompanhada dos 10 músicos da Banda do Sol que integram “Tijolo por Tijolo”, nome do disco de inéditas e do espetáculo que a estrela preparou para a celebração de cinco décadas de estrada em 2020. Mas, então, veio a pandemia – a cantora chegou a contrair Covid-19 – e uma cirurgia na coluna.

Agora, em meio à turnê municipal que realiza em vários pontos do território carioca, Alcione parte para cumprir os reagendamentos do show Brasil afora, para além do Rio de Janeiro.  

“Estou recarregando as baterias para retornar à turnê pelos 50 anos de carreira. Ansiosa pelo recomeço”, declara a artista, que completa 75 anos no dia 21 de novembro e se define como “uma cantora feliz por reencontrar seu público, aqueles que ajudaram a construir minha carreira. Um espetáculo cheio de hits, para a plateia se deliciar cantando junto conosco”.

NOVELEIRA

Falando em hits, apenas para lembrar, a lista da Marrom é bem extensa: além da citada “Não Deixe O Samba Morrer”, o repertório terá, por exemplo, “Sufoco”, “Nem Morta”, “Garoto Maroto”, “Estranha Loucura”, “Meu Vício É Você”, “A Loba”, “Meu Ébano”, “Faz Uma Loucura por Mim” e “surpresas que sempre preparo, com o maior carinho, para presentear os fãs”, promete Alcione.

“Não dá para adiantar tudo, gosto de reservar sempre algumas novidades”, despista. Quando, por exemplo, o repórter tenta confirmar se “Lençóis” – tema da personagem Martha [Claudia di Moura] na novela “Cara e Coragem” – está no setlist, a cantora mantém o mistério, mas lembra que também é hitmaker de tramas televisivas faz tempo.

“Tive a sorte de emplacar muitos temas de novela, inclusive na primeira protagonizada por um casal de atores negros (‘Da Cor do Pecado’, 2004), Taís Araújo e Rocco Pitanga. A música é ‘Você Me Vira a Cabeça’, que é presença constante em meus shows”, recobra.

“Sou noveleira, gosto muito. E felizmente a personagem [Martha] foge à rotina daquele velho script em que atores negros só podiam atuar como serviçais e encarnando personagens menos importantes nas tramas. A Claudia di Moura, sem dúvida, é excelente e está deslumbrante no papel. Tive a alegria de participar de um filme [‘Arcanos’, dirigido por Diego Freitas] com ela e a Lília Cabral, em São Luís, que deverá estrear em 2023”, conta Alcione, que, não faz muito, foi tema do documentário “O Samba É Primo do Jazz” (2021), de Angela Zoé.

JAZZ E AXL ROSE

“Amo as grandes divas do jazz e tive a chance de realizar alguns espetáculos interpretando clássicos do gênero”, diz a diva do samba que, entre as grandes intérpretes norte-americanas, destaca Ella Fitzgerald como a sua preferida.

Aliás, talvez os mais novos não saibam que a Marrom também bate um bolão no pistom. 

“Todos [ela e os oito irmãos] aprendemos instrumentos na adolescência. Meu pai era maestro da banda de música em São Luís. Minha família sempre foi musical”, diz a cantora.

Outro astro dos EUA que volta e meia cruza o seu caminho é ninguém menos que Axl Rose, pelo menos segundo noticia a imprensa. Qual a verdade sobre isso? 

“Fomos da mesma gravadora durante os anos 1990 e nos encontramos, por acaso, quando estávamos hospedados no mesmo hotel. Sempre fui fã dele. Foi um encontro muito amistoso, agradável, e ele foi muito simpático”, relata.

ARTE É DÁDIVA

Mas Alcione diz que ouvia “de tudo” desde menina, no Maranhão. 

“Naquela época, o rádio tocava canções brasileiras e internacionais, e todos os gêneros musicais. Reverenciei, desde cedo, algumas das maiores cantoras desse país, como Núbya Lafayette, Angela Maria. Cheguei a gravar um álbum de boleros, recentemente [2016]”.

“Arte é dádiva divina. Admiro dança, teatro, cinema, todas as formas artísticas. Além da ‘deusa música’, é claro. Já fiz umas participações em especiais como atriz, mas não sou nenhuma Fernanda Montenegro, não”, entrega Marrom, caindo na gargalhada e emendando com um conselho dirigido aos jovens talentos.

“Meu conselho para qualquer artista é que seja sempre verdadeiro, autêntico. E tem que trabalhar, ralar muito mesmo. Eu faço isso até hoje”, diz ela, sem parar de sorrir

“Estou muito feliz com a proximidade do meu aniversário e de festejar esses 50 anos de carreira. Só tenho a agradecer a Deus e aos que me acompanham durante essa jornada. E meu orgulho é poder continuar a contar com a parceria dos fãs, sem eles a gente não é nada. Não existe artista sem público”, revela.

CARINHO EM CG

“Tem uns cinco anos que me apresentei em Campo Grande. É uma cidade que sempre me acolheu com o maior carinho, só boas e gratas lembranças, que vamos aumentar nessa nova chance de nos encontrarmos”, afaga a cantora, que, após essa turnê, vai lançar um novo álbum, gravado no Theatro Municipal do Rio, pela gravadora Biscoito Fino.

Confira os integrantes da Banda do Sol: Nelson Freitas (teclados), Dudu Dias (baixo), Alvinho Santos (violão), Edinho Santana (cavaco), Paulo Bogado (bateria), Betinho Nazareth (percussão), Rodrigo Revelles (sax), Lázaro Duarte (trompete), Maria Helena e Sylvia Nazareth (vocais).

SERVIÇO

Alcione e Banda do Sol

Show “Tijolo por Tijolo”, sábado, dia 8 de outubro, às 20h, no Buffet Ondara Palace (Parque dos Poderes).

Os ingressos ainda disponíveis custam de R$ 135 a R$ 1.200.

Vendas: Comper Jardim dos Estados ou pedrosilvapromocoes.com.br.

Mais informações: (67) 99296-6565 (WhatsApp).

OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

Correio B+

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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