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LITERATURA

Ângelo de Arruda lança amanhã seu terceiro livro de poesias

Ângelo Marcos Vieira de Arruda lança amanhã, na sede do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, "Deserto das Ideias", seu terceiro livro de poesias, em que conta "segredos" escritos durante a pandemia; conversa com o amigo Fayez Rizk motivou publicação

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Também arquiteto e urbanista, além de compositor, Ângelo Marcos Vieira de Arruda lança amanhã, às 19h, na sede do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul (Rua Dr. Ferreira, nº 28, Vila dos Ferroviários), “Deserto das Ideias” (Editora Traços & Capturas), seu terceiro livro de poesias. Na orelha da publicação, o amigo e colega de ofício Fayez José Rizk faz um convite ao leitor: “Ao ler as páginas de ‘Deserto das Ideias’, faça-o em voz alta e deixe-se levar pelo ritmo: você se transformará em compositor de melodias!”.

São 50 poemas, os quais Ângelo chama de “segredos”, escritos em “plena pandemia”, alguns tendo a Covid-19 e a paralisação do planeta como tema. “São poemas escritos em Florianópolis e outras localidades do País”, diz o autor. Trata-se do seu terceiro livro de poesias – o primeiro é “A Invenção do Silêncio” (2017) e o segundo, “A Simplicidade do Abismo” (2021). O prefácio do novo livro é da também arquiteta, professora e poeta Sonia Marques.

“Eu escrevo desde os 17 anos e nunca parei. Mas somente aos 60 anos resolvi publicar o primeiro livro, que teve o apoio cultural do Sesc e foi um sucesso quando o lancei, em 2017, na Morada dos Baís. Esse é a continuidade de uma atitude: escrever para compreender e deixar o outro pensativo. Refletir sobre momentos, sentidos e significados. É assim que chegam os motivos para escrever a publicar: melhorar as pessoas”, afirma Ângelo.

Segundo o poeta, o leitor encontrará versos para pensar, se apaixonar e refletir sobre a vida, a sua vida e das pessoas mais próximas. “Mas também vai encontrar uma novidade grande. Quase no final dele, onde eu escrevo o ‘Palavras do Autor’, tem um QR code. Clique e escute uma música feita, eletronicamente, pelo meu sobrinho, autor dessa música e, especialmente, da capa do livro. Coloque um fone e escute a música lendo os poemas. É uma experiência”, antecipa.

CELULAR E ABSTRAÇÃO

“Eu quero atingir a maior quantidade de leitores que possa se aproximar, ainda mais, dos versos que escrevo. Adoro escrever, amo pensar frases que se conectam com os outros. A minha criação é simples, livre e de muita observação. Aprendi com os filósofos da Grécia antiga a pensar observando. Sou assim, um pouco arquiteto, que observa, um pouco músico, que cria pensando, e um pouco poeta, que se encanta com as palavras”, diz o escritor, que produz seus versos no celular.

“Minha rotina é bem calma e simples. Eu escrevo sempre usando um aplicativo no celular, e ali eu guardo tudo que escrevo. Ando de ônibus, vejo algo, escrevo; assisto a algo na tevê ou no cinema, escrevo sobre. É assim. A gente constrói versos usando letras, números, palavras e tudo vira poema. Sou fã de Manoel de Barros [1916-2014] e me inspiro na sua simplicidade e no entorno de minha vida”, conta Ângelo.

E o que pretende com os seus escritos?

“O maior desafio é fazer o leitor se mexer. Não apenas compreender ou criar ilusões, mas, essencialmente, fazer a dinâmica da vida acontecer. Meus versos são ricos em abstração e verdades e, portanto, penso mesmo em provocar o outro para que ele possa refletir sobre tudo que acontece na vida”, responde.

“Eu sou um arquiteto com 45 anos de diplomado. Já fiz de tudo na vida e, hoje, com 67 anos e aposentado, escrever com tranquilidade é sensacional. O arquiteto cria. O poeta cria. O primeiro, faz coisas reais, edificadas. O poeta nem sempre. Meus poemas têm muita abstração e muita simbologia, e especialmente poucas verdades. É assim que eu me manifesto”, prossegue Ângelo, que se desmancha de alegria com o produto final da nova obra.

“Tá lindo. O formato é 15 cm x 15 cm, um novo padrão literário que eu adotei no segundo livro e que deu certo. A capa do meu sobrinho, o artista plástico Guto Barros, tem muita simbologia e irrealismo. O título, quis pensativo: ‘Deserto das Ideias’. O que temos para fazer sem ideias? Ah, nunca paro de escrever, portanto, contem com o próximo livro para breve”, promete o autor, que faz questão de agradecer ao poeta André Soltau, de Itajaí (SC), seu editor, e o apoio cultural da Construtora Lumis. Está feito, poeta.

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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