Quem imaginaria ter uma família com mais de 20 mil pessoas? Essa é a história da família Sandim, que após uma pesquisa de duas décadas descobriram parentes espalhados pelo Brasil e até fora dele.
Os Sandim têm origem portuguesa, vindos de uma vila com o mesmo nome, próxima à região do Porto. “A nossa origem é em Portugal, perto do Rio Douro.
Quando vieram de lá, se estabeleceram em São João Del Rei e também em Monte Alegre, no triângulo mineiro”, conta Lauredi Sandim (68), um dos organizadores da pesquisa.
A família chegou em Campo Grande por volta de 1870, na segunda comitiva do fundador da cidade, José Antônio Pereira. Os Sandim acompanharam José Antônio em sua passagem por Monte Alegre. A historiadora Maria Madalena Greco conta que as comitivas de José Antônio se dividiram em duas.
“A primeira comitiva dele chega a Campo Grande em 21 de junho de 1872, vindo de Monte Alegre. Quando chegaram, próximo às regiões que hoje conhecemos como Prosa e Segredo, começaram a cultivar roças e, quando se estabeleceram, José Antônio retornou a Minas Gerais para buscar o restante da família. Com isso, novas pessoas vieram com ele”.
Lauredi relata que os primeiros a chegarem no Estado foram seu tataravô Vicente Sandim e o bisavô Manoel Ferreira Sandim. Por aqui, a família se estabeleceu em Campo Grande e também nas cidades de Rochedo, Jaraguari, Rio Negro e Maracaju.
A pesquisa partiu de Lauredi, juntamente a um grupo que cuida apenas da árvore genealógica da família. “Fomos fazendo um levantamento, pois tenho pessoas que cuidam apenas da parte da genealogia, até então eu acreditava que a família estava só por aqui, foi quando resolvemos fazer a festa para reunir e descobrimos pessoas de outros locais do Brasil”, comenta.
O ENCONTRO
Após as pesquisas, partiu a vontade de reunir a família para um momento de confraternização. Foi por meio da internet que encontrar novos parentes ficou mais fácil.
O primeiro encontro foi realizado em 2018, no Rádio Clube Campo e recebeu cerca 3.500 pessoas. “Fizemos um levantamento, com isso organizamos a primeira festa em apenas 45 dias. Recebemos mais de 3 mil pessoas, foi um sucesso, e até então não sabíamos que tínhamos parentes pelo Brasil. Descobrimos em Goiás, São Paulo e, depois da festa, com a repercussão, as pessoas começaram a saber e a aparecer”.
Quando o primeiro encontro acabou, novos parentes começaram a surgir e foram descobertos familiares até no Uruguai, por esse motivo, o Encontro Nacional da Família Sandim agora é internacional. “Descobrimos parentes no Uruguai só que, por uma questão da língua espanhola, eles escrevem com a letra N no final. Fomos até lá, encontramos alguns deles, e esse é um dos motivos de ter mudado o nome do encontro”, destaca.
Pelas pesquisas que a equipe já conseguiu, são cerca de 20 mil pessoas que assinam o sobrenome Sandim, além dos descendentes. A intenção é de que seja um evento bienal, com isso o próximo encontro já era para ter sido realizado, no ano de 2020, mas com a pandemia precisou ser adiado.
Em relação à organização, Lauredi que ficou responsável pelo primeiro, dessa vez passa para o filho Gian Sandim (40).
A comissão já está se movimentando para acertar o 2º Encontro, que deve ser realizado neste segundo semestre. “Esperamos realizar o encontro em setembro, estamos com uma expectativa de receber por volta de 5 mil pessoas. Por conta desse número, nossos planos é que aconteça na Acrissul, pois o espaço é maior, tem mais de 3 mil vagas para carros, dois salões, fora a parte externa”, comenta Gian.
Em relação à logística, as próprias famílias se organizam em comitivas e quando chegam em Campo Grande se dividem entre hotéis e casas dos próprios parentes.
“Quando as pessoas chegam, geralmente em um sábado, fazemos uma recepção, e o encontro principal é um almoço, pois a nossa ideia é um grande almoço de domingo em família, a nossa origem é da roça, então a comida é farta, mas com a nossa simplicidade”, finaliza Lauredi.


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