Nesta semana, fomos agraciados com a presença da carta da Papisa no Tarô. Mas o que ela representa? Esse arcano simboliza sabedoria profunda, intuição aguçada e a confiança serena no que não se pode ver, mas no que se sente. A Papisa, também chamada de A Sacerdotisa, nos ensina a importância de confiar no próprio instinto e a valorizar a passividade consciente, sabendo que, quando se está alinhado com o fluxo natural das coisas, não há necessidade de forçar resultados.
Em vez de lutar contra o que não podemos controlar, a Papisa nos convida a aceitar, respirar fundo e deixar que o tempo revele suas soluções. A mensagem dela é confiar em seu eu interior e na sua intuição.
Esta carta pode indicar que é preciso exercitar a arte de saber esperar, tendo a certeza de que algo bom está por vir. Pode também ser um bom momento para estudar, se aprofundar numa pesquisa, aprender algo. Afinal, a Papisa encoraja a busca por um entendimento mais profundo das coisas.
Essa atitude ressoa diretamente com a Lua crescente em Capricórnio, que ocorre na quinta-feira. Capricórnio, um signo de seriedade e disciplina, traz a energia ideal para ações ponderadas e decisões que exigem paciência e coerência.
Portanto, neste momento, é importante fazer análises cuidadosas e apenas tomar ações meticulosamente planejadas. Assim como a Papisa, essa fase lunar nos incentiva a agir com sabedoria, priorizando o esforço estratégico e a consistência em nosso trabalho e em nossa vida profissional. A Lua crescente, ao fortalecer projetos e iniciativas, pede planejamento cuidadoso e perseverança, características que a Papisa domina com maestria.
Esta fase lunar marca o momento ideal para nutrir as sementes que plantamos, promovendo o crescimento dos nossos objetivos e dos projetos que queremos materializar em nossas vidas. Neste sentido, a carta da Papisa simboliza os nossos projetos em estágio de gestação, onde planos estão sendo cuidadosamente desenvolvidos.
Ela guarda o mistério do que está por vir, sugerindo que há um tempo de maturação necessário antes que esses projetos se manifestem no mundo exterior. É um convite à paciência e à discrição.
Além disso, com Júpiter entrando em retrogradação na quarta-feira, dia 9, temos uma oportunidade única para revisitar questões de justiça, aprendizado e comunicação. Assim como a Papisa nos ensina a discernir o que deve ser dito e o que deve ser mantido em silêncio, essa fase cósmica favorece a revisão de promessas e compromissos, sempre com a consciência tranquila de quem conhece os próprios limites e sabe quando é hora de esperar e confiar.
Já dizia o provérbio árabe: “palavra é prata, o silêncio é ouro”. Evite, portanto, falar sobre seus planos e projetos e, acima de tudo, abstenha-se de emitir opiniões sobre questões que não lhe dizem respeito diretamente. “O exercício do silêncio é tão importante quanto a prática da palavra”. (William James)
A Papisa e a Lua em Capricórnio, juntos, nos lembram da importância de alinhar a sabedoria intuitiva com a ação prática e nos convidam a acessar o conhecimento profundo que acumulamos ao longo da vida e a aplicá-lo de forma estratégica e produtiva, sem pressa, mas com a certeza de que o caminho certo será revelado na hora certa.
A Papisa, a segunda carta dos Arcanos Maiores, sucede o Mago, que simboliza o poder e a realização. Enquanto o Mago é o guardião da mente consciente e do mundo tangível, A Papisa é a guardiã da mente subconsciente e a professora do conhecimento sagrado e dos mistérios ocultos.
Essa sequência ilustra o equilíbrio entre as energias masculina e feminina, algo que vemos frequentemente no Tarô, onde cartas masculinas e femininas se seguem e se complementam, como um yin-yang. Apesar de vir após o Mago, a postura da Papisa evoca mais a serenidade do Eremita, uma figura voltada para o conhecimento interior.
A Papisa é a mediadora entre o mundo visível e invisível, um arquétipo do Divino Feminino que guarda os segredos da alma, da Natureza e do esotérico. Assim como as mulheres foram historicamente associadas à lua, às águas e ao poder intuitivo, a Papisa também é cercada de símbolos que remetem à profundidade espiritual e ao sagrado. Ela é a profetisa, a vidente e a mística, conectada ao desconhecido, ao mistério e ao oculto.
A Papisa é a carta do canal espiritual, a psíquica que se abre para os mistérios do Divino. Quando ela aparece como carta-regente, sabemos que habilidades psíquicas são potencializadas. Sonhos, em particular, ganham um peso maior nesta semana, fornecendo acesso a insights importantes. Para o psiquiatra suíço, Carl Gustav Jung, os sonhos não escondem, mas revelam, e que a interpretação deles deve ajudar a pessoa a sair do estado de estagnação.
Diferente da carta do Papa, que se relaciona com a estrutura religiosa formal, a Papisa fala sobre a jornada espiritual pessoal. Esta carta é um poderoso lembrete da importância de abraçar a nossa intuição e a sabedoria interior. Ao cultivar essas qualidades, podemos alcançar um nível mais profundo de compreensão e nos conectar com nosso verdadeiro eu. “O verdadeiro conhecimento vem de dentro” (Sócrates).
Uma ótima semana e muita luz,
Cris Paixão