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Bruna Mascarenhas faz sua estreia como protagonista de Sintonia,
da Netflix

Bruna Mascarenhas faz sua estreia como protagonista de Sintonia,
da Netflix

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Os dias que antecederam o início das gravações de “Sintonia”, série brasileira original da Netflix, foram tensos para Bruna Mascarenhas. A atriz, que vive a protagonista Rita na história, tinha pouco tempo para incorporar o sotaque de uma jovem da periferia paulistana. Na época, Bruna, que é natural de Niterói, no Rio de Janeiro, morava em São Paulo há apenas um mês e meio. “Tenho sotaque carioca e tinha muito mais. Faltando cinco dias para começar a gravar, eu passei minha cena pela primeira vez e, no final do ensaio, chorei horrores. Era muito difícil assimilar o jeito paulista fazendo a cena”, lembra. Correndo contra o tempo, a atriz contou com a ajuda dos colegas de cena Christian Malheiros e MC Jottapê, que interpretam Nando e Doni na produção. Os três dividem o protagonismo da série do serviço de “streaming”. “Eles me ajudaram muito, cansei de mandar mensagem de madrugada tirando dúvidas sobre a forma de falar. O Jotta me mandava até áudios de amigos para eu ouvir. Hoje, eu acho engraçado meu desespero. Mas estudei muito, todos os dias. Minha fonoaudióloga sugeriu começar a falar assim com a minha família e amigos cariocas. Foi hilário, a galera toda em choque, mas me joguei de cabeça. Tudo na vida é prática e na nossa profissão não é diferente”, ressalta.

Bruna Mascarenhas, a Rita de "Sintonia" da Netflix - Foto: Divulgação

Na história original idealizada por KondZilla em parceria com Guilherme Quintella e Felipe Braga, a atriz de 23 anos interpreta Rita, uma menina de 18 anos que teve de amadurecer cedo por causa de uma família desestruturada. Transformou-se em uma jovem independente e corajosa, além de ter muita fé. Trabalha na rua e em trens como ambulante vendendo tudo que puder dar lucro. “A Rita é uma jovem que tem muita intuição e acredita nela, por isso tem personalidade tão forte e fé nas suas escolhas. Claro que, junto a isso, vem também, muitas vezes, um certo receio de confiar em outras pessoas que não estejam no seu círculo - uma forma de defesa que ela precisou aprender para sobreviver nesse mundão. A Rita sabe que não tem tempo a perder, que a vida acontece aqui e agora. Às vezes, ela pode até não saber exatamente o que quer, mas sabe muito bem o que não quer”, defende.

Antes de integrar o elenco de “Sintonia”, Bruna trabalhava em um restaurante em São Paulo. O processo para entrar na produção foi bastante rápido. Em poucos dias, ela fez o teste, a prova de figurino e maquiagem e soube que estava escalada para a trama. “No mesmo dia, recebi a aprovação e pedi demissão. No dia seguinte, já estava indo para a fonoaudióloga. Fui trabalhar no meu último dia de contrato e parti para o ensaio, foi uma loucura. O Johnny (Araújo), diretor de ‘Sintonia’, sempre diz para mim que, quando ele me viu andando, antes mesmo de qualquer exercício, ele já tinha certeza de que era eu”, vibra Bruna, que fez sua estreia no audiovisual. “A insegurança faz parte, somos seres humanos, mas, quando ela vier, que eu possa canalizá-la de uma forma que me dê força e mais foco para lidar com os desafios. Fui aprendendo que essa insegurança e esse frio na barriga não precisam ser negativos. É tudo um propulsor para termos ainda mais foco para fazer rolar. No dia em que eu parar de sentir isso, vou começar a me questionar sobre o que estou fazendo aqui”, completa.

Morando em São Paulo há pouco mais de um ano, Bruna fez algumas mudanças em sua alimentação. Recentemente, a atriz descobriu uma gastrite e uma leve intolerância à lactose, o que a fez ter ainda mais consciência sobre seu cardápio. “Teve uma época em que eu quase não comia carne também. Busco não ficar muito tempo sem comer e não comer nada em excesso, principalmente frituras e derivados de leite”, afirma. Bruna, que é formada em balé clássico, também já praticou natação e ioga. Após um período parada, ela pretende voltar a se exercitar em breve. “Saio bastante para dançar forró, sempre fui muito da atividade. Fiquei um tempo parada, muita coisa acontecendo e, às vezes, fica difícil manter a rotina. Só agora estou voltando a fazer 20 minutinhos de saudação ao sol, todo dia. Já faz muita diferença. Pretendo começar a fazer capoeira”, planeja.

OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

Correio B+

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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