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Capa B+: A atriz Luiza Porto completa 15 anos de carreira e conversa com exclusividade com o B+

Luiza comemora trajetória conciliando dublagem, teatro e cinema. A artista dá voz à personagem de destaque Faísca em "Elementos", da Disney Pixar.

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Somando dezenas de personagens no audiovisual e no teatro, a multitalentosa Luiza Porto se prepara para comemorar 15 anos de carreira em um momento especialmente movimentado.

À frente de diferentes projetos, a atriz, cantora, dubladora, produtora e diretora comemora a boa fase profissional com o lançamento de “Elementos”, da Disney Pixar, onde dubla a personagem Faísca, integrando também o elenco do espetáculo “Anjo de Pedra”, em São Paulo, estrelando o longa musical “Mágico Di Ó”, dirigido por Pedro Vasconcellos, que chegará em breve aos cinemas pela Paris Filmes, e assinando a direção do musical original “Mundaréu de Mim”, previsto para estrear em outubro, na capital paulista.

Foi ainda na infância que a paulistana de 31 anos teve seu primeiro contato com a Arte. Criada em um ambiente familiar cultural, logo se tornou uma espectadora assídua de teatro, e não demorou muito para que ela descobrisse que estar no palco poderia ser tão bom quanto ou até melhor do que estar na plateia, e contou com a Oficina Dos Menestréis e a INDAC Escola de Atores para dar os primeiros passos rumo a uma carreira profissional toda dedicada à interpretação, mas que com o tempo acabou despertando nela outros tipos de manifestações artísticas, como o canto e a dança.

“Interpretar sempre foi o meu carro-chefe! Por mais que muitas oportunidades tenham aparecido por conta do canto, a arte de atuar é a que mais me realiza pelo sentido de poder viver durante um tempo por outra ótica. Se colocar no lugar, aprender temas rotineiros de outra bolha, dar a voz a uma história, ver pessoas se reconhecerem, se divertirem ou serem tocadas é inspirador. Eu amo todas as possibilidades que a interpretação nos oferece, seja no teatro, no audiovisual, na música, na rua, na dublagem ou na animação, é onde tenho mais prazer em trabalhar e estudar”, afirma.

Transitando por diferentes gêneros teatrais, traz no currículo os musicais “Bom Dia Sem Companhia”, “Lembro Todo Dia de Você” e “O Mágico Di Ó” - estes com trilhas sonoras disponíveis nas plataformas digitais -, “O Alvo - Ser ou não ser o centro das atenções”, "A Sessão da Tarde ou Você Não Soube me Amar" e diversos clássicos infantis como “O Mágico de Oz” e “Peter Pan”, produzidos pela Cia Black & Red, de Billy Bond, além de peças como “Romeu e Julieta - De almas sinceras a união sincera nada há o que impeça”, e, mais recentemente, “Anjo de Pedra”, clássico de Tennessee Williams, onde pode ser vista de sexta a domingo no Tucarena, em São Paulo, até agosto.

A atriz Luiza Porto é Capa do Correio B+ desta semana - Foto: Jonathan Wolpert - Diagramação - Denis Felipe e Denise Neves

Já na televisão, Luiza foi um dos destaques de “Experimentos Extraordinários”, primeira série produzida e exibida pelo canal Cartoon Network Brasil, lançada em 2014 e que ensinava ciência de forma divertida. Na pele da personagem Laura, esteve à frente dos 26 episódios da primeira temporada, que, anos depois, ganhou exibição no streaming, pela Netflix, e também na TV Cultura. O sitcom, que contou também com nomes como o de Daphne Bozaski, acompanhava a produção de um programa de TV com experiências, traquitanas e pegadinhas.

E se atuar encanta Luiza pela possibilidade de assumir novas formas e construir outras personas, o mesmo acontece com o audiovisual, através da dublagem, outra área em que atua há 10 anos e se destaca ao emprestar sua voz para personagens icônicos, que permitem que ela explore um outro tipo de interpretação, essa exigindo um cuidado ainda maior e o acompanhamento constante de fonoaudiólogos, médicos e professores especializados no trato da voz, instrumento poderoso capaz de entoar diferentes tonalidades, nuances e sotaques.

Sempre dando voz a personagens relevantes, para os fãs de séries, a voz de Luiza pode ser reconhecida em sucessos como “Bridgerton”, “Elite”, “Anne com E”, “13 Reasons Why”, “Eu Nunca” e “Once Upon a Time”; já entre os filmes pode ser ouvida em produções como “Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes”, “Avatar: O Caminho da Água”, “Marvel Rising: Guerreiros Secretos”, “Glass Onion: Um Mistério Knives Out”, o live-action “Pinóquio”, “Zombies”, entre outros. Suas dublagens estão ainda em animações como a recém lançada “Elementos”, “Raya e o Último Dragão”, “Elena de Avalor”, “Monster High”, “Princesinha Sofia” e “Molly Mcgee e o Fantasma”, além dos animes “Boruto”, “Beastars” e “Bleach”, e das produções argentinas “Bia” e “Sou Luna”.

Com uma rotina intensa de gravações, conciliadas quase sempre com ensaios e produções, a artista, que atualmente atinge a média de 60 horas de dublagens por mês, chegando a dublar até seis programas diferentes por dia, destaca a diferença e o desafio de dublar personagens animados e pessoas reais.

“São linguagens muito diferentes. A animação sempre traz infinitas possibilidades e cores para trazer aqueles personagens à vida. Trabalhando com Voz Original você entende a delícia de criar a voz sem ter que de fato usar do corpo para comunicar. Já as séries e filmes mais realistas trazem um outro lugar de interpretação, mais natural e com uma demanda de que a voz tem que fazer sentido com o todo. Eu amo quando esses trabalhos se mesclam no dia a dia e acabam com qualquer tipo de monotonia”, conta ela.

Luiza Porto - Foto: Jonathan Wolpert

Celebrando dois projetos nas telas, é entre a recém estreia de sua protagonista animada, Faísca, em “Elementos”, e a expectativa para a estreia de sua protagonista real, Maria Doroteia, em “O Mágico Di Ó”, que Luiza se divide no momento, e sobre isso ela conta:

Sobre o filme “Elementos”:

“Elementos” foi a realização de um sonho. Eu cresci assistindo as animações da Disney e fazer parte de um trabalho tão grande como esse, que vai alcançar e marcar a vida de muitas pessoas, e com uma personagem tão importante e especial, foi incrível. Coloquei nele tudo o que acredito e o melhor que pude. Fiquei emocionada em vários momentos durante a gravação e terminei o filme aos prantos (risos).

Faísca é uma personagem forte que está assumindo a responsabilidade de cuidar da loja da família para ajudar seu pai, ao mesmo tempo que começa a se apaixonar e descobre novas possibilidades. Com isso seguimos para um voz mais grave e com grandes explosões. 

A atriz é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e ela falou com a gente sobre carreira, dublagens, estreias e novos projetos.

CE - Como e quando começa a sua história com a Arte?
LP -
 Meu primeiro contato com o Teatro foi na escola, além do curso extracurricular a escola nos levava para assistir peças no Teatro Imprensa. Na minha família a arte sempre esteve presente, sendo com meu pai tocando violão, minha irmã cantando e minha avó que me levava ao teatro junto com suas amigas.

Ao longo da minha adolescência eu aprendi a cantar, arriscar no violão e criei o hábito de ir assistir espetáculos com os meus amigos até que no segundo colegial uma amiga me apresentou a Oficina Dos Menestréis. Foi lá que eu aprendi minhas primeiras ferramentas de atuação e construção. Foi lá também que fiz meus primeiros amigos do teatro e comecei a me jogar em testes e novas experiências.

Dali pra frente fiz publicidade, espetáculos infantis e viajei em turnê pelo Brasil com espetáculos musicais dirigidos por Billy Bond, mais tarde integrou a Cia de Teatro Rock com o espetáculo "Sessão da Tarde" e fui me aprofundar ainda mais na interpretação pelo INDAC Escola de Atores. 

CE - Se pudesse definir um divisor de águas na sua carreira, qual seria e por que?
LP - 
Com toda a certeza ‘O Mágico Di Ó’ foi o meu divisor de águas como artista, profissional e pessoal. Esse foi o início da parceria com o autor e dramaturgo Vitor Rocha. Criar um projeto, idealizar, reunir equipe, investir seu dinheiro, produzir e ter voz para rechear o espetáculo só mesmo no Teatro Independente. Foi um aprendizado que o Vitor compartilhou comigo.

Criado na sala de casa com artistas que estavam pulsando por contar essa história, ‘O Mágico’ foi fazendo seu caminho sempre trazendo muitas pessoas para perto. E mesmo com muitas mudanças no elenco e muitos imprevistos ele nasceu com uma temporada popular e do jeitinho que tínhamos sonhado. E de apenas 8 sessões foi ganhando temporada em Sescs, Festivais e um filme.

Até hoje ‘O Mágico’ surpreende, é incrível como a minha história e do Vitor se esbarra no processo desse projeto. Aprendo muito com ele e amo o que criamos juntos. Ter a ótica e o entendimento da produção me fez admirar ainda mais o trabalho de todos os envolvidos. Hoje eu tenho uma visão do todo que me acrescenta muito como atriz e que levo para todos os lugares que passo.

Luiza Porto - Foto: Jonathan Wolpert

CE - Você tem assumido diferentes funções em produções que trabalha. Tanto artísticas, quanto criativas. O que te faz querer somar e quando percebeu que podia ir além de atuar?
LP -
 Eu sempre fui curiosa nas diversas possibilidades do trabalho do ator, como os trabalhos de voz, o teatro, o audiovisual, publicidade. Por muito tempo eu achava que a soma dessas diversas áreas acabava prejudicando o caminhar da minha carreira.

Quando a produção chegou me veio a síndrome do impostor e o medo de isso atrapalhar os meus trabalhos como atriz; a mesma coisa com a lojinha. Hoje, depois de produzir a Mostra Arte é Progresso, dois espetáculos inéditos, filme, álbuns, temporada no Rio de Janeiro e agora na Direção Geral do ‘Mundaréu de Mim’, eu entendo como essa soma acontece. Ela só me faz ter mais propriedade como artista e me dá ferramentas para entregar o que acho melhor para diversos projetos.

CE - Sua voz é também a voz de diversos personagens muito conhecidos de filmes, séries e animações. Como foi seu início na dublagem?
LP - 
Fui uma criança que sempre amou assistir desenhos e conteúdos dublados, depois que já trabalhava como atriz fui estudar dublagem na Universidade de Dublagem e comecei a dublar bem esporadicamente com pequenas pontas. Eu estava em um espetáculo dirigido pelo Paulo Ribeiro com o Texto do Vladimir Capella "A Pequena Sereia" e no elenco estava a Andressa Andreatto que já dublava há muito tempo e me passou um contato para mandar material para um estúdio que ela trabalhava.

Eles estavam procurando pessoas que, além de interpretar, também cantavam, fui chamada pra fazer um teste para uma série da Disney e peguei. Eu conto esse como o meu início, pois foi nesse projeto que tive tempo para aprender e desenvolver meus primeiros passos. A série se chamava "Henry Monstrinho" e eu fazia a Summer, uma monstrinha cheia de personalidade que cantava muito, foi um baita desafio tanto no canto como na interpretação.

Eu demorei uns 5 anos para me declarar dubladora e de fato ter uma frequência de trabalho, por isso o início dessa carreira é recheada de anos, persistência e inúmeras experiências para compreender esse tipo de interpretação.  

Bastidor p Mágico de Ó - Divulgação

CE - Quais são seus trabalhos preferidos ou mais importantes nesta área? Tem ideia de quantas dublagens já fez?
LP - 
Ao longo desses 10 anos dublando eu tenho muitos queridinhos, além de personagens importantes que eu vivi é muito legal ver as pessoas crescendo, assim como eu, com essas personagens.

- Faísca de Elementos, Daphne de Bridgertons, Tsyreia de Avatar 2, Cassie de Quantumania, Sarada de Boruto, Haru de Beastars, Lele de Lele e Linguiça, Bia de Bia (disney), Addison de Zombies, Diana de Anne com E no final, Doric de Dungeons and Dragons, Molly de Molly Mcgee e o Fantasma, Nami criança de One Piece, Rochelle de Monster Hight, Naomi de Elena de Avalor, Cayetana de Elite, Fabiana de Pinocchio, Raya criança em Raya…

Eu não faço ideia de quantos programas já dublei, afinal em um mesmo dias as vezes eu dublo até 6 programas diferentes, hoje em dia eu tenho uma média de 60 horas de dublagem por mês.

CE - Sua dublagem mais recente foi em “Elementos”, da Disney Pixar, que acaba de chegar no streaming. Como foi dar voz à Faísca? 
LP - 
Foi muito emocionante! Confesso que meu olho já encheu de lágrimas com a abertura do castelo da Disney e depois foi uma montanha russa de emoções…rs

‘Elementos’ é uma comédia romântica que te faz ficar com aquele sorrisinho durante o filme todo. É surpreendente o encontro de Gota e Faísca e todas as questões levantadas são de preencher o coração.

Um filme Pixar com toda a qualidade e excelência que o estúdio leva, tanto no traço da animação quanto na história e personagens. Agora, disponível na plataforma do Disney Plus, espero que essa linda história possa chegar a mais pessoas, crianças e famílias. Já estou recebendo mensagens muito carinhosas com pessoas que assistiram a ‘Elementos’ (dublado rs) e, assim como eu, saíram apaixonados por essa aventura. 

Série Experimentos Extraordinários - Divulgação

CE - Em breve você fará sua grande estreia no cinema, porém como atriz, como a protagonista de “O Mágico Di Ó”, que também estrelou nos palcos. O que foi mais desafiador na adaptação da obra para as telas? 
LP -
 Quando fomos gravar o filme, tínhamos acabado nossa temporada, então estava tudo muito fresquinho. O diretor Pedro Vasconcellos queria trazer a mesma pegada do Teatro para o Cinema, mas no momento que nos vimos no meio do Sertão contando aquela história, naturalmente os tempos mudaram e parece que uma nova camada foi adicionada na nossa história. Eram os mesmos figurinos, maquiagem, atores e instrumentos com um plus da nova equipe que integrava nossa trupe.

Musicalmente foi muito desafiador, pois fazer um filme já tem suas dificuldades, agora um musical dificulta ainda mais. Um trabalho incrível de áudio, composição, direção musical e montagem de impressionar. A adaptação de Dorotéia veio de forma natural e de encher os olhos, foi muito emocionante dar voz a essa menina que está em busca de um arco-íris.

CE - Qual a expectativa para esse lançamento? O que o público pode esperar?
LP -
 É lindo ver o trabalho artesanal do cinema também, gravamos em 2019 e desde lá estamos ajustando e finalizando para que seja a melhor versão da nossa história. com isso vem a enorme expectativa de que esse filme preencha o coração, inspire e agradeça a rica cultura nordestina. Com a distribuição da Paris Filmes tenho certeza que o  público pode esperar muita diversão e poesia para toda a família.

P Mágico de Ó - Divulgação

CE - Seu próximo trabalho nos palcos é em “Mundaréu de Mim”, um musical que terá um formato bastante diferente. Fale um pouco do conceito do projeto e seu objetivo.
LP -
 O ‘Mundaréu de Mim’ nasceu de um convite do IBT (Instituto Brasileiro de Teatro) para mim e o Vitor Rocha para criarmos o primeiro espetáculo musical e autoral incentivado do Instituto. Um projeto totalmente gratuito, acessível, em um espaço aberto, para mais de 2500 pessoas por sessão.

Esse convite bateu com o que eu acredito como projeto e no ideal que tenho da formação de público e de fazer as pessoas se verem no teatro e ter acesso a ele. Já ouvi de muitas pessoas que “teatro não era para elas” por se tornar cada vez mais elitista e muitas vezes com um difícil acesso e entendimento, musical então? Ainda mais distante. 

Vitor Rocha escreveu o texto e as letras e Gui Leal compôs as músicas do espetáculo. Nossa história conta a jornada de Graciela em busca do chamado de seu coração para a Avenida durante o carnaval. A direção de Duda Maia faz nosso projeto ganhar um corpo e vida num cenário de mais de 22 metros de largura e 7,5 de altura. Um trabalho grandioso, e para mim, particularmente falando, é um desafio elaborar e conduzir uma equipe tão grande, é uma enorme responsabilidade que estou imersa há quase dois anos.  

CE - Você estará em cena como atriz, mas também assume funções criativas. Como tem sido se dividir no processo?
LP -
 A dobradinha de direção geral e atriz são funções que já venho exercendo nos meus projetos. O Vitor é meu parceiro criativo há alguns anos e nosso alinhamento e forma de trabalhar nos possibilitou e possibilita realizar os projetos do jeitinho que acreditamos. 

É sempre um desafio virar a chave e dar conta das enormes demandas que essas funções trazem. Para mim acaba funcionando de forma equilibrada, porque ao mesmo tempo que estou levantando um projeto eu estou dentro contando a história. Estou com uma equipe incrível e afiada, o que acaba ajudando muito na dupla função. 

É delicioso ver a ideia ganhando vida, equipe, figurino, som… e estar de dentro respirando e contando a história é o que me motiva a movimentar e realizar um projeto. É necessário muita disciplina e organização para não deixar nada escapar e para estar inteira nos ensaios.

Diariamente estudo os cronogramas, pendências e necessidades além da demanda como atriz. É um pouco enlouquecedor, confesso, mas quando está alinhado com o que acredito e com o suporte de profissionais tão talentosos, a dobradinha fica deliciosa, muito inspiradora e faz tudo valer a pena.

Bom Dia sem Companhia - Divulgação

CE - Fale um pouco sobre a sua personagem:
LP - 
Uma das características tanto do Vitor Rocha quanto da Duda Maia é o uso do coletivo para contar a história, no nosso caso somos enredados trançando para contar a história de Graciela, com um trabalho corporal de teatro físico nos desdobramos em personagens durante sua jornada. Eu também faço Genoveva, ao lado de Marina Mathey e Juliana Linhares, uma costureira que deixou muita saudades no coração das pessoas quando era viva e hoje volta no carnaval para fazer a fantasia de todos, inclusive o de Graciela. É uma personagem muito divertida, intensa e com um grande número musical. Não é por nada, mas é uma das minhas partes favoritas do espetáculo. 

CE - O que o público pode esperar desse projeto?
LP - 
Nossa estreia acontece dia 06 de outubro, no Parque da Água Branca, em São Paulo, com sessões de sexta a domingo totalmente gratuitas, com todo o tipo de acessibilidade em todas as sessões (libras em cena, legendagem, audiodescrição e arena preparada para PCD) e visita de crianças com o material didático relacionado ao espetáculo. É uma obra para acessar os corações de todos que sentiram saudades de alguém e não foram abraçados.

Anjo de Pedra - Foto: Ronaldo Gutierrez

 

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Augusto Cury palestra sobre "intoxicação digital" em Campo Grande

Com ingressos à venda, a arrecadação será revertida ao Hospital São Julião; saiba mais

09/12/2025 16h54

Foto: Thiéle Elissa

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O médico psiquiatra e autor de vários livros, Augusto Cury, realiza a palestra “Gestão da Emoção na Era da Intoxicação Digital”, no Bosque Expo, no Shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande.

Com pesquisas apontando que a geração atual é a mais solitária em um mundo cada vez mais conectado, Augusto Cury traz seu olhar sobre o tema em um momento em que as pessoas estão cada vez mais presas às telas.

O evento será no dia 15 de maio de 2026, às 19h, no Bosque Expo. Toda a arrecadação da venda dos ingressos será destinada à Associação Beneficente de Auxílio e Recuperação dos Hansenianos, que gerencia o Hospital São Julião.

Os recursos irão fortalecer a missão centenária de reabilitar vidas e ampliar o cuidado às pessoas em situação de vulnerabilidade.

A abertura do evento contará com a apresentação da Sinfônica de Campo Grande e da Orquestra Indígena, de prestígio internacional, sob regência e direção musical do maestro Eduardo Martinelli.

“O espetáculo promete emocionar o público ao unir tradição cultural e excelência artística em uma apresentação memorável”, pontuou o presidente da instituição, Carlos Melke.

Saiba onde comprar os ingressos

Os interessados devem acessar o site do Hospital São Julião por meio do link:
https://saojuliao.org.br/

Quem é Augusto Cury?

Augusto Cury é psiquiatra, pesquisador e escritor, sendo considerado um dos autores mais lidos do Brasil. Com mais de 50 obras publicadas em 70 países, ele se tornou uma referência mundial em educação emocional e qualidade de vida.

Criador da Teoria da Inteligência Multifocal, seus livros já venderam mais de 25 milhões de exemplares.

Missão

O Hospital São Julião tem, em sua essência, a missão de cuidar de pessoas com responsabilidade social e compromisso humano. Cada pessoa que participar deste evento contribui diretamente para que o São Julião siga transformando vidas com dedicação, acolhimento e excelência.

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MÚSICA

Fundação Barbosa Rodrigues promove cantata de Natal com Orquestra Jovem

Cantata de Natal da Fundação Barbosa Rodrigues (FBR), na quinta-feira, às 19h, no Teatro da Faculdade Insted, com apresentações da Orquestra Jovem da FBR, do Coro Lírico Cant'arte e do Coral Mokiti Okada; dançarinas do Studio Nidal Abdul também participam

09/12/2025 10h00

Alunos da Orquestra Jovem da Fundação Barbosa Rodrigues durante ensaio na instituição

Alunos da Orquestra Jovem da Fundação Barbosa Rodrigues durante ensaio na instituição Gerson Oliveira

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Na missa jubilar para coros e corais que celebrou na Praça São Pedro, em frente ao Vaticano, no dia 23 de novembro, o papa Leão XIV exaltou o serviço litúrgico do canto como um “instrumento muito valioso” e qualificou os coros como “uma maravilha de harmonia e beleza”.

Preparação, fidelidade, compreensão mútua e, “acima de tudo, uma profunda vida espiritual” foram apontados pelo sumo pontífice como requisitos fundamentais para os membros de um coral.

Em sintonia com as palavras da pregação do líder religioso, o Correio do Estado e a Fundação Barbosa Rodrigues (FBR) realizam, na quinta-feira, sua Cantata de Natal, a partir das 19h, no Teatro da Faculdade Insted (Av. Fernando Corrêa da Costa, nº 845, Centro).

Além da Orquestra Jovem da FBR, o Coro Lírico Cant’arte, o Coral Mokiti Okada e o Studio Nidal Abdul participam do evento, que é exclusivo para convidados e tem apoio do Correio do Estado.

ORQUESTRA JOVEM

Criada em 2005, a Orquestra Jovem é um dos projetos de formação musical da Fundação Barbosa Rodrigues, que tem como lema “Transformando Vidas com Música e Cidadania”.

Segundo Thayná Ribeiro, musicista que dá aulas na FBR e que vai reger a orquestra na apresentação, a proposta das aulas de música na Fundação vai muito além do ensino técnico de um instrumento.

“Nosso objetivo principal é promover o desenvolvimento humano por meio da arte. A música é utilizada como ferramenta de transformação social, autoestima, disciplina e expressão. É um espaço em que os jovens podem se reconhecer como parte de algo maior, desenvolver senso de pertencimento e enxergar novas possibilidades para o futuro”, afirma Thayná, que foi aluna da FBR.

“Ver um aluno afinando o instrumento pela primeira vez ou se apresentando em público com confiança é algo que não tem preço”, prossegue.

“É a certeza de que estamos plantando sementes de transformação. O maior desafio é, sem dúvida, do ponto de vista prático, lidar com a desigualdade de acesso. Muitos alunos não têm instrumentos em casa, ou enfrentam dificuldades de transporte e rotina familiar. Por isso, adaptamos o ensino ao máximo, buscando formas criativas de garantir que ninguém fique para trás”, diz a professora da Fundação, projeto visionário do professor e jornalista Barbosa Rodrigues e da professora Henedina Hugo Rodrigues, que iniciou suas atividades em 1982.

“Noite Feliz”, “Pinheirinhos que Alegria”, “We Wish You a Merry Christmas”, “Asa Branca”, “Chalana” e “Km 11” estão entre as canções do repertório da orquestra para a cantata. Vinte jovens instrumentistas da Fundação, tocando violino, viola e violoncelo, estarão no palco do Teatro da Faculdade Insted.

CANT’ARTE

Alunos da Orquestra Jovem da Fundação Barbosa Rodrigues durante ensaio na instituiçãoCoro Lírico Cant’arte - Foto: Divulgação

“Em primeiro lugar, para nós do Coro Lírico Cant’arte, é um grande privilégio estar participando desta noite de artes. Teremos possivelmente 24 integrantes no coro e, por conta da época, teremos um repertório natalino”, afirma Edineide Dias, regente e solista do grupo. 

Alunos da Orquestra Jovem da Fundação Barbosa Rodrigues durante ensaio na instituiçãoEdineide Dias, solista e regente do Coro Lírico Cant’arte - Foto: Divulgação

Criado em 2007, o Cant’arte fez a sua estreia no ano seguinte, com uma apresentação de “Cavalleria Rusticana” (1890), ópera do italiano Pietro Mascagni (1863-1945), no Teatro Glauce Tocha.

Confira alguns temas do repertório a serem apresentados pelo Coro Lírico: “Surgem Anjos Proclamando” (melodia tradicional francesa), “Ó Noite Santa” (Adolphe Adam), “Baba Yetu” (Christopher Tin) e “Al Shlosha D’Varim” (Allan E. Naplan).

O músico Antônio Coura estará na condução do recital ao lado da maestrina Edineide. Coura, Wellington Souza, ambos tenores, e a soprano Mariana Maeoka serão os solitas.

O Coro Lírico Cant’arte é formado por alunos de canto, licenciados em música e amantes da música clássica. Ao longo dos anos, o coro percorreu diversas cidades de Mato Grosso do Sul, como Ivinhema, Aquidauana, Dourados, Glória de Dourados e Sidrolândia.

Em 2023, apresentou-se no Memorial da América Latina, em São Paulo, ao lado da Orquestra Sinfônica de Campo Grande, interpretando a “Misa Criolla” (1964), do argentino Ariel Ramírez (1921-2010).

No mesmo ano, o Cant’arte colaborou com o projeto Catedral Erudita, fazendo apresentações em Corumbá e em Campo Grande. Em 2024, em homenagem ao centenário de morte de Giacomo Puccini (1858-1924), realizou o “Tributo a Puccini”, um concerto que celebrou a obra do renomado compositor italiano.

Além disso, promoveu um circuito da “Messa di Gloria” (1880), de Puccini, no Palácio Popular da Cultura e em igrejas de Campo Grande.

Com sua dedicação à excelência musical e à inclusão, o Coro Lírico Cant’arte mantém-se como uma força vital no cenário artístico regional, tornando a música clássica acessível a públicos de todas as origens.

MOKITI OKADA

“Ficamos muito felizes com o convite. Desejamos realizar uma apresentação que realmente toque o coração das pessoas e eleve o ambiente. Nosso objetivo é que todos saiam harmonizados, sentindo-se mais leves, fortalecidos e próximos de Deus. Que, por meio do canto, possamos servir sinceramente, contribuindo para a construção de um momento de paz e beleza. Será uma grande alegria dividir este momento com outros grupos musicais de nossa cidade”, afirma Jaqueline Cavalcanti Borges de Mello, regente do Coral Mokiti Okada.

Alunos da Orquestra Jovem da Fundação Barbosa Rodrigues durante ensaio na instituiçãoCoral Mokiti Okada - Foto: Divulgação

Criado em 1993, o coral vai cantar “Gloria” (1715), de Antonio Vivaldi (1678-1741); “Adeste Fidelis” (John Francis Wade); “Rei Excelso” (G. F. Händel); e “Gabriel’s Oboe” (1886), de Ennio Morricone (1928-2020).

“São composições que temos trabalhado nos últimos ensaios”, diz Jaqueline. O Mokiti Okada conta atualmente com 70 vozes distribuídas entre sopranos, contraltos, tenores e baixos.

Para a apresentação de quinta-feira, o grupo terá a participação do pianista Rodrigo Falson como músico convidado.

“Nosso objetivo é proporcionar aos membros e frequentadores da igreja Messiânica o contato com uma prática musical e artística e assim contribuir para o bem-estar emocional e espiritual. O coral está aberto para receber novos integrantes em 2026. Quem desejar fazer parte pode entrar em contato pelo pelo instagram (@coralmokitims). Temos também uma orquestra de violões que abre inscrição todo ano. É muito legal, pessoas com e sem conhecimento podem participar”, anuncia Jaqueline.

NIDAL ABDUL

“Para nós do Studio Nidal Abdul, é uma honra fazer parte de um momento tão único e valoroso”, exalta a dançarina e professora de dança Nidal Abdul, que, além de atuar em seu próprio espaço (Rua Vinte e Cinco de Dezembro, nº 494, Centro), também ministra aulas de dança do ventre para um grupo 60+ na Fundação Barbosa Rodrigues (Rua Ourinhos, nº 159, Vila Santa Luzia).

Alunos da Orquestra Jovem da Fundação Barbosa Rodrigues durante ensaio na instituiçãoApresentação do Studio Nidal Abdul no Mercado Persa Brasil 2023, em São Paulo - Foto: Divulgação

“Nós iremos apresentar a dança do candelabro, que leva luz, iluminação dos caminhos e também celebra essa data tão significativa [Natal]”, afirma a dançarina.

“Cinco bailarinas estarão presente levando ao público arte e cultura através da dança árabe”, completa Nidal. Nascida em Campo Grande, a dançarina tem quase três décadas de carreira e fundou o seu estúdio há 26 anos.

Ela passou a praticar os bailados tradicionais do Oriente Médio durante a adolescência por influência da libanesa Antoanette Saliba, sua avó paterna. Aliás, foi na casa da matriarca, no Bairro Jardim dos Estados, que ela não somente ensaiou seus primeiros passos na dança árabe. Foi lá também que passou a dar aulas.

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