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Capa B+: Entrevista exclusiva com a atriz destaque no musical "Hairspray" Aline Cunha

Em cartaz com "Hairspray" na pele de Motormouth Maybelle, a personagem é uma figura central na trama. "Interpretar a Maybelle, em Hairspray, é uma realização e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade social."

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Aline Cunha é uma atriz e cantora paulistana que, apesar de ter uma carreira relativamente recente no teatro musical, vem ganhando destaque e reconhecimento no cenário artístico. Com uma carreira de cantora profissional iniciada aos 15 anos, ela se destacava em concursos de karaokê, onde sua habilidade vocal já chamava atenção.

Com uma forte conexão com a música, influenciada principalmente por seus pais, que a apresentaram a grandes nomes da música nacional e internacional, como Michael Jackson, Whitney Houston, Sandra de Sá, Tim Maia e Elis Regina, essas referências moldaram sua paixão e estilo musical e trilharam parte do seu caminho.

Aline é um nome em ascensão no teatro musical brasileiro, ela tem se destacado com sua força vocal e interpretação intensa. Com uma carreira que começou na música e se expandiu para os palcos, ela já enfrentou desafios pessoais e profissionais para chegar onde está hoje, incluindo sua atuação de destaque como Motormouth Maybelle no musical "Hairspray".

Embora formada também em Gastronomia pela cruzeiro do Sul, Aline sempre buscou aperfeiçoamento em sua carreira artística, participando de cursos e oficinas que enriqueceram sua formação, mas foi somente em 2022 que ela tomou a decisão de se dedicar integralmente à arte, deixando para trás seu antigo emprego em uma empresa para seguir sua verdadeira paixão.

"Foi uma virada de chave. Trocar a segurança de um emprego tradicional pelo incerto caminho das artes foi assustador, mas extremamente libertador", conta Aline, referindo-se a sua participação no musical “Se Essa Lua Fosse Minha”, considerada por ela um divisor de águas. "A conexão que senti com o público e com o próprio processo criativo foi algo que mudou minha vida para sempre", relembra.

Outro momento marcante de sua carreira aconteceu no primeiro semestre deste ano, ao ser convidada para dar vida a cantora Sister Rosetta Tharpe no musical “O Rei do Rock”, uma das figuras mais influentes e pioneiras do rock and roll. "Interpretar Rosetta foi um dos maiores desafios da minha carreira até agora. Ela foi uma mulher à frente de seu tempo, uma verdadeira revolucionária, e dar vida a essa personagem tão importante me fez crescer muito como atriz", reflete ela, que, anteriormente, esteve no elenco de “Bonnie & Clyde - O Musical”.

Atualmente, Aline está em cartaz com a nova montagem brasileira do musical “Hairspray”, onde interpreta Motormouth Maybelle, um dos papeis principais da produção, que exige uma performance vocal potente e emocionante na pele de uma mulher forte e inspiradora, que luta pela inclusão e igualdade racial durante a década de 1960.

Aline se destaca em números poderosos como "I Know Where I've Been", canção que carrega uma mensagem de resistência e esperança, temas centrais da trama, e que vem arrebatando plateias - com aplausos de pé, em cena aberta - tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, onde a produção segue em temporada no Teatro Renault. "Toda vez que canto essa música, sinto a importância da mensagem que estamos transmitindo. É um momento muito especial, não só para mim, mas para todos que estão assistindo", comenta Aline.

"Sou fã da Queen Latifah e acompanhei seu trabalho em diversas produções. Ela foi uma das minhas principais referências para construir a personagem. A responsabilidade é enorme, mas ver a resposta do público faz tudo valer a pena." Para Aline, o impacto do espetáculo é tangível: “Recebo depoimentos de pessoas que saem do teatro inspiradas. Interpretar a Maybelle é uma realização e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade social.”

Mesmo com uma carreira que começou a se consolidar recentemente, Aline já se firmou como uma artista talentosa no teatro musical brasileiro. "Estar no palco é onde me sinto mais viva e conectada. Cada projeto me desafia e me motiva a evoluir como artista", conclui, ansiosa para os próximos desafios que virão em sua promissora jornada artística.

Aline é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista exclusiva ao Caderno ela fala de carreira, escolhas, desafios e de seu papel de tanta representatividade em "HairSpray".

“Hairspray”- Foto: João Caldas

CE - Como foi o seu início na carreira de cantora aos 15 anos? O que a despertou para ela e como descobriu os concursos de karaokê?
AC -
Eu sempre gostei de cantar e em casa fazíamos festas de família com karaokê. Meu pai sempre gostou de cantar também, então éramos parceiros ou concorrentes nos concursos que existiam entre os anos 2000 e 2005. Em um desses concursos, um dos jurados chamado Lelo Andrade, gostou do meu timbre e me convidou para participar de um grupo chamado Orquestra de Boca.

Trabalhávamos como garçons cantores e fazíamos muitas apresentações com temas musicais ou produções próprias para eventos corporativos. Meus pais ou tios me acompanhavam por eu ser menor, mas deu tudo certo e aprendi muito com os participantes do grupo, o nosso instrutor já mencionado acima e eventos que participamos.

CE - Quais foram as influências musicais mais marcantes que moldaram seu estilo e paixão pela música?
AC -
Muitas das minhas influências vieram de filmes e histórias marcantes. Lembro que quando tinha entre 5 e 6 anos houve um seriado na Globo chamado “Os Jacksons” que fez com que eu virasse muito fã de Michael Jackson.

Um filme chamado “Sarafina” com a Whoopi Goldberg ajudou a despertar a minha vontade de cantar, pois mostrava que a música trazia esperança, vontade de lutar em grupo, valorização da mulher e mãe na época do apartheid. A partir daí comecei a assistir muitos filmes com música, como O Guarda-Costas e Mudança de Hábito, sempre aprendendo as músicas principais do filme.

Meus pais também gostavam muito de dançar e íamos em bailes para nos divertir. Ali comecei a desenvolver meu gosto por música dos anos 70 tipo Stevie Wonder, Chaka Khan e Earth, Wind And Fire e samba-rock tipo Clube do balanço, Jorge Ben jor e Trio Mocotó. 

Aos 15 anos entrei num grupo chamado Orquestra de Boca, que cantava músicas de musicais e quando entrei em algumas bandas comecei a cantar rock e meus favoritos no momento, Soul, blues e jazz.

Escreva a legenda aqui

CE - Como foi sua experiência ao vencer o concurso internacional de karaokê em 2019 e representar o Brasil no Japão?
AC -
 Foi uma das melhores sensações e experiências da minha vida! Eu não sabia que esse concurso existia e uma amiga muito querida, Renata que me indicou dizendo que caso eu participasse com certeza eu iria ganhar. Houveram várias fases e os jurados e responsáveis pelo concurso nos davam  orientações a cada etapa, para que pudéssemos melhorar a nossa performance.

Procurei seguir à risca cada uma delas… e ganhei o concurso em primeiro lugar junto a um amigue que hoje podemos chamar de “Rua”. A partir do resultado tivemos semanas de muita preparação, escolha de repertório e coreografia, interação com a cultura japonesa e corremos atrás da parte burocrática, pois eu nunca tinha saído do país, nem tinha passaporte. 

Acredito que a ficha caiu só quando chegou o dia da viagem e pude me dar conta de que tudo aquilo realmente estava acontecendo. Foi incrível todo o período da viagem, conhecer novas pessoas, valorizar muita coisa que temos aqui no Brasil ao mesmo tempo que via como Japão está avançado em matéria de tecnologia e segurança, ver quanta gente talentosa tem ao redor do mundo e conhecer um pouco de suas histórias. Fiquei em oitavo lugar na categoria solo e em segundo na categoria dueto.

CE - O que a motivou a fazer a transição de uma carreira em gastronomia para se dedicar integralmente ao teatro musical?
AC -
 O meu sonho era fazer faculdade de gastronomia e graças a ajuda dos meus pais e enfrentando dois empregos para juntar o dinheiro eu consegui realizar esse sonho. O único problema é que alguns sonhos nos distanciam da realidade e digo isso, pois na faculdade é que reparei que gastronomia é um curso na área de negócios, no qual ela te dá a base para entender os conceitos, modos de preparação, segurança alimentar e tudo que envolve a boa administração da área de A&B, mas não te dá a experiência necessária para atuar no mercado.

Então é uma área muito boa para quem já tem recursos para abrir o próprio negócio ou já trabalha na área, e no meu caso não tinha nenhum dos dois! Eu nunca me distanciei da música e surgiram oportunidades que fizeram com que eu ficasse ainda mais próxima dela e no momento resolvi investir. Mas não desisti de trabalhar nessa área, mas precisa de dedicação, tempo e se possível especialização.

                       Elvis - Divulgação

CE - Quais foram os principais desafios ao fazer a transição de uma carreira segura em outra área para o incerto mundo das artes?
AC - 
Com toda certeza são vários desafios que precisam ser superados para tomar uma decisão tão importante. No meu caso enfrentei a insegurança de ir para algo desconhecido, medo de ter tomado a decisão errada e ouvir aquele famoso “sabia que não ia dar certo” das pessoas, enfrentar julgamentos, saber que está passando por uma transição de carreira depois de ter passado dos 30 anos…

Mas aprendi que na vida a gente precisa aprender a finalizar ciclos e saber identificar oportunidades. Eu não estava mais gostando da rotina que eu tinha e sabia que se não fizesse alguma coisa ela ia continuar assim por muito tempo, tanto que trabalhei por 10 anos na mesma área e sinceramente, quando a oportunidade de entrar no Teatro musical “bateu na minha porta” não queria ficar me perguntando como teria sido se eu tivesse ido… Então resolvi enfrentar com medo mesmo até o momento tem dado certo.

CE - Como foi sua estreia nos palcos com o musical "Se Essa Lua Fosse Minha" e o que esse projeto significou para você?
AC -
 “Se Essa Lua Fosse Minha” foi um dos espetáculos mais especiais que pude participar. Ele está em meu coração, pois foi a minha primeira peça e a única que meu pai pôde me assistir antes de falecer na pandemia. Acredito que essa linda história desbloqueou a minha entrada no teatro musical, pois depois fui convidada para participar de uma outra peça e comecei a passar em audições.

É uma obra que o mundo deveria conhecer, pois trata do nosso folclore envolvida numa história de amor. Uma verdadeira obra de arte brasileira desenvolvida por Vitor Rocha e Elton Towersey. A experiência foi realmente desafiadora, pois eu não tinha experiência nenhuma com teatro e tive que ensaiar praticamente todos os dias na casa da preparadora, aplicar os feedbacks dado pela diretora e procurar me convencer que eu estava realizando bem aquele papel, pois o elenco era INCRÍVEL!!!! 

CE - Que desafios você enfrentou ao interpretar a pioneira do rock Sister Rosetta Tharpe no musical "O Rei do Rock"?
AC -
 Um dos principais desafios que encontrei foi encontrar materiais daquela época para referência e claro, que a responsabilidade de interpretar alguém que viveu e foi tão importante na história da música.

Existem muitos vídeos dela tocando, cantando e dançando, mas quase nada dela num dia normal ou falando sobre sua vida então eu não sabia como ela se comportava, que cor gostava, como andava, comia, conversava entre outras ações, mas com tanta pesquisa acabei encontrando uma entrevista de alguns segundos dela falando com um repórter e dali criei um modo de interpretá-la.

Um outro desafio muito grande era que ela era uma excepcional guitarrista e eu nunca toquei guitarra, então resolvi comprar uma parecida com a dela e fazer algumas aulas para ter uma vivência mais próxima possível de alguém que toque guitarra.

CE - Sobre a sua atuação como Motormouth Maybelle em "Hairspray", como foi a preparação? Buscou referências em outras adaptações ou atrizes como Queen Latifah, intérprete no cinema e Graça Cunha,  intérprete na primeira montagem brasileira?
AC -
 Os diretores e os criativos fizeram uma interação essencial com todo o elenco de Hairspray, pois antes de contar uma história da Broadway, nós estamos tratando de temas importantíssimos e que ainda estão presentes na sociedade: a quebra de padrões na tv, racismo, gordofobia e até mulheres que sentem vergonha do próprio corpo.

Então nos envolvemos com várias pesquisas de época, conversamos sobre depoimentos pessoais sobre racismo, lgbtqia+, falta de representatividade, indisponibilidade de acessórios ou vestimenta para obesos, lugar de fala entre outros temas que foram fundamentais para que TODOS pudessem desenvolver seu personagem. 

Eu busquei referências de mulheres da época dos anos 60, mães, principalmente solteiras, influencers obesas e mulheres inspiradoras que mostram que você é linda do jeito que você é e se tiver que fazer algo deve ser por você e nunca para agradar o outro.

Para atuação eu sou muito fã da Queen Latifah e procuro acompanhar o seu trabalho em todas as produções. Ela foi uma das minhas principais referências, mas também acompanho a Viola Davis, Octávia Spencer, Solange Couto, Zezé Motta e outras mulheres extraordinárias. Tive a honra de dividir o palco com a Graça Cunha em alguns shows e acho que ela é uma mulher sensacional e verdadeira inspiração de como ter presença de palco.

Infelizmente no ano que Hairspray teve a sua primeira edição, eu não tinha contato algum com Teatro musical, então assisti alguns momentos da peça por vídeo apenas.

CE - Como tem sido a recepção do público nas apresentações de "Hairspray" e qual a sensação de interpretar uma personagem tão importante em termos de inclusão e igualdade racial?
AC -
 O público tem recebido o espetáculo de uma maneira muito especial. Aplausos em pé, depoimentos de pessoas que dizem que saíram completamente inspiradas do teatro, outros dizendo que é uma excelente peça para levar alguém pela primeira vez ao teatro e até pessoas que se sentem orgulhosas por serem da área e assistir um musical tão inspirador.

Estou com a sensação de ser mais uma pessoa que está na luta para que as coisas mudem ao mesmo tempo que realizo mais um sonho. A Maybelle é uma das minhas personagens preferidas e interpretá-la no teatro é uma tremenda responsabilidade, mas uma realização profissional inesquecível.

Recebo depoimentos de pessoas que estão se inspirando na minha presença no palco para que não desistam de seus sonhos, na vida pessoal e na vida profissional e isso faz com que eu me sinta muito orgulhosa de cada ação que eu tive para realizar para estar neste espetáculo.

CE - O que você acredita que o futuro reserva para sua carreira e quais são seus próximos desafios no teatro musical?
AC -
 Ainda não sei o que o futuro me reserva. Procuro aproveitar cada momento, pois a gente nunca sabe o dia de amanhã. Espero que surjam personagens tão inspiradores quanto os que tem no musical Hairspray. 

Todo novo personagem é desafiante, mas acho que no meu caso seria interpretar uma vilã e/ou protagonista/alternante, ou participar de algo no audiovisual ou dublagem.

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Especial B+: Festas de final de ano: como montar uma mesa que encanta à primeira vista

Arquiteta mostra como fazer composições elegantes usando apenas itens que já fazem parte da casa

20/12/2025 17h00

Especial B+: Festas de final de ano: como montar uma mesa que encanta à primeira vista

Especial B+: Festas de final de ano: como montar uma mesa que encanta à primeira vista Foto: Divulgação

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À medida que dezembro avança e o clima de final de ano se espalha, aflora-se também o desejo de preparar as ceias que receberão familiares e amigos para as noites festivas de Natal e Ano Novo.

Na opinião da arquiteta Cristiane Schiavoni, a elaboração da mesa posta tornou-se um ritual e, para quem tem esse apreço, é uma forma de materializar o amor por meio do simbolismo, dos significados, a beleza e a atenção explícita nos pequenos detalhes.

E claro, saber como preparar uma composição que seja sofisticada, de requinte e prática faz parte da ideia. Apaixonada por estas festividades, a profissional afirma que preparar uma mesa vistosa não depende de grandes investimentos como aparenta ser. 

“É tão bom viver esse senso de pertencimento e eu gosto de enfatizar que com coisas simples, como a louça que temos em casa, é possível fazer criar efeitos e lembranças memoráveis à mesa”, afirma.

Identificando as necessidades

Para que a experiência seja única, Cristiane explica que a primeira etapa é definir o cardápio, já que ele orienta a escolha dos pratos, talheres e taças. Quem vai servir uma sopa de entrada, por exemplo, precisa de um bowl ou prato fundo acompanhado da colher adequada. Isso vale também para as bebidas, pois cada uma exige um tipo de taça ou copo.

A arquiteta Cristiane Schiavoni apresenta os detalhes da mesa com a presença do sousplat branco. “A decoração deve facilitar a interação entre os convidados e, por isso os arranjos muito altos atrapalham o contato visual. Recomendo apostar em acessórios mais baixos que trazem charme sem comprometer a conversa”, complementa.

Quando o serviço é à francesa, o souplat, nome em francês para o suporte de prato que protege a toalha, ganha ainda mais importância, uma vez que ele mantém a mesa com a apresentação sempre belíssima, mesmo quando o prato é retirado entre uma etapa e outra.

Segundo a arquiteta, outro cuidado que agrada bastante é oferecer guardanapo de papel junto ao de pano, uma solução prática para quem usa batom e não quer manchar o tecido.

Para deixar a noite mais personalizada, ela sugere acrescentar marcadores de lugar que podem ser feitos com pequenas etiquetas ou suportes simples. “Esse detalhe organiza a disposição dos convidados e reforça a atenção dedicada ao preparo da mesa”, diz.

Mesa posta com louças pretas e detalhes dourados

Para quem busca um estilo um pouco fora do tradicional – e não menos chique, muito pelo contrário! –, umas das propostas sugeridas por Cristiane envolve o emprego da louça preta brilhante ou fosca e combinada ao dourado, resultando em contraste acolhedor. Galhos secos, pinhas, velas, anéis e guardanapos no mesmo estilo reforçam o clima intimista.

Ela reforça que não é preciso transformar a casa inteira para montar uma mesa marcante. “O espírito do Natal está nos detalhes e, principalmente, no prazer de reunir quem importa em um ambiente preparado com carinho”, argumenta.

Na paleta natalina

O clássico sempre faz bonito e, nessa sugestão de mesa, a louça branca se une ao vermelho, cor muito evidente entre os adereços natalinos.

“Vale começar pelo essencial como a aplicação de jogo americano vermelho, sousplat branco associado com louças da mesma cor e guardanapo claro para manter a harmonia”, diz Cristiane. 

Com essa base, o anfitrião pode ajustar os detalhes ao cardápio da noite, usando talheres adequados, taças compatíveis com as bebidas e até pratinhos extras para azeites ou pequenos petiscos.

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Pet B+: Vai viajar com o pet? Veja o que não pode faltar no checklist

Médica-veterinária dá dicas para evitar imprevistos e tornar esse momento divertido e inesquecível

20/12/2025 15h30

Pet B+: Mariana (à dir.) em passeio com a família na Rota da Estrada Real (MG) Crédito da imagem: Arquivo pessoal

Pet B+: Mariana (à dir.) em passeio com a família na Rota da Estrada Real (MG) Crédito da imagem: Arquivo pessoal Foto: Divulgação

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As férias de fim de ano estão chegando e muita gente aproveita esse período para fazer aquela viagem em família. E, nesse momento de puro descanso e diversão, é possível levar também o animalzinho de estimação. Com alguns cuidados antes e durante o trajeto, esse momento tende a ser inesquecível também para o pet.

Em 2024, dados das companhias aéreas indicaram que mais de 100 mil pets viajaram ao lado de seus donos – 15% a mais que no ano anterior. Essa é uma rotina comum na vida da designer de experiência Mariana Corrér, de 36 anos. Toda vez que a viagem é de carro, Giovanna e Maya, duas vira-latas de 1 e 7 anos, embarcam juntas. No dia 20 de dezembro, elas iniciam uma nova aventura, saindo de Indaiatuba/SP com destino as cidades da região Serrana do Rio de Janeiro, num total de 1.590km em 16 dias de passeio.  

“É sempre uma experiência maravilhosa envolvê-las em minhas viagens, pois são membros da nossa família. Eu trabalho em casa e a gente fica juntas o dia inteiro. Tudo que vou fazer procuro levá-las comigo, seja em passeios ao ar livre, no shopping ou em restaurantes. Daí, sempre busco lugares que são pet friendly”, conta. “Eu gosto muito de viajar, me faz muito bem, então poder compartilhar esses momentos com elas é algo muito valioso e torna-os ainda mais especiais. Eu não conseguiria passar tanto tempo longe delas.”

A médica-veterinária e docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), Dra. Aline Ambrogi, salienta que o primeiro ponto a ser avaliado para essa decisão é a idade do animal.

“O ideal é que eles viajem após completarem o protocolo inicial de vacinação, geralmente a partir de 16 semanas (4 meses). Antes disso, cães e gatos ainda não possuem proteção adequada contra doenças infecciosas”, alerta. “Filhotes mais novos só devem viajar em situações realmente necessárias e com orientação direta do médico-veterinário.”

Os cães devem estar imunizados com a vacina polivalente (V8 ou V10), que previne doenças graves como cinomose e parvovirose; a vacina antirrábica (raiva), obrigatória em todo território nacional; e a vacina contra a tosse dos canis (gripe canina), doença altamente contagiosa e comum em ambientes com grande circulação de animais, como hotéis e praias.

No caso dos gatos, é importante que estejam com as vacinas tríplice (V3) ou quádrupla (V4/V5) e a antirrábica em dia.

“A vermifugação e o controle parasitário são obrigatórios tanto para cães quanto para gatos, incluindo vermífugos gastrointestinais e controle contra pulgas, carrapatos e mosquitos. Isso é fundamental para prevenir dirofilariose, leishmaniose e doenças transmitidas por carrapatos e pulgas”, destaca Aline.

Documentação deve estar em dia

Com vacinas e vermífugos atualizados, o próximo passo é juntar toda a documentação do animal. Para viagens nacionais, geralmente é exigida a carteira de vacinação atualizada, com destaque para a vacina antirrábica válida. Também é necessário o atestado de saúde, emitido exclusivamente por médico-veterinário –, com validade de 7 a 10 dias antes da viagem.

Em viagens de ônibus, as empresas podem exigir caixa de transporte adequada e documentação de vacinação.

Se a viagem for de avião, o tutor deve apresentar o atestado de saúde recente (3 a 10 dias, dependendo da companhia), a carteira de vacinação com antirrábica válida e o laudo de aptidão ao transporte (quando solicitado). Podem ser exigidos ainda documentos específicos para transporte na cabine ou no porão.

Para voos internacionais, a companhia aérea pode solicitar microchip, sorologia da raiva, o Certificado Veterinário Internacional (CVI) e documentos adicionais do país de destino. “É fundamental que o tutor consulte a companhia aérea com antecedência”, reforça Aline.

Chegou a hora de partir: como transportar o pet?

Segundo a médica-veterinária, essa pode ser a etapa mais importante, pois envolve a segurança do animal.

Se a família viajar de carro, cães e gatos podem ser levados em caixa de transporte, com cinto de segurança ou em cadeirinha específica para pets.

“O importante é nunca transportar o bichinho de estimação no colo ou solto no carro. Também é essencial evitar que o animal fique com a cabeça para fora da janela do veículo, pois, além do risco de acidente, pode acarretar infração de trânsito”, alerta Aline. A prática está prevista no artigo 235 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e prevê multa grave no valor de R$ 195,23 e 5 pontos na CNH.

Caso a viagem seja de ônibus, é fundamental que o pet esteja bem acomodado em caixa de transporte rígida e bem ventilada.

Em viagens de avião, animais de pequeno porte podem ir na cabine, acomodados em uma caixa macia adequada ao seu tamanho. Os pets de grande porte viajam no porão climatizado, em caixa compatível com o tamanho do animal. Todas as caixas devem seguir as normas da International Air Transport Association (IATA).

Conforto e comodidade durante o trajeto

Para que a viagem seja realmente inesquecível com o “melhor amigo”, é importante que ela seja confortável, especialmente durante o percurso.

Nas viagens terrestres, além de transportar o animal com segurança, o tutor deve levar a ração habitual do pet para evitar distúrbios gastrointestinais.

“O recomendado é alimentar o animal de 2 a 3 horas antes da saída e, durante o trajeto, ofertar pequenas quantidades a cada 4 a 6 horas, conforme a tolerância do animal. Já a água deve ser ofertada com frequência, a cada 1 a 2 horas”, orienta Aline.

Em viagens de avião, não é recomendado oferecer comida durante o voo. O tutor deve alimentar o animal 3 horas antes para evitar náuseas. A água pode ser deixada em recipientes presos à caixa, especialmente em voos longos. “Evite tranquilizantes sem prescrição veterinária, pois não são recomendados”, reforça Aline.

Durante viagens terrestres, é fundamental fazer paradas a cada 2 horas. Esse momento é importante para a oferta de água, para que o cão faça suas necessidades fisiológicas e para caminhadas breves.

Os felinos devem permanecer seguros na caixa, mas podem ter breves pausas em ambiente totalmente controlado, evitando qualquer risco de fuga.

10 dicas para a viagem ser agradável ao pet:

1 – Realize avaliação veterinária antes da viagem;

2 – Mantenha vacinas e antiparasitários atualizados;

3 – Não dê alimentos que o pet não esteja acostumado a comer;

4 – Faça a identificação do animal

5 – Garanta sombra, hidratação e pausas frequentes;

6 – Evite passeios nos horários mais quentes;

7 – Utilize protetor solar veterinário em áreas sensíveis do animal;

8 – Leve kit de primeiros socorros;

9 – Respeite a individualidade do pet, alguns se assustam com ambientes agitados;

10 – Nunca force interação, aglomeração ou exposição excessiva ao calor.

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