Gabriela Moreno estreou nas telas em grande estilo no final de 2023 em seu mais recente trabalho na série da Netflix 'DNA do Crime', um gigantesco sucesso no streaming dirigida por Heitor Dhalia onde interpretou a personagem Cynthia. O projeto audiovisual brasileiro teve números expressivos de audiência no estrangeiro e acumulou 50,8 milhões de horas consumidas e 6,5 milhões de visualizações, entre os dias 13 e 19 de novembro. E ainda segundo a própria Netflix, a série entrou no top 10 de 71 países.
Foi uma experiência incrível começar a carreira com uma série dessa magnetude e com uma personagem tão instigante como a Cynthia. Adentrar esse universo do true crime, que é um gênero que vem crescendo no Brasil, e que eu sempre gostei muito. Acredito que da forma com que é abordado em Dna, o assunto se torna ainda mais interessante, pois nos revela esse grande quebra cabeça que é esse sistema e a complexidade de ambas as perspectivas, tanto da polícia federal quanto quem está dentro do crime", explica.
Ainda no cinema, em 2021, trabalhou no filme Strippers, com direção de Julianno Lucas. Em 2020 ficou em cartaz com a peça Doc. Malcriadas com direção de Lee Taylor no Núcleo de Artes Cênicas. Também atuou no espetáculo “Café Concerto - Estação da Luz” com a Cia do Latão, com direção de Sérgio de Carvalho (2018). Ganhadora do prêmio de melhor atuação no 10° FilmmWorks Festival 2019, com o filme “Dos Dias Que se Passam”, com direção de Henrique Sunega. Ainda no cinema, em 2018, foi Cecília, protagonista do curta metragem “Longe”, vencedor do prêmio de melhor curta LGBTQIA+ no Light and Future Festival dos EUA; Dir: Mariana Stolze. Foi Maíra no filme “Duas Vezes Depois de Maíra”, com direção de João Lucas e participou do longa “A Jaula”, com direção de João Wainer. Fez uma participação na série “Hebe” da TV Globo, direção de Maurício Farias.
Do circo ela foi para os palcos do teatro e depois para a TV e uniu suas paixões, que vai das artes marciais às suas diversas formas de arte. "Quando percebi que arte também era cultura, eu fiquei curiosa e instigada. Queria conhecer as coisas, ter outras visões de mundo e expressá las. Eaí foi que apareceu o circo no meu caminho, ainda adolescente. Eu ainda estava no colégio e quando ví a magia que era estar num picadeiro, percebi que eu queria viver proporcionando isso pras pessoas. E com o teatro e cinema, isso se concretizou ainda mais", diz a atriz.
Gabriela é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em conversa com o Caderno ela fala sua escolha pela arte, estreia em "DNA do Crime", um arrebatador sucesso da Netflix, arte circense e novos projetos.
Escreva a legenda aquiCE - Conta um pouco pra gente do seu início e porque escolheu o caminho da arte?
GM - Acho que foi pela forma de tentar olhar as coisas da vida por outras perspectivas. Eu sempre prestei muita atenção nas formas de expressão que a própria vida nos mostra. Mas foi algo intuitivo e sinestésico. Quando percebi que arte também era cultura, eu fiquei curiosa e instigada. Queria conhecer as coisas, ter outras visões de mundo e expressá las. Eaí foi que apareceu o circo no meu caminho, ainda adolescente. Eu ainda estava no colégio e quando ví a magia que era estar num picadeiro, percebi que eu queria viver proporcionando isso pras pessoas. E com o teatro e cinema, isso se concretizou ainda mais.
CE - Sobre "DNA do Crime", como foi o trabalho na série?
GM - Foi uma experiência incrível começar a carreira com uma série dessa magnetude e com uma personagem tão instigante como a Cynthia. Adentrar esse universo do true crime, que é um gênero que vem crescendo no Brasil, e que eu sempre gostei muito. Acredito que da forma com que é abordado em Dna, o assunto se torna ainda mais interessante, pois nos revela esse grande quebra cabeça que é esse sistema e a complexidade de ambas as perspectivas, tanto da polícia federal quanto quem está dentro do crime.
CE - Você fez parte de alguma seletiva?
GM - Sim, eu recebi um teste por email, no qual minha agente intermediou e aí comecei já a estudar e buscar referências do que eu imaginava sobre a personagem.
CE - Como foi trabalhar com o Heitor Dahlia?
GM - Foi ótimo! O Heitor é o tipo de diretor que conversa com os atores sobre as personagens, sobre a obra e isso nos deixa mais à vontade pra poder propor e construir junto. Ele é super aberto à propostas e tem uma maneira generosa de nos conduzir.
Gabriela em DNA do Crime - Foto: DivulgaçãoCE - A série contou com novos atores e rostos na telinha?
GM - Sim, inclusive eu! Hehehe. Já havia feito muito cinema independente, mas nunca havia trabalhado em uma grande produção.
CE - Você acha que este ainda é um assunto pouco abordado na dramaturgia?
GM - O tema já foi abordado de diversas maneiras na nossa dramaturgia mas nunca dessa forma. No DNA, eu acredito que o tema tenha sido abordado de maneira muito particular, até porque sendo baseado em fatos reais, já traz em si uma carga de originalidade específica.
CE - Tem percebido uma tendência de crescimento de obras abordando true-crimes e criminalidade na dramaturgia?
GM - Sim, inclusive, acredito que o Dna é uma série exemplar com relação à isso. Não só por ser baseada em uma história real como a forma com que a trama se desenrola no roteiro, com personagens tão complexos e cheios de camadas.
CE - Você pratica artes marciais profissionalmente (tai chi, kung fu e boxe). Como as artes marciais chegaram na sua vida? E o boxe tem uma energia muito diferente dos outros?
GM - Chegaram através do meu pai, desde pequena ele já me ensinava algumas coisas de defesa pessoal e luta com espadas. Eu sempre tive muito interesse e em 2022 conheci uma academia aonde me identifiquei muito com o treino. E a coincidência mais marcante foi descobrir que o meu grande mestre, Braulio Estevam, havia treinado o meu pai ha muitos anos atrás. Como o sishou Braulio me ensinou, as duas modalidades são diferentes mas se complementam muito entre si. Você utiliza muitas coisas do Kung Fu no Boxe Chinês e vice versa.
Gabriela é praticante da arte do circo - Foto: DivulgaçãoCE - Você começou no circo? Que desafios e contribuições o circo faz/fez em sua carreira?
GM - Apesar de ir muito ao circo quando era pequena, a primeira vez que fiquei verdadeiramente apaixonada foi quando conheci o projeto social Juventude Cidadã, em SBC. Um centro cultural aonde haviam múltiplos artistas, eaí foi quando ví os treinamentos dos circenses, especificamente das pessoas acrobatas e contorcionistas, e aquilo me pegou. Nunca mais ví as apresentações com os mesmos olhos, àquela leveza munida de força e coragem, e a consciência corporal e virtuosística. Tudo isso me deixou completamente apaixonada. E minha vontade era tanta que eu peguei muito firme nos treinos, enfrentei muitas dores físicas e muitas transformações também psicológicas. Você lida com seus medos e suas inseguranças de uma maneira muito construtiva. Eaí em alguns meses já me apresentava profissionalmente. O circo me trouxe segurança, coragem e flexibilidade pra vida.
CE - DNA do Crime é a série mais vista fora do País. Acha q por vezes a arte brasileira é mais reconhecida lá fora do que aqui?
GM - Sim, muitas vezes um filme nacional ou uma série é mais assistido fora do nosso país do que aqui. E eu acredito que isso tenha haver não só com políticas públicas mas também com formação de público e acesso às pessoas. Agora com a Lei da Cota de Tela, acredito que essa realidade vá mudar e as pessoas valorizarão mais nossas produções nacionais
CE - Algum momento difícil ou desafiador que pudesse compartilhar com a gente?
GM - Como atriz já passei por um processo bem difícil aonde eu e outras atrizes interpretávamos vítimas de estupro e assédio, num espaço aonde não havia sensibilidade alguma pra lidar com esse tema, aonde houveram inclusive denúncias que soubemos depois tardiamente. Fomos nós atrizes que nos confortamos, nos apoiamos e conseguimos trabalhar juntas de modo a contornar o que estávamos vivendo lá.
CE - Você praticar esportes ajudaram na série?
GM - Muito! Uma série de ação demanda muita energia física, e havia uma cena que eu teria que estar preparada fisicamente, pois era uma cena de briga na balada em que eu lutava. Então, já ter tido esse treinamento foi essencial.
Foto - Julio AracackCE - Como foi a composição do seu personagem?
GM - Meu processo pra construção da Cynthia creio já ter começado no próprio teste. Depois de receber os roteiros logicamente fui em busca de mais material que me ajudasse a construir essa personagem. Busquei mais referências, li sobre essas mulheres e na hora da caracterização é que senti como poderia criar esse corpo. Mas foi em cena mesmo, no jogo entre atores e atrizes, que a coisa vai acontecendo.
CE - Você é uma mulher linda, quais são as suas dicas de beleza?
GM - Água é a primeira delas, exercício físico pra mim também é primordial, uma alimentação saudável e meditação. Acredito que beleza também tem muito haver com estar bem consigo.
CE - Inspirações no seu trabalho...
GM - São inúmeras, hehehe. Mas posso dizer que pra além de grandes atrizes e atores que me inspiram muito, o observar da vida é algo que me inspira diariamente. A natureza das coisas, as pessoas na rua, o tempo das coisas e etc..
CE - Quais são os seus novos projetos para 2024?
GM - Em 2024 continuarei meu trabalho no audiovisual, e pretendo também estudar roteiro pra quem sabe começar a produzir coisas autorais.

Marcio Benevides, Maria José falcão e Fabiana Jallad
Andreas Penate e Monica Ramirez
A atriz Débora Fernanda é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Thom Foxx - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana
A atriz Débora Fernanda é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Thom Foxx - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana


