O ator e arquiteto Pedro Carvalho tem 38 anos de vida e 20 de carreira. Ele estreou na TV portuguesa ainda adolescente e seguiu emendando trabalhos em sua terra natal. No Brasil, ele fez sua estreias em novela como o protagonista de Escrava Mãe, na Record, trama escrita por Gustavo Reiz, com quem volta a trabalhar agora na Globo em Fuzuê.
"Foi a convite do autor Gustavo Reiz, o mesmo autor de Fuzuê, no ar atualmente, onde interpreto o vilão Rui Sodré. Na época eu tinha protagonizado uma novela em Portugal, que foi muito bem. Ganhei dos prêmios consecutivos de melhor ator e isso chamou a atenção da Record, que na época estava procurando um ator para protagonizar a trama. Viram meu material e aconteceu o convite", relembra ele.
Na emissora carioca, ele destacou-se como um vilão em O Outro Lado do Paraíso e caiu nas graças do público como o bem-humorado confeiteiro Abel de A Dona do Pedaço, de Walcyr Carrasco.
"Sempre tive o desejo de carreira internacional. A ideia inicial era era começar pelo mercado espanhol, porque falo a língua fluente. Estudei no Corazza, escola de atores do Javier Bardem, em Madri. Mas o destino colocou o Brasil primeiro no meu caminho e hoje sou muito agradecido. São quase 8 anos entre lá e cá. Amo essa vida de ‘caixeiro viajante‘. Gravando trabalhos aqui e outros lá (em Portugal). Me sinto muito realizado com a trajetória construída no Brasil", explica.
No cinema, esteve no elenco de O Segundo Homem. O ator também pinta e é arquiteto. Em Portugal, ele abriu um hotel que administra à distância com a ajuda de aplicativos para limpeza, check-in e check-out.
Pedro é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista ao Caderno ela fala sobre sua vinda ao Brasil, personagens, amigos e negócios.
Escreva a legenda aquiCE - Pedro, você começou sua carreira em sua terra natal, em sua trajetória em Portugal nos conte um pouco dela.
PC - Atuar sempre foi minha vontade, cresci assistindo novelas. Meu desejo sempre foi ser ator, mas não sabia como iria dizer isso para a minha família. No início não foi fácil, fazia aulas de teatro escondido. Mas no segundo ano de tablado, os convites começaram a surgir e não deu mais para esconder. Venho de uma família numerosa e sou o único ator.
Entendo a reação deles. Mas ao longo do tempo, perceberam que o caminho estava dando certo e o apoio foi incondicional. Tenho muito orgulho da história em que construí em Portugal. Já são quase 20 anos de carreira, 18 novelas, filmes, séries, peças de teatro. Tenho uma carreira estabilizada. Termino um projeto e já existem outros para iniciar. Posso, inclusive, me dar ao luxo de escolher o que quero fazer, o que faz mais sentido para mim.
CE - O que trouxe você ao Brasil? Há quanto tempo mora aqui?
PC - Sempre tive o desejo de carreira internacional. A ideia inicial era era começar pelo mercado espanhol, porque falo a língua fluente. Estudei no Corazza, escola de atores do Javier Bardem, em Madri. Mas o destino colocou o Brasil primeiro no meu caminho e hoje sou muito agradecido. São quase 8 anos entre lá e cá. Amo essa vida de ‘caixeiro viajante‘. Gravando trabalhos aqui e outros lá (em Portugal). Me sinto muito realizado com a trajetória construída no Brasil.
CE - Como surgiu a oportunidade de fazer Escrava Mãe?
PC - Foi a convite do autor Gustavo Reiz, o mesmo autor de Fuzuê, no ar atualmente, onde interpreto o vilão Rui Sodré. Na época eu tinha protagonizado uma novela em Portugal, que foi muito bem. Ganhei dos prêmios consecutivos de melhor ator e isso chamou a atenção da Record, que na época estava procurando um ator para protagonizar a trama. Viram meu material e aconteceu o convite.
Pedro em Escrava Mãe - Foto: DivulgaçãoCE - Como se sentiu em sua estreia no Brasil?
PC - Um recomeço. Um sonho realizado, mas também com uma sensação de grande responsabilidade. Cresci vendo as novelas brasileiras, que têm um mercado muito forte em Portugal. Apesar da minha experiência, foi um outro ambiente, outras pessoas. Mas fui recebido com muito carinho. Em pouco tempo já me sentia em casa. No Brasil construí uma grande família. Meu coração é dividido entre Portugal e Brasil.
CE - Como foi e é trabalhar com Gustavo Reiz?
PC - Incrível! Virou um grande amigo. Tenho uma grande admiração profissional por ele. Temos um diálogo aberto. É alguém em que confio de olhos fechados.
CE - Fale um pouco de seu personagem em Fuzuê...
PC - Uma delícia, um desafio! Já tinha feito alguns vilões no horário das 19h, das 20h, em série, cinema e teatro, em Portugal. Mas interpretar um vilão falando o português do Brasil foi uma estreia. Sem contar que o Rui Sodré tem uma pegada diferente, tem este tom de espertalhão, um toque de um Jack Sparow de Os Piratas das Caribe. Abusado e sem escrúpulos. Está sendo muito gratificante e um grande aprendizado como ator. É muito bom poder interpretar um personagem que nada tem a ver com você. Diferente do Rui, eu não conseguiria nem roubar um chocolate no mercado (risos).
O Outro Lado do Paraíso - DivulgaçãoCE - E como foi a construção de Abel em A Dona do Pedaço?
PC - Além das diretrizes do Walcyr Carrasco, que me deram muita base, tive como inspiração um ex-Big Brother de Portugal, que era boleiro também, fazia academia e tinha essa pegada de ingenuidade. Também me inspirei no Chaves. Não conhecia , mas achei genial a maneira como os atores se movimentavam em cena e peguei isso para o Abel.
CE - Como foi trabalhar com Walcyr Carrasco?
PC - Uma aula! Ele é um mestre! Um dos melhores autores da TV. As obras dele serão eternizadas. Além de um excelente profissional, é de uma humanidade ímpar! Educado, generoso... Foi um grande prazer trabalhar com ele.
CE - Fale um pouco de O Segundo Homem...
PC - Estreou há pouco tempo e já está com uma ótima repercussão. Foi um projeto que eu amei fazer. Curiosamente o personagem se chama Rui também e é um legionário estrangeiro, um assassino que vai estar envolvido na história de uma forma crucial. O processo de composição desse personagem foi muito intenso e o diretor Thiago Luciano nos deu uma grande liberdade criativa.
Pedro em A Dona do Pedaço - DivulgaçãoCE - Quem inspira você no Brasil?
PC - O Brasil é muito rico em atores. Temos excelentes profissionais. Tenho muitos, mas falarei dos clássicos, que estão no topo da minha admiração: Tony Ramos. É incrível como ele transita com tanta perfeição em todas as atmosferas da dramaturgia. Um gênio!
CE - O que mais gosta no país?
PC - O acolhimento, este clima tropical. A maneira como recebem os desconhecidos. Esta característica de introduzir quem chega e a constante sensação de uma grande família. Sou completamente encantado pelo Brasil.
CE - O que mais gosta na carreira de ator?
PC - Os desafios de cada projeto. É incrível a possibilidade de poder viver várias vidas, várias personalidades. O entusiasmo de ler uma sinopse boa e já imaginar os caminhos para compor, é incrível e de um prazer imensurável. Sou pintor, arquiteto, mas atuar é realmente a minha paixão.
Pedro com brasileiros em Portugal - DivulgaçãoCE - E o seu lado pintor e arquiteto?
PC - Sempre desenhei , desde que me conheço por gente. O desenho é a extensão do meu braço. Algo natural e orgânico. É uma maneira de expressar emoção. E a arquitetura também tem esta vertente. Tem a ver com criação, renovação.
O meu hotel boutique se chama ‘Embaixador Apartment’s & Suites’. Todos os apartamentos têm a minha assinatura na arquitetura e no design e são todos inspirados nos típicos apartamentos de Portugal, uns com um estilo mais romântico, outros mais vintage, outros mais clássicos apartamentos para famílias maiores. Eu fiz mestrado em Arquitectura, paralelamente à formação em Artes Cénicas na escola de Teatro em Lisboa e Madrid e a parte de gestão empresarial e criação de negócio sempre foi algo que me fascinou.
CE - E o seu hotel em Portugal, como concilia?
PC - Quando montei este meu hotel boutique em Lisboa, criei um sistema i-tech e montei um negócio que se adaptasse à minha vida que é sempre entre ‘cá’ (Brasil) e ‘lá’ (Portugal), tenho um software bem completo no meu celular e consigo administrar o negócio à distância, abrir portas, falar com os hóspedes, controlar equipe de limpeza, mexer em preços…
Resumidamente é um conjunto de vários programas que se articulam entre eles e que me permitem fazer tudo isso, sem ser necessário ter uma equipe. Na verdade, a equipe sou apenas eu e a empresa de limpeza que está conectada a este ‘Channel Manager’ e que consegue ver os check-in’s e check-out’s e as demandas/necessidades dos hóspedes para providenciar a limpeza dos apartamentos.
Pedro em entrevista - DivulgaçãoCE - Como é ser considerado galã?
PC - Recebo com muito carinho com este título, mas não me envaidece. Essa coisa de ser galã tem muito a ver com o trabalho momentâneo. O ator precisa estar disponível para o que vier. Não me apego a isso. Se este título se for no momento em que eu precisar descontruir esta imagem para um novo papel, não irá me chatear, por exemplo. Mas recebo todas estas manifestações com muita gratidão e amor.
CE - Projetos para 2024?
PC - Tem muita coisa boa para acontecer. Estou estudando novas propostas, mas ainda não posso falar muito.

As pinturas de Isabê também estarão na Casa-Quintal 109 de Manoel de Barros, museu na antiga residência do poeta, no Jardim dos Estados - Foto: Divulgação


Filme lança hoje - Foto: Divulgação

Patricia Maiolino e Isa Maiolino
Ana Paula Carneiro, Luciana Junqueira, Beto Silva e Cynthia Cosini


