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Capa B+: Entrevista exclusiva com uma das maiores atrizes de musicais do país Andrezza Massei

"A Kit vive muito o momento e, ao mesmo tempo, ela é muito leve, ela é muito resiliente". Ela está em cartaz no musical "Uma Linda Mulher" na capital paulista.

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Dos seus 45 anos de vida, mais de 20 vêm sendo dedicados ao teatro musical. Formada em Fisioterapia, Andrezza não chegou a exercer a profissão, pois foi levada pela onda de famosas produções da Broadway que ganhavam suas primeiras montagens brasileiras e se instalavam de vez em São Paulo na virada do milênio, período esse que se tornaria um divisor de águas para aqueles que, como ela, figuram hoje entre os principais nomes da história do gênero.

A atriz, que na adolescência se dividia entre o esporte, sendo inclusive jogadora federada no voleibol, e a música, cantando em eventos do colégio, integrando bandas, e se apresentando em restaurantes de garçons cantores, chega aos palcos em 2001, com “Les Misérables”, após descobrir um anúncio de jornal em busca do elenco; o que ela não imaginava é que a produção que marca sua estreia na “Broadway brasileira”, a consagraria melhor Atriz Coadjuvante  nos principais prêmios do gênero 16 anos depois, em uma segunda versão.

Estreante como ensemble no musical baseado na obra de Victor Hugo, emendou superproduções como “A Bela e a Fera” no papel de Dona Cômoda - nas duas montagens brasileiras -, o original “Cole Porter - Ele Nunca Disse que me Amava”, “Cats”, “Mamma Mia”, em um de seus papéis preferidos, a Dynamo Rosie, “Priscilla, a Rainha do Deserto” como Shirley, “A Madrinha Embriagada” como Dora Aviadora, “Mudança de Hábito” como Irmã Patrícia, “We Will Rock You” como Killer Queen, “Wicked” como cover de Madame Morrible, “Les Misérables” como a premiada Madame Thénardier, “A Pequena Sereia”, da Disney, onde foi convidada para viver Úrsula, “Sunset Boulevard” como alternante de Norma Desmond e, em seu último trabalho, pré pandemia, “Chaves - Um Tributo Musical”, como a famosa Dona Clotilde, também à convite dos produtores responsáveis, os mesmos que emendaram a proposta irrecusável de tê-la como Donna Lovett em “Sweeney Todd”.

Já fora dos palcos, entre um trabalho e outro, Andrezza ainda foi responsável pela preparação vocal de espetáculos como “Sweet Charity”, com Cláudia Raia, e produções como “Peter Pan - Todos Podemos Voar” (2007), da CIE Brasil (atual T4F), e “Aida” (2008), da Master Produções Artísticas e Culturais e Break a Leg! Produções e Eventos.

Essa semana ela estreou no musical "Uma Linda Mulher" em São Paulo como a personagem Kit De Luca que já é um grande sucesso. 

Capa do Correio B+ desta semana, ela fala com exclusividade sobre início de carreira, personagens e suas construções e claro, Uma Linda Mulher.

A atriz Andrezza Massei é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Rodrigo Negrini - Diagramação: Denis Felipe e Denise Neves

CE - O que veio primeiro na sua vida, a música, a dança ou a interpretação?
AM -
 O que veio primeiro na minha vida foi a música. Eu cantava quando adolescente em rodinhas de violão que evoluíram para bandas do colégio. Eu era bolsista do colégio 50% porque jogava Voleibol, era federada, e 50% porque eu cantava nas feiras de CIências e outros eventos.

Cantava de abrir a boca, nunca estudei. Minha vida profissional começou porque uma pessoa dessa banda, um pianista, me chamou para fazer piano e voz em bares e hotéis, comecei a fazer este tipo de trabalho, mas foi por pouco tempo porque logo entrei em um restaurante onde os garçons eram cantores, o Sammer Brothers, do mesmo dono do extinto Brooklyn. Era meio que fachada de garçom, mas a gente atendia também, só não pegava o serviço pesado. Neste caso o repertório que a gente cantava era de jazz, folk e blues. 

CE - Precisou mudar muitas coisas na sua vida e rotina quando escolheu viver de Arte?
AM -
 Eu precisei mudar muita coisa na minha vida quando comecei a viver de música, porque na época eu estava fazendo a faculdade de fisioterapia, até então, tinha sido tudo muito amador, na brincadeira, mas aí a coisa meio que ficou séria, com a fase do restaurante, de cantar a noite.

Eu precisei trancar a faculdade, fiz três anos e tranquei o quarto - que era o último de estágios - e depois de dois anos que eu voltei para terminar, então eu meio que fiz essa fase do restaurante e o começo dos ‘Les Misérables’ no ano de estágio, entrega de TCC, etc, então minha rotina era uma maluquice, eu entrava super cedo no primeiro estágio às 08h, saia 12h, entrava no segundo estágio as 14h, saia às 18h, e ia direto para o restaurante que começava às 20h30 e acaba às 02h.

Fiquei quase um ano assim e no final do ano surgiu o musical e sai de tudo. Acabou a faculdade, peguei o canudo da colação e fui direto pro ensaio do Les Mis. Foi a minha sorte se não não teria conseguido, teria que sair de um ou não entrar no outro, no caso.

CE - Você é conhecida especialmente por sua veia cômica, mas não se limita a isso, prova disso são seus últimos trabalhos. Como é pra você transitar por tantos tipos de personalidade?
AM - 
É muito gratificante, mas é muito assustador também, essa coisa de mudar completamente. O desafio é o que move a maioria de nós, artistas, mas ao mesmo tempo ele assusta, porque você não sabe se vai conseguir. Sair dessa coisa da ‘gordinha engraçada’, da Úrsula, e cair de cabeça numa Norma Desmond, que é absolutamente todo o oposto do que acostumei fazer, desde o corpo, até a voz, a intenção dramática, a idade, tudo.

Tudo era muito diferente do que estava acostumada, até mesmo a posição de alternância de uma grande atriz. É apaixonante. Por isso também aceito bastante papéis hoje em dia, pois penso o que vão me trazer de mudança na vida, de desafio.

É é legal também porque, em muitas ocasiões, essa mudança me faz descobrir coisas em mim que eu não sabia que tinha, então não deixa de ser uma forma de autoconhecimento, pois se você ficar só em um perfil, em um padrão, vai perder chances de testar, de descobrir novas facetas através da arte - que eu acredito.

Ao lado do colega de profissão Rodrigo Lombardi em "Sweeney Todd" - Foto: Divulgação

CE - Como é o seu processo de construção a cada novo trabalho?
AM -
 Já começo a procurar coisas sobre o universo do personagem, e nem falo só de texto. Tento escutar músicas da época, se for o caso de um personagem de época, no caso, quando o corpo é muito diferente tento focar minha alimentação, tipo de exercício para o próximo, condicionamento físico, se for um musical com algum tipo específico de voz, mais operístico ou mais beltada, eu tento fazer aulas, vejo muitos filmes, do assunto, até eu realmente pegar tudo do texto.

Eu gosto de ver bastante referências, não para copiar, mas até para ver o que eu não quero fazer, mas as melhores referências são sempre os livros, a época, e eu vou fundo nisso, é um processo legal de construção e desconstrução.

CE - Com mais de 20 grandes musicais no currículo, dá tempo de desapegar das personagens?
Como é esse processo?
AM -
 É sempre um luto quando eu acabo um personagem. Eu fico com a voz do personagem, o corpo do personagem durante um tempo, eu penso como o personagem, pareço maluca, mas a gente vive isso seis, sete vezes por semana, fora os ensaios, a preparação para tudo isso, então cada personagem é de uma forma muito especial. Dependendo do personagem, se eu tenho mais empatia, é mais difícil ainda…

O primeiro desapego mais difícil, em termos de musical, foi em “Les Misérables”, tive até febre. Mesmo sabendo que eu já estava no elenco de “A Bela e a Fera”, a gente sente como se despedisse de uma família, não só de um personagem. Você vê aquelas pessoas todo dia, você convive mais com o elenco e a produção do que com a sua família, certamente. Então dependendo do grupo e do que você vive no processo, é muito difícil dar tchau.

Com o tempo você aprende e não se apega tanto. Eu até tento não me apegar muito a tantos, mas é impossível. Hoje eu já começo um trabalho sabendo que ele vai acabar e consigo lidar melhor com isso, o tempo de luto é menor. Fica a lembrança, mas o luto fica um ou dois dias, o tempo de remoer é menor, vou me despedindo antes, começo a postar fotos e elas viram memórias…

Massei em A Pequena Sereia - Foto: Divulgação

CE - Como tem sido a experiência de ensaiar esse novo musical (Uma Linda Mulher)? O que acha que ele tem de especial?
AM - 
Todo novo musical, ele chega com uma série de desafios pra gente, desde a parte vocal, a parte de interpretação, parte física. Então, tá sendo uma descoberta de uma época que eu vivi na infância, mas que agora tá muito mais presente e a lembrança dessa época tá mais tona.

Então, tá sendo bem exaustivo, vamos dizer assim, porque a gente tem uma intensidade de ensaios muito grande, tanto vocalmente como fisicamente, é uma exaustão, mas é pro bem, faz parte do processo.

Eu acho que justamente essa questão da nostalgia, de fazer você lembrar da sua infância, da sua adolescência, dos bailinhos, da fase mais gostosa da tua adolescência, do conto de fadas, do primeiro namorado. Eu, particularmente, me lembro muito de ver esse filme na sessão da tarde e ficar sonhando com o príncipe, vamos dizer assim. Então, acho que essa é a parte mais legal desse musical.

CE - A trilha dele é bem apoiada no Rock, que é um gênero que você se identifica desde o inicio da carreira. Como tem sido esse "reencontro"?
AM - 
O rock sempre foi muito presente na minha vida. Eu comecei a minha carreira cantando rock in roll. E voltar pra isso, na verdade, acho que eu nunca saí, mas poder exercitar isso no palco, num espetáculo de teatro, é mais especial ainda. Eu nunca larguei, nunca larguei dessa questão do rock.

CE - Onde a Kit de Luca mais te desafia?
AM - 
Eu acho que justamente na questão de juntar a exigência vocal com a exigência física. Ela se movimenta bastante, é um personagem que se movimenta bastante, muito intenso, pula para lá, pula para cá e tem esse vigor bem característico do personagem que a gente criou. Então juntar isso com a voz, que é uma partitura bem dificinha, vamos dizer assim, bem complicada, eu acho que é o maior desafio.

Como Kit De Luca - Uma Linda Mulher - Foto: Pedro Dimitrow

CE - Sua personagem é mais explorada no musical do que  no filme. Considerando então que haja menos referências, como foi a construção dela?
AM -
 Então, realmente, eu preferi, a gente, eu, diretor, nós preferimos não focar nem na interpretação do filme, nem na do musical, e tirar aí um meio termo e criar algumas coisas. A gente teve essa liberdade. Uma coisa diferente do que foi, por exemplo, com o personagem da Vivian e do Edward, que já são muito icônicos.

Então, como a gente tinha essa liberdade de construção, acabou sendo mais gostoso ainda, porque eu pude trazer alguns elementos já da minha vida, dessa questão do rock, que tem a ver também com a parte do musical, com a Kit no musical. O Fred trouxe as referências dele mais cinematográficas. Então, eu acho que foi uma mistura de tudo com o toquinho brasileiro da Andresa.

Eu me basei bastante nas grups dos anos 80, aquelas meninas que ficavam atrás das bandas, meio que vivendo agrupadas com as bandas de rock, viajando para lá e para cá, que são bem vida louca, até inconsequentes, vamos dizer assim.

São pessoas que largam, às vezes, suas vidas para ir atrás de uma banda, por exemplo. Então, eu tentei transferir isso para essas características de viver o momento que a Kit tem. A Kit vive muito o momento e, ao mesmo tempo, ela é muito leve, ela é muito resiliente também. Apesar de toda a merda que acontece com ela, ela consegue dar a volta por cima e ela não liga tanto para isso ou até liga, mas ela passa por isso de uma forma bem leve e eu acho que é por aí.

CE - E dentre tantas personagens marcantes, tem alguma que foi mais difícil desapegar ou que deixou mais saudade?
AM -
 A primeira personagem que eu sofri por “deixar para trás” foi a Rose, do “Mamma Mia”, que foi um processo muito legal, que tive com a Kiara Sasso e a Rachel Ripani, ficamos muito próximas na época e eramos realmente irmãs, me lembro que quando acabou a última cena, da cama, da música ‘Chiquitita’, eu fiquei deitada no chão, não conseguia levantar pra voltar ao espetáculo e quem me levantou foi o Thiago Machado.

Cai num choro desesperado. A Kiara precisou tomar remédio pra conseguir cantar a última música. Até hoje a gente lembra e a gente sofre, não consigo escutar muito as músicas que fico meio mal.

                       Vencedora do Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Atriz em Musicais em 2022 - Foto: Divulgação

CE - Já passou por alguma mudança considerável ao longo da carreira, para poder criar uma personagem?
AM -
 Sim, e às vezes inicio os processos bem antes. No caso da Norma, de “Sunset Boulevard”, por exemplo, que veio logo depois da Úrsula, de “A Pequena Sereia”, foram seis meses, e implicou em mudança física, mudança de voz, mudança de comportamento e de perfil; eu era a gordinha engraçada e precisei me adaptar a um perfil mais frágil, mais franzino. Não foi necessariamente por causa do espetáculo que eu emagreci, mas eu enxergava a Norma assim, mais magra, então essa adaptação física também é muito importante, por isso, a cada processo de um musical para outro, avalio bastante a questão física, vocal, e tento ficar completamente imersa no universo desses personagens, pesquisando tudo que posso, de todas as referências possíveis, sejam físicas, mentais ou gestuais.

CE - Mesmo com tantos anos de carreira e trabalhos especiais, considera importante que o artista ainda se recicle de alguma forma?
AM -
 É absolutamente necessária essa reciclagem. Tanto pra você não carregar vícios para um próximo trabalho, quanto para a sua saúde mental, porque a gente sempre carrega um pouco do personagem com a gente, para o bem ou para o mal, então é bom fazer uma “limpeza”, eu gosto de começar, mesmo já tendo um outro trabalho, acho importante relaxar, fazer algum curso relacionado a arte, sobre interpretação, música, mas não necessariamente ao próximo personagem. Eu gosto de fazer essa transição esfriando a cabeça, e como não consigo viajar ou sair de férias por muito tempo, em função dos trabalhos quase sempre emendados, vou atrás de me divertir com algum lazer mais básico, para aí sim entrar no próximo universo.

CE - Sobre fãs: do seu primeiro grande musical, em 2001, pra cá, como enxerga a proximidade e conexão que hoje existe, e que é bastante diferente de quando começou neste mercado?
AM -
 Realmente é diferente, mas vejo positivamente. Primeiro que antigamente, há mais de 20 anos, a gente não tinha nem fã de musical, porque eram poucas as pessoas que curtiam, que curtiam os musicais de fora. Isso foi aumentando, foi crescendo, teve um boom de “Wicked” pra cá, com a abertura de sites, blogs, fóruns de discussões sobre o tema.

Claro que sempre há o risco de passarmos por algum tipo de desconforto, mas comigo nunca aconteceu, sempre fui muito bem tratada e querida pelos fãs. Acho que é muito positivo para a divulgação do nosso trabalho, é muito importante, muitos deles formam opinião, ainda mais com essa onda dos influenciadores digitais. Eu gosto muito de ter essa relação estreita, claro, com respeito entre as duas partes.

Sempre que posso atendo a todos, respondo tudo que me escrevem, mesmo que demore um pouco, e gosto desse papo. Tenho fãs desde os primeiros trabalhos, fãs que viraram alunos e tempos depois estão aí dividindo o palco com a gente, dando aula também, é um barato, meio que a gente acompanha a formação deles. Alguns são apenas fãs, outros seguem o caminho, e acho muito legal a gente poder influenciar vidas para o bem.

Andrezza Massei - Foto: Divulgação

CE - Em paralelo a vida de atriz você também mantém ativo o seu lado de arte-educadora. Como funciona?
AM -
 Eu sempre, desde que comecei nesse mundo, dou aula de canto, ministro cursos, e auxilío no aprimoramento para os musicais, através da preparação vocal, é um trabalho bem sério. Adoro dar aula, dar coaching, principalmente de atuação para canção, acho muito legal.

CE - Além dos palcos, você também pode ser ouvida em diversos trabalhos. Fale um pouco sobre esse seu outro lado.
AM -
 Faço dublagens de música e voz para filmes, vídeo games, além de jingles e publicidade. Recentemente dublei a Meryl Streep na nova temporada de “Only Murders in The Building”, uma atriz que eu admiro muito e que já tinha dublado em “O Retorno de Mary Poppins”, e claro, a Úrsula - uma personagem que já dublava em animações e tive a honra de dublar no live-action de “A Pequena Sereia”, originalmente com voz da Melissa McCarthy. Também me realizo muito neste trabalho.

CE - E com tanta diversidade, falta algo na sua carreira?
AM - 
Recentemente gravei uma participação na novela “A Infância de Romeu & Julieta”, do SBT, o que só me deixou com mais vontade de fazer televisão, mas também adoraria fazer filmes e seriados - atuando mesmo -, tenho loucura pra fazer, pois curto muito cinema. Apesar de ser uma outra linguagem, sei que seria um desafio incrível, e acho que está faltando isso na minha vida.

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Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com o ator Bernardo Mesquita

"Hoje meus melhores papéis são como pai, a paternidade mudou a minha forma de agir no mundo, estar em cena executando o dom que Deus me deu, ou no palco cantando, três paixões que são as missões da minha trajetória".

21/12/2025 15h30

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com o ator Bernardo Mesquita

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com o ator Bernardo Mesquita Foto: Divulgação

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O ator Bernanrdo Mesquita está completando 19 anos de carreira, e esta semana estreou como Caio Velanova na primeira novela vertical original do TikTok, gravada em São Paulo.

Bernardo vive a melhor fase de sua carreira, além de ser um pai exemplar que encanta nas redes sociais com tanto amor ao filho, e após passar o ano no ar como Arcanjo Miguel, em A Vida de Jó, na TV Record, ele topou o desafio de gravar sua primeira novela vertical original do TikTok, foram apenas 10 dias de gravação em São Paulo.

Com 80 episódios de 1 minuto, a produção traz uma narrativa ágil e divertida, reunindo Ana Beatriz Tavares, Lucas Moura, Raissa Shaddad, Ariel Moche e Lilian Blanc no elenco. “Esse convite surgiu através do Eduardo Pradela, que é um produtor de elenco bem renomado, junto com a diretora Yana Sardenberg, das maiores diretoras do mercado hoje, da nova geração. Fiquei super feliz, um formato totalmente diferente”, conta Bernardo.

Na trama, ele interpreta Caio Velanova, dono de uma empresa de joias, que precisa de uma esposa de aluguel para enganar o avô e convencê-lo de que vai se casar. “A história se desenrola com Caio pedindo a esposa de aluguel, que é a Isadora Sereno, personagem da Ana Beatriz Tavares. Ela também está precisando de dinheiro para pagar o hospital da avó. É bem divertido, e o público vai ter que acompanhar no TikTok”, explica o ator.

A experiência também foi marcante de ser dirigido por Yana.  “A Yana Sardenberg dirigiu muito bem, toda equipe de câmeras, direção de luz, fotografia, o elenco maravilhoso… foi incrível trabalhar com todos”, destaca.

Carioca e torcedor do Flamengo, Bernardo sempre foi comunicativo, mas a timidez marcou sua infância. Para superá-la, buscou cursos de interpretação e descobriu sua paixão pelo teatro na Casa da Gávea. Aperfeiçoou-se no Tablado e na CAL (Casa de Artes Laranjeiras), enquanto conquistava espaço em campanhas publicitárias, testes para teatro, musicais e novelas.

Seu primeiro grande papel na TV veio em 2007, como Adalberto Rangel na novela Duas Caras (Globo). Desde então, colecionou personagens marcantes, como Fred em Malhação (2011) e Micáias em O Rico e o Lázaro (2017), além de ter sido príncipe do filme Xuxa em O Fantástico Mistério de Feiurinha.

Além da televisão, Bernardo é apaixonado pelo teatro e participou de diversas peças e musicais, relembra com amor do musical  Uma Luz Cor de Luar, que atuou ao lado de Totia Meireles e Claudia Ohana, das maiores atrizes do país com direcao de Thiago Gimenes e Keila Fuke.

A paternidade, diz ele, foi uma transformação ainda maior. Pai de Bento, de 6 anos, Bernardo afirma: “Ser pai mudou a minha vida. Ser pai é acordar todos os dias sabendo que você é responsável por um ser humano. Tento sempre me tornar um ser humano melhor para que meu filho veja isso. Ele realmente transformou minha vida para melhor. Sempre.”

Bernardo é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista ao Caderno ele fala sobre sua trajetória, estreia e o significado da paternidade.

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com o ator Bernardo Mesquita O ator Bernando Mesquita é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Felipe Quintini - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

CE - Como surgiu o convite para estrelar a primeira novela vertical original do TikTok e qual foi sua reação inicial ao ser apresentado a esse formato totalmente novo?
BM - 
A diretora , Yana Sademberg, que é a diretora do projeto, junto com o produtor de elenco Eduardo Pradela, me chamaram. Fiquei honrado. Já tínhamos feito alguns trabalhos juntos, e quando eles me chamaram explicando que seria a primeira novela vertical do TikTok. O processo foi intenso (gravamos 80 episódios), mas foi uma experiência linda, muito bacana de viver.

CE - Atuar em um formato tão inovador, com episódios de apenas 1 minuto te desafiou como ator?
BM -
 A correria foi o maior desafio. Gravamos 80 episódios em apenas 10 dias. Mas o segredo está no roteiro - cada minuto tem uma sacada que prende o espectador e faz a história avançar de forma natural. Mesmo com pouco tempo, a narrativa é envolvente, e isso ajuda muito no trabalho do ator.

CE - Você mencionou que acredita que esse formato “é o futuro”. Novelas verticais, filmes e series nos streamings como você vê esse novo mercado?
BM -
 Acho que esse é o futuro. Claro que o streaming e as novelas tradicionais não vão acabar, mas o formato vertical vai ganhar um espaço importante. É algo que traz mais oportunidades pra nós, atores. Acho superinteressante ver essa nova forma de contar histórias se consolidando.

CE - Ao mesmo tempo que estreia nessa semana na novela do TikTok, você estava  no ar como o Arcanjo Miguel em A Vida de Jó na Record como foi esse duplo processo?
BM - 
Foi novo pra mim, nunca tinha feito dois projetos ao mesmo tempo. Então o meu processo é me esvaziar totalmente de um personagem antes de entrar no outro. Tento deixar a composição anterior de lado pra começar do zero. Tem dado super certo, e estou animado pra ver o resultado nas telas.

CE - Você tem um quadro no seu instagram que você conversa com Deus, que viraliza, país todo republica e bate milhões de views, um galã falando de fé, qual sua relação com Deus?
BM - 
É o meu jeito de falar com Deus sem tocar em religião. Acho importante acordar e rezar, orar do seu jeito, independente da crença. O que importa é alimentar a espiritualidade. Sempre aprendi que, se você não cuida da sua fé, a matéria não funciona. Hoje eu sei disso, na prática. A fé me equilibra, me ancora e me lembra de quem eu sou.”

CE - Como surgiu o teatro na sua vida? Quando  confirmou que a atuação era seu caminho?
BM -
 Ainda adolescente, ja sabia que queria isso.  O teatro só potencializou o que eu já sentia dentro de mim. Eu era super tímido, e ele me ajudou a ficar mais desenvolto em tudo - na vida pessoal, na forma de me comunicar. É onde me sinto completo, meu dom, e uma permissão divina completar 19 anos desse oficio. Me formei na Casa da Gávea, no Tablado e na CAL .

CE - Como você sente que evoluiu como ator ao longo desses 19 anos?
BM
- Eu evoluí muito. A experiência e a maturidade fizeram toda a diferença, tanto profissional quanto pessoalmente. Depois que me tornei pai, senti ainda mais essa transformação. Me trouxe uma nova visão de mundo e acabou refletindo no meu trabalho também.

CE - De galã da Malhação até príncipe da Xuxa, hoje protagonista de uma novela vertical,  existe um tipo de personagem ou gênero que você ainda sonha em explorar?
BM
- Todos meus personagens até hoje foram mocinhos: príncipes, galas, bons moços… Tenho muita vontade de fazer um grande vilão. Uma produção nos streamings, no cinema.

CE - E seus seguidores ficam encantados em sua relação com seu filho, como chegou a paternidade para voce ainda tao jovem?
BM -
Meu filho é a luz da minha vida. Ele veio num momento complicado, mas transformador. Hoje, quero ser uma pessoa melhor a cada dia, para que isso também seja transformador na vida dele. Depois que o Bento nasceu, tudo mudou. A minha forma de ver o trabalho, as relações, a fé… Ele me trouxe uma noção muito forte de propósito.”

CE - Projetos 2026 para nos contar?
BM
- Que venham novos personagens, novos amores, muito trabalho e um sonho de protagonizar um grande musical da Broadway, cantar é um dos meus oficios, concilio com a atuação e no palco me sinto completo.

Capa da semana B+: Entrevista exclusiva com o ator Bernardo Mesquita O ator Bernando Mesquita é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Felipe Quintini - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

 

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Astrologia B+: A energia do Tarô da semana entre 22 e 28 de dezembro. Memórias que aquecem o coração

Sob a regência do Seis de Copas, a semana convida à celebração das memórias, dos afetos e dos reencontros que aquecem o coração. Permita-se viver esse clima de carinho e nostalgia. Boas Festas!

21/12/2025 14h00

Astrologia B+: A energia do Tarô da semana entre 22 e 28 de dezembro. Memórias que aquecem o coração

Astrologia B+: A energia do Tarô da semana entre 22 e 28 de dezembro. Memórias que aquecem o coração Foto: Divulgação

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Esta é, sem dúvida, a época perfeita do ano para a energia do Seis de Copas. Vivemos o clima das festas de fim de ano, quando família e amigos se reúnem e as memórias ganham um brilho especial. Ancorada na harmonia e no equilíbrio do número seis e na sensibilidade emocional do naipe de Copas, essa carta é tradicionalmente vista como positiva e acolhedora.

O Seis de Copas fala sobre revisitar o passado com carinho, mergulhar na nostalgia e, sobretudo, estar presente para o outro. Afinal de contas, o que realmente importa na vida são os laços que construímos com amigos e família. Não se trata de bens ou posses, mas de criar boas memórias e ter consciência de como escolhemos viver e compartilhar nosso tempo.

Quando penso em lembranças marcantes das festas de fim de ano, é difícil escolher apenas uma. O que permanece mais vivo na memória não são os presentes, mas a alegria genuína de compartilhar nosso tempo e estarmos todos juntos em família nessas datas tão especiais.

O Seis de Copas nos convida a olhar para trás e recordar aquilo que verdadeiramente nos fez felizes. Muitas vezes, ao revisitar o passado, é comum fixarmo-nos apenas nos momentos difíceis... aqueles que, não raro, renderiam longas sessões de terapia. No entanto, quando observamos nossa história como um todo, percebemos que, ao lado dos desafios, também existiram fases de alegria, leveza e esperança no futuro.

O Seis de Copas celebra a bondade, a generosidade e a simplicidade do afeto. Ele nos convida a valorizar o que realmente importa: o amor, a partilha e os gestos gentis que dão sentido à vida. Sua lição é clara: viver com mais delicadeza transforma não só a nós, mas também quem está ao nosso redor.

Em um plano mais profundo, essa carta fala de enraizamento e pertencimento. Evoca família, ancestralidade e a consciência de onde viemos, convidando-nos a refletir sobre como essas raízes moldam quem somos hoje. Seja em um lugar, em uma tradição ou em uma linhagem, o Seis de Copas nos chama a reconhecer e honrar aquilo que nos sustenta.

Na imagem do Seis de Copas, as crianças representam uma memória afetiva feliz. A menina recebe flores, símbolo de beleza, afeto e prazer simples. Jardins e flores evocam para ela sentimentos de acolhimento e contentamento; são a expressão de um sonho de futuro que nasce justamente dessa lembrança: uma casa, um quintal, um jardim onde a vida possa florescer. As crianças brincam em um espaço protegido, cercadas por segurança. Ao fundo, um guarda vigia silenciosamente, assegurando que nada interrompa esse momento de inocência. Um grande escudo reforça essa sensação de proteção.

Tudo nessa cena indica que as necessidades básicas estão plenamente atendidas. Por isso, essas crianças podem ser criativas, rir, crescer e confiar na vida. As flores que brotam dos vasos mostram que tudo prospera em um ambiente de cuidado e segurança. Elas encaram o futuro com otimismo, acreditando que ele pode ser tão feliz quanto o presente.

Quando nossas necessidades essenciais — abrigo, alimentação, segurança — estão supridas, tornamo-nos capazes de prosperar emocionalmente. É nesse espaço que a autoestima se desenvolve e que podemos voltar a olhar para os sonhos e desejos que cultivávamos na juventude. Na vida adulta, nossa principal responsabilidade é garantir essa base. A partir dela, torna-se possível direcionar energia para aquilo que realmente nos traz realização..

Muitas pessoas, porém, se perdem nesse processo. Mesmo depois de atender às próprias necessidades, continuam presas à busca incessante por mais segurança, mais dinheiro, mais controle. Não conseguem se desligar do trabalho, nem encontrar espaço para o prazer simples de uma tarde livre. Aos poucos, passam a se identificar mais com a segurança material do que com a criança que brinca no jardim. A criança interior é esquecida e, com ela, suas esperanças e desejos mais genuínos.

Se hoje você já construiu uma base segura, o Seis de Copas convida a um retorno essencial: revisitar as partes esquecidas de si mesmo. Seus sonhos ainda podem florescer, mas antes é preciso lembrar que eles existem. Revisite os momentos mais felizes da sua vida e observe as pistas que eles oferecem sobre o futuro que você deseja criar.

Conhecida como a carta da nostalgia, ela encontra ressonância perfeita no Natal e nas festas de fim de ano. Não por acaso, rege esta semana. Nesse período, é quase impossível não ser tocado por memórias afetivas evocadas por músicas, aromas, sabores e sensações que permeiam as celebrações entre familiares e amigos.

Essa carta frequentemente fala da nossa ligação com a família, os avós e até com os ancestrais. Ela nos convida a refletir sobre o lugar de onde viemos e sobre a relação que mantemos com essa origem hoje.

Preservamos e honramos nossas raízes nos gestos simples que atravessam o tempo: ao repetir a receita de rabanada que passa de geração em geração, ao folhear fotos antigas que guardam histórias de quem veio antes, ao montar a mesma decoração de Natal que sempre ocupou um lugar especial na casa. São rituais aparentemente pequenos, mas carregados de afeto, que mantêm viva a memória, fortalecem o sentimento de pertencimento e nos lembram de quem somos e de onde viemos.

O Seis de Copas também fala de cura por meio da lembrança. Revisitar o passado não significa ficar preso a ele, mas sim resgatar o que houve de verdadeiro, afetuoso e essencial. Sua vibração é gentil e restauradora, lembrando-nos de que conforto, ternura e familiaridade podem ser guias preciosos enquanto seguimos adiante.

Astrologia B+: A energia do Tarô da semana entre 22 e 28 de dezembro. Memórias que aquecem o coração

Não é de se espantar que, ao vivenciarmos a energia deste arcano, situações e pessoas do passado queiram retornar. Pode ser uma relação antiga, um reencontro inesperado ou a reaproximação de alguém de quem você estava afastado há algum tempo: amigos da escola, da infância ou antigos colegas de trabalho com quem havia afinidade. O Seis de Copas é a carta dos reencontros e das reconciliações, mas também do resgate de atividades, interesses ou até caminhos profissionais que um dia trouxeram alegria.

E você, de que forma a energia do Seis de Copas tem se manifestado na sua vida ultimamente?

Seis de Copas no Amor

Novo relacionamento

Há uma sensação imediata de familiaridade, como se vocês já se conhecessem há muito tempo. A conexão flui com naturalidade, marcada por afinidade emocional, memórias semelhantes ou até uma impressão de laço de outras vidas.

Parceria de longo prazo

Esta carta convida a resgatar momentos felizes do passado. Se o entusiasmo diminuiu, revisitar lugares ou experiências marcantes pode reacender a conexão.

Em busca de romance

Para quem está solteiro, o Seis de Copas alerta para apegos ao passado que podem estar bloqueando o novo. Quando um amor antigo ainda ocupa espaço no coração, torna-se difícil acolher alguém diferente. Talvez seja o momento de liberar esse vínculo e abrir-se ao que vem.

Seis de Copas no trabalho

No trabalho, o Seis de Copas pode indicar o retorno de oportunidades do passado, como um convite para colaborar novamente com antigos colegas, voltar a uma área em que você já foi feliz ou resgatar talentos e habilidades que haviam sido deixados de lado. Também sugere um ambiente profissional mais harmonioso, baseado na confiança, no apoio mútuo e em relações construídas ao longo do tempo. Em alguns casos, aponta para a valorização da experiência adquirida e para a sensação de “estar em casa” no que se faz.

Seis de Copas nas finanças

Nas finanças, o Seis de Copas fala de estabilidade ligada à simplicidade e ao uso consciente dos recursos. Pode representar ajuda financeira vinda de alguém do passado, um investimento que começa a dar retorno ou escolhas baseadas em valores afetivos, e não apenas materiais. Essa carta lembra que segurança também vem do equilíbrio e da gratidão, incentivando uma relação mais saudável e generosa com o dinheiro.

Nosso passado é parte do nosso legado, e a energia do Seis de Copas o envolve como flores que desabrocham na brisa da primavera. A vida se abre agora em oportunidades de crescimento e expansão, convidando você a revisitar capítulos antigos como quem relê um livro querido — não para permanecer ali, mas para compreender o quanto já floresceu. E, às vésperas do Ano Novo, fica a pergunta essencial: que novo capítulo você está pronto para escrever no livro da sua vida?

Há dias em que o coração desperta voltado para o que foi simples, verdadeiro e afetuoso. Talvez seja exatamente isso que Clarice Lispector traduziu tão bem ao dizer: “Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz.” Que essa nostalgia seja um convite para viver, no agora, aquilo que já fez a sua alma sorrir.

Uma ótima semana, boas festas e muita luz!

Ana Cristina Paixão

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