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Capa B+: Larissa Góes fala sobre ser a protagonista da 3 temporada de "Cine Holliúdy" na TV Globo

"Estar no elenco da terceira temporada de Cine Holliúdy é definitivamente uma das experiências mais excêntricas da minha carreira". A atriz é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana.

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Larissa Góes tem apenas 28 anos, e já tem 18 de carreira. Ela é a protagonista da terceira temporada de “Cine Holliúdy”, na TV Globo. Na produção, a atriz interpreta Rosalinda, uma cantora e dançarina de forró que se envolve com Francisgleidisson (Edmilson Filho).

A cearense ganhou destaque em 2016 quando estrelou a primeira fase da novela “Velho Chico”, também na Rede Globo.  Em seu currículo ainda constam séries como: “Meninas de Benfica”, na Globoplay, e “O cangaceiro do futuro”, da Netflix.

No teatro, a atriz e também cantora esteve em espetáculos como: “Ceará Show”, de Silvio Guindane, e “Barracai”. No cinema, fez longas como “Fortaleza Hotel” e o elogiado “Cabeça de Nêgo”.

Em paralelo a sua carreira artística, Larissa realiza um trabalho de pesquisa de acessibilidade com a Língua Brasileira de Sinais. Ela é formanda em Licenciatura em Teatro e busca em seus trabalhos espaços para se pensar na necessidade de integração social por meio da acessibilidade.

Aos 18 anos deu aulas de teatro para pessoas surdas no Instituto Cearense de Educação de Surdos (ICES) e logo depois assumiu a mesma função na Escola Filippo Smaldone, em Fortaleza.

Em 2020 promoveu uma oficina de teatro para Surdos online, onde jovens e adultos da comunidade surda de todo o país puderam se inscrever gratuitamente.

Larissa é a nossa Capa exclusiva da semana no Correio B+ e conversou com a gente sobre ser a protagonista da série Holliúdo na TV Globo, trabalhos, beleza e novos projetos.

A atriz Larissa Góes é Capa exclusiva da semana do Correio B+ - Foto: Nicolas Gindim - Diagramção - Denis Felipe/Denise Neves

CE - Larissa, você é protagonista da terceira temporada de Cine Hollíudy. Como foi fazer esse trabalho que tem te dado tanto destaque?
LG - 
Estar no elenco da terceira temporada de Cine Holliúdy é definitivamente uma das experiências mais excêntricas da minha carreira. A Série carrega uma narrativa fantasiosa e divertida que conquista o telespectador já de cara, e me conquistou quando assisti às temporadas anteriores.

Pude perceber o tamanho da responsabilidade que assumiria em protagonizar a mais nova temporada e o desafio foi grande do início ao fim, isso pra mim é inquestionável, mas só em ler os episódios, dar boas risadas, imaginar como aquilo tudo se concretizaria na tela eu conseguia encarar de forma cada vez mais leve. Além da equipe e do elenco que me acolheram com muita generosidade e parceria, o que me ajudou a ganhar mais segurança ao dar a vida à Rosalinda.

CE - E como foi a sua trajetória até ganhar essa oportunidade de ser protagonista de uma série da Globo?
LG -
 A maior parte da minha carreira passa pelos palcos do teatro, encarando as adversidades financeiras, culturais, políticas e sociais já tão conhecidas pela maioria dos artistas independentes no Brasil. O audiovisual teve início na minha carreira de forma marcante e decisiva. Sinto que minha primeira experiência com esta linguagem teve em mim enorme influência sobre meu posicionamento de carreira. Novela, filmes, séries foram ganhando espaço no meu fazer artístico e as novas possibilidades de atuação reacenderam minha vontade de continuar trilhando na área da atuação. Também me deram repertório e determinada visibilidade para que produtores entrassem em contato comigo e me mandassem alguns testes, dentre eles, o teste pra série Cine Holliúdy.

CE - Rosalinda, sua personagem na série, é doce, mas tem boas pitadas de humor. Como foi fazer uma personagem cômica e ainda ter a oportunidade de contracenar com grandes nomes do humor nacional?
LG - 
Eu considero a comédia um gênero irreverencioso e isso sempre me interessou. A imprevisibilidade caminhando com a métrica e a repetição é um contraponto indiscutivelmente enigmático e fascinante. Além de me ancorar com grandes obras referências deste gênero, me permitir observar, escutar e experimentar é abrir um forte canal de criação que se relaciona com a destreza dos grandes mestres que estiveram em cena comigo neste trabalho. Eu gostava de assistir às gravações de cena nas quais a minha personagem não estava e fazia isso sempre que possível. Ver a desenvoltura de Solange Teixeira, Carri Costa, Haroldo Guimarães, Edmilson Filho, Heloísa Pérrissé, Falcão Maia e tantos outros artistas excepcionais atuando com tamanha propriedade foi uma grande escola pra mim.

                                Larissa Góes em Cine Holliúdy - TV Globo - Divulgação

CE - Como tem sido a repercussão desse trabalho na sua vida pessoal? E na profissional? Como você tem sentido a respeito do interesse da imprensa e do público sobre você?
LG - 
Cine Holliúdy é uma série que reúne o país inteiro e conquista muitas manifestações de carinho, isso eu já percebia mesmo antes de integrar no elenco. Agora, carregando o protagonismo desta obra, recebo mensagens afetuosas constantemente nas redes sociais. Minha família, que sempre acompanhou e se deleitou com as temporadas anteriores, agora assiste com ainda mais entusiasmo e isso me deixa muito feliz. O fato de ser a primeira cearense a protagonizar esta obra é, sem sombra de dúvidas, um acontecimento que não passa despercebido e isso gera bastante interesse da imprensa em saber um pouco mais do que eu tenho pra falar. Acredito também que pra quem acompanhou meus últimos trabalhos no teatro e no audiovisual e se deparou comigo na comédia, numa versão tão frenética também se surpreendeu. E eu amo quando um trabalho me desafia a investigar minhas multiplicidades enquanto atriz.

CE - Há alguns anos você ganhou destaque nacional ao fazer a mesma personagem que Lucy Alves na novela Velho Chico, também na Globo. Como foi fazer esse trabalho? E, desde então, o que mudou na sua vida?
LG - 
A novela Velho Chico foi uma divisora de águas na minha vida. Foi meu primeiro trabalho com audiovisual e já teve um alcance imensurável sobre as minhas visões de carreira. Eu, com 20 anos, não considerava viver somente de arte. Amava e nunca pretendi largar minha jornada de atriz, mas vindo de família pobre, o desafio de assumir esta profissão ganha uma proporção ainda maior. Logo depois de ter feito minha primeira aparição em rede nacional as coisas mudaram bastante. Pela primeira vez eu não via hostilidade quando declarava o meu trabalho pras pessoas e isso me trouxe certas alegrias, mas também inúmeras reflexões sócio-culturais. 

Só que minha vida nunca esteve ganha. Mesmo depois de ter feito a novela, meu primeiro trabalho de grande porte com projeção internacional, eu continuei tendo que enfrentar dificuldades para seguir enquanto artista atuante de classe baixa morando na periferia de Fortaleza. E não digo isso para que minha história seja romantizada, mas pra que o incentivo cultural seja ao menos respeitado no nosso país. 

Senti uma vontade forte de me afirmar cada vez mais enquanto atriz e acolher (sem antes refletir) tudo o que esta profissão compreende. Trabalhei em outros projetos de audiovisual (longas-metragens, curtas-metragens, séries), estudei e ainda estudo muito porque tenho necessidade disso pra fortalecer o que eu acredito enquanto mulher preta nordestina artista política brasileira.

Larissa Góes - Foto: Nicolas Gondim

CE - Você é cearense e mora em Fortaleza. Como é ser atriz nordestina e ainda morar fora do eixo Rio-SP, onde costuma ficar a maior parte das oportunidades de trabalhos para os artistas?
LG -
 É fato que a maior concentração de investimento nas produções artísticas ainda permanecem no eixo Rio-SP o que resulta numa injusta escassez de verba para as demais regiões e isso sucateia nossa vontade de criação. Fui driblando os impasses e dilemas precisando adquirir novas habilidades, como o canto e a dança, e tentando seguir acreditando no meu trabalho. Mas o tanto de artistas que desistem da esperança pela descentralização e acabam seguindo outras profissões é absurdo. O audiovisual nordestino sempre atuou fortemente na cultura do país mesmo enfrentando momentos de crise e tem crescido cada vez mais. Além da música, do teatro, da literatura que também se destacam mundo afora. Isso mostra que não precisamos provar mais nada do que podemos alcançar artisticamente, mas ainda assim seguimos provando.

CE - Aliás, Cine Holliúdy é uma produção já aplaudida e de sucesso e que conta com grande elenco nordestino. Como você enxerga esse crescimento de oportunidade para atores nordestinos e pretos nas diversas mídias?
LG - 
Fico feliz com este movimento das mídias e percebo que é resultado de muita luta e resistência de pessoas que sofreram e ainda sofrem com as inúmeras segregações tatuadas na nossa história. Ver pessoas que antes estavam recolhidas à subalternidade hoje assumindo com louvor lugares de liderança é um reparo histórico que se faz necessário. E que este seja apenas um ponto de partida. Que possamos galgar novas discussões analíticas e chegar em práticas cada vez mais reparatórias. 


CE - No seu currículo constam muitos trabalhos no cinema e no teatro. Mas acha que a carreira de um ator brasileiro muda quando ele vai fazer televisão?
LG -
 A TV é um grande marco cultural no país, hoje divide espaço com outras formas de veiculação, mas ainda carrega sua majestade. 

Pensando na condição social da minha família, que não teve recursos para custear muitas formas de lazer, entretenimento e informação, a TV pôde, em determinado nível, oferecer isso. Amplificando esta ideia para as condições da maioria das famílias do país, podemos perceber minimamente a influência deste veículo na nossa sociedade. Estar em uma obra televisiva hoje, mesmo sem tanta garantia, pode acarretar muitas projeções profissionais e ainda é um lugar de anseio para muitos artistas.

Cine Holliúdy - TV Globo


CE - Você fez faculdade de Teatro. Nessa sua trajetória de 18 anos de carreira, chegou a  pensar em desistir da carreira? Qual seu plano B?
LG - 
Eu não pensei muito em desistir, mas havia em mim uma enorme resistência em assumir de fato a carreira sabendo das suas dificuldades. Comecei no teatro com 10 anos de idade, mas quando terminei o ensino médio eu entrei na lógica de tentar garantir outra forma de sustento. Entrei na faculdade de fisioterapia. Três semestres depois, a minha vocação bateu à porta e me convenceu a largar aquilo. Foi quando fiz a novela Velho Chico.


CE - E como Larissa Góes cuida da aparência? É vaidosa?
LG - 
Acredito que eu me cuido devidamente. Amo praticar atividades físicas, me alimento relativamente bem e estou sempre zelando muito pelo meu corpo. Vejo este autocuidado também como parte do meu trabalho. É importante manter corpo e mente saudáveis já que as minhas jornadas de atriz têm sido intensas. No teatro, aprendi a me maquiar, fazer penteados, ter noções estéticas quanto à vestimenta e faço isso com muito capricho, mas ao mesmo tempo, quando não estou trabalhando, amo ver minha pele e cabelos livres de artifícios.

CE - Você chegou a dar aula de teatro para surdos em Fortaleza. Conte um pouco dessa experiência e da importância dessa inclusão que a arte pode proporcionar? Pensa em retomar o projeto?
LG -
 José Bezerra, meu amigo intérprete de LIBRAS, que estava dando aulas de teatro em um projeto no Instituto Cearense de Educação de Surdos (ICES), precisaria sair do projeto e não queria deixar a turma sem alguém para ministrar. Falou comigo e me propôs o trabalho. Eu, que nunca tinha dado aula, não sabia LIBRAS, e morava longe do Instituto recusei de cara, mas ele me convenceu a assumir o trabalho dizendo que me ofereceria toda a ajuda necessária para encarar os primeiros encontros. Topei o trabalho e o início foi desesperador, como previsto. Mas entrei num curso e comecei a estudar LIBRAS, colocando em prática tudo o que eu estava aprendendo. Acho que nesse processo eu mais aprendi do que ensinei. Só que eu não fazia a menor ideia do que aquilo tudo compreendia. Comecei a me aproximar da comunidade surda não só pelas aulas de teatro, mas para perceber questões que até então não me ocorriam por estar acolhida pelo privilégio de ser uma pessoa ouvinte.

Aquele período me fez hoje pensar na acessibilidade como uma prática social obrigatória e constante. Procuro sempre abrir espaço pra aprender e inserir pautas como esta no meu fazer artístico.

Na novela Velho Chico - TV Globo

CE - Quais seus sonhos profissionais?
LG - 
Espero que um dia eu consiga com o meu trabalho atravessar as barreiras políticas, sociais, culturais, econômicas e geográficas que me foram impostas a vida toda sem que isso tire minha integridade, lucidez e minha esperança. 

CE - E quais os próximos projetos em que poderemos te ver?  
LG - 
Fico feliz em poder dizer que o longa-metragem "Quando eu me encontrar", das diretoras Michelline Helena e Amanda Pontes já tem data de estreia em junho deste ano, no festival Olhar de Cinema (de Curitiba). Além dele, também poderemos acompanhar o lançamento do longa-metragem "Nosso Estranho Caminho", de Guto Parente, que está entre os 8 selecionados para a Competitiva Internacional do Festival de Tribeca, em Nova York. Ambos contam comigo no elenco.

Larissa Góes - Foto: Nicolas Gondim

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B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Médicos alertam sobre riscos da exposição solar e sobre a importância da proteção solar eficaz

21/12/2025 19h00

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira! Foto: Divulgação

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Infelizmente … aquele bronze dourado e saudável não existe! Esse, que é o desejo de muitas pessoas, pode representar um real perigo para a saúde da pele. “Classificamos os tipos de pele de I a VI, de acordo com a capacidade de resposta à radiação ultravioleta (UV), sendo chamado fototipo I aquele que sempre se queima e nunca se bronzeia, até o VI, pele negra, totalmente pigmentada, com grande resistência à radiação UV. A pigmentação constitutiva - cor natural da pele - é definida geneticamente. A cor facultativa - bronzeado - é induzida pela exposição solar e é reversível quando cessa a exposição”, explica a dermatologista Dra. Ana Paula Fucci, Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O chamado "bronzeado dourado" é observado nas peles mais claras e para ocorrer, ocasiona danos no DNA das células.  “As  consequências serão vistas anos mais tarde, em forma de fotoenvelhecimento, manchas ou lesões cutâneas malignas.O ideal é respeitar seu tipo de pele e sua sensibilidade ao sol. Nunca queimar a ponto de “descascar”. Importante: evite se expor ao sol entre 10 e 16h”, detalha a dermatologista. 

Dra. Ana Paula alerta ainda sobre os riscos de bronzeamento artificial, através das câmaras de bronzeamento: “esse é ainda mais prejudicial para a pele do que a exposição ao sol. A radiação é entregue de forma concentrada e direta, sem nenhum tipo de filtro ou proteção”.  

A médica ressalta que filtro solar não é uma permissão para a exposição ao sol. “Ele é um grande aliado, desde que sejam seguidas as orientações de horário, evitar exposição exagerada e usar complementos como bonés, óculos etc”, reforça Dra. Ana Paula Fucci.  

- Proteção solar eficaz 

A rotina de proteção solar é muito importante em qualquer época do ano, sobretudo agora no verão.  “Não deixe para aplicar o filtro quando chegar na praia ou piscina, por exemplo. O ideal é aplicá-lo cerca de 20 minutos antes de se expor ao sol, para dar tempo de ser absorvido e começar a agir. Também devemos reaplicar o filtro solar a cada 2 horas ou após se molhar ou suar muito”, destaca Dr. Franklin Veríssimo, Especialista e pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pelo Hospital Albert Einstein-SP. 

Dr. Franklin destaca três aspectos importantes para uma proteção solar eficaz:

1- “Use filtro com FPS 30 ou maior;  e para as crianças ou pessoas que possuem pele mais sensível, FPS de no mínimo 50;

2- Use proteção adicional ao filtro solar, como chapéus, viseiras, óculos escuros. Recomendo evitar a exposição solar entre 10 e 16h;

3.  Use roupas leves, claras e chapéu e óculos de proteção UV, principalmente se for praticar caminhadas e atividades físicas ao ar livre.  Quem costuma ficar muito tempo no sol tem que redobrar os cuidados e investir em roupas com proteção ultravioleta”, conclui o médico.  

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