Dani Gondim participou da terceira temporada do famoso reality de gastronomia “Bake Off Celebridades”, exibido pelo SBT. Com 30 anos, a cearense começou a estudar teatro aos 8. Mas foi em 2016 que ganhou destaque nacional ao dar vida à vilã da novela infanto-juvenil “Carinha de anjo” também no SBT.
Em seu currículo ainda constam algumas participações na TV como no sucesso da TV Globo “Malhação”, em 2012, e em “Bom sucesso”, em 2022 também na Globo. Em 2017, esteve em “Cúmplices de um Resgate”, na emissora de Silvio Santos.
Recentemente, rodou o curta “Nuvens de Chantilly”, com direção de Marcoz Gomez, que vai começar a percorrer festivais. Além de atuar, escreveu a música tema do projeto, dirigiu, produziu e esteve no elenco do clipe da canção.
Dani Gondim é modelo desde os 12 anos, e já desfilou para grandes marcas e posou para revistas de moda destaques no mundo como Elle, Vogue, Glamour Italia, entre outras.
Paralela à vida artística, é embaixadora do Instituto Povo do Mar , em Fortaleza, Ceará (sua cidade natal).
A ONG tem a finalidade de garantir o acesso à educação, ao esporte, às artes, à cultura para o pleno desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social nas comunidades locais. E todo fim de ano, Dani apresenta as Lives do Instituto para arrecadações on-line.
Ela ainda dá palestras para crianças e jovens que sonham em seguir uma vida artística mais sustentável e equilibrada.
Como surgiu seu interesse pelas artes cênicas? Quando começou a estudar teatro aos 8 anos em Fortaleza, sua cidade, já pensava em seguir a carreira ou era apenas um passatempo?
"Eu sempre me vi artista, só não tinha o entendimento de que isso poderia ser uma profissão tendo em vista minhas referências familiares que seguiram uma linha mais “convencional”.
Nem chegava a ser um sonho porque não via outras possibilidades. Um pouco mais para frente e com muitas portas de oportunidades abertas, realizei que era uma profissão tão séria como qualquer outra, que requer dedicação, estudo e disponibilidade física e emocional", explica.
Dani esteve recentemente conosco aqui no B+ compartilhando com a gente sua famosa receita do bolo que fez no Bake Off , o"Tapete Vermelho", prometeu voltar e olha ela aí com a gente em nossa Capa exclusiva da semana do Caderno falando sobre carreira, vida de modelo, padões de beleza, trabalhos e novos projetos.
Dani Gondim é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Luís Morais - Diagramação: Denis Felipe/Denise Neves
CE - Você tem uma trajetória como atriz e estrelou a novela Carinha de Anjo, no SBT. Como é trabalhar para crianças e adolescentes?
DB - Eu sempre falei que era uma novela infanto-juvenil e, depois de muito tempo produzindo, entendi que era além disso. Carinha de Anjo é uma novela familiar que invade o ambiente por completo: filhos, pais, avós, tios, todo mundo reunido para assistir e aprender. Foi extremamente gratificante entender que meu trabalho trazia entretenimento e ensinamentos para tantas casas.
CE - Hoje, com a diversidade de streaming e novas mídias surgindo, acha que fazer novelas ainda é importante pra carreira de atores no Brasil acontecer?
DG- Acho que tudo é importante. Meu desejo seria passar por todas as etapas e janelas da atuação. Até para nosso entendimento como atores. Mas, sem dúvidas, a novela brasileira ainda é uma grande porta de entrada para a “fama” e o poder que ela carrega.
CE - Dani Gondim está com 30 anos de idade. Esse número pesou de alguma forma pra você como mulher? E como modelo (já que se trata de uma carreira que a idade costuma limitar)?
DG - Curiosa essa pergunta porque ao mesmo tempo que seria um primeiro passo para a maioria das profissões, como modelo já é quase uma aposentadoria, ao menos nos veículos fashionistas tradicionais.
Mas, respondendo de forma clara, eu sinto falta de um pedaço da moda que meu corpo e minha idade já não fazem mais parte e, ao mesmo tempo, me vi atuando em tantas áreas artísticas ao longo da minha profissão que essas transições foram naturais.
Não teve um corte, existiram passagens, suaves, com visitações, idas e vindas, até que fosse posto o que está hoje. Uma observação; temos vários exemplos de modelos 30+ 50+ 70+ fazendo belíssimos trabalhos na moda. E alguns países que trabalhei até preferem essas modelos. São trabalhos diferentes, mas importantes para a comunicação com todo o público consumidor.
Dani Gondim - Foto: Luís MoraisCE - Trabalhando como modelo desde os 12 anos, como você lida com a sua vaidade?
Qual o limite dela?
DG - Eu sempre digo que minha vaidade dificilmente ultrapassa meu conforto com duas exceções: o trabalho e “a celebração do outro” (um aniversário, um casamento, sempre tento me adequar ao que o dono do evento deseja para aquele momento. Nada a mais, nada a menos— um vestido de gala é inadequado para um aniversário na praia da mesma forma que um biquíni não caberia em um casamento formal).
CE - Já recorreu ou pretende recorrer a algum procedimento estético?
DG - Já sim e hoje tenho o privilégio de ser acompanhada por um profissional (Fabiano Magacho) que entende e respeita que não quero me transformar. Apenas cuidar para que meu corpo, meu cabelo, minha pele me sirvam de forma eficiente para minha vida pessoal e profissional.
CE - Ainda muita nova você começou a trabalhar, inclusive fazendo desfiles no exterior. O que perdeu e o que ganhou com essa vida?
DG - Voltando para minha cidade e ouvindo as histórias de minhas amigas eu entendo que deixei de viver uma adolescência “normal”.
Minha família sempre deu grande valor aos compromissos profissionais e a fruta não caiu longe da árvore. Eu tinha uma dedicação e empenhos que não são comuns para meninas nessa idade. Em quase 20 anos de profissão não deve caber em uma mão a quantidade de vezes que me atrasei para um trabalho.
Os louros são colher os frutos de uma vida financeira estável ainda jovem e de forma independente. É como se os anos de vida fossem atropelados e agora que estão todos fervendo no trabalho eu me encontro em um lugar de mais paz e tranquilidade usufruindo do que foi plantado e podendo “escolher” com mais segurança os próximos passos da vida profissional.
Dani em gravação da final - Divulgação SBTCE - Em tempos de discussão sobre machismo, feminismo, acha que em 2023 ainda existe o preconceito sobre o talento de pessoas impactado pela beleza?
DG - A beleza é um facilitador, assim como dinheiro, fama... São formas de poder e o poder abre portas. O conceito de beleza estipulado é cruel e excludente e isso sim precisa ser transformado, mas acho que seria uma ilusão dizer que suas opções não se expandem quando se está dentro dos “padrões de beleza” de cada época.
CE - Você é uma das finalistas do Bake Off celebridade, do SBT. Como foi fazer o programa?
DG - Gravar o Bake Off Celebridades foi uma das melhores experiências da minha vida. Me vi em um lugar de exposição, sem controle da minha imagem, sem controle do tempo e levada diversas vezes a exaustão. E, junto a esse turbilhão de sentimentos, me vi cercada de uma equipe gigantesca e extremamente generosa. Foi um grande presente.
Dani Gondim foi finalista do Bake Off Brasil - Divulgação SBT
CE - Você é competitiva?
DG - Competitiva até o talo. Um dos meus trabalhos internos esse ano é resgatar de onde tirei essa necessidade de me provar. Se digo um sim profissional, eu dou tudo de mim para que seja excelente e a frustração quando isso não acontece é enorme.
CE - O que ainda não realizou na carreira?
DG - Vou pensar em uma resposta mais direta para essa pergunta. Mas sei que quero usar o poder que meu trabalho traz para contribuir com mudanças positivas no mundo, ajudar outras pessoas a alcançarem uma vida digna. A forma de conquistar isso eu ainda não sei qual é. Mas estamos plantando sementes, talvez os frutos venham mais fortes e eficientes.
CE - E qual seu momento mais marcante?
DG - Profissionalmente, estrelar um filme que tem minha música autoral na trilha foi muito gratificante. Não vejo a hora de assistir nas telonas essa exibição.
Pessoalmente, a morte de meu avô. Um mundo interno foi transformado e começou um silêncio que eu não sabia que existia. Entender a finitude física e como ela é separada da sensorial. É como se a alma permanecesse quando o corpo já não está presente. Acho que só depois disso eu verdadeiramente me vi adulta. A dor adulta dói mais profunda e perdura por mais tempo.
CE - Quais os próximos projetos de Dani Gondim na vida e na arte?
DG - Atuar, apresentar, compor, estamos com esses três braços engatilhados para que nosso ano continue produtivo. Continuo fazendo minhas aulas, preparando meus roteiros e produzindo nossos conteúdos para entregar nossa arte. E com o fim do Bake off, agora aguardo a estreia do nosso filme no meio do ano, junto com outras duas músicas e já começamos as novas gravações para um próximo projeto que logo mais será divulgado.
Dani Gondim é modelo desde os 12 anos de idade - Divulgação

Cristianne e Rinaldo Modesto de Oliveira
Isabella Suplicy


