A gaúcha de 29 anos, estreou no dia 12 de dezembro como a camareira Michele em “Amor dos Outros” no canal CineBrasilTV.
A série, que foi gravada em 2019, conta a história de Sandra (Júlia Horta), também camareira de um motel no interior do Nordeste, que esconde sua profissão do marido Eurípedes (Vandré Silveira), por medo de sua reação, mas que batalha pelo sonho da casa própria com ele.
Na trama, Sandra e Michele são melhores amigas, e dividem confidências e angústias. Do outro lado, porém, Michele tem uma visão de mundo um pouco diferente.
“Minha personagem é segura, avançada demais para a cidade que mora e absolutamente despachada, muito prática!
Ela não tem tempo pra devaneios românticos, sabe?! Só quer ser independente e um dia sair da pequena cidade em que ela mora, ganhar o mundo, estudar e prosperar.
O meu patrão é Seu Alaor, interpretado pelo grande ator Roberto Pirillo.
Ainda contraceno com Lucélia Pontes, atriz maravilhosa alagoana que faz a personagem Escarlete, a prostituta mais bonita da região; Vandré Silveira, ator de muito recursos que interpreta o caminhoneiro Eurípedes e o Amauri Jucá, humorista piauiense que faz o conselheiro Padre Salustiano.
Ainda contamos com várias participações especiais como da atriz Áurea Maranhão e Breno Nina”, conta Catarina.
Mas mesmo com a falta de tempo para romance, a jovem acaba em um triângulo amoroso com Adílio (André Ramiro), também funcionário do motel, e Vince (Igor Medeiros), um playboy, filho do dono do estabelecimento e recém-chegado na cidade.
“O Adílio é muito apaixonado, chega a ser um amor inocente, que a gente se derrete. Só que a Michele não dá a menor condição.
E quando o Vince chega na cidade, arrastando asa para ela, ele fica com ciúmes, especialmente porque os dois se aproximam, pelo fato do rapaz cursar faculdade na cidade grande, que é um sonho para ela”, explica.
Do set, Catarina guarda não só boas recordações, mas a amizade com os colegas de cena e equipe.
Ela e Júlia Horta, que já se conheciam desde 2017, quando participaram do Prêmio Multishow de Humor, levaram a parceria para fora das telas e em outros trabalhos. “Acho que essa série fala muito sobre essa amizade potente de duas mulheres que se valorizam, torcem genuinamente uma pela outra. A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Não sei. Só tenho certeza que essa amizade da série corresponde ao nosso vínculo na vida real”, se declara.
Formada pela CAL, a atriz saiu de Porto Alegre para viver o sonho da profissão aos 17 anos.
Mesmo com as críticas, pelo fato de os pais deixarem a filha ir embora tão cedo, Catarina pontua que foi o maior ato de amor da parte deles.
“Tenho certeza que nunca se arrependeram de me dar toda a assistência possível. Hoje eles têm uma filha genuinamente feliz e plena na vida que está construindo, tijolinho por tijolinho. Não tenho dúvidas que essa é a maior retribuição de todos os sacrifícios que eles fizeram”, conta ela.
De lá pra cá, fez diversas montagens teatrais, até que em 2014, foi convidada para atuar no espetáculo ‘Cabaré Foguete’, dirigido por Ivan Sugahara, onde contracenou com nomes como Joel Vieira, Nara Parolini, Rita Fischer e Thiago Ristow.
Logo após, ela recebeu o convite para participar do Prêmio Multishow de Humor (edição de 2017), onde os melhores humoristas, dentre 28, eram eleitos a partir de eliminatórias voltadas para comédia e com um júri de peso, composto por Bento Ribeiro, Marrom, Natália Klein, Dani Valente e Sérgio Mallandro, além de convidados como Katiuscia Canoro, Rafael Infante e Simone Gutierrez.
“Foi muito louco, porque eu não tinha nenhuma composição pronta! Nenhum texto, personagem! Nada! Só a minha cara de pau que não é pequena”, relembra Catarina.
E se o humor foi um ponto de virada, a música também. Com a “Banda Hétera”, Catarina cantava músicas do “Cabaré Foguete” e autorais, além de abordar questões como a homofobia, o machismo.
“Depois da ‘Banda Hétera’ eu não tenho questão nenhuma em dizer que sou, também, uma cantora”, explica.
Para 2022 a atriz estará na série “Cinema Café”, que também terá a sua estreia no Cinebrasil TV, e terá a direção de Paulo Fontenele.
A trama se passará em um cinema, em Niterói, e conta, em seu elenco, com nomes como Paloma Duarte, Bruno Ferrari, Bárbara Bruno e Camilo Bevilacqua.
A atriz também estará na produção “Jenipapo – A Fronteira da Independência”, que vai falar sobre a Batalha do Jenipapo, ocorrida em 1823, no Piauí, logo após a Independência do Brasil, e que resultou num dos confrontos mais sangrentos da história.
Catarina interpreta Maria Isabel, esposa de Simplício Dias (interpretado por Vandré Silveira), líder do movimento de independência do Piauí.
E sobre a experiência, ela guarda o melhor possível.
“Além de estar na frente das câmeras, tive o prazer de ser a preparadora de elenco e participar da escolha do casting.
Foi algo poderosíssimo e desafiador! Estávamos no meio da pandemia, fazíamos testes todos os dias e, felizmente, ninguém da equipe foi infectado.
Cuidamos muito uns dos outros. A saudade de casa, pelo fato de ficarmos morando durante três meses em hotéis, também pesou.
Mas o resultado foi incrível, e conhecer a cultura piauiense me agregou e muito enquanto pessoa e profissional” ressalta ela.
Catarina finaliza falando da importância do teatro em sua carreira trabalho.
“Com ele, aprendi a confiar na vida. Mas vou além. O teatro me educou. O que eu acredito é no trabalho, dedicação e muita entrega.
O glamour é apenas uma ilusão. O que sustenta é garra de tentar pagar o mínimo de um teatro em dia de semana num estado sucateado como o nosso”.



