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Cinema B+: Acima de Qualquer Suspeita ganha reboot

Refilmagem do suspense judicial que fez sucesso nos anos 1990s traz Jake Gylenhaal em mais um conteúdo nostálgico, depois de arranhar com Matador de Aluguel

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É bem difícil imaginar, ou explicar, o impacto do livro Acima de Qualquer Suspeita (Presumed Innonent) em 1987. Escrito pelo ex-advogado Scott Turow e obviamente situado nos bastidores do mundo da Justiça, a conclusão do romance foi tão fora da caixa que gerou uma movimentação ímpar em tempos pré-redes sociais.

Em apenas três anos o best seller virou um filme, estrelado por Harrison Ford, acumulou milhões nas bilheterias e caiu no esquecimento. No entanto, graças à David E. Kelley, ex-advogado ele mesmo, o livro volta a ser explorado agora em formato de minissérie, estrelada por Jake Gyllenhaal e com a estreia antecipada pela Apple Tv Plus para o início de junho, dia 12. Seria mesmo necessário?

O Best Seller e a surpresa sobre o culpado

Como foi divulgado, a série de 2024, será “reimaginada” e vai explorar mais profundamente alguns dos temas que no filme ficaram à parte: obsessão, sexo, política e poder assim como os limites de um amor doentio.

Tudo isso enquanto o acusado, o advogado Rusty Sabich (Gylenhaal) luta para manter sua família e seu casamento unidos durante o duro processo de investigação e julgamento. O que fica no ar é se vão manter a grande surpresa do final da história, tão conhecido 37 anos depois.

Em 1987, Acima de Qualquer Suspeita (Presumed Innonent) fez de Scott Turow, em seu primeiro romance, um fenômeno.

A história é sobre um promotor acusado do assassinato de sua colega, uma promotora atraente e inteligente chamada Carolyn Polhemus. Contado na primeira pessoa, acompanhamos a angústia de Rusty para escapar de uma condenação enquanto tenta decifrar o crime.

Tudo é estranhamente suspeito. Ele e Carolyn foram amantes e pelo que a polícia percebe, ela parece ser vítima de um encontro sexual que deu errado porque ela morta por um único golpe no crânio com um objeto desconhecido enquanto estava amarrada. Rusty é suspeito porque encontram seu semen na promotora, embora ele saiba que o romance entre os dois tenha acabado há um tempo e que ele não é o culpado.

Desculpem que não vou poupar spoilers aqui.

Carolyn, como era típico nos anos 1980s, que é uma mulher ambiciosa e independente, é apresentada como uma pervetida, insensível, manipuladora e ambiciosa, em contraste com Barbara (Ruth Negga), a esposa dedicada e sofrida de Rusty. Barbara, pelo que ostensivamente sabemos, perdoou e apóia Rusty, mas no passado precisou de ajuda psiquiátrica quando teve uma crise nervosa ao saber da traição do marido.

Há toda uma subtrama política de promotores e advogados correndo ao fundo, e quando Rusty é acusado, ele vai a julgamento mesmo que as evidências sejam circunstanciais. No local do crime havia um copo com suas impressões digitais, registros de ligações dele para Carolyn, fibras de um tecido de carpete da casa dele e claro, seu esperma na vagina de Carolyn. Como o copo “desaparece”, isso interfere no processo e aos poucos Rusty vai descobrindo o pior lado de Carolyn, incluindo romances com outros homens poderosos, o que parece ser o motivo de seu assassinato, com Rusty sendo o bode expiatório.

Como na Justiça as pessoas são inocente até que provem ao contrário e tem que ser acima de qualquer suspeita, Rusty é “inocentado”. Porém aí vem a virada: ao longo do tempo, seu relacionamento Barbara só piora, e ela decide se separar dele. Apenas então ele entende que foi Barbara que matou Carolyn e fez parecer que o marido fosse o culpado.

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Ela queria se vingar dos dois, mas, em especial, da mulher que quase destruiu sua família. A surpresa – desde então – vem sido usada para várias reviravoltas em histórias sobre crimes.

No livro a história termina em aberto, sem que Rusty denuncie Barbara. A partir desse livro, Scott Turow escreveu outros romances, incluindo a continuação – Innocent – lançada em 2010. Dessa forma, a série da Apple TV Plus tem toda cara que vá unir os dois romances.

Sucesso no cinema, mas nada de grandioso

Como Hollywood amava “filmes de tribunal”, um suspense jurídico que vendeu milhões de cópias era algo esperado para virar filme, e, em 1990, o diretor Alan J. Pakula lançou o longa estrelado por Harrison Ford, Brian Dennehy, Raúl Julia, Bonnie Bedelia, Paul Winfield e Greta Scacchi.

Os direitos do romance tinham sido comprados antes mesmo do livro chegar às lojas, mas escrever um bom roteiro foi um processo demorado e que mudou de mãos até chegar à Pakula.

Acima de Qualquer Suspeita (Presumed Innonent) foi a oitava maior bilheteria de 1990, arrecacando mais de 220 milhões de dólares. Ganhou uma minissérie de televisão, The Burden of Proof, em 1992, e filme feito para TV, Innocent, em 2011, mas não virou um clássico. Talvez porque tenha sido vítima do tempo, afinal, por decisão do diretor, o conceito de justiça passou a ser central para a história, mesmo que a devassidão da vida pessoal de Carolyn pudesse ter alguma atração também.

As tentativas de continuação foram frustradas

O primeiro spin-off de Acima de Qualquer Suspeita (Presumed Innonent) explorado na TV foi a minissérie The Burden of Proof, 1992, acompanhando o advogado de defesa Sandy Stern (Héctor Elizondo), que investiga o passado de sua esposa após seu aparente suicídio. Depois, com o lançamento de Innocent, o filme feito para TV é ambientado vinte anos após o assassinato de Carolyn, com Rusty Sabich (Bill Pullman) agora sendo acusado do assassinato de sua esposa, Barbara (Marcia Gay Harden). Exibido na TNT em 2011, não gerou nem polêmica nem grandes ondas de reconhecimento no público.

Diante disso tudo é irônico imaginar que David E. Kelley tenha decidido resgatar essa história para sua série na Apple TV Plus. Ele desenvolveu o roteiro com J. J. Abrams e traz Jake Gyllenhaal em mais uma refilmagem de um filme dos anos 1990s. Depois do que vi em Matador de Aluguel (The Roadhouse) estou duplamente cínica quanto à necessidade ou expectativa do reboot de Acima de Qualquer Suspeita (Presumed Innonent).

Outro problema que vejo para a série, antes mesmo de sua estreia, é que o reboot de Atração Fatal pescou muito do que pode estar em Acima de Qualquer Suspeita (Presumed Innonent). Ou seja, mais do mesmo.

Será que dessa vez Jake acerta?

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B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Médicos alertam sobre riscos da exposição solar e sobre a importância da proteção solar eficaz

21/12/2025 19h00

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira! Foto: Divulgação

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Infelizmente … aquele bronze dourado e saudável não existe! Esse, que é o desejo de muitas pessoas, pode representar um real perigo para a saúde da pele. “Classificamos os tipos de pele de I a VI, de acordo com a capacidade de resposta à radiação ultravioleta (UV), sendo chamado fototipo I aquele que sempre se queima e nunca se bronzeia, até o VI, pele negra, totalmente pigmentada, com grande resistência à radiação UV. A pigmentação constitutiva - cor natural da pele - é definida geneticamente. A cor facultativa - bronzeado - é induzida pela exposição solar e é reversível quando cessa a exposição”, explica a dermatologista Dra. Ana Paula Fucci, Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O chamado "bronzeado dourado" é observado nas peles mais claras e para ocorrer, ocasiona danos no DNA das células.  “As  consequências serão vistas anos mais tarde, em forma de fotoenvelhecimento, manchas ou lesões cutâneas malignas.O ideal é respeitar seu tipo de pele e sua sensibilidade ao sol. Nunca queimar a ponto de “descascar”. Importante: evite se expor ao sol entre 10 e 16h”, detalha a dermatologista. 

Dra. Ana Paula alerta ainda sobre os riscos de bronzeamento artificial, através das câmaras de bronzeamento: “esse é ainda mais prejudicial para a pele do que a exposição ao sol. A radiação é entregue de forma concentrada e direta, sem nenhum tipo de filtro ou proteção”.  

A médica ressalta que filtro solar não é uma permissão para a exposição ao sol. “Ele é um grande aliado, desde que sejam seguidas as orientações de horário, evitar exposição exagerada e usar complementos como bonés, óculos etc”, reforça Dra. Ana Paula Fucci.  

- Proteção solar eficaz 

A rotina de proteção solar é muito importante em qualquer época do ano, sobretudo agora no verão.  “Não deixe para aplicar o filtro quando chegar na praia ou piscina, por exemplo. O ideal é aplicá-lo cerca de 20 minutos antes de se expor ao sol, para dar tempo de ser absorvido e começar a agir. Também devemos reaplicar o filtro solar a cada 2 horas ou após se molhar ou suar muito”, destaca Dr. Franklin Veríssimo, Especialista e pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pelo Hospital Albert Einstein-SP. 

Dr. Franklin destaca três aspectos importantes para uma proteção solar eficaz:

1- “Use filtro com FPS 30 ou maior;  e para as crianças ou pessoas que possuem pele mais sensível, FPS de no mínimo 50;

2- Use proteção adicional ao filtro solar, como chapéus, viseiras, óculos escuros. Recomendo evitar a exposição solar entre 10 e 16h;

3.  Use roupas leves, claras e chapéu e óculos de proteção UV, principalmente se for praticar caminhadas e atividades físicas ao ar livre.  Quem costuma ficar muito tempo no sol tem que redobrar os cuidados e investir em roupas com proteção ultravioleta”, conclui o médico.  

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