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Cinema B+: Alex Cross: A Nova Adaptação de James Patterson

A série na Amazon Prime atualiza a trama do popular detetive famoso na literatura e no cinema. Será que agora emplaca?

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A terceira tentativa de dar vida ao detetive Alex Cross para as telas parece ter dado certo. Finalmente! A série da Amazon Prime que estreou essa semana, disponibilizando todos os episódios da primeira temporada traz o ator Aldis Hodge no papel título que é um personagem popular da literatura desde 1993.

Alex Cross foi criado pelo autor James Patterson e imediatamente despertou o interesse de Hollywood. Ele é um detetive e psicólogo forense negro que trabalha na polícia de Washington, D.C., além de atuar como agente do FBI em algumas histórias.

Cross é conhecido por sua inteligência aguçada, determinação e empatia, características que o tornam um investigador eficaz e uma figura paterna carinhosa para seus filhos. Seu passado como psicólogo e suas habilidades analíticas o ajudam a compreender a mente de criminosos perigosos, incluindo assassinos em série e terroristas.

Sim, é o nascimento mais do que esperado de uma franquia!

Alex Cross nos livros

A primeira aparição de Alex Cross foi no bestseller Along Came a Spider (Na Teia da Aranha), publicado em 1993. Nele, Cross enfrenta um sequestrador sádico, mas ao longo da série de livros, ele é desafiado por vários antagonistas, muitos dos quais são psicopatas complexos.

A série de livros de Alex Cross tornou-se extremamente popular, levando a adaptações para o cinema. Nos filmes, Cross foi interpretado por Morgan Freeman em Kiss the Girls (Beijos Que Matam) e Along Came a Spider, com recepção morna dos críticos. Na época, eu adorei os dois. Mais tarde, Tyler Perry tentou reavivar a franquia vivendo o detetive, mas não funcionou.

Alex Cross é um dos primeiros protagonistas negros de grande destaque em thrillers de mistério, e seu personagem explora temas de justiça, família e luta pessoal contra o mal. Ele continua sendo um dos personagens mais duradouros e queridos de James Patterson, com uma série de livros que ainda atrai leitores em todo o mundo.

Patterson lançou mais de 30 títulos protagonizados por Alex Cross, cada um explorando crimes desafiadores, numa série conhecida por misturar ação, suspense e uma dimensão emocional centrada na vida familiar do protagonista.

A recepção inicial foi positiva, especialmente pela habilidade de Patterson em criar tramas de suspense que prendem o leitor.

No entanto, críticas surgiram ao longo do tempo devido ao uso frequente de coautores para expandir a franquia, o que alguns leitores consideram uma diluição da qualidade original.

Ainda assim, os livros mantiveram uma base de fãs dedicada e continuam a ser uma das mais populares de Patterson, ajudando-o a se tornar um dos autores mais vendidos do mundo.

Com cada novo título, Cross ganha camadas de complexidade. A série mostra sua luta para equilibrar o papel de pai, investigador e ser humano em um mundo cheio de violência. Isso o torna um personagem multifacetado, com quem os leitores conseguem se conectar.

Suas características principais são:

Inteligência e perspicácia: Cross usa seu treinamento psicológico para entender a mente dos criminosos, o que lhe dá vantagem em investigações complexas. Sua abordagem é meticulosa e centrada no comportamento humano, tornando-o um excelente detetive.

Conexão familiar: A vida familiar é uma âncora emocional para Alex. Ele é pai de três filhos e muito próximo de sua avó, Nana Mama, que ajuda a cuidar das crianças. Essa dinâmica destaca seu lado humano, contrastando com os perigos e horrores que enfrenta no trabalho.

Traumas pessoais: Sua esposa foi assassinada, um evento que o marcou profundamente. Apesar disso, ele permanece resiliente, equilibrando suas responsabilidades profissionais e pessoais com determinação.

Moralidade forte: Alex é guiado por um senso inabalável de justiça. Ele se recusa a deixar que as adversidades ou o cinismo do mundo alterem sua crença no que é certo.

Alex Cross: A Nova Adaptação de James Patterson  - Divulgação

Alex Cross no cinema

Com o sucesso dos livros, as primeiras adaptações cinematográficas focaram os dois primeiros livros e, claro, também ajudaram a popularizar a série. O astro Morgan Freeman foi o primeiro Alex Cross fora das páginas, sendo elogiado pelo público, mesmo com as críticas das diferenças entre o que ele era nos livros e na tela.

Por exemplo, nos livros, Alex Cross é um detetive de homicídios e psicólogo forense de Washington, D.C., cuja inteligência e compaixão se destacam, descrito como um homem negro, alto e atlético, com uma personalidade que combina força e vulnerabilidade.

Cross se dedica profundamente à sua carreira, mas sua vida pessoal, marcada por tragédias, desempenha um papel central na narrativa, mas com Freeman muitos deles foram excluídos do roteiro.

Graças ao talento e credibilidade de Freeman, muitos fãs o consideraram uma escolha perfeita para o papel, elogiando sua presença em cena e a capacidade de transmitir tanto a inteligência quanto a humanidade do personagem.

Ele trouxe uma gravidade que fez o personagem ressoar com o público. Porém sua relação familiar foi ‘sacrificada’ porque ele era muito mais velho do que o Alex Cross dos livros, oferecendo uma versão mais madura e calma do personagem.

Em 2012, Tyler Perry tentou aproveitar o espaço deixado por Freeman e resgatou Alex Cross, como um reboot da franquia. Derrapou totalmente, enfrentando críticas severas e recepção mista do público. Com direção de Rob Cohen e Matthew Fox como o antagonista, Perry não convenceu como o herói, também mais velho do que no livro e sem o carisma de Freeman.

O filme foi criticado por sua direção inconsistente e roteiro superficial. No Rotten Tomatoes, teve apenas 11% de aprovação crítica, e sua média no Metacritic foi de 30/100, indicando avaliações desfavoráveis.

Comercialmente, o filme arrecadou US$ 34,6 milhões, pouco abaixo de seu orçamento de US$ 35 milhões, o que desestimulou a sequência planejada para Double Cross.

Embora Tyler Perry tenha tentado trazer um Alex Cross mais acessível e emocional, críticos notaram que sua atuação não conseguiu capturar a complexidade e carisma do personagem dos livros, e o tom do filme oscilou entre ação e thriller psicológico, sem se destacar em nenhum dos dois.

A terceira vez é a da sorte?

Cross é a terceira tentativa de dar vida ao detetive e parece que – dessa vez – acertou o alvo. Mais ainda porque sendo uma série, não um filme, portanto tem as horas necessárias para o desenvolvimento de Alex com a família, o que sempre ficou sem tempo suficiente antes.

A primeira temporada é baseada no livro Along Came a Spider (Na Teia da Aranha), o primeiro da série literária de James Patterson, mas, apesar de usar elementos centrais da história, como a morte de Maria Cross e a investigação de Alex sobre um assassino em série, a adaptação faz ajustes significativos para atualizar a trama e destacar aspectos da identidade e da cultura do personagem.

Agora, acompanhamos mais detalhes sobre o contexto familiar e emocional de Alex, além de enfatizar sua vida como pai e as dinâmicas em sua comunidade.

Esses elementos, embora menos explorados nos filmes anteriores e até mesmo em algumas partes do livro, buscam tornar a adaptação mais contemporânea e autêntica, alinhando-se ao espírito das obras originais de Patterson, mas com uma abordagem moderna para a TV

Embora assim como os filmes anteriores Cross também tenha alterado detalhes significativos, a série se manteve mais próxima do espírito original ao aprofundar os aspectos psicológicos e familiares de Alex Cross, que são centrais na obra de James Patterson.

Em geral, a recepção tem sido mista, com elogios à performance do protagonista Aldis Hodge, mas críticas quanto à execução da trama.

Há muitos pontos soltos, que por horas parecem repetitivos e dificulta acompanhar as soluções das investigações de forma coerente. É um ritmo inconstante, uma necessidade de reviravoltas que poderiam ter sido tratadas melhor. O que não tira efetivamente a qualidade de nos entreter.

Cross é uma opção para os fãs de Reacher, por mais opostos que as personagens sejam nas páginas e nas telas. São thrillers psicológicos que divertem e engajam.

Não demandam grandes teorias ou horas de discussão, mas funcionam para suas propostas. Uma segunda temporada está garantida e isso é uma ótima notícia. Pelo visto, a terceira vez foi mesmo a da sorte.

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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