O ponto alto da Marvel ficou na fase 4, que culminou no início da Pandemia e o domínio das plataformas enquanto os cinemas estavam interditados. Porém a fase 5, mais densa e de transição, tem encontrado um caminho mais tortuoso.
Particularmente, reconheço que nem tudo estava reinventando a roda, mas, em geral, gostei de tudo, o problema é ter memória de elefante e guardar todas as conexões.
Seja como for, há uma parte que está levando os fãs à loucura que inclui trazer para Marvel heróis dos quadrinhos que não estavam na mesma plataforma. Um deles? O super popular Demolidor (Daredevil) que estreou na Disney Plus logo depois do Carnaval com um nome bem direto: Demolidor: Renascido.
A nova série da Marvel manteve o ator Charlie Cox (como sabíamos em suas pontas em outros filmes e séries) como Matt Murdock, assim como o maravilhoso Vincent D’Onofrio como Wilson Fisk, o Rei do Crime. Os dois que estavam na série desde os tempos da Netflix, ou seja, há 10 anos (Demolidor teve om três temporadas na plataforma).
Para acompanhar a série “nova”, é preciso ser iniciado porque não perdem tempo em explicar muito, menos ainda ignorar o que foi feito antes.
Para relembrar, Matthew Michael Murdock (Charlie Cox) é um advogado que ficou cego ainda criança quando foi exposto em um acidente envolvendo um caminhão que carregava lixo tóxico e que fez com que ele desenvolvesse vários sentidos aguçados.
Eventualmente, para combater o crime em NY, especialmente em Hell’s Kitchen, Matt se transforma no “Demolidor” (Daredevil), e passa a levar uma vida dupla: durante o dia, trabalha em seu escritório de advocacia ao lado de seu melhor amigo, Foggy Nelson.
À noite, Matt é um vigilante mascarado que luta contra o crime nas ruas, cruzando o caminho e virando inimigo de Fisk.
Na primeira temporada (ainda na Netflix). Matt luta contra o crime nas ruas de Hell’s Kitchen, se tornando inimigo de Fisk, que é o Rei do Crime. Em meio à justiça, moral e vingança, destaca-se a dualidade de Matt, que atua tanto como advogado em busca de justiça dentro da lei quanto como vigilante, que a impõe fora dela.
Já na segunda temporada, Matt Murdock se vê diante de dois vigilantes que desafiam seus princípios: o Justiceiro, um anti-herói brutal que não mede consequências para vingar sua família, e Elektra, uma antiga paixão envolta em mistério e perigo.
Demolidor: Renascido traz de volta a intensidade e brutalidade do herói da Marvel - DivulgaçãoEnquanto enfrenta esses novos desafios, Matt é forçado a confrontar o conflito entre sua visão de justiça e os métodos extremos do Justiceiro, ao mesmo tempo em que as ações de Elektra desencadeiam consequências inesperadas que podem mudar tudo.
E na terceira temporada, uma mais sombria e intensa de Matt Murdock, depois dos eventos devastadores da segunda temporada e da minissérie Os Defensores, ele precisa se reconstruir física e emocionalmente, lidando com as marcas deixadas por suas escolhas.
Mas o perigo ressurge com força total quando Wilson Fisk retorna, mais poderoso, manipulador e implacável do que nunca. Em um embate que testa seus limites como nunca, Matt encara seus demônios internos e as consequências de sua cruzada, colocando em jogo não apenas sua vida, mas também seus relacionamentos e tudo o que ele acredita.
Agora na casa nova, com um upgrade significativo de orçamento que é perceptível na longa sequência de luta que abre a série, reencontramos Wilson Fisk candidato a prefeito, querendo instaurar o caos para que consiga de qualquer forma todos os seus objetivos.
Enquanto isso, Murdock está em uma fase bem-sucedida como advogado, mas terá de retornar as ruas para garantir a segurança de Hell’s Kitchen e daqueles que ama.
Intenso, bem amarrado e frenético, os dois primeiros episódios justificam toda excitação dos fãs. Murdock está muito mais raivoso e violento, especialmente SPOILER ALERT, depois do assassinato de seu melhor amigo, Foggy Nelson (Elden Henson), pelas mãos de Bullseye (Wilson Bethel), um ex-agente psicopata do FBI que invade o bar Josie’s, deixando um rastro de sangue por onde passa.
Um ano depois, tendo abandonado seus dias como Demolidor. Murdock fica chocado quando Fisk é eleito prefeito e os dois desconfiam mutuamente (com grande razão).
Demolidor: Renascido traz de volta a intensidade e brutalidade do herói da Marvel - DivulgaçãoOs dois querem convencer a eles mesmos e aos outros que “mudaram”, e claro que não, mas os dois episódios liberados lidam com a relutância de Matt em combater o crime fora do tribunal, e Fisk lidando com uma crise matrimonial.
Obviamente, diante da atualidade, Fisk agora é uma espécie de Donald Trump, popular, mas odioso. Ele silencia seus oponentes e se cerca daqueles que o adulam, e é de dar muito medo. Como inimigos em trégua, sabemos e torcemos para que os dois inimigos voltem a se enfrentar, com o plano de Fisk sendo identificado aos poucos e Murdock quebrando seu próprio código moral.
Basicamente a volta das personagens tem sido celebrada porque, como opostos, os dois principais são mais iguais do que gostariam. Demolidor: Nascido de Novo estreou muito bem e vamos acompanhar para ver se mantém a qualidade. Com toda a cara de que será para deixar sua marca.
Com um início arrebatador, Demolidor: Renascido não apenas reafirma a força de Matt Murdock e Wilson Fisk como personagens icônicos da Marvel, mas também demonstra como suas trajetórias continuam entrelaçadas em um jogo de sombras, poder e moralidade.
A série resgata a intensidade e a brutalidade do universo estabelecido na Netflix, mas agora com uma nova ambição e uma escala maior.
Se manterá essa qualidade ao longo da temporada, ainda veremos, mas uma coisa é certa: o retorno de Demolidor promete não só marcar esta fase da Marvel, como também reacender o fascínio pelo herói que nunca foge de uma boa luta.



