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Cinema B+: Em Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes.

Ator da série Billy the Kid é o melhor do filme que resgata a franquia que tem fãs apaixonados ao redor do mundo

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A escritora Suzanne Collins encontrou inspiração para escrever Jogos Vorazes (The Hunger Games) a partir de várias fontes e experiências pessoais, sendo a principal delas quando ela estava trocando de canal entre um reality show de competição e a cobertura da guerra no Iraque, reparando que a justaposição dessas duas imagens – jovens competindo por fama e fortuna e jovens lutando em uma guerra – combinavam perfeitamente em um futuro distópico.

Os livros viraram best-sellers, depois filmes e transformaram Jennifer Lawrence em uma estrela mundial. Tardiamente comento aqui sobre a prequela, Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes.

Com toda febre da franquia, foi uma jogada ousada da Lionsgate apostar em resgatar a origem da história do antagonista, Coriolanus Snow, interpretado primeiro por Donald Sutherland e agora por Tom Blyth, que esteve em The Gilded Age e está em Billy The Kid, com uma missão dolorosa de manter a franquia com apelo. Se não consegue, não é por falta de talento.

Entendendo os Jogos Vorazes

“Jogos Vorazes” alcançou sucesso pela combinação perfeita de vários fatores, sejam míticos ou atuais, explorando temas atuais e mundiais. Questões como como o poder absoluto pode corromper até o mais íntegro. Também discute como a mídia pode ser usada para manipular e controlar a percepção pública, como alguns são exemplos da resistência contra a tirania e claro, como a coragem e a determinação de Katniss (Lawrence) inspiram outros a se levantarem contra a opressão.

Além disso, a história retrata a disparidade entre os ricos e os pobres. Afinal, o Capitólio vive em luxo e extravagância, enquanto os distritos sofrem com a pobreza e a fome. Essa desigualdade é um motor central para o conflito na franquia.

Os “Hunger Games” (Jogos Vorazes) são um evento central da história que se passa na nação de Panem, que é composta por 12 distritos e a Capital. Os Jogos Vorazes são uma competição anual organizada pela Capital como uma forma de controle e opressão sobre os distritos. Funcionam assim:

Escolha dos Tributos:

Cada um dos 12 distritos deve enviar um tributo masculino e um tributo feminino, totalizando 24 participantes. Os tributos são escolhidos através de um sorteio conhecido como “colheita” (reaping).

Os tributos geralmente têm entre 12 e 18 anos de idade.

Preparação e Treinamento:

Após a colheita, os tributos são levados para a Capital, onde recebem treinamento em várias habilidades de sobrevivência e combate.

Eles também participam de entrevistas e eventos públicos para ganhar patrocinadores, que podem enviar suprimentos durante os jogos.

Cinema B+: Em Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes - Divulgação

Arena:

Os Jogos ocorrem em uma arena especialmente construída, que pode conter diferentes tipos de ambientes, como florestas, desertos ou montanhas.

A arena é cheia de perigos naturais e armadilhas criadas pelos “gamemakers” (criadores dos jogos).

Regras dos Jogos:

O objetivo é ser o último tributo vivo. Os tributos devem lutar entre si até que apenas um sobreviva.

Os gamemakers podem introduzir desafios adicionais, como criaturas perigosas ou desastres naturais, para acelerar o processo e manter o público entretido.

Patrocinadores e Suprimentos:

Durante os jogos, tributos podem receber ajuda de patrocinadores na forma de suprimentos, como comida, água, remédios ou armas. Esses suprimentos são enviados por paraquedas.

A Vitória:

O último tributo sobrevivente é declarado vencedor e recebe uma vida de conforto e riqueza. O distrito do vencedor também recebe suprimentos extras durante o ano seguinte.

Katniss antagoniza com o Presidente Snow

Na trilogia inicial, Katniss Everdeen, do Distrito 12, se voluntaria para tomar o lugar de sua irmã mais nova, Prim, que foi selecionada para os Jogos Vorazes. Junto com Peeta Mellark, ela enfrenta inúmeros desafios na arena, usando sua habilidade com arco e flecha e sua inteligência para sobreviver.

O carisma e destaque de Katniss são identificados pelo presidente de Panem, Corolianus Snow (Sutherland) como uma ameaça ao sistema e logo viram adversários diretos. Ela se torna o símbolo da rebelião contra o regime opressor de Snow, enquanto ele faz tudo ao seu alcance para manter seu controle sobre Panem e suprimir qualquer forma de insurreição.

Snow é um homem cruel, embora sutil. Ele tenta manipular Katniss de várias maneiras, utilizando ameaças e violência para controlar suas ações através de pessoas próximas a ela, como Peeta e sua família. Todos são usados como alavancas para garantir que ela se comporte de maneira que beneficie o Capitólio.

A relação deles é marcada por jogos psicológicos, com Snow tentado constantemente quebrar o espírito de Katniss, enquanto ela, mesmo enfrentando medo e dúvida, continua a resistir e a desafiar sua autoridade. A tensão entre Katniss e Snow culmina em uma batalha final pelo futuro de Panem. O confronto deles não é apenas físico, mas também ideológico, representando a luta entre liberdade e tirania.

Cinema B+: Em Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes - Divulgação

A história do vilão

Com a popularidade da história, surgiu a curiosidade de como Panem foi organizada e, em especial, como Snow chegou ao Poder. Isso tudo foi descrito no livro de 2020, A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes que virou filme em 2024, com Tom Blyth no papel do jovem Snow, o jovem que crescerá para ser o malévolo interpretado por Donald Sutherland.

Há 60 anos, Coriolanus ainda não era um vilão, ao contrário, é um garoto de princípios que espera seguir os passos de seu estimado pai, que morreu durante a longa guerra que se seguiu à revolta dos distritos oprimidos contra o arrogante Capitólio. Hoje Snow é um estudante da Academia e vive de um passado da agora empobrecida família Snow.

Vivendo dificuldades com sua família, ele acompanha com ansiedade a décima edição anual dos Jogos Vorazes. porque precisa do dinheiro que será concedido ao vencedor. Isso porque como a audiência caiu, as apostas são mais altas do que o normal para inverter o desinteresse do público.

Snow é destacado para ser o mentor de uma cantora orgulhosa, uma espécie de “pré-Katniss”, Lucy Gray Baird (Rachel Zegler, de Amor Sublime Amor), que é indomável.

Lucy Gray Baird é a tributo do Distrito 12 e é conhecida por sua habilidade musical e sua personalidade cativante. Ela conquista todos com suas performances musicais, mas é uma jovem inteligente e ousada. Sua relação com Snow é complexa, e, claro, vital para como Snow será no futuro.

À medida que a trama se desenrola, Coriolanus desenvolve uma relação complexa com Lucy Gray e começa a questionar a natureza dos Jogos Vorazes e o papel que ele está destinado a desempenhar na sociedade de Panem, navegando por desafios pessoais e políticos. Entender sua juventude e suas motivações traz uma nova perspectiva sobre suas ações futuras. Aqui, o talento de Blyth é essencial.

Se Snow ainda não é o vilão, há outros. A cruel Dr. Volumnia Gaul (Viola Davis) e o irritante, ambíguo e igualmente cruel Reitor Highbottom (Peter Dinklage) confrontam e moldam Snow para ser o que saberemos o que será no futuro.

A história é tanto confusa para quem não leu os livros ou viu os filmes anteriores, com os easter eggs distribuídos ao longo da história. O que faz funcionar é justamente a atuação de Blyth, um ator que tem todo potencial para crescer ainda mais.

Como um jovem que tem ambições, que passou dificuldades e que quer de certa forma uma reparação, ele é mais vulnerável a tudo. Como sabemos seu futuro, é uma questão de tempo quando deixará de ser solidário ou fiel aos amigos. A virada, graças ao ator, é perfeita.

No entanto, a nova jornada da franquia ainda fica à sombra da falta da personalidade envolvente de Jennifer Lawrence. Ainda assim, se curtir o tema, o destaque é mesmo Tom Blyth.

OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

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B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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