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Cinema B+: Os 40 anos de Negócio Arriscado

Comédia lançada em agosto de 1983 arrecadou milhões e fez de Tom Cruise uma estrela

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Há 40 anos essa cena fez de Tom Cruise uma estrela.

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A sequência é um dos pontos altos de Negócio Arriscado, uma ‘comédia adolescente’ que era o formato febre dos anos 1980s. Dirigida e escrita por Paul Brickman foi comparado na época ao clássico A Primeira Noite de Um Homem e uma das maiores bilheterias do ano (mais de 68 milhões de dólares apenas nos EUA).

A trama é simples e segue, como mencionado, as regras repetidas ad nauseum por pelo menos 10 anos: quando os pais viagem de férias, um adolescente no último ano do ensino médio embarca em uma série de aventuras (românticas e sexuais) e desventuras (casas e carros são destruídos) com momentos cômicos e um final romântico pra cima.

Há 40 anos a comédia era essencialmente em situações chamadas de “politicamente incorretas”, e Negócio Arriscado é mais um exemplo. Joel Goodsen (Tom Cruise) vive com seus pais ricos que o querem estudando na Universidade de Princeton. Para conseguir a nota que precisa para entrar, Joel participa de uma atividade extracurricular na qual os alunos trabalham em equipes para criar pequenos negócios.

                              Tom Cruise - 40 anos de Negócio Arrsicado - Foto: Divulgação

O problema é que na ausência dos pais ele faz uma “festinha” em casa, destruindo tudo e precisa fazer dinheiro rápido para cobrir o prejuízo. A alternativa é “agenciar” garotas de programa, levadas por Lana (Rebecca DeMornay). Ou seja, o ‘negócio arriscado’ e bem sucedido de Joel é ser cafetão de luxo. Pois é.

Se hoje a cena na qual Tom Cruise dança pela sala de cueca e camisa de botão ao som de Old Time Rock and Roll é considerada um clássico ironicamente, o filme todo quando estava apenas no roteiro foi difícil de emplacar. Na época, a porno comédia Porky’s era o que se considerava engraçado e a história bolada por Brickman não era nem ousada ou arriscada o suficiente.

Só o diálogo no qual se pergunta “que p**** é essa”, algo incomum há 40 anos, sugeria algo “arriscado”. Desde então, palavrões passaram a ser corriqueiros em Hollywood. Outro sinal dos tempos é que a questão da prostituição até foi um obstáculo em 1893, mas não pela ótica da exploração feminina, mas porque na linha de Porky’s, outras produções usaram bordéis como cenário, como The Best Little Whorehouse in Texas e Night Shift, ambas sem sucesso.

Isso mesmo, “prostituição não rendia suficiente para convencer os estúdios”. Ainda assim, o projeto foi aceito e um dos pedidos feitos pelos executivos foi apenas o de aumentar a idade de Lana, a namorada de Joel e garota de programa, que inicialmente teria apenas 16 anos e passou para 21 para não ser ilegal. Que consideração, hein?

Antes de fechar com o desconhecido Tom Cruise, todos os jovens atores da época fizeram teste: Sean Penn, Gary Sinise, Kevin BaconJohn Cusack e Kevin Anderson foram rejeitados. Megan Mullally, anos antes de Will e Grace foi rejeitada para o papel de Lana.

Negocio Arriscado 3                                          Foto: Divulgação

Foi apenas com o sucesso de Vidas Sem Rumo que viram um jovem que aparece em poucas cenas, sempre com o cabelo oleoso para trás e um dente pontiagudo e que tinha um dia de folga na cidade, que decidiram fazer um teste com ele na hora do almoço. Assim nascem as lendas, não é?

O garoto educado e sério arrebentou no teste. Só faltava escolher quem seria seu par romântico, mas não havia muitas mulheres empolgadas com a ideia de interpretar uma garota de programa que seduz um aluno menor de idade do último ano do ensino médio. 

Michelle Pfeiffer, por exemplo, recusou. Foi quando decidiram testar a então “namorada de Harry Dean Stanton”Rebecca De Mornay. A química com Tom Cruise era inegável (mais tarde eles viriam a namorar). E, para estrelar Negócio Arriscado, Tom recusou o convite de Francis Ford Coppola para ser um dos principais em O Selvagem da Motocicleta, papel que acabou indo para Matt Dillon.

Quando as filmagens avançaram, descobriram que o final original (onde Joel ‘perde’ tudo) não funcionava e deram a ele o impossível: entrar em Princeton, ter um futuro felizmente ambíguo com Lana e deixar seus pais sem saber de suas aventuras – exceto por uma pequena rachadura no ovo de cristal. A cara dos anos 1980s e um profundo desagrado para o diretor, que achou a conclusão cafona.

Às vésperas de voltar às telas com Missão Impossível, é divertido olhar como o fenômeno Tom Cruise surgiu de um projeto tão pequeno. E também graças ao filme, há 40 anos, associamos o ator aos melhores óculos escuros do momento. Lendas nascem assim.

 

 

ARTES VISUAIS

Floripa de novo!

Após temporada de sucesso, Lúcia Martins Coelho Barbosa inaugura mais uma exposição em Florianópolis:"Do Pantanal para a Ilha 2" permanece em cartaz até 3 de janeiro e apresenta 20 telas, 6 delas inéditas, com elementos da fauna e flora sul-mato-grossense

17/12/2025 10h00

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês Divulgação

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A artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa apresenta em Florianópolis uma seleção de obras que celebram a potência estética e simbólica do Pantanal.

Reconhecida internacionalmente, especialmente pelas pinturas de onças-pintadas, sua marca registrada, Lúcia construiu uma trajetória sólida ao longo de mais de quatro décadas nas artes visuais, marcada por pesquisa, identidade regional e profunda relação com a fauna brasileira.

Após uma temporada de sucesso em agosto, “Do Pantanal para a Ilha” retorna a Florianópolis, agora em novo local, na Sala Open Cultura, em exposição até o dia 3 de janeiro.

A mostra é composta por 20 telas, seis delas inéditas e outras peças de sucesso do acervo de Lúcia, que já expôs em sete países e quatro estados brasileiros.

“O nome ‘Do Pantanal para a Ilha’ veio da ideia de apresentar o Pantanal para um novo público que está conhecendo meu trabalho, e para isso coloquei nas telas elementos como as flores de aguapé, as árvores do Cerrado e as onças, que são meu carro-chefe”, apresenta Lúcia.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra "A procura da caça", de Lúcia Martins

LEGADO DE MS

Outro elemento regional incorporado nos quadros é a renda nhanduti, um bordado artesanal tradicional do Paraguai cujo nome significa “teia de aranha” em guarani, uma referência à sua aparência delicada e intrincada, utilizada normalmente em peças decorativas e roupas.

Ao todo, foram vários meses de preparação para a exposição, em um longo processo de produção e ressignificação de obras, utilizando as técnicas pastel sobre papel e acrílico sobre tela.

As obras que compõem essa exposição vão refletindo lugares, flores e animais, que talvez não despertem a atenção das pessoas no dia a dia, mas que, de algum modo, acabam fugindo do lugar comum.

Elas são um resumo do que Lúcia vê, vivencia e considera como mais “importante” enquanto legado da natureza de Mato Grosso do Sul para o Brasil e para o mundo.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês“Onça que Chora”, um dos trabalhos inéditos da nova exposição

ESPANTO

A mostra reúne, assim, trabalhos figurativos que retratam, por exemplo, a onça-pintada como símbolo de força, ancestralidade e preservação, convidando o visitante a mergulhar no imaginário pantaneiro e, ao mesmo tempo, nas camadas poéticas que permeiam a trajetória da artista.

Para Lúcia, a arte é como um portão de entrada para um novo mundo, nesse caso o Pantanal sul-mato-grossense.

“O Pantanal não é margem. É centro de novas narrativas. É daqui que falamos ao mundo. O que eu gostaria que essa minha exposição causasse é até um certo espanto ao se ver que aqui também tem gente que faz arte. E nada melhor do que se apresentar quando alguém já tem curiosidade de lhe conhecer”, afirma a mestra das cores e texturas.

“Eu vivo para a arte, se eu não tivesse essa profissão, esse dom de colocar nas telas minhas emoções, meus sentimentos, talvez eu não tivesse nenhuma utilidade para a sociedade. A arte é, acima de tudo, questionadora. O que eu sinto como artista plástica há mais de 45 anos é que estamos ainda abrindo caminho para os artistas que virão. Gostaria muito que o artista fosse respeitado, fosse aceito, fosse útil, pois a arte alimenta a alma”, diz a artista.

PERFIL

Lúcia Martins Coelho Barbosa vive e trabalha em Campo Grande. Formou-se em história pelas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMAT). Fez pós-graduação em Comunicação, na área de imagem e som pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Atua na área de artes plásticas, em Campo Grande, há mais de 40 anos e já mostrou suas obras em Portugal, Itália, França, EUA, Japão e Paraguai.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra Florescer no Pântano, de Lúcia Martins

Com o projeto Peretá – “Caminho” na língua tupi-guarani – , a artista exibiu o grafismo indígena e instalações em quatro capitais brasileiras – Brasília, Goiânia, São Paulo e Campo Grande.

Reconhecida por diversas premiações e homenagens, a artista segue expondo seu trabalho em coletivas e individuais. 

Em 2016, Lúcia criou o Múltiplo Ateliê, onde desenvolve trabalhos com artistas e pesquisadores, incluindo gastronomia, educação somática, dança contemporânea, yoga e audiovisual. Como afirma, é “fiel à sua missão de operária da arte”.

>> Serviço

A exposição “Do Pantanal para a Ilha 2”, da artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa, foi inaugurada em 03 de dezembro e está aberta para visitação até 03 de janeiro de 2026, na Sala Open Cultura, do open mall (shopping aberto) Jurerê Open. Av. Búzios, 1.800), Florianópolis (SC). Das 10h às 22h.

MÚSICA

Jerry Espíndola celebra 40 anos de carreira com turnê no Paraguai

17/12/2025 09h30

jerry espindola

jerry espindola

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Para comemorar 40 anos de carreira, o cantor e compositor Jerry Espíndola finaliza o ano com um intercâmbio cultural no vizinho Paraguai. O artista se apresenta, a partir de hoje, nas cidades de Assunção e Concepción.

Hoje, Jerry Espíndola & Banda é uma das atrações no “Conexiones 2025 – Respirarte”, realizado na capital paraguaia, no prestigiado JazzCube (Edificio Atrium).

Amanhã, ao lado de Rodrigo Teixeira e da cantora Maria Alice, Jerry participa, também em Assunção, do evento beneficente da Orquestra de Instrumentos Reciclados de Cateura.

Já na sexta-feira, o concerto será no Centro Cultural de La Villa Real, em Concepción. Jerry estará acompanhado dos músicos Sandro Moreno (bateria), Gabriel de Andrade (guitarra) e Rodrigo Teixeira (baixo).

O repertório traz composições do autor com foco nos ritmos que são a marca registrada de Jerry, como a polca-rock e a guarânia-reggae.

No evento de hoje, no JazzCube, além de Maria Alice, conta com a participação dos artistas paraguaios Funkchula, 4Ally e Ale Shit e da argentina Luli Maidana.

O “Conexiones 2025 – Respirarte” envolve concertos, mesas de debates e encontro de produtores paraguaios, argentinos e brasileiros.

Jerry Espíndola participa, amanhã, de ação beneficente para arrecadar fundos para a Orquestra de Instrumentos Reciclados de Cateura.

O evento na capital paraguaia será realizado na escola do grupo musical, formado por jovens e crianças que vivem na comunidade localizada nas proximidades do aterro sanitário de Cateura, o principal e maior aterro de Assunção. Os instrumentos da Orquestra de Cateura são produzidos com materiais encontrados no aterro.

O grupo já passou por diversos países e ganhou fama mundial após o lançamento do documentário “Landfill Harmonic”, em 2014.

Já na sexta-feira, a apresentação será no Centro Cultural de La Villa Real, que fica na Mansión Cueto, local histórico da capital do Departamento de Concepción.

A cantora Maria Alice é a convidada especial e após o show de Jerry Espíndola haverá o lançamento do EP da banda paraguaia The Los.

Em quatro décadas de carreira, Jerry já tem mais de 140 composições gravadas por Ney Matogrosso, Paulinho Moska, Zélia Duncan e outros artistas. É parceiro de nomes como Chico César, Anelis Assumpção e Itamar Assumpção. Jerry atualmente é integrante do duo Hermanos Irmãos e participa do coletivo Fronteira Guarani.

A turnê “Jerry Espíndola 40 Tons – Intercambio Cultural Paraguai” é realizada com recursos da Política Nacional Aldir Blanc do Ministério da Cultura, sob gestão da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.

>> Serviço

“Conexiones 2025 – Respirarte”

Hoje – às 19h
JazzClube – Assunção (PY)
Jerry Espíndola & Banda, com participação de Maria Alice; dos paraguaios Funkchula, 4Ally e Ale Shit; e Luli Maidana (Argentina);

Amanhã – às 19h
Escola da Orquestra de Instrumentos Reciclados de Cateura – Assunção (PY)
Jerry Espíndola, Rodrigo Teixeira e Maria Alice;

Sexta-feira – às 20h
Centro Cultural de La Villa Real – Concepción (PY)
Jerry Espíndola e Maria Alice.

*Horário paraguaio de verão, uma hora à frente do horário de MS

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