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ARTE

Com lápis, papel e talento jovem transforma fotos em desenhos realistas

José Augusto começou a desenhar há 9 anos e sonha em viver da arte

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Um lápis, um papel e muito talento se transformam em desenhos ultra realistas nas mãos do desenhista José Augusto Santana, 21 anos, que a partir de fotografias recria as imagens no papel. Em nove anos de dedicação ao desenho, o jovem artista começa a colher os frutos do trabalho, com exposições realizadas e reconhecimento, além da realização pessoal de trabalhar com o que gosta.

O interesse pelo desenho começou na escola. José Augusto conta que sempre gostou de desenhos, mas foi aos 12 anos que "se apaixonou de vez", ao entrar em um curso oferecido pela Prefeitura de Nova Andradina, cidade onde nasceu e mora.

Retratos escolhidos para reprodução são, em maioria, de artistas, como atores e músicos, e jogadores de futebol. Imagens são retiradas da internet e trabalho para passar para o papel chega a levar 10 dias, dependendo do tamanho e quantidade de detalhes. 

"O desenho realista começa primeiro através da mente para depois passar para o papel. Eu vejo a foto e já penso como fazer e sei se vai demorar uma semana, 50 horas, 70 horas" disse, explicando que um desenho em tamanho A3 costuma demorar quatro dias para ser finalizado, enquanto no tamanho A4 pode chegar a 10 dias. 

Desenho realista do jogador Neymar (Foto: Reprodução / Facebook)

Mais do que um trabalho, para ele desenhar é uma paixão e "a coisa que mais gosta de fazer na vida". 

“Se eu ficar um dia sem desenhar me dá uma agonia, porque pra mim já é de sangue. São 12 horas por dia, de domingo a domingo dedicados ao desenho”, explicou.

Apesar de fazer por amor, o artista também sonha em ser reconhecido e poder viver do trabalho. No ano passado, duas exposições em Nova Andradina deram início ao que ele chama de realização.

"A arte mudou a minha vida, eu tive que correr atrás porque são poucos que dão valor, tive que abrir mão de algumas coisas, mas estou feliz porque estou vivendo uma vida que sonhei desde criança. Fazer o que se gosta é fácil, decidir viver do que se gosta é difícil, mas o importante é focar porque tudo tem seu tempo. O importante é ter fé e fazer por amor".

Neste ano, outra exposição está engatilhada em Campo Grande e artista também espera que seus trabalhos cheguem a um de seus ídolos, o jogador de futebol Neymar. 

"Quero morar em local que seja ponto de oportunidade, onde eu possa respirar arte, fazer uma faculdade focada em arte realista, desenhar, trabalhar, fazer exposição e ser artista de sucesso, fazer minha arte sem pisar em ninguém", elencou José Augusto como algum de seus objetivos futuros.

INÍCIO

Quando cursava o ensino fundamental, José Augusto não se interessava muito pelos estudos e, por conta de uma rebeldia, foi levado a sala da direção, onde diretora o questionou sobre seus sonhos, ao que ele respondeu que não tinha. 

Técnica usada pelo artista é de fotorrealismo (Reprodução / Facebook)

Mulher então entregou a ele uma folha de papel, pediu que escrevesse o que lhe viesse a cabeça e saiu. Quando retornou, no papel estava reproduzido em desenho todo o ambiente da sala da diretoria.

Impressionada com o talento do aluno, mulher conversou com a mãe de José Augusto e o inscreveu no curso.

Foram dois na formação, até que aos 14 anos ele atingiu o limite de idade permitido para continuar no local. Com algumas técnicas aprendidas e o amor a arte cada vez maior, José Augusto buscou outras formas de continuar aprimorando seus trabalhos.

No início, os desenhos eram reproduções de animes e mangás, como Naruto e Ben 10.

"Comecei com desenhos normais, em preto e branco, mas sempre almejo mais e busquei desafios. Passei a desenhar carros, coisas da televisão e me direcionei ao realismo, com fotos de filmes e pessoas e foram anos para aprender, mas me foquei", explicou.

No fim do curso, artista continuou a buscar novas formas de aprender e aprimorar as técnicas. 

“Comecei a aprender técnicas pela internet, procurei alguns artistas e me aprimorei. Dos 14 aos 16 anos fui desenhando sozinho, pesquisando e conversando com artistas”, disse.

Como a arte não garantia retorno financeiro, o jovem precisou trabalhar, até mesmo para bancar os materiais usados. Dessa forma, rotina passou a ser trabalho em empresa de terraplanagem durante a manhã e tarde, estudos a noite e a madrugada era ocupada com os desenhos. 

Hoje, além das reproduções de fotografias de artistas, José Augusto também aceita encomendas de pessoas que queiram ter uma imagem transformada em desenho realista, o que o permite trabalhar apenas com os desenhos. 

Porém, como retorno financeiro não é alto e custo dos materiais é elevado, devido a maioria serem importados, artista busca patrocinador interessado em financiar o trabalho.

INSPIRAÇÃO

Dedicado a aprender cada vez mais, José Augusto se inspira em artistas brasileiros renomados, entre eles, Charles Laveso, desenhista e professor de desenhos realistas há mais de 20 anos; Alexandre Porto, que também usa a técnica realista; Fábio Rangel, desenhista que também trabalha com vídeo aulas onde compartilha suas técnicas; Rafael William, professor de artes especialista em desenho realista e 

Um dos ídolos mundialmente reconhecidos e que o inspira é Diogo Fazio, desenhista italiano que também desenvolve a técnica de fotorrealismo.

Fora do mundo da ilustração e desenho, inspiração de vida para o artista é o jogador de futebol Neymar. 

“O Neymar é um ponto de inspiração pra mim, porque ele começou do zero e chegou onde chegou, o que mostra que se você foca, você alcança. Eu sou desenhista e estou buscando meu espaço e se eu focar, vou longe”, disse.

ENCOMENDAS

Quem desejar conhecer mais sobre o trabalho de José Augusto, pode conferir seus desenhos em sua página no Facebook, com o nome José Desenhos.

Encomendas de desenhos realistas podem ser feitas pelo telefone (67) 9 9615-3975 ou pelo WhatsApp (67) 9 9853-4631. Pedidos podem ser tanto de fotografias pessoais ou de artistas e preços variam de acordo com o tamanho e detalhes da imagem.

 

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B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Médicos alertam sobre riscos da exposição solar e sobre a importância da proteção solar eficaz

21/12/2025 19h00

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira! Foto: Divulgação

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Infelizmente … aquele bronze dourado e saudável não existe! Esse, que é o desejo de muitas pessoas, pode representar um real perigo para a saúde da pele. “Classificamos os tipos de pele de I a VI, de acordo com a capacidade de resposta à radiação ultravioleta (UV), sendo chamado fototipo I aquele que sempre se queima e nunca se bronzeia, até o VI, pele negra, totalmente pigmentada, com grande resistência à radiação UV. A pigmentação constitutiva - cor natural da pele - é definida geneticamente. A cor facultativa - bronzeado - é induzida pela exposição solar e é reversível quando cessa a exposição”, explica a dermatologista Dra. Ana Paula Fucci, Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O chamado "bronzeado dourado" é observado nas peles mais claras e para ocorrer, ocasiona danos no DNA das células.  “As  consequências serão vistas anos mais tarde, em forma de fotoenvelhecimento, manchas ou lesões cutâneas malignas.O ideal é respeitar seu tipo de pele e sua sensibilidade ao sol. Nunca queimar a ponto de “descascar”. Importante: evite se expor ao sol entre 10 e 16h”, detalha a dermatologista. 

Dra. Ana Paula alerta ainda sobre os riscos de bronzeamento artificial, através das câmaras de bronzeamento: “esse é ainda mais prejudicial para a pele do que a exposição ao sol. A radiação é entregue de forma concentrada e direta, sem nenhum tipo de filtro ou proteção”.  

A médica ressalta que filtro solar não é uma permissão para a exposição ao sol. “Ele é um grande aliado, desde que sejam seguidas as orientações de horário, evitar exposição exagerada e usar complementos como bonés, óculos etc”, reforça Dra. Ana Paula Fucci.  

- Proteção solar eficaz 

A rotina de proteção solar é muito importante em qualquer época do ano, sobretudo agora no verão.  “Não deixe para aplicar o filtro quando chegar na praia ou piscina, por exemplo. O ideal é aplicá-lo cerca de 20 minutos antes de se expor ao sol, para dar tempo de ser absorvido e começar a agir. Também devemos reaplicar o filtro solar a cada 2 horas ou após se molhar ou suar muito”, destaca Dr. Franklin Veríssimo, Especialista e pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pelo Hospital Albert Einstein-SP. 

Dr. Franklin destaca três aspectos importantes para uma proteção solar eficaz:

1- “Use filtro com FPS 30 ou maior;  e para as crianças ou pessoas que possuem pele mais sensível, FPS de no mínimo 50;

2- Use proteção adicional ao filtro solar, como chapéus, viseiras, óculos escuros. Recomendo evitar a exposição solar entre 10 e 16h;

3.  Use roupas leves, claras e chapéu e óculos de proteção UV, principalmente se for praticar caminhadas e atividades físicas ao ar livre.  Quem costuma ficar muito tempo no sol tem que redobrar os cuidados e investir em roupas com proteção ultravioleta”, conclui o médico.  

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