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SAÚDE

Comer na hora certa faz toda a diferença

Estilo de vida saudável começa com café da manhã equilibrado e rotina no horário das refeições

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Ter uma alimentação saudável não significa comer pouco ou viver de regime. O importante é saber fazer as melhores escolhas. Significa, também, ficar de olho na quantidade, na qualidade e na frequência em que se fazem as refeições. Viver mais e com mais saúde está diretamente ligado ao comer bem. Uma alimentação saudável ajuda o corpo a funcionar melhor e interfere diretamente no seu bem-estar físico e mental. E tudo começa pelo café da manhã, preterido por grande parcela da população, com a justificativa de que pela manhã é aquela correria e não dá tempo.

Lembra da dica da vovó para sempre tomar um café da manhã reforçado? Ela estava certa e isso pode até ajudar na manutenção e perda de peso. Os nutricionistas alertam que um estilo de vida saudável começa com um café da manhã equilibrado. A quebra de jejum tem de ser feita assim que a pessoa acorda, para fornecer energia para encarar o dia. Esse hábito deve ser adquirido desde a infância. A pessoa que não toma café da manhã tem redução de nutrientes (vitaminas e minerais) na alimentação, fica mais propícia a ter anemia, deficit de atenção, apatia e indisposição. 

 “O café da manhã, ou desjejum, é a principal refeição do dia”, afirma Sonia Trecco, nutricionista-chefe do serviço ambulatorial do Hospital das Clínicas da USP.

A importância se dá por ela ocorrer logo após um longo período de jejum – a noite anterior, caso não tenha havido nenhum assalto à geladeira (evite isso).

E o hábito de acordar de supetão, trocar de roupa rápido e sair correndo de casa para o trabalho ou para a academia? Também é melhor evitar. Segundo Trecco, há dois riscos principais associados a pular o café. O primeiro está ligado a possíveis episódios de hipoglicemia, que podem levar até mesmo a desmaios.

A secretária-executiva aposentada Silvana Maria Silva, 57 anos, de Campo Grande, conta que está vivendo um período de relação com a alimentação muito diferente daquele de quando trabalhava o dia todo. “Antes eu comia muito fora de casa e o café da manhã sempre se limitava ao cafezinho, um biscoito. Agora, que eu tenho mais tempo para me observar, cuidar de mim, estou até fazendo um curso de ayurveda (terapia indiana milenar). Isso mudou completamente minha vida alimentar. Eu acordo e sinto o que eu estou querendo comer naquele dia, preparo minhas refeições, muito mais equilibradas e nutritivas”.

A nutricionista afirma que cafés da manhã com leite e seus derivados – pelo menos para quem não tem intolerância –, pão e frutas é o recomendado. “Não pule o café da manhã”, reforça Trecco. 

A estudante de Administração de empresas Nathália Fernanda de Souza, 22 anos,  sabe bem sobre a importância da primeira refeição do dia, mas, como a maioria das pessoas, não dedica a devida atenção a ela. “Na verdade, isso tem faltado muito na minha vida, porque lá em casa a gente nunca teve esta prátia do café da manhã, e a gente tem ganhado esta consciência da importância dele. Mas eu tenho esta dificuldade de comer neste horário. Eu me esforço para comer porque sei que é importante. Em casa, sou meio que exceção, porque a família faz o que é certo. Mas eu pego uma fruta e vou para a faculdade”.

Parece que este hábito não acontece apenas com Nathália. Uma pesquisa feita com mães de crianças com idades entre 6 e 15 anos mostrou as razões pelas quais a refeição não é feita pelos pequenos: 52% das mães responderam que os filhos não têm fome assim que acordam, 24% dizem que os filhos preferem comer mais tarde, 10% afirmam não ter tempo de preparar o café da manhã e 14% responderam ser por outros motivos.

OUTRAS REFEIÇÕES

E quanto ao horário das outras refeições, existe uma recomendação? “Ao longo do dia, nosso metabolismo se torna mais lento”, afirma Érika Suiter, coordenadora do serviço de alimentação do Hospital Sírio-Libanês.

Isso indica que grandes refeições à noite, quando o dispêndio energético se aproxima de um mínimo, podem dificultar a manutenção ou a perda de peso, considerando que a energia não gasta se tornará reserva.
Trocando em miúdos, o que o metabolismo faz nessas circunstâncias é transformar comida em estoque energético – gordura –, já que a energia ali contida não se faz necessária naquele instante.

Com apenas um cafezinho pela manhã, um salgado no meio da manhã e almoço farto, o pintor Wesley Duarte de Oliveira, 25 anos, enquadra-se neste perfil e confessa que não tem o hábito de fazer corretamente as refeições. Ele diz que isso o ajudou a ficar com sobrepeso. “Com o hábito de tomar só o cafezinho, quando chegam as 10h eu vou para a lanchonete comer um salgado e sei que aquilo me faz muito mal”.

Não bastasse isso, à noite, ele conta que, mesmo depois do jantar, assalta a geladeira. “Ah, eu faço isso, sim, e sempre vou em busca de doce. Antes de dormir, parece que falta alguma coisa, vou ver é o doce”.

Além do café reforçado, as nutricionistas indicam que as pessoas façam refeições fracionadas e evitem grandes intervalos de tempo sem comer: o ideal é se alimentar a cada duas ou três horas. “É melhor dar preferência para carboidratos com fibras – produtos integrais – ou frutas, que contribuem para o funcionamento intestinal”, diz Érika Suiter.

Além do horário, também deve-se prestar atenção em como comemos. Conforme Érika, consumir os alimentos devagar, em um ambiente tranquilo, ajuda a manter uma alimentação saudável, pensando que a digestão começa na boca.

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B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Médicos alertam sobre riscos da exposição solar e sobre a importância da proteção solar eficaz

21/12/2025 19h00

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira! Foto: Divulgação

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Infelizmente … aquele bronze dourado e saudável não existe! Esse, que é o desejo de muitas pessoas, pode representar um real perigo para a saúde da pele. “Classificamos os tipos de pele de I a VI, de acordo com a capacidade de resposta à radiação ultravioleta (UV), sendo chamado fototipo I aquele que sempre se queima e nunca se bronzeia, até o VI, pele negra, totalmente pigmentada, com grande resistência à radiação UV. A pigmentação constitutiva - cor natural da pele - é definida geneticamente. A cor facultativa - bronzeado - é induzida pela exposição solar e é reversível quando cessa a exposição”, explica a dermatologista Dra. Ana Paula Fucci, Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O chamado "bronzeado dourado" é observado nas peles mais claras e para ocorrer, ocasiona danos no DNA das células.  “As  consequências serão vistas anos mais tarde, em forma de fotoenvelhecimento, manchas ou lesões cutâneas malignas.O ideal é respeitar seu tipo de pele e sua sensibilidade ao sol. Nunca queimar a ponto de “descascar”. Importante: evite se expor ao sol entre 10 e 16h”, detalha a dermatologista. 

Dra. Ana Paula alerta ainda sobre os riscos de bronzeamento artificial, através das câmaras de bronzeamento: “esse é ainda mais prejudicial para a pele do que a exposição ao sol. A radiação é entregue de forma concentrada e direta, sem nenhum tipo de filtro ou proteção”.  

A médica ressalta que filtro solar não é uma permissão para a exposição ao sol. “Ele é um grande aliado, desde que sejam seguidas as orientações de horário, evitar exposição exagerada e usar complementos como bonés, óculos etc”, reforça Dra. Ana Paula Fucci.  

- Proteção solar eficaz 

A rotina de proteção solar é muito importante em qualquer época do ano, sobretudo agora no verão.  “Não deixe para aplicar o filtro quando chegar na praia ou piscina, por exemplo. O ideal é aplicá-lo cerca de 20 minutos antes de se expor ao sol, para dar tempo de ser absorvido e começar a agir. Também devemos reaplicar o filtro solar a cada 2 horas ou após se molhar ou suar muito”, destaca Dr. Franklin Veríssimo, Especialista e pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pelo Hospital Albert Einstein-SP. 

Dr. Franklin destaca três aspectos importantes para uma proteção solar eficaz:

1- “Use filtro com FPS 30 ou maior;  e para as crianças ou pessoas que possuem pele mais sensível, FPS de no mínimo 50;

2- Use proteção adicional ao filtro solar, como chapéus, viseiras, óculos escuros. Recomendo evitar a exposição solar entre 10 e 16h;

3.  Use roupas leves, claras e chapéu e óculos de proteção UV, principalmente se for praticar caminhadas e atividades físicas ao ar livre.  Quem costuma ficar muito tempo no sol tem que redobrar os cuidados e investir em roupas com proteção ultravioleta”, conclui o médico.  

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