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Diálogo

Confira a coluna Diálogo na íntegra, desta quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Por Ester Figueiredo ([email protected])

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Augusto Cury  escritor brasileiro
Os que desprezam os pequenos acontecimentos  nunca farão grandes descobertas.  Pequenos momentos mudam grandes rotas”.


FELPUDA


Vice-prefeito e candidato a prefeito de um dos pequenos municípios de Mato Grosso do Sul parece que “matou aula” sobre legislação eleitoral. Dessa maneira, esteve lépido e fagueiro em inauguração 
de obra que contou com a presença de importantes lideranças regionais. Comparecer em atos dessa natureza é proibidodurante a campanha eleitoral e poderá causar problemas, e põe problemas nisso, aos que desrespeitam as determinações da Justiça Eleitoral. Sendo assim...

Arquivo Escolar

Um grupo formado por estudantes do primeiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Prof. João Magiano Pinto, localizada em Três Lagoas, são semifinalistas da 13ª edição do Samsung Solve For Tomorrow. Eles desenvolveram o projeto Arduino Fluvial, que monitora áreas propensas a enchentes. Ao todo, são 20 projetos semifinalistas de escolas públicas do Brasil. Os alunos foram orientados pelo professor Genilson Souza no desenvolvimento do trabalho, e desde o dia 20 de agosto até 4 de outubro recebem sessões de mentoria com a equipe técnica do Solve For Tomorrow, com o objetivo de obter apoio nas próximas etapas 
de desenvolvimento dos seus protótipos, como aplicação de testes e possíveis melhorias. No dia 16 de outubro, haverá mais uma etapa classificatória, na qual 10 projetos avançarão na competição. A premiação será realizada dia 3 de dezembro, em São Paulo. No evento, serão condecorados seis projetos vencedores nacionais: três selecionados por uma bancada de jurados qualificados e três escolhidos por júri popular. 
Os estudantes vencedores e suas respectivas escolas receberão produtos Samsung como premiação.

Maria Inês Puga Barcelos com o filho Alexandre Puga Barcelos

 

Nana Filinto e Roberto Marcondes Filinto da Silva


Bronca

Os filiados do PL, principalmente os que disputam uma vaga de vereador, estão naquela situação de quando 
não se tem com quem brigar, olha-se no espelho e chama a si próprio para o confronto. Em plena campanha eleitoral, vêm torcendo o nariz uns para os outros. A bronca é um suposto privilégio financeiro que certa candidata estaria tendo. O vulcão está em erupção. 

Veto


Os vereadores de Campo Grande mantiveram, na sessão do dia 17, veto do Executivo ao inciso  da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que destinava 1% para a cultura. A LDO, aprovada em julho, é usada para estabelecer metas da administração pública e serve de base para elaborar o Orçamento, que é definido por meio da Lei Orçamentária Anual (LOA). Para a Capital, em 2025, a previsão é de receita total estimada em R$ 6,8 bilhões.


Prêmio


O pequeno produtor, filho de brasiguaios, Valdinei da Conceição, do Assentamento Taquaral, de Corumbá, 
foi o vencedor do Prêmio Brasil Artesanal de Mel, realizado pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), na categoria mel escuro. Hoje, ele produz em média 2,5 mil quilos de mel, e comercializa nos principais mercados da cidade com a marca Mel Pantaneiro. O produtor está se preparando para fornecer 
o produto ao Exército. Ele conta com a assistência técnica do Sindicato Rural e do Senar.

Aniversariantes

Isabel Ferreira,
Camila Santos Belchior de Barros,
Henrique da Silva Lima, 
Alessandra Laura de Matos Sousa, 
Regiane Peixoto Albuquerque Schunemann, 
Fabiano Ramires,
Jorge José de Souza,
Maria das Dores Cerqueira Costa,
Dr. Seinei Inamine, 
Waldir Motti,
Humberto Lapa Ferri,
Flávio Eduardo Buainain, 
Deila Lúcia Garcia de Rezende Rocha, 
Izabel Ferreira,
Roberto Trevisan da Silva,
Sandro Luis Fracaro,
Gillyard Pietro Both Palermo, 
Getúlio Furtado Barbosa, 
Reynaldo de Arruda,
Maria Magali Calipso,
Eikiti Tomi,
Dra. Dulce Regina dos Santos Pedrossian, 
Celso Panoff Philbois,
Jennifer Guimarães Leal,
Ricardo Fortes Corrêa Meyer,
Maria Aparecida Melo,
Alberto Jorge de Oliveira,
Adenilson Pereira Camargo,
Paulo Roberto Barbosa Évora,
Antonio Vicente Queiroz Filho,
Waldemar Barbosa da Silva,
Oneide Benevides Rocha,
Maria Célia Medeiros Rocha,
Flávia Marcon, 
Rafael Maikon Torres de Noronha,
Jardelino Ramos e Silva,
Dr. Lairson Ruy Palermo, 
Dário Nantes,
Waldemar de Souza,
Dauth Pinto de Almeida,
Lúcio Pereira de Souza,
Waine Bernardes Fonseca,
Nadir Gomes Esteche,
Maria Goretti Dal Bosco, 
Dr. Marcelo Alfredo Salum, 
João Bosco Dias de Moraes,
Florivaldo Rodrigues Furtado,
Rosilda Silva Bini,
Émerson Gonçalo Pereira Filho,
Ana Maria Guimarães Ávila,
Christiane Bilo,
Carlos Eduardo Abdo Villalba,
Joaci Corrêa de Mello,
José Roberto Tôrres,
Carla Cristina Rezende,
Maria Aparecida Pereira,
Itacir Pedro Passaia,
Carlos Eduardo Nogueira Oliveira,
Adhemar Portocarrero Naveira,
Aline Akiko Malheiros Kawai,
Alexandre da Silva Geraldo,
Luzia Auxiliadora de Oliveira Souza,
Alexandre Martins Cavalcante 
dos Santos,
Marina Rodrigues de Oliveira,
Cassio Guilherme Bonilha Tecchio,
Nadir Sugui Matsubara,
Regina Lúcia Pereira Alle Hollender, João Bosco Gonçalves Pimenta,
Jorge Sampaio,
Wilson Felix de Souza,
Vagner Bogado de Oliveira,
Amanda Souza Hoscher,
Antonio Franco da Rocha Junior,
Diogo Sant’ana Salvadori,
Eudo Ambrosio Caldeira,
Jefferson Dobes,
Fabrícia Daniela Calvis Moraes,
Odir Garcia de Freitas, 
Felipe Ferrari Marcolin,
Camila Estela Hanna,
Carlos Alberto Gath,
Sigfrit Metz, 
Márcia Matsico Tibana,
Gisele Gutierrez de Oliveira,
José Renato Bueno, 
Leandro Alcides de Moura,
Manoel Laurindo dos Santos Neto,
Juliana Fernandes Bianchi,
Renilda Ota Miyasato, 
Luiz Carlos Giovanini,
Suellen Leão Palaoro,
Faissal Barakat,
Walter Bortoleto,
Juliana Oliveira Dias Corrêa,
Mirlla Fonseca da Costa,
Regilson de Macedo Luz,
Thamara do Prado Silva,
Valeska Pagani Quadros Pavel,
Wisley Rodrigues dos Santos,
Marilza Maciel de Almeida,
Katarina Pereira Alves,
Regina Moreira Chaves,
Margarida Antunes Batista,
Roberto Carvalho Assis,
Maria Emília Lopes Lima,
Sílvia Moraes Rocha,
Rosane de Freitas Caldas,
Mário Márcio de Oliveira.


Colaborou Tatyane Gameiro

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Correio B

Há quem garanta que não demorará muito para dois políticos que são parentes...Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo desta quinta-feira (06/03)

06/03/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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LUIS FERNANDO VERÍSSIMO ESCRITOR BRASILEIRO
"Tem muita gente honesta neste País. 
Só não se identificam para não ficar 
de fora se aparecer um bom negócio”.

FELPUDA

Há quem garanta que não demorará muito para dois políticos que são parentes bem próximos colocarem luvas de boxe para embate em conhecido ringue. É que um deles vem posando de oposição, enquanto o outro é “chegado” de cabeça coroada. Na prática, dizem, um vai bater e o outro defenderá. Os dois já estiveram no mesmo partido, mas recentemente deixaram de andar de mãos dadas e foram caminhar politicamente separados. Um deles largou o certo pelo incerto e se deu muito mal. Já o outro tem dançado conforme a música. É esperar para ver.

Em alta

A Companhia Nacional de Abastecimento divulgou Boletim Logístico, mostrando que o avanço da colheitade soja tem influenciado os preços praticados no mercado de serviços de transporte de grãos nas rotas pesquisadas, como em MS.

Mais

A perspectiva de produção recorde para a oleaginosa, estimada em 166 milhões 
de toneladas, tende a gerar pressão na oferta de caminhões, o que influencia na alta nos serviços de frete.

DiálogoCorah Medeiros
DiálogoCláudio Castro e Rafael Picciani - Corcovado - Foto Lucas Teixeira - Rio Open 4090

 

Diálogo

Após 13 anos no esporte, a atleta Camille Giovanini (foto) parte para uma nova etapa na vida: a carreira como artista do Cirque du Soleil. No começo deste ano, a jovem de 19 anos foi para Montreal, no Canadá, iniciando um período de treinamentos. Aprovada em um processo seletivo muito disputado, ela foi escolhida para integrar a companhia multinacional. “A primeira etapa está sendo de muito treino e preparação. Eles me chamaram para a equipe do espetáculo ‘Russian Swing’, que é um número bem radical composto só de mulheres. Depois de toda a preparação vou adiante para os shows. É isso! O que eles pedirem estarei fazendo”, assegurou. 

Na mira

A tentativa da criação de CPI para investigar o Consórcio Guaicurus, e o pedido de impeachment da prefeita Adriane Lopes são os dois assuntos polêmicos que dominarão as discussões na área política de Campo Grande, neste pós-carnaval. Em ambos os casos, há quem não aposte nem “um dólar furado” de que vão prosperar, por uma série de fatores. Essas questões deixaram claro que a prefeita terá que estar preparada contra as ofensivas, que deverão ocorrer de forma constante.

Alerta

A invasão de hackers, no dia 2, ao sistema do Departamento de Tributação e Contabilidade da Prefeitura de Ivinhema serve de alerta para que outros municípios redobrem a segurança. Essa ação, conforme aquela prefeitura, pode ter resultado na obtenção pelos invasores cibernéticos de dados das pessoas, como nome, CPF, RG, endereço, telefone, data de nascimento e estado civil. As autoridades policiais foram comunicadas.

Bola da vez

Na briga pelo poder, a União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS) é a bola da vez.  Integrantes do Legislativo municipal de Campo Grande estão fazendo articulações, buscando até a Justiça,  com vistas a conquistar  o comando da entidade, que há décadas tem a frente o vereador Jeovani Vieira dos Santos, de Jateí, e que poderá ter como concorrente o seu colega da Capital, Junior Coringa.

ANIVERSARIANTES

  • Adriana Paula Cândido,
  • Eduardo de Melo Spengler, 
  • Dra. Maria Auxiliadora Budib,
  • Sérgio Silva Muritiba,
  • Alessandra Patrícia Pandolfo Simon, Christiane Buainain Gonçalves,
  • Ademir Garcia dos Reis,
  • Benilo Allegretti,
  • Leida Aguero Reis,
  • Pedro Paulo Feronato,
  • Rodiney de Pinho Barbosa,
  • Valdeir de Oliveira,
  • Bento Lebre dos Santos,
  • Donizete Ribeiro de Magalhaes,
  • Maria Alves de Almeida,
  • Sandra Maria Silveria Denadai,
  • Antonio Silvio de Souza,
  • Benedicto Moreira,
  • Maria Aparecida de Oliveira,
  • Katia Tavares,
  • José Carlos Tavares do Couto Filho, 
  • Joao Reston Elias,
  • Edyna Araújo de Almeida,
  • Dr. André Augusto Wanderley Tobaru, 
  • Débora Rondon, 
  • Márcia Tateishi Yamauchi,
  • Dr. Redel Furtado Neres,
  • Dr. Marcos Tadeu Winche Andrade, Jaime Selle, 
  • Oscar Quiroga, 
  • João Adecio Alves,
  • José Narciso Escobar,
  • Marcos Antonio Soares,
  • Andréa Saab Baroli,
  • Nailo Garces da Costa,
  • Marcilio Gianerini Freire,
  • Elizabete Alves da Silva,
  • James Rudy Silveira,
  • Lidio Moraes,
  • Denise Tibal Vasconcelos Dias,
  • Andressa Rafaela de Souza,
  • Sérgio Roberto Mendes, 
  • Elida Brito de Alencar,
  • Joana Inês Bitencourt,
  • Júlio Sérgio Vargas Fernandes,
  • Magda Guimarães Falcão Alves Zamboni Freitas, 
  • Dra. Leonir Wiechert Nogueira Barros, 
  • Deodato Dortas Rodrigues Neto,
  • Fabrizia Ferreira Machado,
  • Júlio Cesar Carvalho,
  • Ivandro Correia Silveira,
  • Dayanny Bento Silva,
  • Kelly Cristina Garcia,
  • Angela Maria Ranconi,
  • Fernanda Marques Yafusso,
  • Milton Martinho,
  • Fernando Lamers, 
  • Antônio João Grande de Melo,
  • Marcelino Rodrigues de Souza,
  • João de Freitas Pinto, 
  • Washington Luiz Castro Júnior, 
  • Bernadete Abrão, 
  • Ivan Mendonça Arruda, 
  • Juailson Canhete da Costa, 
  • Maria de Almeida Metello de Assis, 
  • Cláudio Nakazato,
  • José Luiz Saad Coppola, 
  • Kelly Haruko Kaneki, 
  • Edmar José Panassolo,
  • Carlos Alberto Garcete de Almeida,
  • Diones Figueiredo Franklin Canela, Rener Cruvinel Borges,
  • Kenya Silveira Lopes, 
  • Mara Gimenez Pereira da Silva,
  • Karla Lorena Griesbach Nantes, 
  • Ruth Corrêa de Lima Carvalho,
  • Francisco de Paula Ribeiro Júnior,
  • Ana Keller dos Santos Aleyne, 
  • Luiz Carlos Mandu da Silva,
  • Marcelo Cesar de Oliveira, 
  • Hosana Gonçalves Moraes,
  • José Massayoshi Simabucuro,
  • Roberta Soto Maggioni,
  • João Paulo Tomás,
  • Ana Paula Seles Paco dos Santos,
  • Ozair Kerr, 
  • Emerson Tiogo da Silva,
  • Walderez e Silva de Farias,
  • Jorge Alberto Pizzaro de Menezes,
  • Dênis Peixoto Ferrão Filho,
  • Thaís Iguma, 
  • Higo dos Santos Ferre,
  • Renata Espíndola Virgilio,
  • Vânia Mara Basílio Garabini,
  • Tamara Guimarães da Costa,
  • Edinete Lira Torres Castello,
  • Jean Cleiton Santi,
  • Zenildo de Oliveira,
  • Carlito de Oliveira Boza, 
  • Ademar Gonçalves Machado, 
  • Fabia Elaine de Carvalho Lopes, 
  • Giselly Pitinari Cordeiro, 
  • Marisol Marim Alves de Oliveira,
  • Maria Luiza Businaro, 
  • Patricia Lantieri Correa de Barros, 
  • Christiane Barnard Pereira Utima,
  • Zilma Marques de Bernardo Castro e Silva,
  • Emerson Pereira de Miranda.

 COLABOROU TATYANE GAMEIRO

CULTURA & FOLIA

Conheça a relação do historiador Edson Contar com o Carnaval de Campo Grande

Pioneiro na organização do desfile carnavalesco de Campo Grande, o historiador, jornalista e compositor Edson Contar é uma figura essencial para se entender como a festa tomou conta da cidade e ganhou a dimensão que tem hoje

05/03/2025 10h00

O compositor, cronista, turismólogo e, sobretudo, carnavalesco Edson Contar, no traço do cartunista Éder Flávio: alma do Carnaval de Campo Grande

O compositor, cronista, turismólogo e, sobretudo, carnavalesco Edson Contar, no traço do cartunista Éder Flávio: alma do Carnaval de Campo Grande Foto: Flávio Eder

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“Minha carne é de Carnaval/meu coração é igual [...] onde quer que/eu ande em qualquer pedaço/eu faço/um campo grande/um campo grande”.

A canção de 1972 do Novos Baianos (“Swing de Campo Grande”), embora celebre a alegria dos integrantes do grupo de pular Carnaval em uma das praças mais conhecidas de Salvador, na Bahia, cai como uma luva no estado de ânimo que a festa provoca em Edson Contar.

Figura essencial para o que a festa da Campo Grande sul-mato-grossense se tornou, pelo menos, nos últimos 50 anos, o historiador, jornalista, compositor, turismólogo e, sobretudo, folião Edson Contar, que, inclusive, atuou no Correio do Estado, traz a história do samba, das escolas e dos desfiles da Capital na ponta da língua. Em muitos dos episódios que conta, mais do que testemunha, é ele um dos protagonistas, se não “o” protagonista da situação.

Seu Edson domina o assunto, e quem já bateu um papo com ele sabe o quanto é bom de prosa.

“Quanto a essa quarta [Quarta-Feira de Cinzas], nem eu entendi isso de cair logo após o Carnaval”, brinca, soltando uma risada, ao saber o dia em que seria publicada essa reportagem. O artista da folia segue dizendo que “o Carnaval ainda é uma festa do povo”, para relembrar, em seguida, dos carnavais “de antigamente”, recuperando o nome de Goinha como o responsável pela multiplicação das escolas, na década de 1960, a partir da criação da Acadêmicos do Samba.

PATRIARCA

“Mesmo que as escolas de samba não tenham espaço para tanta gente, os blocos e cordões supriram e deram chance de participação para os que gostam da folia”, reflete o veterano, cujo sangue carnavalesco transmitido ao filho, o também historiador Jefferson Contar, rendeu como fruto o Cordão Valu, que, por sua vez, desde 2007, quando desfilou pela primeira vez, acabou se tornando celeiro de outros blocos que surgiram, como o Capivara Blasé e o Vai Quem Vem.

É que Jefferson, ao lado de sua esposa, Silvana Valu, mais uma historiadora na resenha de hoje, foi quem criou o Valu, o que faz do patriarca uma espécie de “alfa e ômega” do Carnaval campo-grandense. À frente da Secretaria de Turismo da Capital, Seu Edson não mediu esforços para trazer mais profissionalismo à celebração e decidiu, em um esforço conjunto com as escolas, investir na organização, oficializando o desfile.

As alas passaram a ser identificadas e todo um ordenamento de entrada na passarela foi estabelecido, a partir de um regulamento que procurava seguir os ditames do Carnaval carioca – a festança do Rio de Janeiro é uma das paixões confessas do compositor.

A bateria ganhou um “tchan”, a confecção das fantasias passou a ser mais requintada, assim como a definição dos temas e a criação dos sambas-enredo também deram um salto de criatividade. A ala das baianas, a comissão de frente e tudo o mais ganhou outros cuidados.

IGREJINHA

Nada, porém, foi tão fácil quanto pode parecer olhando de longe. Uma das dificuldades era, justamente, encontrar quem compusesse os sambas-enredo. E, na falta de compositores, Edson assumiu a criação do samba de cinco escolas. Aos poucos, foram aparecendo outros bambas bons de verso, como Onésimo Filho, que, no ano seguinte, assinou o samba-enredo da Vila Carvalho.

Apesar do coração grande, onde cabem todas as agremiações, Seu Edson não esconde que as coronárias pulsam com mais força quando o assunto é a Igrejinha, para a qual compôs vários dos enredos que levaram a escola, fundada em 12 de maio de 1975, a ser campeã por 24 vezes.

“E assim fiz história cá na cidade que meu bisavô [José Antônio Pereira] fundou. Quesitos, que não existiam, as escolas tiveram que adaptar. Mas o entrave seriam os sambas-enredo”, relembra o carnavalesco e cronista, que em 2016 foi tema da Vermelha e Branca.

“Ainda não atraía compositores de então, e lá fui eu compor para as cinco ou seis escolas de samba da época. No segundo ano, bem-vindo o querido Onésimo Filho, que assumiu o samba da Vila Carvalho. Em seguida, o grande Cambará traz o balanço corumbaense para a Em Cima da Hora... (Meus respeitos e saudades, mestres!)”, escreve Seu Edson em uma crônica publicada recentemente em seu perfil no Facebook.

“E eu segui fazendo o enredo para a Igrejinha, na qual fui campeão por 12 anos, com letra e música dos enredos, ficando um deles como hino da escola: ‘Maria Fumaça – Um Símbolo e Seus Heróis’, que conta a chegada da estrada de ferro por aqui, em 1914. A maioria dos meus sambas foram puxados pelo amigo Edir Valu, que viria a ser sogro do meu filho mais novo [Jefferson]”, diz o mestre, que também é autor do clássico “Ave Maria Pantaneira”.

SEM MODÉSTIA

Ele conta que também “fez” dois campeonatos pela Unidos do Cruzeiro.

“Salve, salve, querido irmão amigo Renato Picolé, saudoso sambista que também fez história nos carnavais”, exalta o carnavalesco, na conversa por telefone.

Ele passou o Carnaval em Piraputanga, onde se recupera de um resfriado. Deve estar de volta a Campo Grande hoje.

“Tenho orgulho, sim. Modéstia não cabe quando a gente pode contar de cabeça erguida uma história de vida que milhares conhecem por aqui. Fui enredo da Igrejinha quando parei com as composições. O palco da escola tem meu nome. Recebi o troféu Cidadão Samba das mãos da famosa Leci Brandão”, conta Seu Edson, atualmente com 85 anos – “cara de 58”, brinca ele – e lidando com problemas de saúde em decorrência de décadas de baforadas nos “malditos” cigarros.

“Tenho em minha galeria dezenas de troféus, que, somados ao do turismo, que leva meu nome, em mais uma homenagem em vida que me presta a ABBTUR [Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais do Turismo], me fazem um homem realizado e hoje conformado. Se já não tenho pernas para sambar, resta-me olhar de longe o Cordão Valu passar, e nele um pedaço de mim, pois foi meu filho e sua esposa que fundaram essa agremiação, que hoje é o top do Carnaval em Campo Grande”, emociona-se.

“TORÇO POR TODAS”

“E no dia das escolas, além da minha Igrejinha, torço por todas, pois em cada uma tive um irmão de samba e amigo da vida. Valeu, Dudu, Chipe, Edno, Goinha, Carlão, Zé Carlos, Alceu Adão, Salvador Dodero, Picolé e os meninos da Estação Primeira. Tudo passou , mas ficam as lembranças”, relata Seu Edson, arrematando a conversa com mais uma declaração de amor ao Carnaval de Campo Grande. Ou, melhor dizendo, à sintonia que a vibração carnavalesca pode despertar.

“Ser comparado como primo pobre de Corumbá é coisa do passado. Basta ver a riqueza de nossas escolas e a animação dos blocos. Cada um tem suas características, mas é verdade que os corumbaenses muito contribuíram para o crescimento dos nossos carnavais. Há uma perfeita harmonia entre nossas agremiações e as de lá. E até casos de foliões que desfilam aqui e lá no outro dia”, ameniza Seu Edson. “Tá” falado, mestre.

Eram Outros Carnavais
(Edson Contar)

Fui menino de cordão
Pierrô de colombinas 
Rapazinho, dos danados,
Sem descanso pras meninas...

Já feito, peguei caminho
Ver de perto o carnaval
Fiz do Rio o meu ninho
Tempos de paz e carinhos
De alegria sem igual...

Animado e decidido
Passei por bandas de então:
Ipanema, Miguel Lemos,
Copacabana, Bola Preta,
E no Copa o salão.

Voltei pra casa formado,
(Malandro no sentido figurado)
Assumi cargo importante
Que incluía a folia ...
E era tudo o que eu queria,
Trazer a lei pro meu chão...
Pois aqui organizaria
Com regras e novo formato
Os desfiles de então.

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