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Diálogo

Confira a coluna Diálogo na íntegra, desta quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Por Ester Figueiredo ([email protected])

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Bertolt Brecht - escritor alemão

"Viver num país sem senso de humor é insuportável, 
porém é ainda mais insuportável habitar um país 
em que se precisa ter senso de humor para viver”.

FELPUDA

Político hoje sem mandato está travando batalha na Justiça por a quem compete julgar processo em que aparece como envolvido em suposta organização criminosa. Quando do início do bafafá, quis que seu caso fosse tratado pelo STJ, e não por juiz de 1º grau. Com o andar da carruagem, eis que agora briga judicialmente, e conseguiu liminar, para tudo ficar por aqui mesmo e nas mãos de quem anteriormente achava não ser da competência. 

O Ministério Público não concorda e quer que aquela Corte superior julgue o dito-cujo. É esperar para ver.

Perdeu

Em 2020, ao ser consultado sobre se topava entrar na disputa eleitoral como candidato a vice-governador, um hoje ex-parlamentar não aceitou o convite.

Mais

Quis apostar em sua reeleição, o que acabou não acontecendo. Depois de ter deixado passar o cavalo encilhado, que, por sinal, trotou até a vitória, tentará uma vaga de vereador na eleição deste ano. Vai que...

Um tanto inusitada a campanha iniciada por Demi Moore. Ela compartilhou um vídeo nas redes sociais sobre a importância 
de soltar gases, enquanto divulgava o livro “Guia para Adultos de como Soltar Pum”, de autoria de Lucas Kraft. A atriz disse que, como defensora da saúde intestinal, tornou-se uma grande aliada do escritor da obra e fundador de uma empresa que produz e fabrica antiácidos usados contra flatulências e problemas intestinais, chamados Wonderbelly.

“Não é apenas um remédio digestivo incrível, mas também faz um trabalho importante de conscientização sobre transtornos alimentares e desestigmatização de funções corporais”, explica Demi Moore no vídeo. “Embora o livro seja engraçado e alegre, ele tem uma mensagem sobre autoaceitação”, disse.

Realidade

As pesquisas que vêm sendo divulgadas, com o devido registro, têm contribuído para o aumento do consumo de chá de camomila em alguns QGs, principalmente naqueles onde os candidatos estão, digamos, como aviões em manutenção: não decolam de jeito nenhum. Mas, para não mostrar que assimilaram o golpe, preferem colocar em dúvida os números divulgados. De qualquer maneira, a única certeza é bastante óbvia: uns vão ganhar, outros vão perder. Simples assim.

Desajuste

Por falar em pesquisas, alguns dos candidatos a prefeito de Campo Grande estariam abaixo até do porcentual do quesito indecisos, o que demonstraalgum desajuste na engrenagem dos marqueteiros. Aliás, de acordo com opiniões de experientes políticos, o maior problema em campanha eleitoral é quando os encarregados da propaganda eleitoral não se acham “os deuses do Olimpo”, mas “têm certeza” disso. É o primeiro passo para a derrocada de uma candidatura.

Não

A Associação dos Prefeitos e Ex-Prefeitos de MS saiu em socorro de gestores e atuais candidatos que tiveram contas reprovadas e correm o risco de serem considerados inelegíveis pelo Tribunal Regional Eleitoral. 

A entidade bateu às portas da Justiça comum, via mandado de segurança coletivo, pedindo liminar para suspender a lista 
do TCE-MS que divulgou a relação. A resposta foi negativa e “tudo continua como dantes no Quartel de Abrantes”.

ANIVERSARIANTES

  • Martha Barbosa dos Santos Pereira, Marlene Aparecida Rocha,
  • Marcelo Miglioli,
  • Maria Tereza Silva Oshiro, 
  • Dr. Sérgio Fernandes Martins, 
  • Ariane Vanuire da Rocha Lovato,
  • Marcos Antônio Silva de Souza (Marcão),
  • Paulo Fernando Demeterco,
  • Dr. Duizio Ferreira Marques, 
  • Itamira Assunta Bertuol,
  • Dr. Márcio Cézar Toledo,
  • Nair Rodrigues Savietto,
  • Moacir Antônio de Carvalho,    
  • Edgar Rodrigues Pereira, 
  • Luiz Angelo Negrisolli, 
  • Flávio Leandro da Silva,
  • Luzia Fumiko Oshiro,
  • José Tavares Sobrinho,
  • Francisco Antonio Costa,
  • Reinaldo José Sabadotto,
  • Heyder Bartz, 
  • Airton Alves Bernardes,
  • Dr. Ary Dittmar Raghiant Neto, 
  • Ariel Dittmar Raghiant, 
  • Fábio Teruya,
  • Flávio Sasdelli,
  • Romeu Geraldo da Silva Lopes,
  • Nestor Pache Anache,
  • Anisley Queiroz Barbosa,
  • Marcelo Oliveira Provenzi,
  • Euclides Archangelo Calça,
  • Maria Adelaide da Silva Curto 
  • do Nascimento, 
  • Tuany Rezende Salgado,
  • Valmir da Silva Ajala,
  • Diva Elena Duarte,
  • Ary de Souza Vasco,
  • Isabel de Souza Silveira,
  • Juliana Oliveira de Loureiro, 
  • Ramão Francisco Martins,
  • Vanda Amâncio Mendes,
  • Ruth de Souza Salviano,
  • Wilson Mariano,
  • Tadahisa Nagato,
  • Zilene Maris Mazzucco, 
  • Dr. Alcides Trentin, 
  • Maria Inês de Moraes Cavalheiro,
  • Julião Cáceres Duarte,
  • Odete Rodrigues de Matos,
  • Benedito Alves de Godoy,
  • Maria Regina Rizzati Ferreira,
  • Calixto Felipe Hueb,
  • Maria das Graças Militão,
  • Antônio Jorge Salomão,
  • Agnes Pereira do Vale,
  • José Angelo Bianhessi,
  • Líbia Azambuja,
  • Rochane Nogueira,
  • Nelson Medeiros,
  • Dione Santos,
  • Maria Novaes Guimarães,
  • Hugo César Zapatta, 
  • Helenildo Alves Nogueira,
  • Arnaldo Villarinho,
  • Ramão Assunção dos Santos,
  • Luiz Carlos Santana,
  • Camila Almeida Duarte,
  • Augusto Barbosa de Souza,
  • Déa Maria Jacques Costa, 
  • Sílvia Emiko Higa Yamazake, 
  • Takeshi Matsubara,
  • Cláudio Mario Decarli Cantelli,
  • Renata Clotilde Zanda Bodstein, Elidio Mendes da Silva,
  • José Manoel Borges,
  • Carlos Zanin de Almeida,
  • Assunção Santú Cabral de Arruda,
  • Virgínia Barbosa Lemes,
  • Luiz Antonio Angelo da Silva,
  • Carolina Martins Pithan,
  • Samia Marian Bichara Sassinem Freitas,
  • Neide Pinheiro de Lima Severo,
  • Clotilde Romero Paré,
  • Basílio Meirelles de Camargo,
  • Maria Aparecida Loureiro,
  • Milena Perapelle Nogueira,
  • Aildes Glória Ludovice Borges,
  • Márcio Antonio Guimarães Melo,
  • Sandro de Lara Langaro,
  • Takako Okada Natsuneda,
  • Paulo Cesar de Arruda Cangussu, João Yoshinori Suyama,
  • Adalto Cézar Fregadolli,
  • Fábio de Souza Zanella,
  • Luciane Dainez Sozzi,
  • Flávia Maria Assis de Rezende Bortoluzzi,
  • Vera Assunção Alvares Ribeiro,
  • Adriana Paula Braghin Serenario Tadano,
  • Helkis Clark Ghizzi,
  • Samira Kalache, 
  • Miryan Saddi Lacerda Stochiero, 
  • Fátima Regina de Lima Martins,
  • Mariele Santarosa,
  • Giovana Kremmer Ramires,
  • Fernanda de Souza San Martin,
  • Millene Bortoloti Minhos,
  • Massaomi Suguimoto,
  • Mariana Rabelo Batoni.

 

* Colaborou Tatyane Gameiro

Correio B

Há quem garanta que não demorará muito para dois políticos que são parentes...Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo desta quinta-feira (06/03)

06/03/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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LUIS FERNANDO VERÍSSIMO ESCRITOR BRASILEIRO
"Tem muita gente honesta neste País. 
Só não se identificam para não ficar 
de fora se aparecer um bom negócio”.

FELPUDA

Há quem garanta que não demorará muito para dois políticos que são parentes bem próximos colocarem luvas de boxe para embate em conhecido ringue. É que um deles vem posando de oposição, enquanto o outro é “chegado” de cabeça coroada. Na prática, dizem, um vai bater e o outro defenderá. Os dois já estiveram no mesmo partido, mas recentemente deixaram de andar de mãos dadas e foram caminhar politicamente separados. Um deles largou o certo pelo incerto e se deu muito mal. Já o outro tem dançado conforme a música. É esperar para ver.

Em alta

A Companhia Nacional de Abastecimento divulgou Boletim Logístico, mostrando que o avanço da colheitade soja tem influenciado os preços praticados no mercado de serviços de transporte de grãos nas rotas pesquisadas, como em MS.

Mais

A perspectiva de produção recorde para a oleaginosa, estimada em 166 milhões 
de toneladas, tende a gerar pressão na oferta de caminhões, o que influencia na alta nos serviços de frete.

DiálogoCorah Medeiros
DiálogoCláudio Castro e Rafael Picciani - Corcovado - Foto Lucas Teixeira - Rio Open 4090

 

Diálogo

Após 13 anos no esporte, a atleta Camille Giovanini (foto) parte para uma nova etapa na vida: a carreira como artista do Cirque du Soleil. No começo deste ano, a jovem de 19 anos foi para Montreal, no Canadá, iniciando um período de treinamentos. Aprovada em um processo seletivo muito disputado, ela foi escolhida para integrar a companhia multinacional. “A primeira etapa está sendo de muito treino e preparação. Eles me chamaram para a equipe do espetáculo ‘Russian Swing’, que é um número bem radical composto só de mulheres. Depois de toda a preparação vou adiante para os shows. É isso! O que eles pedirem estarei fazendo”, assegurou. 

Na mira

A tentativa da criação de CPI para investigar o Consórcio Guaicurus, e o pedido de impeachment da prefeita Adriane Lopes são os dois assuntos polêmicos que dominarão as discussões na área política de Campo Grande, neste pós-carnaval. Em ambos os casos, há quem não aposte nem “um dólar furado” de que vão prosperar, por uma série de fatores. Essas questões deixaram claro que a prefeita terá que estar preparada contra as ofensivas, que deverão ocorrer de forma constante.

Alerta

A invasão de hackers, no dia 2, ao sistema do Departamento de Tributação e Contabilidade da Prefeitura de Ivinhema serve de alerta para que outros municípios redobrem a segurança. Essa ação, conforme aquela prefeitura, pode ter resultado na obtenção pelos invasores cibernéticos de dados das pessoas, como nome, CPF, RG, endereço, telefone, data de nascimento e estado civil. As autoridades policiais foram comunicadas.

Bola da vez

Na briga pelo poder, a União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS) é a bola da vez.  Integrantes do Legislativo municipal de Campo Grande estão fazendo articulações, buscando até a Justiça,  com vistas a conquistar  o comando da entidade, que há décadas tem a frente o vereador Jeovani Vieira dos Santos, de Jateí, e que poderá ter como concorrente o seu colega da Capital, Junior Coringa.

ANIVERSARIANTES

  • Adriana Paula Cândido,
  • Eduardo de Melo Spengler, 
  • Dra. Maria Auxiliadora Budib,
  • Sérgio Silva Muritiba,
  • Alessandra Patrícia Pandolfo Simon, Christiane Buainain Gonçalves,
  • Ademir Garcia dos Reis,
  • Benilo Allegretti,
  • Leida Aguero Reis,
  • Pedro Paulo Feronato,
  • Rodiney de Pinho Barbosa,
  • Valdeir de Oliveira,
  • Bento Lebre dos Santos,
  • Donizete Ribeiro de Magalhaes,
  • Maria Alves de Almeida,
  • Sandra Maria Silveria Denadai,
  • Antonio Silvio de Souza,
  • Benedicto Moreira,
  • Maria Aparecida de Oliveira,
  • Katia Tavares,
  • José Carlos Tavares do Couto Filho, 
  • Joao Reston Elias,
  • Edyna Araújo de Almeida,
  • Dr. André Augusto Wanderley Tobaru, 
  • Débora Rondon, 
  • Márcia Tateishi Yamauchi,
  • Dr. Redel Furtado Neres,
  • Dr. Marcos Tadeu Winche Andrade, Jaime Selle, 
  • Oscar Quiroga, 
  • João Adecio Alves,
  • José Narciso Escobar,
  • Marcos Antonio Soares,
  • Andréa Saab Baroli,
  • Nailo Garces da Costa,
  • Marcilio Gianerini Freire,
  • Elizabete Alves da Silva,
  • James Rudy Silveira,
  • Lidio Moraes,
  • Denise Tibal Vasconcelos Dias,
  • Andressa Rafaela de Souza,
  • Sérgio Roberto Mendes, 
  • Elida Brito de Alencar,
  • Joana Inês Bitencourt,
  • Júlio Sérgio Vargas Fernandes,
  • Magda Guimarães Falcão Alves Zamboni Freitas, 
  • Dra. Leonir Wiechert Nogueira Barros, 
  • Deodato Dortas Rodrigues Neto,
  • Fabrizia Ferreira Machado,
  • Júlio Cesar Carvalho,
  • Ivandro Correia Silveira,
  • Dayanny Bento Silva,
  • Kelly Cristina Garcia,
  • Angela Maria Ranconi,
  • Fernanda Marques Yafusso,
  • Milton Martinho,
  • Fernando Lamers, 
  • Antônio João Grande de Melo,
  • Marcelino Rodrigues de Souza,
  • João de Freitas Pinto, 
  • Washington Luiz Castro Júnior, 
  • Bernadete Abrão, 
  • Ivan Mendonça Arruda, 
  • Juailson Canhete da Costa, 
  • Maria de Almeida Metello de Assis, 
  • Cláudio Nakazato,
  • José Luiz Saad Coppola, 
  • Kelly Haruko Kaneki, 
  • Edmar José Panassolo,
  • Carlos Alberto Garcete de Almeida,
  • Diones Figueiredo Franklin Canela, Rener Cruvinel Borges,
  • Kenya Silveira Lopes, 
  • Mara Gimenez Pereira da Silva,
  • Karla Lorena Griesbach Nantes, 
  • Ruth Corrêa de Lima Carvalho,
  • Francisco de Paula Ribeiro Júnior,
  • Ana Keller dos Santos Aleyne, 
  • Luiz Carlos Mandu da Silva,
  • Marcelo Cesar de Oliveira, 
  • Hosana Gonçalves Moraes,
  • José Massayoshi Simabucuro,
  • Roberta Soto Maggioni,
  • João Paulo Tomás,
  • Ana Paula Seles Paco dos Santos,
  • Ozair Kerr, 
  • Emerson Tiogo da Silva,
  • Walderez e Silva de Farias,
  • Jorge Alberto Pizzaro de Menezes,
  • Dênis Peixoto Ferrão Filho,
  • Thaís Iguma, 
  • Higo dos Santos Ferre,
  • Renata Espíndola Virgilio,
  • Vânia Mara Basílio Garabini,
  • Tamara Guimarães da Costa,
  • Edinete Lira Torres Castello,
  • Jean Cleiton Santi,
  • Zenildo de Oliveira,
  • Carlito de Oliveira Boza, 
  • Ademar Gonçalves Machado, 
  • Fabia Elaine de Carvalho Lopes, 
  • Giselly Pitinari Cordeiro, 
  • Marisol Marim Alves de Oliveira,
  • Maria Luiza Businaro, 
  • Patricia Lantieri Correa de Barros, 
  • Christiane Barnard Pereira Utima,
  • Zilma Marques de Bernardo Castro e Silva,
  • Emerson Pereira de Miranda.

 COLABOROU TATYANE GAMEIRO

CULTURA & FOLIA

Conheça a relação do historiador Edson Contar com o Carnaval de Campo Grande

Pioneiro na organização do desfile carnavalesco de Campo Grande, o historiador, jornalista e compositor Edson Contar é uma figura essencial para se entender como a festa tomou conta da cidade e ganhou a dimensão que tem hoje

05/03/2025 10h00

O compositor, cronista, turismólogo e, sobretudo, carnavalesco Edson Contar, no traço do cartunista Éder Flávio: alma do Carnaval de Campo Grande

O compositor, cronista, turismólogo e, sobretudo, carnavalesco Edson Contar, no traço do cartunista Éder Flávio: alma do Carnaval de Campo Grande Foto: Flávio Eder

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“Minha carne é de Carnaval/meu coração é igual [...] onde quer que/eu ande em qualquer pedaço/eu faço/um campo grande/um campo grande”.

A canção de 1972 do Novos Baianos (“Swing de Campo Grande”), embora celebre a alegria dos integrantes do grupo de pular Carnaval em uma das praças mais conhecidas de Salvador, na Bahia, cai como uma luva no estado de ânimo que a festa provoca em Edson Contar.

Figura essencial para o que a festa da Campo Grande sul-mato-grossense se tornou, pelo menos, nos últimos 50 anos, o historiador, jornalista, compositor, turismólogo e, sobretudo, folião Edson Contar, que, inclusive, atuou no Correio do Estado, traz a história do samba, das escolas e dos desfiles da Capital na ponta da língua. Em muitos dos episódios que conta, mais do que testemunha, é ele um dos protagonistas, se não “o” protagonista da situação.

Seu Edson domina o assunto, e quem já bateu um papo com ele sabe o quanto é bom de prosa.

“Quanto a essa quarta [Quarta-Feira de Cinzas], nem eu entendi isso de cair logo após o Carnaval”, brinca, soltando uma risada, ao saber o dia em que seria publicada essa reportagem. O artista da folia segue dizendo que “o Carnaval ainda é uma festa do povo”, para relembrar, em seguida, dos carnavais “de antigamente”, recuperando o nome de Goinha como o responsável pela multiplicação das escolas, na década de 1960, a partir da criação da Acadêmicos do Samba.

PATRIARCA

“Mesmo que as escolas de samba não tenham espaço para tanta gente, os blocos e cordões supriram e deram chance de participação para os que gostam da folia”, reflete o veterano, cujo sangue carnavalesco transmitido ao filho, o também historiador Jefferson Contar, rendeu como fruto o Cordão Valu, que, por sua vez, desde 2007, quando desfilou pela primeira vez, acabou se tornando celeiro de outros blocos que surgiram, como o Capivara Blasé e o Vai Quem Vem.

É que Jefferson, ao lado de sua esposa, Silvana Valu, mais uma historiadora na resenha de hoje, foi quem criou o Valu, o que faz do patriarca uma espécie de “alfa e ômega” do Carnaval campo-grandense. À frente da Secretaria de Turismo da Capital, Seu Edson não mediu esforços para trazer mais profissionalismo à celebração e decidiu, em um esforço conjunto com as escolas, investir na organização, oficializando o desfile.

As alas passaram a ser identificadas e todo um ordenamento de entrada na passarela foi estabelecido, a partir de um regulamento que procurava seguir os ditames do Carnaval carioca – a festança do Rio de Janeiro é uma das paixões confessas do compositor.

A bateria ganhou um “tchan”, a confecção das fantasias passou a ser mais requintada, assim como a definição dos temas e a criação dos sambas-enredo também deram um salto de criatividade. A ala das baianas, a comissão de frente e tudo o mais ganhou outros cuidados.

IGREJINHA

Nada, porém, foi tão fácil quanto pode parecer olhando de longe. Uma das dificuldades era, justamente, encontrar quem compusesse os sambas-enredo. E, na falta de compositores, Edson assumiu a criação do samba de cinco escolas. Aos poucos, foram aparecendo outros bambas bons de verso, como Onésimo Filho, que, no ano seguinte, assinou o samba-enredo da Vila Carvalho.

Apesar do coração grande, onde cabem todas as agremiações, Seu Edson não esconde que as coronárias pulsam com mais força quando o assunto é a Igrejinha, para a qual compôs vários dos enredos que levaram a escola, fundada em 12 de maio de 1975, a ser campeã por 24 vezes.

“E assim fiz história cá na cidade que meu bisavô [José Antônio Pereira] fundou. Quesitos, que não existiam, as escolas tiveram que adaptar. Mas o entrave seriam os sambas-enredo”, relembra o carnavalesco e cronista, que em 2016 foi tema da Vermelha e Branca.

“Ainda não atraía compositores de então, e lá fui eu compor para as cinco ou seis escolas de samba da época. No segundo ano, bem-vindo o querido Onésimo Filho, que assumiu o samba da Vila Carvalho. Em seguida, o grande Cambará traz o balanço corumbaense para a Em Cima da Hora... (Meus respeitos e saudades, mestres!)”, escreve Seu Edson em uma crônica publicada recentemente em seu perfil no Facebook.

“E eu segui fazendo o enredo para a Igrejinha, na qual fui campeão por 12 anos, com letra e música dos enredos, ficando um deles como hino da escola: ‘Maria Fumaça – Um Símbolo e Seus Heróis’, que conta a chegada da estrada de ferro por aqui, em 1914. A maioria dos meus sambas foram puxados pelo amigo Edir Valu, que viria a ser sogro do meu filho mais novo [Jefferson]”, diz o mestre, que também é autor do clássico “Ave Maria Pantaneira”.

SEM MODÉSTIA

Ele conta que também “fez” dois campeonatos pela Unidos do Cruzeiro.

“Salve, salve, querido irmão amigo Renato Picolé, saudoso sambista que também fez história nos carnavais”, exalta o carnavalesco, na conversa por telefone.

Ele passou o Carnaval em Piraputanga, onde se recupera de um resfriado. Deve estar de volta a Campo Grande hoje.

“Tenho orgulho, sim. Modéstia não cabe quando a gente pode contar de cabeça erguida uma história de vida que milhares conhecem por aqui. Fui enredo da Igrejinha quando parei com as composições. O palco da escola tem meu nome. Recebi o troféu Cidadão Samba das mãos da famosa Leci Brandão”, conta Seu Edson, atualmente com 85 anos – “cara de 58”, brinca ele – e lidando com problemas de saúde em decorrência de décadas de baforadas nos “malditos” cigarros.

“Tenho em minha galeria dezenas de troféus, que, somados ao do turismo, que leva meu nome, em mais uma homenagem em vida que me presta a ABBTUR [Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais do Turismo], me fazem um homem realizado e hoje conformado. Se já não tenho pernas para sambar, resta-me olhar de longe o Cordão Valu passar, e nele um pedaço de mim, pois foi meu filho e sua esposa que fundaram essa agremiação, que hoje é o top do Carnaval em Campo Grande”, emociona-se.

“TORÇO POR TODAS”

“E no dia das escolas, além da minha Igrejinha, torço por todas, pois em cada uma tive um irmão de samba e amigo da vida. Valeu, Dudu, Chipe, Edno, Goinha, Carlão, Zé Carlos, Alceu Adão, Salvador Dodero, Picolé e os meninos da Estação Primeira. Tudo passou , mas ficam as lembranças”, relata Seu Edson, arrematando a conversa com mais uma declaração de amor ao Carnaval de Campo Grande. Ou, melhor dizendo, à sintonia que a vibração carnavalesca pode despertar.

“Ser comparado como primo pobre de Corumbá é coisa do passado. Basta ver a riqueza de nossas escolas e a animação dos blocos. Cada um tem suas características, mas é verdade que os corumbaenses muito contribuíram para o crescimento dos nossos carnavais. Há uma perfeita harmonia entre nossas agremiações e as de lá. E até casos de foliões que desfilam aqui e lá no outro dia”, ameniza Seu Edson. “Tá” falado, mestre.

Eram Outros Carnavais
(Edson Contar)

Fui menino de cordão
Pierrô de colombinas 
Rapazinho, dos danados,
Sem descanso pras meninas...

Já feito, peguei caminho
Ver de perto o carnaval
Fiz do Rio o meu ninho
Tempos de paz e carinhos
De alegria sem igual...

Animado e decidido
Passei por bandas de então:
Ipanema, Miguel Lemos,
Copacabana, Bola Preta,
E no Copa o salão.

Voltei pra casa formado,
(Malandro no sentido figurado)
Assumi cargo importante
Que incluía a folia ...
E era tudo o que eu queria,
Trazer a lei pro meu chão...
Pois aqui organizaria
Com regras e novo formato
Os desfiles de então.

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