Correio B

GASTRONOMIA

Confira a receita de pudim de iogurte com frutas vermelhas

Experimente a sobremesa à base de iogurte natural, gelatina e creme de leite doce; você vai precisar de apenas 40 minutos para preparar essa delícia e de muito mais tempo para ouvir os elogios

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Não tem jeito. É bem verdade que o pudim de leite reina soberano nos domínios dessa sobremesa, que tem sua origem disputada pelos dois lados do Atlântico.

Mas não importa. Sendo o tradicional de leite ou preparado com coco, nata, pão ou iogurte, o pudim faz palpitar a alma brasileira em qualquer variação. Inclusive na receita que você tem a oportunidade de aprender a fazer nesta edição: o pudim de iogurte.

Embora apresente o lastro de outros países europeus, como a Suíça, essa variação ganhou o mundo, inclusive o Brasil, já faz um bom tempo. Por exemplo, o jogurt-köpfli mit beerenkompott – tradução do alemão para pudim de iogurte com frutas vermelhas – é sempre uma boa pedida de norte a sul do País em qualquer época do ano.

A sobremesa parece combinar, digamos assim, a parte boa do pudim (doçura e textura) com a leveza e a pegada “geração saúde” do iogurte natural, acrescentando-se ainda o aspecto refrescante que alguns minutos de geladeira garantem à receita.

Isso sem contar o quase milagre que a compota de frutas vermelhas é capaz de proporcionar no conjunto da degustação.

O PUDIM

Se o sabor do pudim é tão delicioso que o torna uma unanimidade, o mesmo não se pode dizer de sua origem, pois pairam muitas dúvidas quanto a isso.

Os portugueses afirmam serem os criadores do pudim, no século 16, porém, há controvérsias. Historiadores afirmam que não há como saber exatamente onde nem quando esse doce foi inventado.

Outra versão mais recorrente é que o pudim teria sido inventado por um abade português.

Os relatos dão conta de que ele não divulgava a sua receita secreta para ninguém que ousasse perguntar. Com o sucesso do doce entre a população, ele pensou em fazer uma competição com outros confeiteiros, para ver se algum deles conseguia fazer o pudim perfeitamente.

Ninguém, ao cabo, conseguiu fazer a receita exatamente igual à do religioso, porém, os competidores passaram a ter uma ideia de como chegar bem perto do paraíso que a possível receita do abade representava.

A versão original só foi revelada após a morte do clérigo, quando seu caderno de receitas foi encontrado. Bem, como se diz popularmente: ante a dúvida, faça-se a lenda.

NO BRASIL

A primeira vez que se tem registro de uma receita de pudim no País foi na publicação “O Cozinheiro Imperial”, o primeiro livro de cozinha editado no Brasil, datado de 1840. A receita era de pudim de nata. As indicações atuais dela, porém, recomendam o preparo com leite condensado.

Fato é que o Dia Nacional do Pudim (22 de maio) é uma data brasileira – embora não se saiba quando ou por que motivo teria surgido um dia para o pudim chamar de seu. Sabe-se que, nos EUA, no dia 12 de fevereiro, existe até o Dia Nacional do Pudim de Ameixa!

Seja como for, o certo é que o pudim de leite condensado, muito provavelmente graças à Nestlé, ostenta patente brasileiríssima. Acompanhe.

Inventado na Suíça em 1850 por Gail Borden, o leite condensado foi primeiro utilizado como ração militar na guerra civil norte-americana.

Prevendo um sucesso parecido na Europa, Charles Page fundou a Anglo-Swiss Condensed Milk Company em Cham, na Suíça, em 1866. Na época, seu irmão George estava nos Estados Unidos aprendendo o processo original de Gail Borden para a produção.

Um ano depois, os irmãos Page abriram a primeira fábrica de leite condensado da Europa; sua marca, a Milkmaid, começou a sair da linha de produção. O doce era altamente consumido pela corte portuguesa.

Como a pronúncia do nome original não ajudava, o povo batizou o produto de leite moça. O nome só se tornaria marca de fato três décadas depois, em 1921, quando foi aberta a primeira fábrica no Brasil.

Passado um século, o País é o maior consumidor de leite condensado no mundo. E o primeiro doce criado com leite condensado no Brasil foi, justamente, o pudim de leite.

PRÁTICO

Por não ir ao forno, o pudim de iogurte não tem aquele “problema” dos furinhos (a temperatura elevada acaba criando poros na superfície).

E também não tem o terror ao desenformar, já que um caramelo que se preze é sempre grudento mesmo – sobra mais tempo para você caprichar na calda.

A versão sugerida (de frutas vermelhas) pode ser substituída por outras frutas ou outros sabores de sua preferência. Uma última dica: para o creme de leite doce, basta bater uma lata (200 ml) de creme de leite com três colheres (sopa) de açúcar. Agora, ao trabalho e bom apetite!

Pudim de iogurte com frutas vermelhas

Ingredientes

Para o pudim de iogurte 

  • 500 g de iogurte natural;
  • 75 g de açúcar;
  • Raspas de 1 limão verde;
  • 5 folhas de gelatina;
  • 200 ml de creme de leite doce.

Para a compota de frutas vermelhas

  • 75 g de açúcar;
  • 3 colheres (sopa) de suco de laranja;
  • 500 g de frutas vermelhas mistas (morango, framboesa e amora);
  • Cascas de 2 limões verdes.

Modo de Preparo:

Coloque as folhas de gelatina de molho.

Misture o iogurte, o açúcar e as raspas de limão. Escorra as folhas de gelatina e aqueça-as em banho-maria até que estejam dissolvidas.

Retire e misture com 3 colheres (sopa) da mistura de iogurte. Adicione o restante da mistura aos poucos. Coloque na geladeira até começar a firmar. Bata o creme de leite em chantilly e adicione delicadamente à mistura de iogurte.

Coloque em forminhas de pudim e deixe gelar durante uma noite. Para fazer a compota, misture o açúcar e o suco de laranja.

Deixe ferver durante 5 minutos em fogo baixo, adicione as frutas e mexa com cuidado. Cozinhe em fogo baixo durante 5 minutos.

Para desenformar o pudim, coloque as forminhas em água quente por alguns segundos. Posicione os pudins em pratos e a compota de frutas por cima. Decore com as cascas de limão cortadas em tiras bem finas.

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OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

Correio B+

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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