Correio B

Correio B+

Cultura B+: Festival de Dança de Joinville inicia 41ª edição com o o Ballet Estable do Teatro Colón

Na cidade da dança, o evento reunirá 14 mil participantes e mais de 4 mil apresentações

Continue lendo...

Entre 15 e 27 de julho, a 41ª edição do maior Festival de Dança do Mundo será realizada em Joinville (SC), com uma programação que reúne mais de 14 mil pessoas e cerca de 4 mil apresentações de dança.

São estes números que fazem deste evento brasileiro o maior do mundo, título registrado pelo Guinness Book desde 2002: ele reúne o maior número de participantes inscritos para uma programação intensa, que inclui mostras competitivas, cursos, seminários, momentos de entretenimento, a maior feira temática de dança e mais de 500 horas de apresentações gratuitas em espaços públicos da cidade.

Entre os destaques estão o espetáculo “A Bela Adormecida”, do Ballet Estable do Teatro Colón (Argentina) na Noite de Abertura; e a apresentação da São Paulo Companhia de Dança (SP) na Noite de Gala com “Gnawa” e “Odisseia”.

As duas estão entre as companhias de dança mais importantes da América do Sul atualmente: o Ballet do Teatro Colón é o mais antigo grupo profissional de dança do continente, com quase um século de história. Já a São Paulo Companhia de Dança, embora jovem — foi criada em 2008 e é mantida pelo Governo do Estado de São Paulo — coleciona premiações como o Critics’ Choice of Dance Europe e o Grand Prix de la Critique em 2019.

O Festival recebe ainda espetáculos especiais no Teatro Juarez Machado, com o balé “Carmen”, da Cia. Jovem Bolshoi Brasil (SC); “Bichos Dançantes”, da Focus Cia. de Dança (RJ), “Marco Zero”, do Grupo Dança de Rua do Brasil (SP); e “Ommanipadmehum” e “Svarupa & Vyakta”, da EurAsia Dance Company (Itália).

Nesta segunda-feira, 15 de julho, as cortinas do grande palco do Festival de Dança de Joinville se abrirão pela primeira vez em 2024 para um espetáculo que reúne dois grandes marcos históricos: o Ballet Estable do Teatro Colón, a mais antiga companhia profissional de dança da América Latina; e o ballet “A Bela Adormecida”, uma peça considerada o auge de seu criador, o francês Marius Petita, considerado o maior coreógrafo clássico de todos os tempos. Ela será encenada pela companhia argentina na Noite de Abertura, a partir das 19 horas, no Centreventos Cau Hansen, para um público de mais de 4 mil espectadores.

A obra que será apresentada em Joinville é uma adaptação realizada pelo argentino Mario Galizzi, bailarino e coreógrafo com passagem por grandes companhias da América do Sul e da Europa, e atual diretor do Ballet do Teatro Colón. Ele conservou a essência do ballet original, com algumas mudanças para garantir o aspecto de surpresa a quem já assistiu à mesma peça apresentada por outras companhias.

“A Bela Adormecida” é baseada no famoso conto de fadas de Charles Perrault, que ganhou versões no cinema em desenho animado e live action, inclusive com releitura a partir do olhar da vilã. Ela conta a história da princesa Aurora, que é amaldiçoada no dia de seu batizado pela fada maligna Carabosse e condenada a morrer ao picar o dedo em uma roca em seu aniversário de 16 anos. Para salvá-la, a Fada Lilás altera a maldição para que a princesa somente caia num sono profundo por 100 anos, com a chance de ser despertada se receber o beijo de um príncipe apaixonado.

A peça foi criada em um momento em que o balé estava perdendo audiência na Rússia, e o diretor dos teatros imperiais, Ivan Alexandrovitch Vsevolozhsky, sugeriu que Marius Petipa, criador de balés como “O Lago dos Cisnes” e “O Quebra-nozes”, montasse a história do conto “A Bela Adormecida” como forma de chamar a atenção do grande público. Ela ganhou trilha composto por Tchaikovsky, que considerou este como seu melhor trabalho, e logo tornou-se sucesso popular. Ela é considerada a peça mais completa do ballet, e uma obra de arte em sua essência por ter excelência não apenas na dança, mas na música, nos cenários e nos figurinos.

Foto - Divulgação

Mais de 60 bailarinos e artista catarinense integram elenco

O balé tem um prólogo e três atos, e na apresentação do Ballet Estable do Teatro Colón será encenada por mais de 60 bailarinos. A protagonista será vivida pela bailarina Ayélen Sanchez, solista da companhia argentina desde 2017, período em que já viveu protagonistas importantes como Giselle no ballet de mesmo nome e Quitri de “Don Quixote”. O príncipe encantado será vivido por Federico Fernández, primeiro bailarino do Colón desde 2012, e protagonista dos principais espetáculos de clássico e neoclássico da companhia.

O elenco conta também com uma bailarina brasileira: Beatriz Boos, de Blumenau (SC). Ela iniciou seus estudos em dança na cidade natal aos quatro anos de idade, na Master Ballet – Cia. de Dança Rita Albuquerque, onde estudou até os 18 anos.

Em 2016 mudou-se para a Argentina, onde integrou o Ballet Oficial del Parque. Três anos depois, participou de concurso público para ingressar no Ballet Estable do Teatro Colón. Ela interpretou a protagonista de “A Bela Adormecida” em duas noites da temporada de junho deste ano, e em Joinville interpretará a Princesa Florisse.

O Teatro Colón é um dos teatros mais importantes do mundo. Ele foi fundado como casa de ópera em 1908, em Buenos Aires. A companhia de balé foi criada em 1925 a partir da fusão de bailarinos argentinos e artistas do Ballet Intime, do russo Adolph Bolm. Esta é a segunda vez do Ballet Colón no Festival de Dança de Joinville. A primeira apresentação foi na Noite de Abertura da 22ª edição, em 2004.

OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

Continue Lendo...

As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

Correio B+

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

Continue Lendo...

Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).