Correio B

GASTRONOMIA

Da entrada à sobremesa

Conheça os chefs e outros detalhes do 20º Festival da Guavira, em Bonito, que chega ao fim neste sábado, e aprenda uma receita exclusiva assinada pelo chef Sylvio Trujillo

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Fruta típica do Cerrado e símbolo de Mato Grosso do Sul, referendado inclusive por meio da Lei Estadual nº 5.082/2017, a guavira está incorporada à cultura de Bonito – considerado o melhor destino de ecoturismo do Brasil pela 18ª vez – desde o ato de colher no pé, na beira das estradas de acesso ao destino e nos campos, ao aproveitamento do seu suco para incrementar novos pratos e enriquecer a gastronomia regional.

Para resgatar essa tradição e o seu cultivo, a cidade criou o Festival da Guavira, que começou na quinta-feira.

A 20ª edição do evento, que segue até este sábado, além de contar com apresentações artísticas na Praça da Liberdade, onde fica o Monumento das Piraputangas, também foca a sua programação principalmente na gastronomia local.

Na Cozinha Show, onde estão sendo realizadas oficinas e experimentos com o aproveitamento da saborosa fruta, a presença de renomados chefs garante o lastro de qualidade e requinte. Neste ano, foi criado um concurso de novos talentos da gastronomia bonitense e serão premiados os melhores pratos criados a partir da guavira.

CATA GUAVIRA

Sendo novembro o mês indicado para a colheita da fruta – e em Bonito existe até o tradicional Cata Guavira, simbolizando o hábito de consumo herdado dos índios terena –, o período é ideal para visitar o destino, conciliando o passeio pelos guavirais com a agenda de acompanhar o festival e desfrutar das belezas naturais.

A programação do evento, com início sempre depois das 16h, permite agendar passeios matutinos. E mais: é época de baixa temporada no turismo, com tarifário mais acessível.

NA CULINÁRIA

Com degustação e acesso gratuito à população e aos turistas na tenda armada na praça, a Cozinha Show deste ano conta com a participação dos chefs premiados na última temporada do reality show “Sabor à Prova”, da TV MS (Record), de Campo Grande. São eles: Ana Moura (campeã), Jandira Thomasia e Graça de Oliveira.

Presença ainda de Edu Rejala, da Capital, além de Jack Loureiro (Espaço Jack) e Sylvio Trujillo (Bacuri Cozinha Regional), donos de badalados restaurantes regionais bonitenses.

“Realmente superou as nossas expectativas. Foram selecionados quatro participantes, com premiação do primeiro ao terceiro lugares. Eles apresentaram suas criações com a guavira na abertura do festival [21/11]”, explicou Trujillo. 

O resultado será anunciado neste sábado.

O chef é um dos especialistas escalados para a elaboração dos pratos neste sábado. Você confere nesta página, com exclusividade, a receita que ele apresentará no evento: porco na lata com barbecue de guavira e palitos de mandioca. A tarde também contará com a performance da chef Graça de Oliveira (“Sabor à Prova”).

A guavira é um dos principais ingredientes na culinária da cidade, e as receitas típicas e variadas podem ser encontradas em restaurantes, sorveterias, confeitarias e até no café da manhã dos hotéis.

As receitas vão desde o prato de filé de pintado, lombo de porco e pastel ao molho e calda da fruta até os sucos, os sorvetes, as geleias, os doces, as mousses, os gelatos, os licores, enfim – e isso sem falar da caipirinha de guavira, muito apreciada pelos turistas. Pequenos produtores também comercializam a fruta durante o festival.

MAIOR GUAVIRA

O evento organizado pela prefeitura de Bonito realiza neste sábado o concurso Maior Guavira, que obedece a rigoroso regulamento (a fruta não poderá apresentar nenhuma alteração, como enxerto de água) e que conta com a participação da comunidade local.

As atrações deste sábado no palco da Praça da Liberdade são a Grupo de Dança Flor de Camalote (Ladário), a companhia de dança Estrelas do Pantanal (Corumbá) e o show da dupla Vitor Gregório & Marco Aurélio.

Desde o início do festival, já passaram por lá a Banda Municipal de Bonito, Garoto Cidadão, Bolinha e Kalu, Festeiros de MS e Gilsão e Banda.

Receita - Porco na lata com barbecue de guavira e palitos de mandioca

Ingredientes

> 1 kg de costeleta suína 
ou seu corte preferido;
> 1 kg de banha suína;
> 1 kg de tomate rasteiro;
> 300 ml de molho inglês;
> 100 g de especiaria de guavira (proveniente das cascas 
e das sementes desidratadas 
e trituradas da fruta);
> 500 g de polpa de guavira;
> 200 g pimenta dedo-de-moça;
> 100ml de shoyu;
> 300 g de açúcar mascavo;
> 300 g de rapadura;
> 1 litro de óleo;
> 200 ml de vinagre de maçã;
> 100 g de extrato de tomate;
> 1 colher de sopa de páprica defumada ou picante;
> 4 limões;
> 3 dentes de alho;
> 100 g de amido de milho;
> Sal e pimenta-do-reino a gosto.

Preparo

Porco da lata

Tempere bem as costeletas com sal, pimenta-do-reino, alho picado e o suco dos limões. Deixe marinar por 
pelo menos três horas. 

Em seguida, leve ao fogo as costeletas e a banha até que levante fervura baixa. A partir daí, tampe e deixe cozinhar por pelo menos uma hora.

Palitos de mandioca

Cozinhe a mandioca, tire o pavio, amasse bem, tempere com sal e o condimento da sua preferência. Misture 
com o amido de milho. 

Abra a massa em uma forma e leve ao congelador até dar ponto de corte.

Barbecue de guavira

Em uma assadeira, coloque os tomates cortados em quatro. Tempere-os com sal e a páprica e coloque os tomates para assarem a 200°C, até amolecerem bem. 

Enquanto assam, faça uma calda a partir da rapadura, com açúcar mascavo e todos os líquidos da receita, inclusive a polpa de guavira.Mexa até o ponto de estrada (isto é, aparecer o fundo da panela como uma estrada).

Coloque um pouco da especiaria de guavira, mas não tudo de uma vez, para não ocasionar um retrogosto amargo.

Coloque aos poucos e vá provando.

Pegue os tomates assados, o extrato de tomate, a pimenta dedo-de-moça e adicione à mistura, acertando o ponto do sal e integrando tudo de forma homogênea até o ponto de barbecue.

Se gostar dele com pedaços, mantenha assim. Caso contrário, processe o conteúdo em um mixer.

Finalização

Corte a mandioca em bastões e frite por imersão, assim como também as costeletas.

Retire-as da banha e frite por imersão.

Monte em cada lado do prato ou da forma que lhe agradar.

Pincele o barbecue nas costeletas e também sirva à parte (para poder prová-lo com a mandioca). Bom apetite!

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OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

Correio B+

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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